30.8.04

FINAL DE SEMANA OLÍMPICO

Doces figuras, a maratona começou na sexta-feira e encerra-se hoje à noite, quando a Confraria S.E.M.P.R.E. reúne-se no Bar Getúlio para mais um Encontro.

Encerra-se, não. Faz uma breve pausa.

A pequena pilha de bolachas foi flagrada algumas horas antes do fechamento da conta de sexta-feira no Bar Getúlio, imensa mesa onde estavam além de mim, Dani, Ruivinha, Betinha, Guerreira, Maria Paula, Sérgio Barreto, Deyse, Duda e Manguaça.

Lances da noite: após o fechamento da terceira conta da noite, chamei o Baiano e disse, porra, Baiano, trinta chopes? Não foi isso, não...

Diante da voz pastosa, Baiano manda, diga lá, quantos foram?, e a Dani de prima, uns cinqüenta.

Exu Meliante baixou no Catete e na mesma médium que o recebera em Araçatiba.

Com leve participação minha no atabaque.

Sábado o dia prometia. Festa de aniversário da Fumaça, que merece um parágrafo.

Há festas e festas. Fumaça foi de um esmero comovente com a sua. O tema? Botequim. Fumaça contratou a peso de ouro garçons do Vilarino que desfilavam pelo terraço na Urca com torresmo, sanduíche de pernil, empadinhas, batatinha calabresa, cerveja Original doendo nos dentes de tão gelada, Betinha cometeu a insanidade de aparecer com uma garrafa de Black Label fechada que eu e Pierre, ele mesmo, o Namor, derrubamos em menos de uma hora.

Pierre que aliás, derramou-se em declarações de amor a mim e à Dani, talvez retribuindo o telefonema que eu lhe dera na noite anterior, aos berros dentro do Getúlio, gritando quando todos os dedos indicadores do mundo apontarem em sua direção lhe acusando, serei a única voz em sua defesa, quando as Torres Gêmeas forem novamente erguidas e novamente derrubadas e te acusarem pela tragédia, serei teu defensor, e outras merdas do gênero.

Destaques da festança, a melhor de 2004, antes mesmo do ano acabar: Incêndio, a mãe da Fumaça, que recebeu de mim o apelido no instante em que me foi apresentada. Uma figuraça, e a autora de várias das comidinhas do buteco. A polícia que apareceu pouco depois das 22h com o síndico, desesperado com o barulho produzido pela StefiBand, contratada pela Fumaça.

Baixaram os tiras na área, averiguaram do que se tratava, os dois foram tirados pra dançar por duas convidadas que manterei no anonimato e o síndico sumiu alucinado quando Fefê atacou de eu vou chamar o síndico, Tim Maia! Tim Maia!, com solo genial do Rogerinho.

Tubarão ainda acompanhou o pentelho até o elevador e desceu com ele e mais a Brinco, e foram os dois, até o andar do imbecil desferindo golpes violentos de capoeira contra o mala. Amanhã conto mais, sobre o domingo.

Até.

25.8.04

VARGAS (1954-2004)

Doces figuras, quando comemorarmos a passagem dos 100 anos da morte de Getúlio Vargas, quando comemorarmos os primeiros 50 anos de vida do Bar Getúlio, eu, Dani, Fefê, Brinco e Betinha, ainda vivos, poderemos dizer orgulhosos que estivemos na inauguração desse buteco que nasceu com cara de tradicional, numa noite recheada de momentos épicos.

Comandado por Wilson Flora, o Baiano, o Bar Getúlio recebeu, fácil, mais de 300 pessoas na inauguração.

Poucos foram os que conseguiram lugar sentado, o que no nosso caso deveu-se à ação da Brinco, que chegou cedinho pra garantir o privilégio.

Alguns dos personagens da noite pareciam contratados pelo Baiano com o objetivo de tornar tudo mais hilariante. E tome chope.

Um casal recolhia em sacos plásticos daqueles azuis, o que era servido aos convidados: carne seca acebolada, bolinhos de aipim, carne assada, coxinha de galinha, tudo guardado dentro de uma sóbria pasta carregada pelo coroa.

A mulher, depois de 3 chopes, passava de mesa em mesa dizendo, come, filho, é hoje só que amanhã não tem mais boca livre. E tome chope.

