25.5.06

E LÁ VAMOS NÓS!

ESTE TEXTO AGORA PODE SER LIDO AQUI.

JOTA, ALAÍDE E CHICO

Vejam vocês que o Jota mantém sua regularidade. Depois de pouco mais de uma semana sem citar sequer uma das bostas que ele tanto incensa (pode ser Informal, Devassa, Belmonte, Conversa Fiada, Manoel & Joaquim, Jobi etc), vem ele, hoje, em sua lamentável coluneta n´O GLOBO e adula pela bilionésima vez o Bracarense citando o Chico e a Alaíde. E eu preciso fazer brevíssima auto-exaltação já que é, confesso, bastante boa a sensação de saber-se visionário.

Eu escrevi, à certa altura, que a Alaíde era uma chef de cozinha, e não uma cozinheira (debochando, evidentemente). E mais! E mais! No mesmíssimo texto eu digo que o Chico, apesar de ser um garçom medíocre e passável, é o primeiro quando o assunto é pose, mídia, fama, salamaleques e rapapés. Deixem-me continuar a formatar meu raciocínio (que frase típica do Jota, essa!).

nota publicada no jornal O GLOBO, Segundo Caderno, 25 de maio de 2006


Vejam do que a Consoante chama a Alaíde: quituteira. Pô! Eu não disse!? Ele nunca irá se referir à Alaíde como cozinheira. Nunca (e esse nunca, por favor, dito de forma szegeriana).

E o Chico? Bem... Eu disse que ele era o primeiro quando o assunto é pose, é mídia. Dêem uma sacada no site dessa nova cerveja que tem três garotos-propaganda. Pigarro. Não são três garotos. É um já bem coroa (e como o Lan foi se deixar levar por isso, meu Deus?!). Um que é apenas um sorriso enorme e disforme (o Carlinhos de Jesus é apenas boca aberta e mistérios, e um dia falo sobre isso). E outro que é quem?

O Chico (que depilou, segundo o Fraga, a sobrancelha para posar para a elaboração do material publicitário).

Mas o que supostamente anuncia o Jota? Eu disse supostamente porque fica evidente, se vocês acompanharem a seção BARBARIDADES DO JOTA (já com sete atentados, contando com o de hoje, no canto, à direita, no menu), que o que ele pretendeu, apenas, foi citar o nome do Bracarense. Anuncia que a Alaíde e o Chico vão representar o Bracarense em Belo Horizonte durante o "Festival de Comida de Boteco" (sic). Pô! Ô cara mal informado, ou mal assessorado, ou sei-lá-o-quê. O nome do evento é "Comida di Buteco", assim mesmo, com "i" no "di" e com "u" no "buteco". Mas o Jota nada sabe. O Jota nada apura. O Jota é lamentável. E isso pra não falar na expressão "best-seller do botequim" usada para referir-se ao bolinho de aipim com camarão vendido no Bracarense, que vem juntar-se a tantas expressões pavorosas e repulsivas criadas pelo homúnculo em questão, como bem disse, dia desses, o Fraga.

E para dar impressionantes cores de coerência a tudo, notem o final da podre nota. Ele diz que o sócio do Bracarense (pernóstico como o Jota) BRINCA quando fala que o Bracarense é "hors-concours" na matéria. No domingo, uma coleguinha do Jota, a Éle, escreveu - vejam aqui - que um certo estudante entrevistado por ela BRINCOU ao referir-se ao Belmonte como um pé-limpo.

Eles dois brincando e eu, lutando sozinho, falando muito sério.

Até.

24.5.06

FRIO NO RIO

"Vejam vocês que, aqui no Rio, basta a temperatura romper, pra baixo, a barreira dos 20 graus, e as ruas são uma festa de casacas, ponchos, gorros, luvas, mantas, cachecóis, coletes e sobretudos. Foi assim ontem." Foi assim que eu comecei, em julho de 2005, a contar essa história. E foi assim, também, ontem.

Uma chuva ininterrupta, um vento cortante e uma temperatura em torno de 18 graus, e pronto. Lá fui eu, agasalhado, encontrar o Fraga, que de pouco tempo pra cá vem batendo permanente ponto no balcão virtual do Buteco, no Bar Getúlio, no Catete.

Como eu já disse a certa altura, o Catete é uma espécie de Tijuca encravada na zona sul da cidade, os jardins do Palácio do Catete é uma espécie de Praça Saens Peña dos velhinhos de lá, e sinto-me, por isso, em casa.

Lá pusemos o papo em dia - aliás, há pessoas com quem a gente põe o papo em dia e o papo nunca fica em dia tão bom o papo é - regado a chope (bem tirado pelo Valdo), Lua Cheia e lágrimas, que o Fraga chorou e fez chover na mesa quando contou histórias do Otelo Caçador, rubro-negro de boa cepa. Chegou-se o Baiano, tocou meu celular e era a Sorriso Maracanã dando uma ordem prontamente obedecida:

- Ah... venham então pro Sat´s. Já estou aqui.

balcão do Sat´s, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, 23 de maio de 2006


O Sat´s fica no comecinho da Rua Barata Ribeiro, em Copacabana. Pode ser considerado um restaurante, é verdade, mas também pode ser chamado de pé-sujo, antítese das casas charmosas que tanto encantam os idiotas de plantão.

Chegamos eu e Fraga e encontramos Dani, que por sua vez aguardava o Alex, que por sua vez chegou em minutos. Mesa de quatro e começamos o serviço.

Dani no Sat´s, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, 23 de maio de 2006



Alex no Sat´s, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, 23 de maio de 2006


Coração de galinha, galeto na brasa, mais e mais chope, o papo escorrendo enquanto a chuva escorria na calçada e o Fraga, num princípio de golpe-baixo propôs:

- Vamos ao Braca? Quero que você reveja sua opinião...

Não fosse o toró (sinto-me velhíssimo dizendo toró) eu teria aceitado. O malandro despediu-se e nós, remanescentes, tomamos a direção do Cervantes, o que significa dizer dar apenas dez passos.

Alex, Dani e Fraga na calçada em frente ao Sat´s, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, 23 de maio de 2006


E lá ficamos entre caldeiretas, sanduíches como só no Cervantes, salada, e às onze e meia da noite convocamos ele, o maior taxista da cidade, mão na roda, grande figura, o Paulinho. Anotem aí: 87675543. Com ele não tem tempo ruim, não tem distância, não tem hora. O Szegeri, por exemplo, sabe disso como ninguém.

Até.

23.5.06

LUTAS INGLÓRIAS

Outro dia mesmo eu estava escrevendo e refletindo publicamente sobre os sentimentos que me assolavam às vésperas do meu trigésimo oitavo aniversário, movimento ao qual chamei de espiral, e tasquei lá: por que eu levei - e levo - tão a sério o verso ninguém tem nada de bom sem sofrer, do Vinicius de Moraes?????

