20.6.06

HOJE É DIA DE DALTON

O Dalton, meu irmão e cada vez mais meu irmão, no dia 13 de dezembro de 2005, um dia depois do lançamento do meu livro no Estephanio´s (comprem, pô!), mandou-me comovente email. Aliás, extremamente comovente. Vou quebrar o sigilo da correspondência e vocês hão de concordar comigo. Eis a transcrição, na íntegra:

"Se você não entendeu a razão de, após receber o livro de suas mãos, enfiá-lo bem no fundo da sacola, colocá-lo numa caixa, envelopá-lo, plastificá-lo e lacrá-lo para só abrir em casa, já por dentro das cobertas, aí vai a explicação.

Bicho, estava muito contente por você ontem. E devo confessar que a força e a intensidade da alegria que me tomou quando cheguei ao bar surpreendeu a mim mesmo.

Pude, mesmo que por alguns segundos, percorrer o caminho que te levou a realizar o sonho de estar ali compartilhando um filho com as pessoas que gosta. Meu beiço já escorregara em baba quando a Rino revelara a razão das flores. Depois, prendi a respiração quando vi você assinando o pedaço do sonho que agora me pertence. Não tive coragem, mesmo, de ler na frente dos outros... Seria vexame na certa. Nem sempre é interessante fazer parte do rol daqueles que desabam facilmente.

E devo confessar que de nada adiantou a estratégia. Chorei mais que o mais imberbe dos infantes. Senti-me um filhote de Camafeu. Mas ainda tive o mínimo de bom senso de cancelar a ligação que ia berrar no seu ouvido, certamente mouco àquela altura do campeonato. Ninguem merece um bêbado chorando de madrugada, principalmente quando provavelmente se comemora o sucesso da empreitada. Por isso resolvi escrever.

É verdade, meu irmão... Você foi um dos gratos presentes que a vida me deu. E chegou no exato momento em que já apontava o dedo para o alto e pedia para o garçom passar a régua. Amizade é para poucos - sabemos disso - e eu, já determinara fechar meu círculo. Apareceste como a saideira. Veio na pressão, com 3 dedos de creme e no copo reto. Por isso, tenho absoluta certeza de que valeu a pena reabrir a conta.

Você tá aqui dentro, ó... Muito bem guardado. Conte sempre comigo.

Parabéns.

Beijo."


Dalton, em foto de Paulo Barbosa

Tenho, depois de reler essa despudorada declaração de amor, os olhos marejados mais uma vez, exatamente como naquela tarde, há pouco mais de seis meses. Até porque há a beleza da palavra do homem cumprida. Acho que nesses seis meses precisei contar com o malandro um bom número de vezes. E atenção, oportunistas de plantão (sempre os há)!!!!! Jamais - eu disse jamais! - o cara me faltou. Nem sequer atrasou. Competente. Imprescindível. Um cracaço.

Jamais respondi ao meu irmão esse email. Jamais. Era começar a ler, chorar e travar. Não saía nada. Não consegui, simplesmente.

Razão pela qual, com a homenagem que lhe presto hoje, de pé no balcão imaginário do Buteco, quero retribuir o carinho e pedir perdão, de público, pelo que pode ter soado como uma falta. Quando um amigo faz anos o dia é de festa. Quando um irmão faz anos o dia é a festa. E hoje vou estar com o malandro, pessoalmente, para mais uma rodada, para mais um abraço fraterno, para mais um beijo paterno (ele é um menino, afinal) e para o brinde que haverá de ser ruidoso o bastante para ficar na memória, capaz de dimensionar meu amor por ele.

Por tudo o que ele é, um poemeto assim, de sopetão, pro Dalton (e é só pra ele entender, pô!):

Tão novo, meu filho.
Tão igual, meu irmão.
Tão forte, meu pai.

Repetirei mil vezes
em feitio de oração...

Dalton, meu amigo,
meu irmão e cada vez mais meu irmão:

por termos a alma um do outro,
e sobrepostas as dores que sentimos,
é que são intensas as ressacas
- e rimos sempre dos babacas -
e muito intenso o que dividimos.


Saravá. E até.

6 comentários:

Anônimo disse...

Dalton você é um cara de sorte.

Para merecer uma declaração dessas do Edu, putz.

Parabéns cara.

Parabéns Edu.

Anônimo disse...

Manda um beijo beeeeeeeeeeem gostoso no Dalton. Fiquei fã dele desde o dia em que vi uma foto muito linda dele aqui.

Szegeri disse...

Agora é que caiu a ficha: é uma espécie de concurso...

Anônimo disse...

Edu, meu amor!!!! Não vejo a hora de encontrar vcs, que bom que está chegando! Mande um monte de beijos pro Dalton, please (não tenho o e-mail dele).
beijos

Anônimo disse...

Parabéns aí, Dalton! Graças ao Edu os personagens deles se tornam próximos! Saúde.

Anônimo disse...

Capitão-do-mato,

Há exatos 33 anos, 20 de junho de 1973, falecia meu pai, enquanto conversávamos em nossa casa – compreensivelmente, nesta data, me dedico, única e exclusivamente, à matilha engarrafada.

Vi em sua relação com seu pai, desde o primeiro gole, grande parecença com a que eu tinha com o meu, o que me conforta num dia como o de hoje.

Com seu filho, pai e irmão, e cada vez mais seu irmão, é nítido que a relação se assemelha com as acima, e é notável a rara sensibilidade do Dalton.

Peço que você transmita a ele meu melhor (mesmo!) abraço, e espero poder beber algumas com vocês na quinta-feira, cedo, coração apertado, no Estephanio’s.

Fraternos abraços.

Saravá!

Fraga