Um outro casal entrou no bar portando uma gigantesca bandeira do Brasil e o bar inteiro, de pé, cantou o Hino Nacional, o Hino à Bandeira e o Hino da Independência. E tome chope.

Paulo Caruso cantou a Internacional uma meia dúzia de vezes. Mais chope.

Dani, animadíssima, vestiu a máscara veneziana que ganhou de presente naquela noite e eu, gastando meu italiano, tentava traduzir receitas do livro que ganhei pro Fefê.

O que é basilico?, perguntou Fê.

E eu, dando uma de Dani, a poliglota: Fê, não tem o vinagre balsâmico? Pois tem o vinagre basílico.

Ao que Betinha, no chão de rir, grita que basilico é manjericão. Chope.

Jaguar, Lan, Zé Luiz do Império, Moacyr Luz, a turma do Bar da Dona Maria (que, se usar o critério qualidade, tem tudo pra trocar de bar), Antônio Pedro, Marceu Vieira, Luizinho dos Drinks, um bando de entendedores do riscado conferiam de perto o parto do Getúlio.

Em breve, a S.E.M.P.R.E. estará lá pra conferir de perto o que conferi in loco.

Sob a batuta do Baiano, que joga nos gramados mais vagabundos há anos e entende do negócio, o Getúlio tem tudo pra acabar com a suposta hegemonia de falsos butecos que existem aos montes na zona sul. Aos montes.

A rima é sugestão proposital.

Pelo que se viu, nasceu um clássico no Rio de Janeiro na noite de 24 de agosto de 2004.

Estávamos lá, diremos daqui a cinqüentinha. Saravá.

Até.

19.8.04

19 DE AGOSTO É DIA DE LELÊ

Doces figuras, hoje, 19 de agosto, faz aniversário uma figura queridíssima, amada, uma morena-mulata dona de um sorriso, já disse isso aqui, arrebatador, cuja presença é capaz de transformar o mais fúnebre e pranteado velório em alucinado desfile de bloco de carnaval.

Vejam o que são esses dois sorrisos desse calibre juntos, o da minha Dani, a Sorriso-Maracanã, e o da Lelê, a aniversariante (Szegeri, como poderíamos chamá-lo?).

O flagrante é de autoria do Cachorro, que está para o Estephanio´s assim como Augusto Malta está para o Rio Antigo.

Ergo daqui, então, meu copo cheio de Original em homenagem a Lelê, que sabiamente comemorará a data hoje no Estephanio´s ao som da maior banda da atualidade, longe da mídia por razões inexplicáveis.

Sábado o furdunço prossegue em sua cobertura no Grajaú, onde Lelê reproduz autêntico buteco sob a batuta da Sônia, grande Sônia, Manguassônia pros íntimos.

Íntimos que são poucos, muito poucos. Pra bom entendedor, meio cabrito basta.

Até.

17.8.04

E JÁ QUE FALEI EM LONGEVIDADE...

Doces figuras, partimos no sábado pra Volta Redonda, eu, Dani, Fefê, Brinco, Zé Colméia, Dalton e Manguaça com um único objetivo: comemorar os 70 anos do legendário Comandante que bebe com a sede e a a resistência de um imberbe de 20.

Como se faz nos grandes eventos, vamos aos números do churrasco do Comandante:

85 quilos de carne, 5 quilos de paleta de cordeiro, 10 quilos de batata, 10 quilos de farofa, 8 quilos de arroz, 10 litros de molho à campanha, 900 garrafas de cerveja, 3 litros de uísque, mais de 10 garrafas de cachaça, 5 garrafas de batida feita pelo Mozart, 1 Prefeito (o Prefeito de Volta Redonda esteve presente), 1 candidato a Prefeito, mais de 200 convidados e algo em torno de 199 bebuns (apenas Ana Clara, minha afilhada com quase 2 anos, manteve-se sóbria, apesar da mamadeira com maracujá e pinga que eu lhe dei na hora do lanche).

Como se vê, a Sociedade Edificante Multicultural dos Prazeres e Rituais Etílicos se fez presente.

Szegeri ligou-me para transmitir o beijo do Comandante, Malavota continua sumido e o Vidal não pôde ir. Pigarro. Riso preso. Parágrafo.

Bebemos muito, como é de se imaginar.

Após a festa, fomos todos acolhidos na mansão de Diana Amara Pureza, mais conhecida como Mamaia, que, mantendo uma tradição de há anos, deu-me de presente uma forma de pizza em pedra sabão na hora da despedida, no domingo.

