20.7.06

FLAMENGO 2 X 0 VASCO

O Flamengo venceu o Vasco ontem, por dois a zero, pela primeira partida das finais da Copa do Brasil 2006, no Maracanã. Estivéssemos noutros tempos, e estaria eu nas arquibancadas acompanhando o mais querido, radinho de pilha colado no ouvido esquerdo, lata de cerveja na mão direita, mas nada disso, hoje, é possível. A violência - que deixarei para lá, ao menos neste texto - impede que um ser humano normal - categoria na qual, às vezes, me encaixo - vá assistir a uma final entre Flamengo e Vasco numa quarta-feira à noite in loco.

Vai daí que eu preferi ir assistir pela TV, no Estephanio´s, na companhia de amigos também mais-queridos. Levei o Pepperoni comigo (um tremendo pata quente). Encontrei o Fefê, meu siamês, vascaíno doente, com quem tenho um pacto de respeito mútuo em matéria de futebol. Não nos sacaneamos. Não pisamos na dor do outro. Um troço bonito. Encontrei o Vidal, a Lenda, tricolor que não dispensa o trinômio amigos-bebida-futebol. Encontrei o Flavinho, o Xerife, que foi sem a Betinha e sem a pistola. Minha Sorriso Maracanã, como a Betinha, preferiu ficar em casa já que "ai, eu fico supernervosa em dia de Flamengo e Vasco", disse-me ela.

eu de costas, 02 de julho de 2006

Ainda chegaram - não para ver o jogo, mas para ver a fauna, presumo - Guerreira, Maria Paula, Jeremy, Armando, Brinco, Yasmim, Shaianny, Bruno e penso que bom. armado o cenário.

O que quero lhes contar, na verdade, já que a vitória foi inapelável e o jogo surpreendentemente bom - no domingo passado Vasco e Flamengo fizeram a mais sonífera partida de futebol da história, exagero que me permito - são as frases que foram sendo soltas no decorrer do jogo, e me pouparei das autorias para não ferir suscetibilidades, até mesmo porque, no calor da peleja, não tirei os olhos da TV para procurar o autor das pérolas.

A câmera focaliza Renato, técnico do Vasco, na beira do gramado:

- Vai fazer bainha nessa calça, ô fêladaputa!

Vidal:

- Aí já é demais... Comentário de moda é foda.

Uma moça:

- Ai, Vidal, que lindo, rimou!

Entra o Flamengo em campo. Close no Luizão, amatronado:

- Porra! O Ronaldo Fenômeno, do lado do Luizão, tem o corpinho da Raica.

Close no Toró. E diz o locutor:

- Taí o Toró! Ex-atacante do Fluminense, grande promessa do rubro-negro essa noite...

Daí replicam:

- Quanta merda! O Toró nem chuviscar chuvisca!

Começa o jogo. Falta a favor do Vasco. Vai cobrar o Andrade. Um grito enquanto o Andrade ajeita a bola:

- Seu merda! Herege! Um Andrade deveria ser proibido de jogar contra o Flamengo! - lembrando o velho Andrade, glória rubro-negra na década de 80.

Daí emendam:

- Genérico! Genérico!

Já dois a zero e eu afagando o Pepperoni:

- Grande garoto! Pata quente! Pata quente!

O Fefê, que adora o meu cachorro, com os olhos rasos d´água:

- Quarta que vem não quero ver esse filhodaputa aqui!

Emenda o Marreco:

- Deixa ele trazer, Fefê! Deixa! Eu trago o meu também! Mas trago com um casaquinho escrito VAS CÃO! - e rosna na direção do Pepperoni.

O Vidal se empolga:

- Ah, então eu vou trazer os dois gatos da Gláucia também, pô!

O Flavinho, sem a pistola, com a mão direita apontada pro alto imitando um 38:

- Fechado! Virei com a Betinha e com nossos dois felídeos, o Leopoldo e a Nina!

Fefê chorando:

- ´cês tão achando que isso aqui é a Arca de Noé, porra? Vão todos pra putaqueospariu, porra! Vas-co! Vas-co! Vas-co!

E foi chorar no colo da Brinco.

Até.

PS: só um último comentário... Recebi ontem, durante o jogo - e só vi depois, evidentemente, três mensagens pelo celular. Duas do Borgonovi, paulista, comunista, noveleiro e palmeirense (não necessariamente nessa ordem) e uma da Lelê Peitos. É o seguinte: uma pessoa séria não fica mandando mensagenzinha de celularzinho durante uma partida de futebol.

9 comentários:

Anônimo disse...

Porra, quanta ingratidão. Era só pra felicitá-lo pela naba grandiosa que o Mengão meteu no Vasco. E estava nos acréscimos. Mas como sou boleiro de longa data, não incorrerei no mesmo erro.

PS.: Ontem, para ser perfeito, só faltou o filho duma puta do argentino acertar o pênalti contra a bambilândia.

Borgonovi

Eduardo Goldenberg disse...

Borgonovi, meu filho: você talvez tenha pouco tempo de leitura do Buteco e talvez não saiba disso... mas eu sou PRECISO DO INÍCIO AO FIM sempre.

