Hoje, 17 de maio, faz anos a formosa, minha mãe. Ergo, então, o copo à sua saúde torcendo para que ainda possamos fazer isso juntos por muitos anos. E vamos ao que me corrói desde ontem.
De mim pode-se dizer quase tudo: que sou antipático, mal humorado, parcial, exagerado. Não que eu acate ou mesmo aceite, eis que depois da chegada da Sorriso Maracanã em minha vida deixei a antipatia e o mal humor no pasto que vacas tentaram destruir. Parcial eu sou mesmo. Exagerado, jamais. Mas admito que falem, admito. Avaliação, afinal, cada um faz a sua. Agora, francamente. O que não admito em hipótese alguma é ouvir dizerem que eu não sou solidário com os que amo. Ah, isso não. E explico.
O Szegeri, por exemplo. O Szegeri é um sujeito a quem eu amo. Alma afim, irmão siamês, o Szegeri é, para mim, o amigo necessário. Tenho, aliás, já lhes disse isso, ligado diariamente para o Pompa a fim de lhe ouvir desde conselhos graves a até mesmo um simples e paulista "bom dia". Faz-me bem. Vejam um dos textos de ontem, por exemplo. Estava eu discorrendo sobre uma matéria qualquer publicada recentemente, quando, já quase no final do texto estaquei: não há o Szegeri, ainda. E tasquei, ali, na quadragésima linha (número redondo, pomposo, como ele bem merece), seu nome solto... Szegeri. Fechei o texto feliz com a sensação de dever cumprido. Mas enfim, vou ser objetivo.
De mim pode-se dizer quase tudo: que sou antipático, mal humorado, parcial, exagerado. Não que eu acate ou mesmo aceite, eis que depois da chegada da Sorriso Maracanã em minha vida deixei a antipatia e o mal humor no pasto que vacas tentaram destruir. Parcial eu sou mesmo. Exagerado, jamais. Mas admito que falem, admito. Avaliação, afinal, cada um faz a sua. Agora, francamente. O que não admito em hipótese alguma é ouvir dizerem que eu não sou solidário com os que amo. Ah, isso não. E explico.
O Szegeri, por exemplo. O Szegeri é um sujeito a quem eu amo. Alma afim, irmão siamês, o Szegeri é, para mim, o amigo necessário. Tenho, aliás, já lhes disse isso, ligado diariamente para o Pompa a fim de lhe ouvir desde conselhos graves a até mesmo um simples e paulista "bom dia". Faz-me bem. Vejam um dos textos de ontem, por exemplo. Estava eu discorrendo sobre uma matéria qualquer publicada recentemente, quando, já quase no final do texto estaquei: não há o Szegeri, ainda. E tasquei, ali, na quadragésima linha (número redondo, pomposo, como ele bem merece), seu nome solto... Szegeri. Fechei o texto feliz com a sensação de dever cumprido. Mas enfim, vou ser objetivo.
Estava ontem, no meio da tarde, assoberbadíssimo, diante do monitor, trabalhando, preparando petições, quando tocou o som do OutlookExpress comunicando a chegada de uma nova mensagem. Fui checar. Email do Szegeri. E email do Szegeri é sempre um acontecimento. Queixava-se, meu bom amigo, de algumas coisas que em absoluto interessam a vocês. Respondi, com certa pressa, sua mensagem e, minutos depois, novamente a sineta toca. Novo email do Pompa. Não vou aqui, ao contrário do que já fiz em outras ocasiões quando isso mostrou-se necessário para ampla compreensão dos fatos em análise, quebrar o sigilo da correspondência na íntegra, mas apenas um parágrafo do taciturno e lúgubre email do Pompa:
"Obrigado, querido. Acho que estou com um certo complexo de rejeição, depois de ter sido o ÚNICO da minha seção a não ser convidado para o almoço de despedida de uma colega."
Notem bem. Antes de mais nada é preciso dizer que somente quem o conhece e tem a capacidade de ouvir sua voz dizendo "NUNCA" quando lê um "NUNCA" desses, em caixa alta, num de seus emails, é capaz de rir, mesmo diante da tragédia anunciada.
Eu imaginei a cena e fui um abatido dali em diante.
Todos os colegas do Pompa cochichando na repartição. Trocando bilhetes. Olhares. E isso desde cedo. Até que há o badalo do sino ao meio-dia. E os funcionários se atropelam em busca da roletinha da saída e fica ele, o bom Szegeri, ali, sozinho, em meio a processos, prontuários, pareceres, encarando a triste sensação do abandono. E com fome.
Voltei ao email e minha dó aumentou. O Pompa mandou-me o tal email ao meio-dia e oito minutos. Ou seja. Oito minutos após a humilhação a que foi submetido pela vaca com quem trabalhava (se o almoço foi para a despedida da vaca, o verbo no passado é adequado) meu irmão estava fazendo do teclado e do monitor seus confessores e de mim seu confidente.
Tivesse eu dinheiro sobrando e teria partido em direção ao Santos Dumont, tomado o primeiro vôo para São Paulo, um táxi para a repartição onde trabalha o Pompa e esperado a vaca e seus coleguinhas voltarem do almoço. E invadiria, como um huno, a saleta onde o encontraria faminto, com olhos desgostosos e a alma pisada.
Para saltar num abraço e num urro:
- Vamos, Fernando Szegeri! Vamos almoçar no Pasquale! - e olhando pra vaquinha - Vamos que essa vaca não te merece!
Faria isso, ou algo do gênero.
Parcialíssimo.
E aí ele daria pulos como esse da foto. De alegria e de orgulho de mim.
Até.
10 comentários:
Cadela filha da puta!!!!!!
Não estou, evidentemente, me referindo ao Peperoni
ZÉ SERGIO: liguei há pouco para a repartição. Atendeu-me o Pompa. E soube, infelizmente, que a vaca e/ou cadela de fato não mais trabalha lá. Fez o almoço-despedida ontem e não voltou mais. O que até certo ponto é bom. Pensei seriamente em colocar meu plano em ação.
Edu esse texto aí entra fácil para sua antologia. E por falar em antologia quando vem seu novo livro? Você escreve melhor a cada dia.
"Antologia" é o estudo das antas???
Não, é o estudo dos antônimos. O verbete referente a antas é antalogia ou tapirologia.
Edu,
coloco-me desde já no rol dos solidários ao nosso Fernandão. E digo mais: se o referido cumpadre tivesse acionado a falange comunista que fica apenas duas ou três ruas abaixo da repartição, teria almoçado em companhia digna de bandeijão da Scania nos áureos tempos grevistas do ABC.
Abraço
É sempre alentador ter a presença culta de um Dinda por perto.
Ô FH, não vem com essa de anônimo que eu te manjo!
Edu, isso aqui tá mais buteco do que nunca: todo mundo falando ao mesmo tempo, meia dúzia de assuntos diferentes e, principalmente, ninguém entendendo nada!
SZEGERI: quem é esse anônimo aí? Esse "Fernandão" denuncia, não?
Grande momento. Como disse o Szegeri (ou Pompa?), está a maior zorra no balcão do buteco, Edu. Como você queria mesmo né? Abração. Tô sempre aqui, mesmo que caladão.
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