Ontem, quando no final do dia eu e Dani fomos dar rápida volta pelo Centro da cidade com a Inês e fechamos o passeio com quarenta minutos de Paladino, fiquei pensando nesse misto de brincadeira e revolta que cerca o cerco que faço ao Jota, arremedo de jornalista que assina coluneta n´O GLOBO. Cerco que eu faço, vocês que me lêem sabem, em defesa de uma das mais arraigadas - ou a mais - tradições cariocas, instituição mais-que-solidificada no imaginário popular e no dia-a-dia de seu povo, mesmo o mais humilde, que é o buteco, troço que o Jota parece odiar. Afinal, não odiasse os butecos e não exaltaria, sistematicamente, verdadeiras pragas e autênticas mentiras como os bares/botecos/botequins Devassa, Informal, Manoel & Joaquim, Belmonte, Conversa Fiada e tantos outros que vêm chegando, aos poucos mas de forma avassaladora, ao Rio depois de tomarem São Paulo de assalto (sobre São Paulo melhor poderá falar o Szegeri, Marcão, Augusto, Julio Vellozo, Fernando Borgonovi, todos soldados do meu exército).

visão interior do Paladino, Centro, Rio de Janeiro, RJ, 22 de maio de 2006

Daí fiquei pensando nisso, nessa silenciosa batalha em defesa de algo que me é tão caro, daí achei graça desse enfrentamento entre um sujeito apaixonado até a alma escrevendo em seu blog, com algo em torno de 100 visitas/dia, e um (vá lá) jornalista com uma coluneta diária no jornal de maior circulação no Rio de Janeiro, um dos maiores do país. Uma luta inglória.

E lembrei-me - mais que lembrar, eu ouvi a voz do Aldir e do João cantando juntos - do chamamento do samba: Glória a todas as lutas inglórias!

Por isso criei, no menu à direita, a seção BARBARIDADES DO JOTA, com link para todos os textos nos quais eu tento, devagar, demonstrar a nojeira que é o "jornalismo" que esse homem faz, ao menos quando o assunto é o buteco. Tanto que chamei, a cada um dos links, de ATENTADO, numerados um a um.

Porque é definitivamente um atentado o que ocorre a cada exaltação da mentira, a cada inauguração de um McDonald´s de bêbado onde existia um pé-sujo, a cada negação da cultura primitiva do povo carioca, tão massacrado, tão usurpado, tão maltratado por sucessivos desgovernos. A imprensa, como sempre tão bem defende meu dileto amigo Fausto Wolff, que deveria estar ali, de pé, ao lado do povo, ao menos no tocante ao Jota, ao menos no tocante ao assunto, cospe na cara do povo para bajular os investidores.

Peço que espalhem isso. A luta, ainda que inglória, dignifica.

Até.

22.5.06

SAMBA, SUOR E CERVEJA

Ontem, domingo, tive de ir duas vezes ao Tom Jobim, o aeroporto. A primeira às 5h20min para buscar a razão dos meus sorrisos, a Dani, de quem tinha olímpica saudade (como agora, e ela saiu há 10 minutos), chegando de Salvador. A segunda, às 11h, para buscar uma amiga querida que conhecemos há coisa de seis meses e com quem estabelecemos uma relação de muito afeto, a Inês, do Casaco Amarelo, chegando de Boston. Aliás, mínimo intróito antes de lhes contar sobre o domingo: a Inês é uma espécie de Cacau. Cheirosíssima. E é filha de Próspero e Cidália, que nos receberão na sexta-feira, quando chegamos a Lisboa (contei isso para que vocês notem a extensão da teia). Em frente.

Daí foi assim.


Inês e Dani em nossa casa, 21 de maio de 2006

Inês chegou, comoveu-se quando pisou na cidade - ama o Rio desbragadamente, a Inês - fui levá-la ao Flamengo, onde está hospedada na casa de uma amiga, para lá deixar as malas e fiquei esperando por ela no Picote (feíssimo, depois da reforma, mas com um chope ainda notável). Tomamos o rumo de casa e o encontro das duas, Inês e Dani, foi prenúncio de um dia especial. Choraram de me fazer partir pro uísque.

Estávamos, eu e Dani, dispostos a dar a ela um domingo carioquíssimo. E tijucaníssimo, razão pela qual tomamos o 433 em direção à Lapa.

Inês, Dani e eu, 21 de maio de 2006, na escadaria do Selarón, na Lapa, Rio de Janeiro, RJ


Tivemos a sorte de encontrar com o próprio Selarón, aquela figura, Inês comprou um de seus quadros, e subimos os degraus em direção a uma casa onde haveria feijoada com samba, ali mesmo, no final da escadaria. Mas não ficamos. Entrei apenas eu para um estudo de terreno. E tirando minha comadre Mariana Blanc e Marquinho Presidente não conhecíamos mais ninguém. O que não seria, a princípio, um problema. Mas o restante da assistência era apenas pose. Eu deveria ter desconfiado. Santa Teresa. Uma casa verde estilinho descolada. Duas feijoadas, a tradicional e uma vegetariana. Por isso aquele festival de havaianas coloridas, óculos escuros gigantescos, turbantes, muita neblina de cânhamo e ó, mandei-me dali rapidinho. Dani bateu o martelo:

- Vamos levá-la ao Bar do Arnaudo!

Dani e eu, Bar do Arnaudo, Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ, 21 de maio de 2006


Subimos Santa Teresa de táxi e - notem a extensão da teia! - toca o celular. Vidal e Dalton estão indo nos encontrar.

Fizemos aquele espetáculo: carne de sol, macaxeira, manteiga de garrafa, farofa de abóbora, muita cebolinha, pirão de leite, carré, Original gelada, doses de Marimbondo e aquela vista que só Santa Teresa oferece, aquela leseira dos domingos, aquela indolência dos domingos, e acima de tudo aquela capacidade de aproveitar o domingo até o último minuto.

Dalton no Bar do Arnaudo, Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ, 21 de maio de 2006



Dani e Vidal no Bar do Arnaudo, Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ, 21 de maio de 2006


Conta paga, tomamos o rumo da quadra da G.R.E.S. São Clemente, para a roda de samba do Galocantô. Vidal nos deixou lá e, ó, tomou o rumo de casa.

E lá, no Terreiro do Galo, mais e mais festa. Encontramos com a Duda, com a Guerreira, com a Iracema Monteiro, que, inclusive, cantou e quebrou tudo, inclusive a mim quando ofereceu um samba ao Toledão.

Duda no Terreiro do Galo, 21 de maio de 2006



Dani, Iracema, Guerreira e Inês no Terreiro do Galo, 21 de maio de 2006



Eu e Dalton no Terreiro do Galo, 21 de maio de 2006


A certa altura toca meu celular - notem a teia, a teia!

É o Szegeri. O Pompa. Eu digo "alô" e ele:

- Eduzinho...

E quando ele fala "Eduzinho" eu sei que vem pito.

Vejam isso. O Pompa telefonou-me, às oito e meia da noite, para dizer que estava arrasadíssimo com a ausência de uma mísera ligação minha que fosse. Carente, o Pompa. De joelhos, ao telefone, implorando por uma discada, uma mensagem que fosse, um "torpedinho só", disse ele.

De lá saímos quase às onze da noite.

Se foi bom?

Se a Dani se divertiu?

Se a Inês gostou?

Saquem o sorriso das duas, quase doze horas depois do encontro. É auto-explicativo. Todas as demais fotografias podem ser vistas aqui.

Dani e Inês no Terreiro do Galo, 21 de maio de 2006


Até.