A festança continuou na manhã de domingo, quando partimos da Mamaia em direção à Feira da Vila. Comandante acompanhou-nos em mais de uma dúzia de cervejas com queijinho e lingüicinha frita, ofertas de um mão-aberta Dalton.

Vida longa ao Comandante.

Ele, ao lado do Zé Szegeri e da dona Emília, confirma a teoria que liga a biritinha à longevidade.

Até.

10.8.04

O SEGREDO DA LONGEVIDADE

Doces figuras, a semana que passou foi produtiva, se é que me entendem.

Na quarta-feira parti para Volta Redonda a fim de prestar breve assessoria ao Comandante que está organizando uma festa à altura de seus 70 anos.

O programa era simples e curto. Eu chegaria lá por volta das 14h e viria de volta de ônibus, o carro ficaria na oficina do Cabeça para pequenos reparos, na quinta-feira pela manhã.

Mas o Comandante não é um anfitrião que tolera visitas sem pompa.

Comandante armou junto com Walter Motta, na casa dessa grande figura que é o Walter, uma pequena noitada.

Presentes as mesmas peças impagáveis da última vez em que estive lá: Cléo e sua irmã, que não sabem o que fazer pra nos deixar à vontade, Um Delegado (é esse mesmo o apelido do Marquinho... UM DELEGADO), Santiago e Eduardo, dois dos maiores papos que descobri nos últimos tempos e o violão do Luizão.

Comandante e Walter Motta, que somados têm respeitáveis anos de estrada e incontáveis litros pelo caminho, armaram de ter cerveja Original durante toda a noite, e comemos torresmo, camarão frito, queijo com óregano, escondidinho e muita cachaça, coisa leve pra uma noite de quarta-feira.

Fomos pra casa e ainda derrubei uma garrafa de vinho tinto com o Comandante, à mesa da cozinha, que durante duas horas me deu lições de vida que guardarei pro resto da minha.

E voltei de ônibus no dia seguinte pensando muito em tudo o que Comandante dissera.

E fiquei delirando, lembrando da relação daqueles coroas que encontrara na noite anterior, todos bebendo de bem com a vida, brindando e erguendo o copo com impressionante bom humor, imaginando se haveria alguma relação entre beber freqüentemente e viver longevamente.

E no sábado, doces figuras, eis que materializou-se à minha frente uma figura incrível e impressionante que dizia SIM à minha teoria.

Fomos, eu e Dani, à feijoada de aniversário da Duda. O endereço? Rua Conde de Bonfim, uma portaria mais estreita que o desejável para alguém balofo (ERA o meu caso).

Um apartamento. Imaginei, antes de chegar à campainha, o conforto que seria uma pequena multidão espremida de pé tentando comer feijão, farofa, couve, carnes, arroz...

E eis que entro num troço de sonho. O pé direito não é visível a olho nu. À frente da porta, logo após a sala, uma chácara encravada na Tijuca. Terra. Árvores. Goiabeiras. Um pé de cacau. Uma tartaruga caminhando no meio do mato. Verde, muito verde, e eu comecei a fazer caipirinha em ritmo industrial ao lado da Nena, uma mulher porreta que cozinhava e bebia com o mesmo talento.

Daí que no meio da tarde, depois de alguns pratos e de mais de meia dúzia de copos pedi à Duda que me apresentasse a dona da casa. "É minha avó... Emília. 93 anos."

O tom da voz me fez imaginar uma senhora pacatíssima, dormindo. Sorri aquele sorriso pastel dos bebuns e disse "ela está aí?".

"Bebendo".

?????

Queridos, fui até a mesa e lá estava Emília, como uma Rainha, cercada por duas filhas, um copo até a boca com Dimple 15 Anos ("ela não admite mais beber nem 12 anos", confessou-me uma neta). "Quatro doses por dia", disse alguém.

Fui obrigado a pedir ao Mut (o melhor fótógrafo do Estephanio´s) que registrasse o momento glorioso.

Depois de beijar dona Emília, tomado pela emoção, multiliquei por 5 o efeito das caipirinhas, pedi o autógrafo da Nena num pano de prato (que está em meu ombro na foto) e voei pra casa.

O pano de prato está comigo para os babacas de plantão que duvidarem.

Até.