29.8.05

GUERREIRA EM PARATY


Na foto, a elegância suprema da Guerreira, de quem papai é fã número um. "Uma elegante, eu gosto da Guerreira", repete papai sem cansar. E de fato é, a Guerreira, uma européia, uma elegante, e falando sobre Paraty durante toda essa semana que começa hoje, quero tentar, ainda que minimamente, derrubar esse mito que transforma a Guerreira numa incapaz de qualquer gesto, digamos, mais baixo. Vamos aos fatos.

Partiu o ônibus do Rio na sexta-feira às oito da noite. Eu, Dani, Fefê, Brinco, Dedeco, a namorada (cujo nome jamais vou dizer), Branco, João, Chico Maracanã, Aranha, Manguaça, Fernanda, Fumaça, Guerreira, Marquinho, Cicinho, e éramos quase quarenta seres humanos com sede de cana, que o festival é de pinga e é por ela que fomos todos. O ônibus, politicamente incorreto, era um fog de fumaça de cigarro e tinha, num par de poltronas, um isopor cheio de cerveja e gelo. Bebemos olimpicamente no trajeto a Paraty.

E lá chegando, tomamos cada um o rumo de seu quarto.

Nesse instante é preciso dizer que a Guerreira já chegou a um passo de galopar. "Estou bebinha", é o que repetia a Guerreira, e notem que nessa frase reside um pouco de sua elegância. E fomos à cidade.

E sentamos num buteco e prosseguimos os trabalhos. Coisa de duas da manhã, decidimos, eu, Dani, Guerreira e Fumaça, voltar à pousada.

E a Guerreira disse: "Gente, vamos ficar bebendo aqui fora... quero esperar a Marcy...".

A Marcy, amiga de SP, partira em direção a Paraty, onde chegaria às três da manhã.

E chega a Marcy. E a Guerreira, trôpega, mas cavalgando com aqueles pernões longos, pendura-se na Marcy e grita "Ôba, que bom que você chegou...", mas esse "ôba, que bom que você chegou" foi dito de forma ininteligível, lentamente, ela babando no ombro da Marcy, que, assustada, disse... "Nossa, Lu... você está bem bêbada, heim...".

E a Guerreira - notem a frase!, notem a frase!: "Pô... intimidade é uma merda... a gente não consegue esconder o porre de uma amiga íntima...".

E teve mais: voltando ontem, o ônibus, em côro, começou, inexplicavelmente, a cantar os hinos brasileiros. O Nacional, o da Bandeira, o da Indendência. E eis que ecoou no coletivo: "Salve lindo pendão da esperança / Salve símbolo augusto da paz...".

E a Guerreira, na poltrona de número 1, guinchava, chorava, gritava uns "ai, ai, ai", e eu fui a ela.

"Ai, Edu... vocês falaram no Augusto... me deu uma saudade dele...", e seguiu chorando, alagando o ônibus, até o desembarque.

Até.

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7 comentários:

Eduardo Goldenberg disse...

Guerreira, durante toda a viagem o que mais ouvi foi, "Edu, você é preciso do início ao fim", e não será você, agora, que derrubará tal inapelável verdade. Quando eu bebo, querida, como no ônibus, as verdades se tornam ainda mais evidentes, eis que, no estado de torpor, minha sensibilidade torna-se mais aguçada: eu fui o PRIMEIRO a ouvir seus guinchos e a ouvir sua confissão, depois repetida, quando você, galopando pelo corredor do ônibus (eu não ia contar isso, mas agora vou), gritava "SALVE SÍMBOLO AUGUSTO DA PAZ", mudando a versão depois pra "SALVE O LINDO AUGUSTO, DEMAIS!". Beijo, querida.

Anônimo disse...

Vou defender a Lu porque vi sua felicidade quando ao cantar o hino você pôde trazer o nome do Augusto a baila de forma casual. Se a menção causasse tantas lágrimas você não faria isso deliberadamente, como sempre faz, né?

Eduardo Goldenberg disse...

Fumaça, fica quieta que o tema amanhã será você. Beijo.

Anônimo disse...

Eduardo, O Implacável! :-)
Beijos!

Anônimo disse...

Já vi que a coisa foi boa! Edu, dois lembretes. Número 1, o Cesar Tartaglia queria marcar um chope no fim de semana passado, mas ficou para os próximos dias por causa da viagem. Number two, já repararam que a contagem do Buteco está se aproximando das 15 mil visitas?

Anônimo disse...

É verdade, Zé! Edu, vai haver festança, não vai? Merece!
Beijos e parabéns pelo sucesso do Buteco!

Anônimo disse...

Ué, o Branco não foi? Conte sobre ele e sobre o Dedeco, puxa... :-) Eu prefiro as histórias deles dois.