38 ANOS JUNTOS

Há exatos 38 anos Isaac e Mariazinha se casavam.

minha mãe, eu e meu pai no Trapiche Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, 27 de abril de 2006


Como forma de homenageá-los, reproduzo aqui trecho do texto publicado no Buteco em 21 de julho de 2005, chamado "Papai arremessado ao passado".

"Já lhes contei que o Isaac, no início da década de 60, deu de cara com a mamãe numa festa em que ele era o penetra (uma rotina pra ele. Papai, Mauro, Pato e Babolina não passavam um único final de semana sem uma festa, sem uma penetrada clássica). Numa casa suntuosa na Rua Mariz e Barros, copo de Cuba Libre na mão, cigarro no canto da boca, papai não suportou ver o par de coxas morenas de mamãe deslizando degraus abaixo numa escada de mogno em caracol. Estacou ali, diante dela, os olhos dando voltas como um carrinho de montanha-russa, e ao som de "Georgia On My Mind", na voz do Ray Charles, disse-lhe ao pé do ouvido, "caso com você um dia!". E assim foi feito.

Pois em determinado momento da noite, já era noite, papai, carregado na cerveja, pediu silêncio ao Fefê e a todos. Cambaleando, foi até o minisystem e catou um CD. E pôs pra tocar, justamente, Ray Charles cantando "Georgia On My Mind". E a cena foi de uma beleza tocante.

Sem que nenhum de nós entendesse nada, papai foi até os fundos do terraço e voltou com uma escada de carpinteiro, de madeira mesmo, e a escorou na caixa d´água. Com as mãos, fez um gesto pra que mamãe subisse os degraus (e mamãe o obedeceu, com certa dificuldade, carregadíssima na cerveja também). Daí fez outro sinal pra que ela descesse a escada. E quando mamãe pousou no chão, um papai com olhos marejados disse-lhe algo ao pé do ouvido e ficaram ali, os dois, dançando como se estivessem naquela casa da Mariz e Barros.

As vizinhas aplaudiram, a Duda gritou chorando "o Dedeco não vem mesmo?", Flavinho dava tiros pro alto comemorando a cena, o Branco chorava enxugando as lágrimas nas mangas de sua jaquetinha surrada, e depois da dança papai e mamãe partiram, de táxi, não sem antes lançarem beijos em direção à vizinhança e em cada um de nós, que a tudo assistíamos embevecidos.

Era o papai lançado ao Passado. Um romântico.

No dia seguinte, ele foi ao nosso encontro, no Estephanio´s, sozinho, assistir a derrota do Vasco para o Flamengo, no pior Vasco e Flamengo que já assisti na vida. Fim do jogo, papai se levanta, xinga o Eurico, amaldiçoa o Romário, joga o resto de chope de seu copo na tela da 29 polegadas e me diz, baixinho, "vou à sua mãe que lá sou mais feliz".


Até.

21.5.06

GENTSKRÔTA

Fazendo uma espécie de trocadilho semi-infâme com o nome da coluneta do Jota, o Consoante, quero prosseguir na minha solitária porém heróica campanha com dois objetivos bastante definidos. O primeiro, dizer um não rotundo (saudade do Brizola...) a esses McDonald´s de bêbado nojentos que, como câncer (bom dia, Jota), vêm se espalhando pela cidade. E o segundo, dizer que a avassaladora e destruidora multiplicação dessas mentiras (Belmonte, Informal, Conversa Fiada, Manoel & Joaquim, entre outros) conta com o apoio maciço, vergonhoso, de alguns pseudo-jornalistas, que têm no Jota - só pode ser, só pode ser - um líder. Senão vejamos.

Aqui o Jota exalta o que ele chamou de pé-sujo fashion. Aqui ele cita diversos bares de merda, criando uma espécie de ranking, atendendo, evidentemente, ao interesse dos investidores. Aqui ele dá uma babada escancarada no Chico, o garçom do Bracarense, que acaba de ser lançado como garoto propaganda de uma nova marca de cerveja que, já, já, estará sendo exaltada pelo Consoante. Aqui, mais uma do Jota, que nessa nota criou mais uma de suas expressões infelizes... boteco grifado.

Eis que hoje deparo-me com matéria (paga, me pareceu) não do Jota, mas de uma coleguinha sua (não dou o nome nem a paulada).

trecho de matéria do jornal O GLOBO de 21 de maio de 2006, pág. 23


Título da matéria (mal escrita): "A noite carioca tem agora o Baixo Copacabana - trecho entre as ruas Domingos Ferreira, Bolívar e Constante Ramos tem bares, restaurantes e cafés charmosos".

Vou reproduzir alguns trechos bastante elucidativos e tecerei brevíssimos comentários.

"O Copa Café também costuma ter fila de espera por mesa. O dono, Roberto Peres, que inicialmente pensou na Lapa para abrir o negócio, não se arrependeu. De olho no movimento crescente, já negocia para abrir outra casa no Baixo Copa, o Café Club."

Vão tomando nota. A moça, que já havia citado na mesma coluna o bar Bossa Nova e o restaurante Don Camillo, tasca mais um estabelecimento na matéria. Mas, como diria Stanislaw Ponte Preta, isso deixa para lá. Vamos em frente.

"O universitário Carlos Henrique Lima, morador do Flamengo, é freqüentador, com um grupo de amigos, do Boteco Belmonte, na esquina da Domingos Ferreira com a Bolívar. A casa, que funciona no Flamengo desde 1952, também apostou nessa região de Copacabana, onde abriu as portas há cerca de um ano."

Aqui nota-se, além do estilo pífio da moçoila, ignorância, que é - antes que me acusem de estar sendo grosseiro - o estado daquele que não tem conhecimento ou cultura, em virtude da falta de estudo ou da falta de experiência ou da falta de prática. Ou da má-fé. Pigarreio e continuo. Alguém precisa dizer a essa moça que o que funcionava desde 1952 no Flamengo era um buteco de verdade, que atendia pelo nome de Belmonte (peço publicamente a ajuda dos queridos Szegeri e Fraga), com um balcão enorme, espaçoso, um pé-sujo de primeira linha, que foi comprado, violado, destruído e reaberto com o mesmo nome por um cidadão que atende pelo nome de Antonio (não sei se com ou sem acento, mas sei que sem escrúpulo), figurinha fácil nas colunas do Jota. Investidor inescrupuloso (é mentira o que reza o letreiro de todas as filiais do Belmonte... "desde 1952"), vocês verão, mais abaixo, do que é capaz o sujeito.

"- O Belmonte é um pé-limpo - brinca Carlos."

Pausa. Notem como é fraca a moça que assassina a matéria. Brinca está mal aplicado. Há a cacofonia com o nome do tal estudante. Há uma absoluta ausência de brincadeira na frase do estudante, eis que a suposta piada é velha e sem nenhuma graça. Mas vamos à faceta do investidor do Belmonte.

"Para evitar concorrência, o dono do Belmonte comprou o ponto do outro lado da calçada e abriu o Bel Crepe, que, claro, tem muito movimento."

Que beleza! A mocinha conseguiu emplacar mais dois nomes: Belmonte e Bel Crepe (puta mau gosto, inclusive, na escolha do nome). E exalta, sem pudor, o feito do dono do Belmonte. É o monopólio sendo formado. A mentira sendo espalhada. Feito câncer. Vamos seguir, e notem o desfecho da matéria e como a coleguinha do Jota (vou chamá-la de Éle) consegue encaixar outro bar que nem aberto ainda está, e que também está sempre na coluneta do Consoante.

