4.11.05

GRANDEZA ESPIRITUAL

Notem a grandeza espiritual do Szegeri. Meu irmão foi passar sete dias em Pouso da Cajaíba com a doce Stê e com a Iara, a rainha das águas, uma de minhas afilhadas. Além da Stê e da Iara, Szegeri partiu para o paraíso com a Railídia, sua ex-mulher e mãe da Iara, e com o Robson, namorado da Rai.

Contei a façanha durante churrasco na StefHouse.

A Betinha:

- Que lindo! Que elevação espiritual!

E o Flavinho de cara amarrada:

- Não admito tamanha concessão. Não suporto fair play.

E deu dois tiros pro alto, sacando da pistola que guardava na meia (notem a indumentária do egresso do Cachambi: camisa pólo da Elle et Lui, bermuda branca de popeline, meia soquete e tênis All Star).

A Betinha foi, ali, uma condoída pelo estado do Xerife. E argumentou:

- Puxa, amor... Veja que lindo! Szegeri com sua amada, a filha e - qual o problema, poxa vida...? - a ex-mulher com o namorado. Coisa de primeiro mundo. Prova de elevação de espírito e solidez de caráter.

O Fefê meteu-se na conversa:

- Alto lá! Prova de elevação também da Stê e do tal do Robson!

- Dois babacas. - emendou o Xerife.

Dei-lhe um tapa na altura do omoplata:

- Nunca mais fale assim da doce Stê.

- Falo quando eu quiser. - disse o Flavinho com o cano da pistola na minha testa.

A Betinha tomou o Flavinho pelas mãos e o obrigou a guardar a arma.

E disse:

- Amor... veja bem... você não iria comigo passar um final de semana em Angra com o... (e cochichou-lhe no ouvido).

- Nenhuma chance.

- E com o... (outro segredinho).

- Cadê minha pistola?

- Amor... que é isso? E com o...

Flavinho pôs a mão no queixo e disse:

- Com esse até pode ser...

Betinha abriu um sorriso lindo e disse:

- Viu?

- Viu o que?

- Você não é tão rude assim...

- É porque esse eu mataria durante o final de semana!

E deu mais um tiro pro alto.

Depois de mais alguns engradados, o Flavinho toma do celular. E rosna:

- Fora da área! Fora da área!

E eu:

- Tá tentando falar com quem?

- Com o Szgeri, pô! Ele não pode ser tão frouxo!

Eu, pondo panos quentes:

- Xerifão, veja bem... O Szegeri é quase não-humano, rapaz. Ele tem uma, hummm..., sabedoria superior, elevada... Não é à toa que é meu Otto.

Flavinho já triscado:

- Otto é o cacete! Otário, isso sim! Otário!

Betinha intervém:

- Môzão... que é isso?

- Sai pra lá! Sai pra lá! Afinal de contas o cara fala que tu é musa dele, te comparou com uma pipa, tá pensando o quê? Acabo com a rabiola dele!

Eu:

- Malandro, não fala assim, pô, o cara é nosso Confrade!

- Eu votei contra! Eu votei contra! - confessou o Flavinho, denunciando o voto contrário à entrada do meu irmão na Confraria.

Daí o Fefê se meteu. O Vidal se meteu. O Zé Colméia se meteu. O Dalton meteu a colher. E o Flavinho:

- ´cês tão vendo? A Confraria inteira está aqui! Cadê o cara? Cadê o cara? Tá lá, em Pouso sei lá de quê fazendo papel de otário! Vamos expulsá-lo da Confraria!

Foi preciso que a Betinha, geralmente um furacão de fazer o Katrina parecer brisa, convencesse o Flavinho a ir embora para que tudo se acalmasse novamente.

Bateu-me o telefone cedinho o Flavinho no dia seguinte:

- Edu... desculpa por ontem...

- Deixa pra lá. Tu tava bêbado.

- Não conta nada pro Szegeri, por favor.

- Pode deixar.

Como se vê, promessa cumprida.

Até.

4 comentários:

Anônimo disse...

Edu Edu Edu, outra pintura. Não conheço ninguém mas vejo todo mundo. E o livro afinal sai quando?

Anônimo disse...

ADOREI!!! Estou me acabando de rir! :))))
Beijos!

Anônimo disse...

Pô, sacanagem!!! Você jurou que não ia contar para ele...

Szegeri disse...

Xerife, votou contra o caralho! Sou mais antigo na Confraria que você! No mais, queridos, um dia vocês atingirão a iluminação...