27.5.05

E O AUGUSTO VEIO AO BUTECO


E eis que o Augusto, aquele que, recentemente, foi vítima de minha olímpica e feroz amnésia (relembrem aqui), esteve ontem, quinta-feira, no Buteco do Edu, em minha casa.

Como a foto atesta, recebi o bardo com autênticos canapés do Bar Léo, tesouro que me foi apresentado pelo bom Szegeri, e algumas casco-escuro de Brahma e de Original. Dani teria de passar o dia fazendo umas traduções, e nossa idéia, minha e do Augusto, era a de passar o dia mantendo algumas tradições.

Havíamos marcado para 12h30min o início dos trabalhos. Quando Augusto bateu a campainha às 12h10min, eu pensei: "O malandro está com sede. Não vai prestar.". E não prestou. Acompanhem.

Ficamos de papo no buteco, desfrutando da companhia da mulher que me ensinou a sorrir, até às 14h. E como eu pretendia tentar repetir a mesa do Bar do Giba, em São Paulo, quando o Szegeri convocou o Augusto e o Capitão para bebermos juntos, bati o telefone pra Betinha e Flavinho e pro Dedeco. Marcamos às 14h30min no Bar Brasil, na Lapa.

Antes, fui apresentar o Augusto pro Joaquim, dono do Rio-Brasília, buteco que fica a poucos metros de casa. Bebemos uma Brahma de pé, no balcão, Augusto pediu uma (não é um engano numérico) fatia de carne assada, despedimo-nos do bom Joaquim e rumamos pra Lapa de táxi.

Betinha, Flavinho e Dedeco já nos aguardavam no Bar Brasil. E as caldeiretas vinham à mesa em velocidade de fundista. Costeleta de porco, bolo de carne, muito papo furado, risadas à sorrelfa, e às 16h, quando as portas começaram a se fechar, partimos, sem o Dedeco, pro Bar Getúlio.

Fomos recebidos pelo Baiano. Várias tulipas, músculo à Moacyr Luz, mais papo, o barco já estava adernando. Isso era visível. E previsível que nada iria nos conter.

Pequena pausa para esclarecer que uma Betinha determinada decretou, ainda no Bar Brasil, que o Augusto nada pagaria. Nada.

E deu-me aquela típica coceira de telefone. Bati o celular pro Szegeri apenas para dizer isso: "Szegeri, vou passar o telefone pro Augusto. Pergunte a ele quanto ele gastou até agora.". Um samaritano Szegeri atendeu meu esdrúxulo pedido eis que ouvi Augusto gritando "Porra nenhuma, eles não estão me deixando pagar nada!" (e eu liguei pro Szegeri todas as vezes que as contas iam sendo fechadas nos bares, para a mesmíssima pergunta).

Conta fechada no Bar Getúlio e Augusto gritou de pé (o Augusto é enorme, seu grito fez tremerem os vidros dos janelões do Palácio do Catete): "Quero ir pro Picote! Picote!".

Fomos. Camarões vinham à mesa escoltados por mais chope. Camarões e mais alguma coisa que a memória obnubila. E Flavinho e Betinha requereram uma esticada em sua casa, no Flamengo, ali pertinho. Fomos a pé (o trajeto seria feito em condições normais em 10 minutos; levamos quase uma hora).

O simpático casal serviu-nos de Erdinger, uma cerveja fortíssima, que era tudo o que não precisávamos. E mais cerveja. E mais cerveja. E Betinha pediu pizza, coitada, e o Augusto comeu até a embalagem de papelão elogiando o tempero diferente, peculiar, mas gostosíssimo.

Despedimo-nos dos dois. E rumamos pro Estephanio´s, onde chegamos depois de instruir, por gestos, o motorista de táxi. Mais chope. Mais chope. Cachorro, com pena, pediu um táxi, empurrou-nos para o banco de trás e saltamos diante do meu edifício, que parecia a Torre de Pisa sob minha ótica.

Dani armou uma barraca pro Augusto na sala, já que trabalhava, ainda, nas traduções. A pobrezinha precisou traduzir o que falávamos (contou-me isso hoje pela manhã) e fui pro quarto, onde desabei (desabei mas fui acordado algumas vezes pelo ronco tremendo, seguido de assovios desafinados, do Augusto).

Agora, vejam que cena, vejam que cena!

Às oito estava de pé. Fui à cozinha. E Augusto estava diante do tanque esfregando colchão, lençol, coberta, fronha.

Golfou olimpicamente, não se recordava quando.

Uma quinta-feira homérica. Fizemos bonito. Augusto partiu, rumo a Niterói, por volta das 10h, quando eu tomei o caminho da Pittbul Gym (vejam que nome bonito para uma academia).

A julgar pelos planos de hoje, eu, Dani, Guerreira e Fumaça vamos ver o Moacyr Luz e o Água de Moringa em Copacabana, suar na esteira tudo o que consumi ontem foi prudente. Amanhã, lá estarei eu de novo, ganhando massa, perdendo gordura e tentando manter a forma.

Que final!

Até.



Posted by Hello

4 comentários:

Anônimo disse...

