14.7.06

INVEJA DE TU, TATU?

O GLOBO tem se mostrado um jornal surpreendente. Quando não é a ACR plagiando matérias inteiras (veja aqui), quando não é o Jota (no momento, de férias) adulando os bares-mentira que são citados com constância franciscana em sua coluneta, quem comparece é o Jota Éle, personagem já citado aqui, na inauguração da seção BARBARIDADES DO JOTA ÉLE aqui no Buteco.

Como a semana esquentou com a discussão sobre chope (acompanhe aqui) achei que seria interessante fechá-la (a semana, nunca a discussão) trazendo para vocês mais um atentado cometido por mais um jornalista (tenho que rir) d´O GLOBO que luta, com as armas que tem, contra a mais genuína das instituições cariocas, que é o buteco.

Em sua coluneta de hoje, publicada de 15 em 15 dias na revista que vem encartada às sextas-feiras no jornal, Jota Éle exalta mais um pé-limpo (que é, aliás, o nome do lamentável espaço).

trecho da coluna Pé Limpo da revista RioShow de 14 de julho de 2006

E lanço uma pergunta, meus poucos mas fiéis leitores: onde fica o tal pé-limpo?

Onde?

No Leblon, evidentemente.

Afinal o Leblon é a obsessão de todos esses pseudo-jornalistas que não têm faro jornalístico, que sequer têm cacoete de jornalista e que babam o Leblon de uma maneira abjeta, salivando aquelas ruas onde há apenas pose, pose, pose. Mas vamos em frente, e de cara vamos demonstrar como é rico (preciso rir mais um pouco) o vacabulário do Jota Éle.

Eis trecho do texto que publiquei em 16 de junho de 2006 (veja aqui), grifado por mim:

"O bobalhão exalta o que ele chama de "o mais novo representante dessa safra de bares bacanas", um troço chamado Mofo. E o trecho da fotografia é o mais revoltante de toda a matéria-paga, e também o mais elucidativo, pois cita alguns dos bares-de-merda que têm assessoria de imprensa, donos-investidores etc etc etc"

Guardem a expressão "bares bacanas". Guardaram?

Pois vamos transcrever trecho da coluneta do Jota Éle de hoje, grifos meus novamente:

"Como toda boa irmã, a minha demonstra um entusiasmo por mim muito maior do que mereço. E adora dizer para os amigos que é seu irmão mais velho quem escreve esta coluna. Já os tais amigos, conta-me ela, adoram dizer que se roem de inveja do cara (eu) que é (abre aspas) pago para freqüentar bares bacanas (fecha aspas). Esses moços, pobres moços... Ah, se soubessem o quanto a gente pena para descobrir os tais bares bacanas... Afinal, bares sempre haverá. Bacanas, queridos, são raros, muito raros."

Notem isso! A expressão "bares bacanas" é outra obessão do Jota Éle, além do Leblon. E pequena pausa, se me permitem... O único momento de lucidez do Jota Éle na tal matéria é justo aquele em que ele reconhece o excesso de entusiasmo da irmã. Pigarrinho e vamos em frente.

Até agora eu não disse o nome da mentira exaltada pelo Jota Éle: é Bar Boemia.

A certa altura, quando refere-se à tapioca com recheio de camarão, diz:

"Dos deuses é um clichê culinário que resumiria bem a experiência.".
Porra... Precisa dizer mais alguma coisa? Dá, sinceramente, pra suportar tamanha frescura, tamanha babaquice, tamanha nojeira numa matéria-de-merda só? Não, não dá. Mas também não, ele não pára por aí. Ele se supera.
trecho da coluna Pé-Limpo da revista RioShow de 14 de julho de 2006

Quando vai comentar as cachaças (e eu duvido que ele entenda do assunto, duvido!), escreve a seguinte barbaridade grifada por mim:

"Em nome da sobriedade obrigatória num começo de semana, abandonamos a idéia de provar as cachaças da carta, que inclui as mineiras Rochinha (R$3, a dose), Salinas (idem) e a inacreditável Anísio Santiago (a igualmente inacreditáveis R$26,50, a dose, quase dada em se tratando de Leblon)."

Olha. Esse cidadão exalta a Anísio Santiago apenas porque a Anísio Santiago é uma grife. Mas quero repetir: eu duvido, e duvido com todas as minhas forças, que o Jota Éle reconheça uma Anísio Santiago com vendas nos olhos, que é o mínimo que um conhecedor pode fazer. E chego a quase duvidar (só não duvido porque sei da capacidade desses pseudos-jornalistas d´O GLOBO) que ele realmente ache que uma dose de cachaça a R$26,50 seja dada. Mas a frase está lançada ali, e apenas para dar a moldura pernóstica que esses caras (ele, ACR, Jota, a corja toda) adoram.

E vocês querem mais nojo? Tudo grifado (e comentado por mim, em vermelho). Lá vai:

"A esta altura da coluna, eu deveria falar da luz suave (troço de boiola), da decoração aconchegante (idem) e do atendimento impecável. Mas prefiro voltar aos sonhos de aipim. Eles são da lavra (no Leblon ninguém cozinha) de Sonia Ruas, criadora do cardápio do bar. Crocantes por fora e aerados por dentro (aerados? PQP!!!!!) graças a um ingrediente secreto na massa, não se confudem com reles bolinhos (o que quer dizer com "reles bolinhos" esse imbecil?). Vou voltar para provar um de cada (shiitake, salmão, frango e carne moída, cada um na casa dos R$4, e cavaquinha, a R$13,90). E tenho certeza de que, mais uma vez, terei uma surpresa. Roam-se de inveja, amigos.".

trecho da coluna Pé-Limpo da revista RioShow de 14 de julho de 2006

Inveja, de tu, Jota Éle?

Eu tenho é nojo!

Até.

5 comentários:

Anônimo disse...

Edu você está simplesmente conseguindo demonstrar de forma empírica (!!!!!!!!!!!!!!!) como "O Globo" contribui aos poucos para destruir os botequins cariocas. Muito bom, cara! Muito bom mesmo!

Anônimo disse...

Eu ODEIO essa coluna tbm.

E ODEIO esse "jornalista".

E tbm tenho NOJO dele.

rs rs rs rs rs rs rs rs rs

André Bessa

Anônimo disse...

Mais um alienado que se gaba por ser "chique". Nós desfrutamos o lídimo prazer que os butecos proporcionam, eles não. Edu, ele diz para os amigos dele, que alimentam-se do mesmo devaneio o invejarem. Nós estamos a anos-luz distantes disso, em algum um PÉ-SUJO, em alguma esquina!

Abraços!
Arthur Tirone (Favela)

Anônimo disse...

Nunca tinha lido esse cidadão. O estilo é pífio. Não vou nem comentar o gosto, ou desgosto, culinário e estético.
Amanhã vou comer um filé no Poleiro do Galeto que é o melhor que faço,

Anônimo disse...

Malandro, no Leblon é buteco de novela do Manoel Carlos. Os bares de lá devem se chamar "Laços de família" ou "Prova de amor". Ah, claro, devem ter garçonetes que se chamam Helena.

Borgonovi