"O Baixo Copa vai ainda este ano ganhar outro bar, na esquina da Domingos Ferreira com a Barão de Ipanema: uma nova filial do Botequim Informal."

Um nojo.

Um verdadeiro nojo.

Até.

DANI CHEGOU!!!!!

Está dormindo.

E a seu lado...

Pepperoni dormindo, 21 de maio de 2006


Descansa o Pepperoni.

Ao lado de um dos pés de meu chinelo, que ele não larga.

Até.

20 DE MAIO DE 2006

Receita ideal para um sábado de sol gelado sem a minha Sorriso Maracanã...

Bar Brasil, Lapa, Rio de Janeiro, RJ, 20 de maio de 2006

Pegar o 433 na porta de casa, pagar R$1,90 em moeda, ir acompanhando tudo pelo caminho, sem pressa, atento, pra encontrar - quem?, quem? - Betinha e Flavinho no Bar Brasil conforme marcamos ontem à noite...

bolachas de chope no Bar Brasil, Lapa, Rio de Janeiro, RJ, 20 de maio de 2006

Jogar muita conversa fora, beber bastante chope, sempre schnitt, lembrar demais do Toledo com quem bebi dezenas de vezes naquela mesa, falar da saudade da minha garota, fazer planos de viagem, escolher o prato...

kassler defumado com salada de batatas do Bar Brasil, Lapa, Rio de Janeiro, RJ, 20 de maio de 2006

Ficar com a boca cheia d´água quando chega o kassler defumado com salada de batatas, beliscar a lentilha que eles dois escolheram, ficar contando as bolachas e dizer "ih!, já passamos de dez chopes cada um"...

Betinha lendo O PASQUIM em minha casa, 20 de maio de 2006

Daí realizar quase que um sonho, um plano que fiz com Dani quando ganhei a coleção d´O PASQUIM do Luiz Carlos (Toledo também!), e voltar pra casa só pra mostrar, orgulhosíssimo, os exemplares caprichados, capa dura, numerados um a um, e ficar de papo, lendo alto as entrevistas, lendo alto os textos todos, rir muito, fotografar, brincar com o Pepperoni, beber muito uísque...

Flavinho lendo em minha casa, 20 de maio de 2006

E pegar pequenos tesouros da biblioteca só pra ver a cara e os olhos de espanto do Flavinho, um leitor voraz, que passa a ler em voz alta trechos do livro "Palestinos: judeus da terceira guerra mundial", do Fausto Wolff, até que alguém diz:

- Vamos beber cerveja e comer carne assada no Rio-Brasília?

Assim seja.

De lá saímos quase à meia-noite.

Estou numa alegria louca.

Ela vem chegando.

E feliz vou esperando.

A espera é dífícil.

Mas eu espero cantando.

Zazoeira.

Até.

20.5.06

ELE TÁ DEMAIS!!!!!

Pepperoni, 20 de maio de 2006

30.000 VISITAS!!!!!

Inaugurei o Buteco no dia 24 de março de 2004 e é bastante gratificante verificar que, pouco mais de dois anos depois, o troço deu certo.

eu na casa da Betinha e do Flavinho em 19 de maio de 2006


Valendo-me de comentário que fiz ontem durante agradabilíssima noite na casa da Betinha e do Flavinho: eu posso me vestir mal (a Dani nunca permitiria que eu saísse desse jeito se estivesse em casa!), mas já atingi 30.000 visitantes, pô!

Até.

19 DE MAIO DE 2006

Receita ideal para uma noite fria de sexta-feira sem a companhia da minha Sorriso Maracanã...

taxímetro do táxi do Paulinho

Chamar o Paulinho, de longe o maior, o melhor, o mais fiel e prestativo taxista de todo o Rio de Janeiro, e tomar o rumo da casa da Betinha e do Flavinho que convidaram para - oh, troço chato... - provar toneladas de embutidos trazidos da viagem à Espanha com uísque e boa conversa, que é sempre garantida em se tratando deles, dois amados.
Leopoldo em 19 de maio de 2006


Nina em 19 de maio de 2006

Chegar lá e dar de cara com o Leopoldo e com a Nina e com uma confissão reveladora da Betinha:

- O Flávio ligava a cada dois dias aqui pra casa pra falar com a minha prima... E sempre ficava de olhos marejados quando perguntava do Leopoldo e da Nina...

Quem diria que o Xerife, macho cascudo egresso do Cachambi, fosse dar pra esse tipo de, como direi?, delicadezas emotivas?
Betinha em 19 de maio de 2006

Ficar de papo com a Betinha, a mais-querida, sempre exaltadíssima, falando com as mãos, com os pés, com a boca, com o corpo todo.
Flavinho em 19 de maio de 2006

Ficar de papo com o Flavinho, que chegou com a história das culinárias espanhola e basca na ponta da língua.
Guerreira em 19 de maio de 2006

Ficar de papo com a Guerreira, excitadíssima com a iminente mudança para a Tijuca, onde comprou apartamento.

Dalton em 19 de maio de 2006

Ficar de papo com o Dalton, meu irmão e cada vez mais meu irmão.

eu com a Nina em 19 de maio de 2006

Ficar de dengo com a Nina, beber mais de um litro de uísque, brindar à graça de ter os amigos, chamar o Paulinho pra me levar de volta às duas da manhã, tomar o rumo de casa com o Dalton, sentar no Buteco do Edu, beber mais quatro garrafas de Brahma, acertar o almoço de sábado no Bar Brasil e, ó, pra caminha contando as horas.

Ela chega amanhã!

Até.

19.5.06

VOLTA PRA CASA

(pra Dani, com amor)

"Casa de sombra, vida de monge
Quanta cachaça na minha dor
Volta pra casa, fica comigo
Vem que eu te espero tremendo de amor"


(Tom Jobim)


Dani em Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, 21 de maio de 2005


Ela chega amanhã, madrugada de sábado para domingo.

Domingo, faça chuva ou faça sol, vai ser o dia mais bonito da semana.

Disparado.

Até.

UM ENCONTRO HISTÓRICO

Reuniu-se ontem, 18 de maio de 2006, a confraria S.E.M.P.R.E. (Sociedade Edificante Multicultural dos Prazeres e Rituais Etílicos) para mais um Encontro Ordinário, dessa vez organizado por mim, e foi, meus poucos mas fiéis leitores, me perdoem o que pode lhes parecer presunção, um encontro do escol carioca em matéria de buteco. E digo "escol carioca em matéria de buteco" e não posso deixar de me lembrar do Jota, aquele sujeito que joga permanentemente contra tudo o que vivemos ontem, intensamente, das 20h, quando teve início a peleja, até às 3h, quando fechamos a conta. No Quitutes da Vovó, na gloriosa Rua do Matoso 125, na Tijuca, dica que me foi passada pelo Cesar Tartaglia (presente ao Encontro), vimos e vivemos a antítese dos botecos grifados, dos Cordon Bleu da baixa gastronomia, dos pés-sujos fashion, para citar apenas três termos nojentos cunhados pela citada consoante. (eu não sei se vocês já notaram, mas pousando o mouse sobre as fotografias é possível ler as interessantes legendas de autoria desse que vos escreve, algumas delas bastante elucidativas, como a que há na foto do Vidal com o Xerife)