Augusto "Peixe Ensaboado" Diniz, além de esbanjar simpatia e frugalidade (uma fatia de carne assada me lembra a releitura robertocarliana do cara no motel, que pediu um café da manhã para dois), é um BQ (bebe quieto) de responsa. Má companhia que nos carrega para a gandaia em dia de ir pra balé. Ainda bem que, por ser figura querida, nossas mulheres sempre vão achar que somos NÓS, coitados, que o levamos para o mau caminho. Ê mundo velho sem parteira, diria um gaúcho insatisfeito com os bons préstimos do obstetra. Vou parar por aqui que tem um monte de textos pela frente nesse Boteco arretado!

Anônimo disse...

Meu deus... nesse dia eu me fui para o mundo dos mortos-vivos e so voltei hoje! So de ver essa maratona, quase volto para la! (em tempo, eu fiquei esse tempo todo acamada, nao fora da casinha).

Anônimo disse...

Sete bares e um vexame. Acordei cedo na quinta-feira. Liguei para os amigos pra avisar que estava passando o feriado no Rio. Havia combinado com Edu de chegar ao meio-dia e meia na casa dele. Sabia que ia ser pesado. Por isso, não tomei café da manhã.
Peguei um ônibus e depois um taxi. Reparei que tinha chegado cedo na porta da casa do anfitrião. Pensei em ir beber ali perto pra esperar passar os minutos que restavam para a hora combinada de nosso encontro. Mas achei que isso poderia estragar tudo. Quem não quer apresentar aos amigos o bar de sua preferência perto de sua casa?
Dessa forma, cravei o dedão na campainha do prédio do Edu. Minutos depois, estava à vontade, bebendo e comendo na sua ante-cozinha. O primeiro aperitivo foi um canapé ao estilo do bar do Léo, daqui de São Paulo. Meia caixa de cerveja depois e os acepipes já no estomago, começamos o nosso périplo.
O bar do Joaquim é o preferido do Edu perto de sua casa. Fomos para lá. Depois de uma cerveja, pedi um pedaço de carne assada para rebater. Devidamente engolida, a carne assada foi se juntar ao canapé. Daí, se jogamos num taxi e partimos para o Bar Brasil. Pra mim, o melhor bar do Rio - quando você o encontra aberto. Lá estava o Flávio, a Betinha e o André. Na mesa, um pedaço generoso de bolo de carne. Não titubiei: o fiz se juntar ao canapé e a carne assada dentro do meu estômago. No mesmo estabelecimento, pedimos uma costela. Mandei também pra dentro o troço. Vai contando: canapé, carne assada, bolo de carne e costela.
Em seguida, fomos ao Getúlio. O Baiano nos recebeu de braços abertos. Contou as mesmas histórias de sempre. Estávamos eu, Edu, Flávio e Betinha. André tinha saído fora. Depois de mais alguns chopes, pedimos um músculo a Moacir Luz. Pela primeira vez comi o verdadeiro músculo a Moacir Luz. Quem conhece Moacir Luz pessoalmente sabe o que estou dizendo.
Enfim, era mais um treco que ia pra dentro. Bom, seguimos eu, Edu, Flávio e Betinha para o Picote. Achava que era a saideira. Pedimos uns chopes e um camarão pra encerrar. Vai contando: canapé, carne assada, bolo de carne, costela, músculo (?) e camarão. Não era a saideira.
O Flávio e a Betinha queríamos que fóssemos lá na casa deles beber e ... comer. Eu disse pra mim: meu Deus! Foi o primeiro suspiro da consciência. Algum tempo depois estava lá, bebendo a tal Erdinger num copo de quase um litro. Meu Deus! Foi o segundo suspiro.
Enquanto isso, Eduardo jogava pela janela do apartamento as cinzas dos cigarros que não parava de fumar. Não ligava pra isso até o dia em que fui morar embaixo de um fumante compulsivo. Toda vez que aparecia na janela recebia uma cinza na cabeça. Uma beleza!
Enfim, já não entendendo muita coisa, eis que surge na minha frente pastas de salmão e queijo e, posteriormente, um pizza de peperone. Vai contando: canapé, carne assada, bolo de carne, costela, músculo (?), camarão, pastas de todos os tipos e uma pizza de peperone. Já não dizia mais meu Deus! Estava começando a ficar insconsciente.
Botei tudo pra dentro que os anfitriões me ofereceram. Por fim, eu e Edu encerramos o périplo no bar Estephanio's. Flávio e Betinha, de maneira corretíssima, ficaram na casa deles.
Não entendendo mais nada, tomamos um chope do Estephanio's e fomos embora. Cheguei na casa do Edu e só me lembro que tomamos mais uma cerveja na ante-cozinha. A Dani, presente, viu a cena final: o último gole de cerveja. Por fim, desabei num colchonete na sala da casa do Edu.
Lá pelas tantas, apertado de uma maneira torpe, me levantei repentinamente pra ir ao banheiro pra fazer xixi. Na ânsia de me erguer e tomar o rumo do banheiro, o canapé, a carne assada, o bolo de carne, a costela, o músculo (?), o camarão, as pastas de todos os tipos e a pizza de peperone foram unânimes: também não podemos mais conviver com esse aperto. Como resultado, o sólido saiu primeiro que o líquido. Uma tragédia! Um vexame! Como lição, prometo levar o meu colchão e a minha roupa de cama na próxima empreitada deste tipo. Augusto

Anônimo disse...

Duas narrativas fiéis, mas que nem de longe dão idéia das quantidades industriais de tudo consumidas no dia. Bela figura o Augusto, com humor e um fígado de aço. Só podia ser amigo do Szegeri.