10.11.06

SER BABACA É...

Antes que alguém venha me acusar de calúnia, injúria ou difamação - troço cada vez mais freqüente na grande rede - faço questão de dizer que valho-me da expressão "babaca", no título, com fulcro - estou advogado até a alma hoje - na terceira definição do Houaiss:

"Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
3. sem conteúdo ou interesse; irrelevante, superficial
Ex.: um filme babaca; um comentário babaca"


Dito isso, em frente.

O Jota (sem negrito), em sua coluneta de ontem, 09 de novembro, prosseguiu sua escalada rumo ao insuperável em termos de babaquice, como se isso fosse possível em sede de homúnculo. Breve pausa... Amanhã recebo meu último exemplar de O GLOBO, razão pela qual apelo aos meus leitores - ao Caio Vinícius em especial, zagueirão em defesa do Rio autêntico - para que me municiem de informações a cada pisada de bola do dito cujo. Outra pausa... Já são muitos os que conheço que cancelaram a assinatura do jornaleco, e sempre pelo mesmo motivo... Intolerância aguda com o Jota, com a Cora Rónai, com o Arnaldo Jabor e outras figuras, todas sem o negrito imerecido. Pigarreio e sigo.

Mas vamos ao Jota de ontem.

À direita da coluneta (continuo sem minha câmera digital), bem no alto, uma coluna em negrito cujo título é "SER MODELO É" (inspiração do meu título de hoje). Vamos à parte da lista imunda e babaca do homúnculo:

"... não beber cerveja porque ´incha´.

... não falar Milão e sim ´Milano´.

... conhecer cabeleireiros e maquiadores e chamá-los de ´bi´. Assim: ´Oi, bi!´, um jeitinho carinhoso de dizer ´Oi, bicha!´.

... achar o fotógrafo Mario Testino ´um luxo´.

... não ter maquiador e, sim, um ´beauty make up´"


Paro por aqui. Tem mais, muito mais merda, mas estas são as cinco maiores babaquices.

Notem bem! O nome da coluneta é "GENTE BOA", e vejam que tipo de gente o homúnculo exalta!

Daí eu li "beauty make up" e lembrei-me de outra nefasta figura, Antonia Leite Barbosa, também sem o negrito. Lançou, a moça - eu soube pela Cora Rónai (por quem mais?) - um livro (?!?!?!?!?!) chamado "Agenda Carioca". Trata-se de uma espécie de guia, editado pelo SENAC RIO, lotado de publicidade, no qual a autora (?!?!?!?!?!)... Fogem de mim as palavras. Vamos à resenha:

"Na Agenda Carioca é possível encontrar mais de 300 endereços descolados e curiosos da cidade do Rio de Janeiro.

Foram mais de três anos garimpando dicas sobre a cidade. Primeira saída com um pretendente e não sabe onde marcar o encontro? No capítulo dedicado a bares, restaurantes e baladas, estão todas as respostas. Um amigo convidou para uma festa à fantasia e você não tem idéia de como se vestir? Vá às páginas dedicadas ao assunto que está tudo lá. E, agora, o que dar de presente para aquelas pessoas antenadas com as tendências internacionais? Não precisa mais sofrer. A Agenda Carioca, lançamento da Editora Senac Rio, criada e organizada pela jornalista Antonia Leite Barbosa, com carinho e dedicação, tem todas as saídas para as situações mais diversas do dia-a-dia. São dicas de entretenimento, gastronomia, moda, cultura e serviços em geral sobre a cidade que se esconde entre a praia e a montanha: o Rio de Janeiro.

A Agenda Carioca é dividida em dez capítulos: festas; arte e decoração; beleza; moda; mente e corpo; turismo; cursos; entretenimento; comer, beber, sair; e profissionais liberais. Dentro de cada assunto, contatos de promoters, fotógrafos, DJs, salões de beleza e lojas de roupas, sapatos e bolsas exclusivas... Os textos e as indicações são apresentados de uma maneira leve, divertida e com ilustrações, para orientar o leitor a achar o que procura sem deixar que entre numa roubada.

O projeto começou quando Antonia se deu conta de que era uma fonte de consulta para amigos e amigas. "Virei uma espécie de páginas amarelas ambulante", conta a autora, que dava sugestões sobre os mais inusitados temas. "Chegou a tal ponto que pensei em copiar minha agenda e distribuir para os mais chegados", relembra.

Mas não foi necessário providenciar cópia alguma do caderno de telefones. A partir do aumento das consultas, Antonia mergulhou numa rotina intensa para complementar a coleção que já fazia de cartões pessoais e de lugares. Durante esse tempo, quase bateu de carro olhando um letreiro ainda desconhecido e se endividou comprando. "Ficava sem graça de entrar fazendo mil perguntas e acabar não levando nada", explica. "Meu critério de seleção foi acima de tudo afetivo. Tentei fugir do óbvio e do que já era consagrado; quis apresentar um guia para quem mora na cidade e para quem vem para cá e não sabe dos cantinhos que existem", resume Antonia, já preparada para driblar os ciúmes daqueles que não figuram na Agenda Carioca."