Sob a copa de uma gigantesca pata-de-vaca, imensa mesa na calçada, os sete Confrades Efetivos, hoje o quadro completo da S.E.M.P.R.E., pela ordem de chegada, eu, Vidal, Branco, Fefê, Dalton, Szegeri e Flavinho e mais os convidados, também pela ordem de chegada, Isaac Goldenberg (meu pai), Zé Sergio, Cesar Tartaglia e Lara.

meu pai no Encontro da S.E.M.P.R.E. em 18 de maio de 2006


Notem que o Szegeri, o Pompa, meu Otto prático, veio de São Paulo apenas e tão somente para o Encontro que se anunciava histórico e histórico foi. Notem que o Flavinho, ainda confuso com o fuso da Europa (chegara na véspera da Espanha), fez questão de comparecer e o fez munido de um aparelho de CD para que pudéssemos ouvir Sérgio Sampaio, o homenageado da noite. Notem que o Zé Sergio despencou-se de longínquas terras em Niterói e bateu um bolão ao longo da noite (na minha opinião, o craque do jogo). Notem que o Tartaglia deixou a redação do jornal às dez da noite, suponho que cansado, mas esteve lá, foi bater o ponto e engrandecer a mesa. Notem que meu pai anda ressabiado de sair à noite, mas foi incapaz de recusar o convite e, mesmo cambaleante (bebe pouco, meu pai), agüentou o tranco até bem tarde.

Dalton e eu no Encontro da S.E.M.P.R.E. em 18 de maio de 2006... ou será o Flávio Silvino e eu?????


Szegeri e Branco no Encontro da S.E.M.P.R.E. em 18 de maio de 2006


No comando do buteco, dois craques: Raimundo (balcão e cozinha) e Adaílton (atendendo a mesa). A S.E.M.P.R.E. regalou-se com porções de salaminho, porções de queijo, croquetes de carne, porções de carne assada, canja de galinha e dobradinha. Bebemos dois engradados de cerveja (sempre geladíssima), uma garrafa de cachaça Cande, aprovadíssima, várias doses de Dudu e de destilados capazes de fazer um homem como o Jota tremer nas bases (eu tenho a impressão de que o Jota gosta mesmo é de um drink).

visão do balcão do Quitutes da Vovó, na Rua do Matoso 125, na Tijuca, Rio de Janeiro, RJ


panelão com a dobradinha servida no Encontro da S.E.M.P.R.E. em 18 de maio de 2006 no Quitutes da Vovó, na Rua do Matoso 125, na Tijuca, Rio de Janeiro, RJ


Tornando a noite ainda mais especial, o Flamengo venceu o Ipatinga por 2 a 1 e passou à final da Copa do Brasil que será disputada com o Vasco, em dois jogos que acontecerão apenas depois da Copa do Mundo. Em detalhe que torna tudo ainda mais coerente, nada de TV: o Dalton, com um radinho de pilha colado no ouvido, foi narrando, durante todo o tempo, os detalhes da partida.

Inúmeros momentos épicos deram cores ainda mais impressionante à noite, e não caberiam todos aqui, podendo, e devendo, os Confrades, listarem os melhores nos comentários a este texto. Mas é preciso destacar a senhora que foi à mesa, à certa altura, puxou da bolsa uma fotografia onde aparecia abraçada a seu filho e disse, olhos de orgulho:

- Esse é meu filho. Está jogando no Guarani, de Campinas. Mas já jogou no Fluminense. Ele é o Acerola!

E o Vidal deu de urrar:

- Sou fã do seu filho!

- Dá-lhe Acerola!

Isso comoveu demais a tal senhora. Que, depois das intensas demonstrações de carinho do Vidal, prometeu uma feijoada a ser marcada, bancada pelo Acerola (!!!!!), ali mesmo, naquela calçada! Isso, meus caros, só na zona norte.

E isso para não falar nos momentos clássicos... Telefonemas para Zé Szegeri, pai do Szegeri, sempre tão agredido pelo Fefê, seu fã número um. Telefonemas para a Rino, mãe do Dalton, obrigada, coitada, a falar com um por um. Agressões bárbaras entre os Confrades, notadamente entre o Dalton e eu, cessadas com manifestações de carinho olímpicas. E a sempre esperada sessão fodam-se-os-ausentes, sempre com o Flavinho como mediador.

Uma noite, como se vê, histórica. Com apenas uma nota triste. Eu diria que quase-trágica: Zé Sergio, a dinda afetiva do Szegeri e minha também, valendo-se de reprovável cavilação, mandou chamar o Paulinho, taxista do coração de todos, fez o Paulinho levá-lo ao inferno em Niterói e lá chegando disse ao trabalhador:

- Ih! sem dinheiro. Acho que o Edu me roubou.

Gargalhou, arrotou, entrou pelo portão e mais não disse. Um biltre incomensurável, o Coroca.

Até.

18.5.06

MENGOOOOO!!!!!

Reúne-se hoje a S.E.M.P.R.E. (Sociedade Edificante Multicultural dos Prazeres e Rituais Etílicos) às 19h e um tantinho mais tarde entram em campo, no Maracanã, Flamengo e Ipatinga para decidirem quem disputará a final da Copa do Brasil com o Vasco, que arrancou ontem a classificação diante do Fluminense.

Uma final da Copa do Brasil entre Flamengo e Vasco será, sem dúvida, eletrizante.

eu de costas, 07 de maio de 2006


Mas para isso, evidentemente, o Flamengo tem de passar pelo Ipatinga logo mais à noite.

Razão pela qual eu, cheio de orgulho, visto hoje essa camisa, minha e só minha, com meu nome, meu ano de nascimento e uma de minhas preferências, tudo estampado nas costas, para, de pé no balcão erguer o copo ao êxito do rubro-negro que, ultimamente, eu defino assim: rubro de vergonha e negro de perspectiva. Reverter isso, é tudo o que quero.

Até.

17.5.06

AMANHÃ É DIA DE CONFRARIA

Reúne-se amanhã, 18 de maio de 2006, a Confraria S.E.M.P.R.E. (Sociedade Edificante Multicultural dos Prazeres e Rituais Etílicos), a partir das 19h, em local que não me é permitido dizer, ao menos ainda, por forças estatutárias. Conto-lhes depois do Encontro, provavelmente na sexta-feira.

Depois de um longo período em que esteve dispersa, a Confraria, revolvida por seus bravos membros, irá juntar-se novamente em torno de uma mesa, de um pé-sujo, de boa comida e de boa bebida, recebendo como convidados os queridos Cesar Tartaglia e José Sergio Rocha. Tendo como objetivo um dentre tantos previstos em seu Estatuto: lutar contra a odiosa proliferação dos botecos com "o" (e não butecos), dos drinking-center, como bem disse o Fraga, dos bares grifados e dos Cordon Bleu da baixa gastronomia, como prega o igualmente odioso Jota.

Mas acima de tudo, meus amigos, me dá especial alegria verificar a força dessa Confraria.

Acabo de receber, pelo celular, mensagem do Szegeri (que pela primeira vez assina Pompa).

De São Paulo, decisão tomada de última hora como pedem os grandes momentos como o que se anuncia, meu irmão, meu Confrade querido, o Pompa chega amanhã.

