7.7.06

HOJE É DIA DE ROBERTA VALENTE

(pra Roberta, com amor)

Dia desses, respondendo a um email meu através do qual eu agradecia seu carinho por nos ter dado carona, mais uma vez, até o aeroporto em SP, ela me respondeu dizendo que lamentava o tempo perdido, por ela, nutrindo tanta antipatia por mim. E que hoje, verdadeiramente, nos amava, a mim e à Dani (é recíproco, é recíproco!).

É verdade. Nós nos olhávamos um tanto quanto atravessados, e eu confesso que o fazia para me defender daqueles dois olhos-lanças apontados em minha direção em sinal de guerra.

Tudo esfumou-se, lembro-me bem, em Pouso da Cajaíba. Dali em diante - e eu sempre atribuo essas mudanças de comportamento em relação a mim, um sujeito de temperamento ligeiramente difícil, à presença da Sorriso Maracanã - fomos dois apaixonados um pelo outro, e tome emails, e tome declarações de amor, e tome carinho, e tome vontade de recuperar o que a minha queridíssima Roberta Valente, a maior pandeirista do Brasil (o que significa dizer "do mundo", e eu digo isso, ó, faz tempo!), chamou de "tempo perdido". Já recuperado, quero dizer. Afinal diz o ditado que tudo tem seu tempo e foi esse o nosso.
A Roberta tinha mesmo que viver de música. Com ela, a música, teve contato desde muito cedo. A menina de olhos claros fez parte de coral, tocou na banda da escola, estudou violão, cavaquinho, percussão.

É competentíssima pesquisadora da música brasileira - é impressionante a quantidade de informação em seu blog, o São Coisas Nossas - formada em Letras (ufa, ufa, ufa!), e principalmente - qualidade que só aos chegados é dado perceber - uma das mais ternas pessoas que jamais conheci. E digo isso a duas bocas: Dani grita "eu também acho" do meu lado!
Essa geniazinha atua como pandeirista em diversos grupos de choro como o Bola Preta, o Choro Rasgado, o Chorando as Pitangas, o Trio Mandando Bala entre muitos outros, sendo considerada por quem entende do riscado (Pompinha não me deixa mentir) uma especialista no gênero.

Essa virtuose ainda encontra tempo pra editar notícias do site Samba & Choro, como encontrou tempo, por amor à arte, para participar como pesquisadora e como redatora do livro "Antologia Musicial Popular Brasileira - As marchinhas de carnaval", marchinhas, aliás, que espalhou por aí quando participou da série de shows que fez como integrante do "Bando da Rua", conjunto que tinha por finalidade divulgar a obra de grandes nomes da música brasileira.

Roberta, São Paulo, 09 de abril de 2005

Agora... querem babar de vez e sacar a competência da moça? Robertinha - ah, as intimidades... - já se apresentou ao lado de nomes como Beth Carvalho, Raul de Barros, Wilson das Neves, D. Ivone Lara, Maurício Carrilho, Pedro Amorim, Wilson Moreira, Moacyr Luz, Jair do Cavaquinho, Celso Viáfora, Nelson Sargento, Monarco, Nei Lopes, Walter Alfaiate, e mais, e mais, e mais, e mais.

Que tal?
Roberta, São Paulo, 09 de abril de 2005

De pé, mas muito de pé, empertigado mesmo, no balcão imaginário do Buteco, ergo a caldeireta com quatro dedos de espuma (pra formar um bigodão espesso e estalar um beijo daqueles) em direção à São Paulo, cidade muito mais bonita por causa dela. De mãos dadas com a minha Sorriso Maracanã, bicando seu chope também, torcemos por muita saúde e por uma sexta-feira lindíssima, que ela mais-que-merece.

Na semana que vem eu levo, pessoalmente, o seu presente.

Mas querem saber?

O presente que ela merece mesmo, como reconhecimento por tudo o que é, é o Prêmio Tim de Música, pelo qual ela briga na categoria "Revelação", com o CD "Baba de Calango", do Grupo Choro Rasgado, do qual faz parte ao lado de Rodrigo y Castro, Zé Barbeiro e Alessandro Penezzi. Agora babem de invejinha boa... Eu estarei lá, no Teatro Municipal, torcendo feito louco por ela.

Já sei, já sei... Vocês, meus poucos mas fiéis leitores, estão daí pensando... "Como é passional, o Edu...". Ah, é?

Então eu fecho minha homenagem com um depoimento do Luís Nassif, jornalista insuspeitado:

"Do pandeirista, diz-se que é como o juiz da partida: quanto melhor, menos percebido é; por isso mesmo, apenas os ouvidos apurados e os instrumentistas experientes podem aquilatar a verdadeira importância do pandeira de Roberta para o conjunto, a maneira como segura o ritmo, sem abafar os solistas, com o desprendimento e a segurança presentes apenas nos grandes ritmistas. Além do pandeiro, Robertinha tem se convertido, ao longo dos últimos anos, em uma das principais referências do choro no país. Com seus modos delicados, sua atenção, tornou-se a pessoa a quem todos recorrem, quando querem localizar ou conhecer qualquer chorão em qualquer parte do Brasil."

bom assim?

Até.

6 comentários:

Szegeri disse...

Este balcão não poderia NUNCA ficar vazio, como estava dizendo ali na fachada do Buteco. Entro e tomo a liberdade, com licença devida do Seu Osório, de subir no balcão e, cabeça triscando no teto engordurado, assinar embaixo esta belíssima ode e gritar, aos ventos quatros: Robertinha é a maior!!! Minha irmã querida, minha amiga de 20 anos, uma lutadora incansável, competência acachapante, charme e doçura sem igual. Te quero sempre por perto na vida! (com exceção, claro, dos jogos da Seleção brasileira na Copa...). Beijão!

Anônimo disse...

Meus amores Edu e Pompa (não resisti, Fer ;-), é muito bom receber esse carinho todo. Obrigada! Não mereço tanto!!! Edu, vc levantou minha bola, as pessoas vão acreditar, desse jeito ;-)
Amo vocês, que entraram na minha vida pra ficar - pra sempre!
Um grande beijo e até sexta!

Anônimo disse...

Homenagem à altura, como sempre, Edu!
A você, Roberta, os parabéns atrasados mas de coração e sucesso, muito...e sempre!
Beijo pros dois

Anônimo disse...

Enquanto figuras ímpares como essa passeiam pelaí e pelas partituras, nos vemos condenados a ouvir verdadeiras bombas de exterminação de neurônios em massa cada vez que ligamos o rádio, a tv ou saímos às ruas.

Anônimo disse...

Mando daqui um beijo grande na Roberta, a quem eu tive o prazer de conhecer na casa do meu xará. Parabéns, querida!!!

Anônimo disse...

Obrigada, obrigada...
obrigada, Fefê. beijos