Que nojo! Mas que nojo!

Ontem à noitinha pude folhear um exemplar dessa merda, tendo ao meu lado um portentoso carioca como o Simas.

A bobalhona diz que "tentou fugir do óbvio e do que já era consagrado".

Uma mentira imunda que não resiste a uma passada de olhos no livro-cocô.

Estão lá os bares-mentira, estão lá os restaurantes de sempre (rigorosamente todos na zona sul da cidade), estão lá barbaridades como consultores de automotivos (se eu chamar o João Paulo, meu mecânico de confiança, por esse nome, sou posto pra fora da oficina, no Andaraí, debaixo de porrada com uma chave de roda), indicação de um ludólogo (um bobo que ganha os tubos para gerenciar brincadeiras durante as festas dos descolados), está lá uma indicação de uma sobremesa chamada frapê de goiabada com calda de catupiry, que nada mais é do que a brasileiríssima goiabada com queijo, mas que com aquele nome, pernóstico como a genial (preciso parar para gargalhar) autora do livro-bosta, custa os olhos da cara.

Ou seja: mais um vade-mécum de otário, que só otário compra e recomenda.

Até.

10 comentários:

Anônimo disse...

Edu, que coisa rotineira virou esse troço, bicho, essas babaquices... Todo dia!
O frapê de goiabada foi foda... é revoltante, cara. Quando leio essas porras fico raivoso. Não dá pra ser indiferente à isso. E a filha-da-puta vai encher o cu de grana dos otários! E depois inventa o volume 2 e mais otários aderindo suas indicações bizarras...
Pô, se não me engano, este é o atentado nº 25 do jota. Essa sua lista ainda há de ser "descoberta" e revelada pra muita gente, pra que alguns desses bobos abram os olhos e se unam na missão de ajudar os poucos que ainda restam tentando tirar as flechas de São Sebastião!
Forte abraço!

Eduardo Goldenberg disse...

Grande Favela! Ajuda na divulgação desse troço odioso (sim, já são 25 os atentados) e espalha pra tua lista de emails. Nosso papel é esse, camarada! Gritar, como diz o Simas NÃO PASSARÃO a cada nova babaquice.

Anônimo disse...

Mermão...
Tô aí pro que der e vier.
Deixa comigo que todo dia de manhã eu dou uma geral na coluna do nosso amigo Jota e em caso de sinais de babaquices explícitas eu lhe forneço o material.
Vamos comemorar o centésimo atentado do Jota com uma festa no Rio-Brasília com cobertura do jornal Favela!!rs

Abraço,
Caio

Anônimo disse...

Já avisei a todos os meus amigos que, em festa à fantasia, só vou de "bêbado de chapéu coco", muito embora raramente eu consiga providenciar o chpéu coco.

Anônimo disse...

Falou e disse. Mas como tem imbecil pra ler esta gente e seguir sua indicações, não?
O jabá desavergonhado tá tomando conta do Brasil, e especialmente do Rio.
E o colunismo carioca, que nos deu tanto orgulho, está morrendo. De falta de talento, e vergonha.

Anônimo disse...

Edu, falou muito bem o Alziro! Tem que ser muito imbecil para ler e seguir as dicas de gente como o Jota e a Cora Rónai, que tem o pior blog do Brasil! Aquilo lá é um antro de puxa-sacos, idiotas, sem opinião própria. E o Jota como disse o Alziro aí em cima, nem disfarça mais sobre o jabá que recebe. ABAIXO O GLOBO!

Eduardo Goldenberg disse...

Caio: eu sabia que poderia contar contigo, mano! Vamos marcar em cima que a vergonha nojenta vai ficando cada vez mais evidente!

Marcão: você já bebeu agora pela manhã? Ou está desde ontem na atividade?

Alziro e Romualdo: mas o troço, no final das contas, tem sua beleza, não? Verificando quem segue quem, quem lê quem, quem admira quem, a gente define direitinho quem são os nossos de verdade!

Luiz Antonio Simas disse...

Edu, parabéns! Amanhã é o grande dia do último exemplar. Que a merda do Pepperoni lhe seja leve.
Diante dessas babaquices, cabe lembrar do inacreditável artigo da Cora Ronai falando sobre o amor entre ela e o cartão de crédito. O que você tem a dizer sobre essa inusitada parceria sentimental entre a dona Cora e o American Express Card? Beijo

Eduardo Goldenberg disse...

Simas, meu irmão: eu não tenho condições de avaliar as relações mantidas pela citada senhora, que viaja e conversa com uma capivara de pelúcia, que mantém diálogos estranhíssimos com uma coruja reacionária, que escreve mal pacas, enfim... Me tire dessa que eu não tenho capacidade pra entender relações tão inusitadas. Mas que vai ser um alívio ficar sem recebê-la encartada em minha casa, vai...

Unknown disse...

Esse Jota é lamentável. E graças à você, Edu, poderá entrar para a história do jornalismo carioca como um engodo. Continue sua tarefa de escrachar os imbecis. Incitar a reflexão, sempre! E boa vida sem jornal.