Notem a grandeza espiritual do Szegeri. Meu irmão foi passar sete dias em Pouso da Cajaíba com a doce Stê e com a Iara, a rainha das águas, uma de minhas afilhadas. Além da Stê e da Iara, Szegeri partiu para o paraíso com a Railídia, sua ex-mulher e mãe da Iara, e com o Robson, namorado da Rai.
Contei a façanha durante churrasco na StefHouse.
A Betinha:
- Que lindo! Que elevação espiritual!
E o Flavinho de cara amarrada:
- Não admito tamanha concessão. Não suporto fair play.
E deu dois tiros pro alto, sacando da pistola que guardava na meia (notem a indumentária do egresso do Cachambi: camisa pólo da Elle et Lui, bermuda branca de popeline, meia soquete e tênis All Star).
A Betinha foi, ali, uma condoída pelo estado do Xerife. E argumentou:
- Puxa, amor... Veja que lindo! Szegeri com sua amada, a filha e - qual o problema, poxa vida...? - a ex-mulher com o namorado. Coisa de primeiro mundo. Prova de elevação de espírito e solidez de caráter.
O Fefê meteu-se na conversa:
- Alto lá! Prova de elevação também da Stê e do tal do Robson!
- Dois babacas. - emendou o Xerife.
Dei-lhe um tapa na altura do omoplata:
- Nunca mais fale assim da doce Stê.
- Falo quando eu quiser. - disse o Flavinho com o cano da pistola na minha testa.
A Betinha tomou o Flavinho pelas mãos e o obrigou a guardar a arma.
E disse:
- Amor... veja bem... você não iria comigo passar um final de semana em Angra com o... (e cochichou-lhe no ouvido).
- Nenhuma chance.
- E com o... (outro segredinho).
- Cadê minha pistola?
- Amor... que é isso? E com o...
Flavinho pôs a mão no queixo e disse:
- Com esse até pode ser...
Betinha abriu um sorriso lindo e disse:
- Viu?
- Viu o que?
- Você não é tão rude assim...
- É porque esse eu mataria durante o final de semana!
E deu mais um tiro pro alto.
Depois de mais alguns engradados, o Flavinho toma do celular. E rosna:
- Fora da área! Fora da área!
E eu:
- Tá tentando falar com quem?
- Com o Szgeri, pô! Ele não pode ser tão frouxo!
Eu, pondo panos quentes:
- Xerifão, veja bem... O Szegeri é quase não-humano, rapaz. Ele tem uma, hummm..., sabedoria superior, elevada... Não é à toa que é meu Otto.
Flavinho já triscado:
- Otto é o cacete! Otário, isso sim! Otário!
Betinha intervém:
- Môzão... que é isso?
- Sai pra lá! Sai pra lá! Afinal de contas o cara fala que tu é musa dele, te comparou com uma pipa, tá pensando o quê? Acabo com a rabiola dele!
Eu:
- Malandro, não fala assim, pô, o cara é nosso Confrade!
- Eu votei contra! Eu votei contra! - confessou o Flavinho, denunciando o voto contrário à entrada do meu irmão na Confraria.
Daí o Fefê se meteu. O Vidal se meteu. O Zé Colméia se meteu. O Dalton meteu a colher. E o Flavinho:
- ´cês tão vendo? A Confraria inteira está aqui! Cadê o cara? Cadê o cara? Tá lá, em Pouso sei lá de quê fazendo papel de otário! Vamos expulsá-lo da Confraria!
Foi preciso que a Betinha, geralmente um furacão de fazer o Katrina parecer brisa, convencesse o Flavinho a ir embora para que tudo se acalmasse novamente.
Bateu-me o telefone cedinho o Flavinho no dia seguinte:
- Edu... desculpa por ontem...
- Deixa pra lá. Tu tava bêbado.
- Não conta nada pro Szegeri, por favor.
- Pode deixar.
Como se vê, promessa cumprida.
Até.
4 comentários:
Edu Edu Edu, outra pintura. Não conheço ninguém mas vejo todo mundo. E o livro afinal sai quando?
ADOREI!!! Estou me acabando de rir! :))))
Beijos!
Pô, sacanagem!!! Você jurou que não ia contar para ele...
Xerife, votou contra o caralho! Sou mais antigo na Confraria que você! No mais, queridos, um dia vocês atingirão a iluminação...
Postar um comentário