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Até.

E COMO FAZ SOL...

... depois de vários dias nublados, dias anti-cariocas, dias soturnos, e como o céu está num azul dele próprio se admirar, parece até mesmo que fui eu que o pintei por amor e por saudade da minha Sorriso Maracanã, a trabalho em Salvador...

céu da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, 17 de maio de 2006



... nosso mais novo companheiro, o Pepperoni, provando que de bobo não tem nada, catou uma brecha de sol ao pé da cama e ó, lá na maior preguiça.


Pepperoni, 17 de maio de 2006


Até.

17 DE MAIO

Hoje, 17 de maio, faz anos a formosa, minha mãe. Ergo, então, o copo à sua saúde torcendo para que ainda possamos fazer isso juntos por muitos anos. E vamos ao que me corrói desde ontem.

De mim pode-se dizer quase tudo: que sou antipático, mal humorado, parcial, exagerado. Não que eu acate ou mesmo aceite, eis que depois da chegada da Sorriso Maracanã em minha vida deixei a antipatia e o mal humor no pasto que vacas tentaram destruir. Parcial eu sou mesmo. Exagerado, jamais. Mas admito que falem, admito. Avaliação, afinal, cada um faz a sua. Agora, francamente. O que não admito em hipótese alguma é ouvir dizerem que eu não sou solidário com os que amo. Ah, isso não. E explico.

O Szegeri, por exemplo. O Szegeri é um sujeito a quem eu amo. Alma afim, irmão siamês, o Szegeri é, para mim, o amigo necessário. Tenho, aliás, já lhes disse isso, ligado diariamente para o Pompa a fim de lhe ouvir desde conselhos graves a até mesmo um simples e paulista "bom dia". Faz-me bem. Vejam um dos textos de ontem, por exemplo. Estava eu discorrendo sobre uma matéria qualquer publicada recentemente, quando, já quase no final do texto estaquei: não há o Szegeri, ainda. E tasquei, ali, na quadragésima linha (número redondo, pomposo, como ele bem merece), seu nome solto... Szegeri. Fechei o texto feliz com a sensação de dever cumprido. Mas enfim, vou ser objetivo.

Fernando Szegeri em Pouso da Cajaíba, 27 de março de 2005, foto de minha autoria


Estava ontem, no meio da tarde, assoberbadíssimo, diante do monitor, trabalhando, preparando petições, quando tocou o som do OutlookExpress comunicando a chegada de uma nova mensagem. Fui checar. Email do Szegeri. E email do Szegeri é sempre um acontecimento. Queixava-se, meu bom amigo, de algumas coisas que em absoluto interessam a vocês. Respondi, com certa pressa, sua mensagem e, minutos depois, novamente a sineta toca. Novo email do Pompa. Não vou aqui, ao contrário do que já fiz em outras ocasiões quando isso mostrou-se necessário para ampla compreensão dos fatos em análise, quebrar o sigilo da correspondência na íntegra, mas apenas um parágrafo do taciturno e lúgubre email do Pompa:

"Obrigado, querido. Acho que estou com um certo complexo de rejeição, depois de ter sido o ÚNICO da minha seção a não ser convidado para o almoço de despedida de uma colega."

Notem bem. Antes de mais nada é preciso dizer que somente quem o conhece e tem a capacidade de ouvir sua voz dizendo "NUNCA" quando lê um "NUNCA" desses, em caixa alta, num de seus emails, é capaz de rir, mesmo diante da tragédia anunciada.

Eu imaginei a cena e fui um abatido dali em diante.

Todos os colegas do Pompa cochichando na repartição. Trocando bilhetes. Olhares. E isso desde cedo. Até que há o badalo do sino ao meio-dia. E os funcionários se atropelam em busca da roletinha da saída e fica ele, o bom Szegeri, ali, sozinho, em meio a processos, prontuários, pareceres, encarando a triste sensação do abandono. E com fome.

Voltei ao email e minha dó aumentou. O Pompa mandou-me o tal email ao meio-dia e oito minutos. Ou seja. Oito minutos após a humilhação a que foi submetido pela vaca com quem trabalhava (se o almoço foi para a despedida da vaca, o verbo no passado é adequado) meu irmão estava fazendo do teclado e do monitor seus confessores e de mim seu confidente.

Tivesse eu dinheiro sobrando e teria partido em direção ao Santos Dumont, tomado o primeiro vôo para São Paulo, um táxi para a repartição onde trabalha o Pompa e esperado a vaca e seus coleguinhas voltarem do almoço. E invadiria, como um huno, a saleta onde o encontraria faminto, com olhos desgostosos e a alma pisada.

Para saltar num abraço e num urro:

- Vamos, Fernando Szegeri! Vamos almoçar no Pasquale! - e olhando pra vaquinha - Vamos que essa vaca não te merece!

Faria isso, ou algo do gênero.

Parcialíssimo.

E aí ele daria pulos como esse da foto. De alegria e de orgulho de mim.

Até.

16.5.06

LUANA PIOVANI

(da série SACO: só acontece comigo)

Eu tenho um hábito que, confesso, me diverte. E passei a lançar mão dele justamente para me livrar do enfado de uma viagem de táxi (mas funciona, também, em ônibus, na praia, em qualquer lugar).

E não preciso de mais nada além de um celular. Explico.

E explico contando o que fiz no dia do meu aniversário, 27 de abril.

Tomei o táxi na porta de casa em direção ao escritório. Sentei-me à frente, ao lado do motorista, e bati o telefone pro Szegeri a fim de agradecer as flores que chegaram logo cedo lá em casa. Liguei pra Stê, em seguida. Quando estava discando pra Juliana Amaral, o homem diz:

- Já vi que é seu aniversário, doutor. Parabéns!

- Obrigado, chefe! - e falo com a Ju.

Quando desligo é que me vem a idéia.

Luana Piovani


E começo o troço, celular no ouvido.

Notem que o motorista me ouve, apenas, evidentemente.

- Alô? É do PROJAC? (...) Quem está falando? (...) Ô, Lúcia, bom dia... Você pode me ligar com o estúdio 4?

O motorista de soslaio, atento.

- Alô? Quem fala? (...) Oi, Lucineide... Se eu não estiver enganado a gravação está no intervalo, certo? (...) (finjo uma pequena gargalhada) Você pode ver se a Lu está por aí? (...) Ah, sim. Desculpa... (rio de novo) Luana Piovani. (...) Eduardo. (...) É particular. (...) Ela sabe quem é. (...) OK, querida, eu espero.

O cara não segura o susto e o carro engasga. Os olhos em mim.

- Oi, meu amor! E precisava disso, Lu? (gargalho) (...) Você não existe... (...) Marquei às nove da noite. (...) Você vai, né? (gargalho muito) (...) Ô, meu amor, se você vai chegar tarde mas vai chegar sozinha, é até melhor, né? (dou soquinhos no painel do táxi e rio mais)

O motorista aumenta o ar-condicionado e acompanha minha conversa como se fosse jogo de Copa do Mundo.

- Tá bem, gatinha. (...) Eu durmo lá, então. Acho que tem uns pijamas meus na tua casa, não tem? (mais risos) (...) Tá bom, então, meu amor. (...) Bom dia pra você. (...) Outro, querida. (...) Na boca também...