Estão guardadas suas duas mensagens.

A primeira é de 23h16min

A segunda é de 23h19min

A da Lelê Peitos, também durante o jogo, é de 23h24min

MENTIRA sua que "estava nos acréscimos".

O jogo começou às 21h45min, depois da sua novelinha das oito. Por falar nisso, está gostando da novela, comunista?

O primeiro tempo acabou por volta das 22h30min

O segundo tempo começou em torno de 22h50min

Não preciso dizer mais nada, certo?

E ingratidão de cu é rôla.

Mais: pra seu governo torci pelo São Paulo (quer dizer... torcer, não torci, mas fiquei feliz...) pelo Zé Szegeri.

Eduardo Goldenberg disse...

Ah, sim, Borgonovi, só mais uma coisa:

NÃO VENHA NA QUARTA-FEIRA QUE VEM!!!!!

O Flamengo venceu com você em São Paulo.

Se você vier, seu esquerdista subversivo, e o Flamengo perder o título, a culpa será SUA.

Não queira ser, para a Copa do Brasil, o que a Robertinha Valente foi para a Copa do Mundo.

Anônimo disse...

ÔÔÔÔ

VICE DE NOVO!

ÔÔÔÔ

VICE DE NOVO!

Anônimo disse...

Caro Edu,

perdoe-me a imprecisão quanto aos acréscimos. Continuo, no entanto, reafirmando: és um ingrato de marca maior!

Quanto às novelas, se você fosse tão preciso, teria se atentado ao meu comentário - aqui mesmo neste buteco - pouco abonador das novelas de Manoel Carlos. De resto, continuo com a assertiva: Sílvio de Abreu, o gênio da teledramaturgia, para vice do Lula!

Quanto a você torcer pela bambilândia, não me resta fazer diferente do que relembrar Bia Falcão no penúltimo capítulo de "Belíssima": "Que vulgar, meu Deus. Que vulgar".

Abraço do subversivo comunista que, como é quase unânime no Brasil, gosta de novela das oito.

PS.: Posso até não ir para o Rio, mas não será pelo fato de que daria azar ao Fla. Sou reconhecido internacionalmente como um pé quente.

Borgonovi

Eduardo Goldenberg disse...

Meu cumpadi Borgonovi: talvez apenas o Szegeri vá saber avaliar o quanto aumenta meu bem-querer com relação a sua comunista-pessoa a cada bate-boca desses. Mas, seguindo.

Não posso discutir teledramaturgia com você. Mas eu prometo que te introduzo num dos 300 salões de beleza que existem no entorno de minha mui humilde casa na Hadock Lobo para que você possa discutir o palpitante assunto, de igual pra igual, com as senhoras da socidade da Tijuca, do Rio Comprido, da Praça da Bandeira, do Catumbi, que não perdem um único capítulo. Mas aproveito o ensejo para uma pergunta:

- O que você acha do Gilberto Braga? Poderia analisar, em poucas linhas, seu trabalho na TV?

Repito que não torci para o São Paulo. Apenas não torci contra, como sua palmeirense-pessoa. E o fiz pelo Zé Szegeri, a quem admiro profundamente. Não bastasse o grande sujeito que é, juntamente com a dona Cecília, pôs no mundo a melhor pessoa que eu já conheci.

Quanto a vir pro Rio, Bôrgo (gostei do apelido, só o chamo assim agora), venha e assuma o risco.

Aproveite que na quarta-feira a Dani, infelizmente, estará viajando. Somente por essa razão você poderá economizar os caraminguás com que pagaria sua estadia no Hotel Bariloche, do qual você é cliente há anos. Eu não o convidaria para dormir em nossa casa com a Dani presente, e isso graças à lamentável experiência pela qual passei quando, um dia, convidei o Augusto para fazê-lo (conto isso a você pessoalmente).

Venha, portanto.

Eu garanto que na quarta-feira, se você chegar cedo (babe, Szegeri), nós conhecemos:

01) Rio-Brasília
02) Xodó da Vovó
03) Bar do Chico
04) Bar do Costa
05) Escadinha

E vemos o jogo no Estephanio´s.

E tente convencer o também comunista Julio Vellozo. Ele dorme, se quiser, contigo no futon.

Afinal, comunistas se entendem.

Abraço.

Anônimo disse...

ir ao Rio ver o Mengão seria um grande prazer. Já a dormir com o Borgonovi, prefiro uma morte lenta.
A propósito, que merda é futon?

abraços,

J. Vellozo

Eduardo Goldenberg disse...

Julio: então venha, pô! O Borgonovi chega às três da tarde de quarta-feira!

Futon vem a ser aquele sofá que o Fernando e a Stê têm no quarto dos fundos. Quer dizer... um sofá custa uns 500 paus. Um futon, idêntico, só por causa do nome, custa 5 mil.

A Dani quis um igual...

Abraço!

Anônimo disse...

Vellozo: Somos, ainda que você a tenha abandonado, da zona norte. Portanto, temos um antídoto contra baitolagens.

Edu: no Rio farei os comentários solicitados sobre o Gilberto Braga.

Vou dormir num sofá de 5 mil pratas??? É muita lisonja.

Borgonovi