Desligo já quase no Largo do Machado.

- Quanto deu, patrão?

- Do-do-doze reais.

- Táqui - e estendo quinze.

Ele me passa o troco dizendo:

- O doutor me permite?

Faço um ar bem blasè:

- Claro.

- O Sr. estava falando com a Luana Pi-piovani... a... atriz?

Faço ar de contrariado:

- Estava, chefe.

- O Sr. não me leva a mal, não... Mas... o-o-onde o Sr. vai comemorar o aniversário?

- Hein?!

Levanto. Bato a porta.

O cara ainda me chama:

- Do-do-dotô! Por favor...

Viro-me já na calçada:

- Sim.

- É meu sonho vê-la de perto... Vi que o Sr. é bem amigo dela... Vai até dormir lá hoje... (ele tem os olhos marejados) Quebra essa pra mim, chefia...

- Boa tarde, meu chapa! Era só o que me faltava!

E guincho de rir antes mesmo de chegar ao elevador.

Até.

SÓ DÓI QUANDO EU RIO

(da série EU ASSINO EMBAIXO)

Diante da minha empolgação com o que li hoje no Sodói, blog do meu querido irmão Szegeri, inauguro hoje, no Buteco, a série "EU ASSINO EMBAIXO", que transcreverá, quando for o caso, troços que eu gostaria de ter escrito. E eu, de fato, assino embaixo disso aí:

"Terça-feira de cinzas

Manhã de cidade esvaziada, movimento muito abaixo do normal, clima geral de ressaca de um não-carnaval onde o morro, efetivamente, desceu. E tenho que me confessar verdadeiramente aterrorizado.

Aterrorizado com a irresponsabilidade e a falta de mínimo compromisso ético de veículos de comunicação de massa, concessionários de serviço público, a disseminar indiscriminadamente um sem número de boatos com o intuito único do faturamento comercial. Esses deveriam ser os primeiros bandidos a serem presos.

Aterrorizado com a facilidade com que uma população inteira, capitaneada por uma elite com acesso a automóveis e computadores, se deixa irracionalmente levar ao estado de pânico; seu absoluto estranhamento e despreparo em relação ao mundo de violência que domina o cotidiano de noventa por cento da população brasileira.

Aterrorizado pelo desfile de autoridades e pseudo-analistas em dezenas de depoimentos absolutamente - quero repetir: ABSOLUTAMENTE - incapazes de passar da estrita superficialidade dos fênomenos ocorridos, tratando de reduzí-los a implicações e explicações de cunho administrativo-gerencial, a única lógica que a sociedade coisificada parece capaz de compreender. Debater sobre formas e modelos desprovidos de conteúdo material é o que eles sabem, incapazes de lidar com contradições gritantes de forma minimamente operacional. Que fazem diagnósticos franceses, advogam soluções estadunidenses, sem perceber que nossa sociedade tem muito menos em comum com Holanda e Canadá do que com Ruanda ou Burundi.

Aterrorizado pelo fato de que nem a de certa forma inédita e generalizada eclosão de um estado extremo de violência possa dissuadir a média da opinião pública da idéia suicida de que a repressão deva ser intensificada. De que as pessoas continuem a pedir mais e mais violência e não percebam que é precisamente a inexistência de controles e limitações racionais do modo de proceder do aparelho repressivo que gere um campo de disputa onde vencerá o mais apto a dominar esses modos de atuação. Quando o estado usa irracional e ilimitadamente a violência - de cujo uso deveria deter o monopólio justamente por usá-la de forma estritamente racional - joga-se em uma batalha a priori perdida: os "inimigos" serão sempre mais numerosos, estarão sempre em posição geográfica provilegiada, mais disseminados, mais escondidos, mais motivados e com menos a perder.

Aterrorizado pela incapacidade das pessoas mais próximas em compreender que o clamor por uma interpretação que leve em conta a estrutura violenta da sociedade brasileira, baseada na hierarquia, no privilégio de castas e estamentos e historicamente mediada pela repressão, não configura sociologismo despreocupado de resolver as questões emergenciais que se põem para o reestabelecimento da normalidade social. Mas que, ao contrário, num momento agudo de crise, só um esforço profundo para compreender os complexos processos econômicos, políticos e simbólicos é via apta à reconstrução de alguma racionalidade capaz de desviar a rota deste nosso trem desgovernado rumo à completa dissolução das formas civilizadas. Falando na linguagem direta que a situação exige: é preciso dialogar e se entender com a bandidagem, não para se curvar quando a situação não tem mais remédio, mas para estabelecer padrões mínimos de interlocução que ponham frente a frente as forças sociais que eles representam, de um lado, e o estado de direito, de outro. É hora de encararmos que as massas excluídas, das quais a criminalidade é somente uma das vozes (a mais poderosa, por óbvio), representam uma força social presente e efetivamente constitutiva do modelo sócio-econômico que criamos e não uma anomalia na ordem constituída que se possa enfrentar reprimindo. E como tal merecem respeito, senão por sua dignidade humana abstrata, pela capacidade que adquiriram de fazer valer seus interesses, língua que a sociedade capitalista entende bem.

Aterrorizado com a passiva perplexidade das forças políticas sinceramente comprometidas com a transformação da sociedade brasileira, sua completa incapacidade de enxergar as formas presentes de negatividade que dominam as sociedades capitalistas periféricas, presas a diagnósticos historicamente desatualizados e a práticas políticas estratégicas elaboradas em face de realidades hoje superadas, se é que em algum dia tiveram lugar entre nós. Incapazes que são de perceber como as formas de opressão social e de destruição do indivíduo há muito deixaram de se restringir à extração da mais-valia, não vêem que não é mais o proletariado a encarnação da negatividade que move dialeticamente a História, muito menos que esse movimento possa não nos levar aonde pensávamos que levaria. Ignoram a complexização das formas opressivas que ensejam no substrato simbólico coletivo a identificação das vozes da resistência indistintamente com o PCC, Che Guevara e Osama Bin Laden. Enquanto estamos preocupados em ganhar os congressos estudantis e dirigir as entidades sindicais, o bonde da História está a depositar em outras mãos as forças de dissolução da ordem burguesa.

Este espaço propõe-se há quase dois anos e meio a falar de cultura. E é de cultura que se vai continuar a falar, é de cultura que se PRECISA falar, antítese única e possível da barbárie.

Fernando Szegeri"


Edu


Até.

OS CHEFS E OS BUTECOS

(ou UMA MANEIRA TORTA DE DRIBLAR O PRECONCEITO)

Há umas semanas a revista RioShow que sai às sextas-feiras encartada no jornal O GLOBO trouxe como matéria de capa (aliás, matéria repetida várias vezes...) a avaliação da comida de alguns butecos cariocas feita por grandes chefs de cozinha, donos dos mais refinados restaurantes cariocas. Não vou sequer citar seus nomes. É o que menos importa.

Importa é a falsa sensação que matérias do gênero provocam. Explico dando um exemplo. Alguns dias depois encontro com a Manguaça. E ela me saúda:

- Oi, Edu! Lembrei de você na sexta-feira! Viu que maneira a matéria de capa da revistinha do O GLOBO? - a Manguaça vale-se do adjetivo maneira com uma freqüência impressionante.

E eu lhe respondo:

- Vi. Mas não achei nada maneira - eu disse maneira de forma bem debochada.

E o que expliquei a ela, explico a vocês.

foto de autoria de Paulo Barbosa em http://www.pbase.com/pbarbosa


Quero que alguém me explique um troço: de que espécie de autoridade estão investidos esses chefs de cozinha, pernósticos no mais das vezes, para avaliarem a comida de um buteco que não têm os estropiados, os andrajos, os zés e manés que anonimamente se fartam, dia após dia, nas mesas e nos balcões dos butecos espalhados por toda a cidade?

Alguma vez, essa ou qualquer outra revista, qualquer repórter, pensou em passar a conversa num cidadão como esse aí da foto, recolhê-lo numa van refrigerada e dar uma voltinha pela cidade (pela zona sul, para ser mais preciso) em busca de obter seu parecer sobre as supostas obras-primas gastronômicas desses chefs?

Não. Nunca.

Eis a razão pela qual não vejo valor algum na matéria. Não a respeito. Não compreendo o objetivo do repórter. Soa, para mim, como uma tentativa estúpida e babaca de dizer "botequins fedorentos podem também fazer boa comida tanto que os chefs também os aprovam". Quero ver - isso sim! - a mesma RioShow recolher uma meia-dúzia de malandros freqüentadores dos botequins mais vagabundos, aos quais eu não resisto, e levá-los ao Carlota. Ao Olivier Cozan. Ao Roberta Sudbrack, comandado pela ex-chef de cozinha do Palácio do Planalto na Era FHC (vale visitar o site da moça para que vocês percebam como sou coerente... Qual seu bar preferido? Jobi, evidentemente).

Szegeri.

Como esses malandros costumam ser muito, mas muito mais autênticos, honestos e verdadeiros que aqueles que vivem de pose e da pose precisam para se manter (como esses chefs que cobram os olhos da cara por esculturas ridículas que ocupam 5% da área útil de um prato minpusculo), a matéria seria, além de mais significativa, muito mais engraçada.

E para fechar.

Vejam como o Jota é, além de incansável na arte de bajular estabelecimentos comerciais localizados na zona sul da cidade, também versátil para inventar um mote babaca capaz de lhe permitir a citação, a babada de ovo, a menção ao nome e à efetiva propaganda.

nota publicada no jornal O GLOBO, Segundo Caderno, 16 de maio de 2006


Para poder falar do Bar Saturnino, provavelmente valendo-se do método que ele mesmo apregoou (vejam aqui), o Jota dá uma volta imensa e no finalzinho da nota usa a expressão "aliás e a propósito".

Fosse o Jota honesto e a nota seria redigida de trás pra frente. Para que tudo fizesse sentido e ele dissesse "Aliás e a propósito: os sócios do Bar Saturnino...". Vale a visita ao site do Bar Saturnino. Ele é auto-explicativo para que se compreenda a razão pela qual esses estabelecimentos (Saturnino, Devassa, Belmonte, Manoel & Joaquim, Informal, Conversa Fiada etc etc etc) estão destruindo o Rio de Janeiro.

Até.

15.5.06

15 DE MAIO...

... é dia de festejar dois meses longe do cigarro...

... é dia de erguer o copo à saúde da Guerreira, que faz anos...

... é dia de acompanhar a convocação da seleção brasileira pela TV...

... é dia de acompanhar, atento, os movimentos assustadores que vitimam São Paulo. E, conseqüentemente, todo o Brasil.

Até.

FILOSOFIA DE VIDA

Na foto abaixo, tirada em 25 de fevereiro de 2006 na Cinelândia, momentos antes da saída do portentoso Cordão da Bola Preta, Augusto Diniz, Julio Vellozo, eu e Fernando Borgonovi. Ou, se preferirem, um paulista, um paulista, eu e um paulista. Ou, ainda, um comunista, um comunista, eu e um comunista.

Augusto Diniz, Julio Vellozo, eu e Fernando Borgonovi, 25/02/06, carnaval, Cinelândia, Rio de Janeiro, RJ


Ignorarei solenemente as figuras impolutas do Augusto e do Fernando para falar desse também portentoso Julio Vellozo. Um dos grandes amigos e irmãos do meu mano paulista, o bom Szegeri, o glorioso Pompa, o Julio Vellozo era, para mim, há até um ano, mais ou menos, um sem-cabeça. Explico. Ficava o Szegeri:

- O Julio isso...

- O Julio aquilo...

- Você tem que ver o Julio...

E nunca que me apresentava o sujeito. Eu chegava a duvidar de sua existência.

Mas um dia o bom Szegeri o apresentou a mim. E de lá para cá já nos vimos, creio eu, uma boa dúzia de vezes. Ou mais. E eis o que me impressiona no Julio (eis que nem no Kremlin, um dia, houve alguém assim tão fiel a princípios).

Em todas as ocasiões em que nos encontramos estendi a mão e amistoso perguntei:

- Como vai, Julio?

E ele:

- Mais comunista que nunca.

Comunista, aliás, como o Szegeri. E como o Borgonovi. E como o Augusto (não sei se o Augusto é comunista, mas me é cômodo, nesse momento, que seja). Estou, notem, cercado de vermelhos.

Mas além das incontáveis lições emanadas desse homem uma eu absorvi e aplico mês a mês.

O Julio defende um troço com o qual eu, francamente, concordo como um comunista iniciante numa das torres do Kremlin de Moscou durante intensa catequese.

O homem recebe seu salário. E deve, nos primeiros cinco dias, torrá-lo sem piedade. Isso significa dizer que, a cada mês, o homem viverá cinco dias como um milionário (o sonho de todo comunista, de todo capitalista, de todo homem, notem bem). A cada ano, 60 dias (dois meses) como um milionário. A cada seis anos, 1 ano como um milionário. E em sessenta anos, 10 anos como um milionário. O que é, convenhamos, uma delícia tentadora.

É isso.

Quando eu vou para BH durante a semana para encontrar minha garota e para beber, quando visito o Szegeri de sopetão, quando compro livros, discos, quando já estou no sexto dia após o recebimento do salário com uma latinha de Pomarola estendida pedindo ajuda aos amigos, estou sendo, integralmente, um seguidor do Julio Vellozo, um grande filósofo.

Até.

14.5.06

E COM VOCÊS...

Bom...

Eu tava hoje andando com Dani por Copacabana. Tínhamos o detestável e protocolar almoço do dia das mães marcado num restaurante na Avenida Atlântica às 14h e chegamos às 13h, justo para caminhar pela orla, sem compromisso.

Dani, na Rua Almirante Gonçalves, bem diante do Bip Bip, dá de cara com um cachorrinho no colo de um guardador de carros. Me chama, segura minha mão e afagando o menino pergunta:

Pepperoni em nossa casa, 14/05/06


- Ô, moço... que lindo... Quantos meses?

- Nem três. Quer, moça? Uma menina acabou de abandoná-lo aqui. Vinte paus e ele é seu.

Pronto.

Desde hoje, conosco, mantendo a linha das pimentas, Pepperoni na área.

Pepperoni em nossa casa, 14/05/06


Então com vocês, Pepperoni. Peppe para os íntimos. Pepper, para os mais rebuscados. E como somos padrinhos dedicados, nossos seis afilhados são os padrinhos do garoto.

Até.