26.2.07

CARNAVAL 2007

Eis que sobrevivi a mais um Carnaval.

Foi, confesso nessa manhã de segunda-feira, do alto dos meus 37 anos, um Carnaval inesquecível, e explico.

Foi inesquecível porque eu morri na sexta-feira à noite para renascer, apenas, no final da tarde de sábado, depois do magnânimo desfile do Cordão da Bola Preta, com mais de 300 mil pessoas.

Estava eu, entre amigos, na Folha Seca, quando de pé anunciei comovidíssimo:

- Morro agora, amigos meus, morro agora, amor da minha vida, para somente renascer amanhã à tarde, depois do desfile do Bola Preta, eis que cederei meu corpo, que não mais me pertencerá a partir da agora, para meu irmão Fernando José Szegeri, que desfilará, assim, pela décima nona vez, pelo portentoso Cordão!

E assim foi, como já lhes mostrei aqui e aqui.

Pausa explicativa: falarei hoje, e apenas hoje, para não matar vocês todos de enfado, sobre o Carnaval 2007.

Quando acabou o desfile do Bola Preta, o maior evento da cidade do Rio de Janeiro, Dani me acordou do transe. Fomos, então, com Fefê, para a casa dos mais-queridos Betinha e Flavinho, de carro, na caçamba do possante carro do Flavinho, vejam que belo momento!, e notem como eu atendo ao pedido da minha garota, que diz docemente:

- Canta, Pituco!

E nada me detém. Nem o Fefê quando diz, antes de explodir numa gargalhada:

- O Edu cantou poucas vezes isso...

Do doce lar do queridíssimo casal, partimos pra casa do Cassio Loredano e da , pra uma feijoada, que ninguém é de ferro.

Às sete da noite tomamos o rumo de casa, eu e Sorriso Maracanã, parando, é claro, que ninguém é de ferro, no Rio-Brasília pra uma longa saideira.

No domingo, às oito da manhã já estávamos, eu e minha menina, linda, mais linda a cada dia, no Cordão do Boitatá, na Praça XV. Um grande baile popular promoveu o Cordão do Boitatá, vejam aqui a praça tomada pelo povo! Dia de céu azul - durante todo o Carnaval, aliás! -, muita cerveja gelada, muitos amigos, e de lá partimos em direção ao aniversário do Mello Menezes, grande figura, comemorado com o já tradicionalíssimo churrasco, ao ar livre, atrás do Aeroporto Santos Dumont, com a vista da Baía de Guanabara, muita cerveja, muita música e muitos amigos, de novo, que ninguém é de ferro pra viver sem eles.

De lá partimos pra casa. Dani desfilaria, como de fato desfilou, pela G.R.E.S. Estácio de Sá. Deixei minha menina na concentração e fiquei, confesso, tristíssimo ao vê-la entrando naquele curral pelo qual só passam os integrantes das escolas de samba, eu sem ela, ela sem mim... Cena tristíssima... Encontrei, entretanto, Candida e Simas numa barraca onde derrubamos algumas garrafas de Brahma, geladíssimas.

Do Sambódromo partimos os três, a pé - eu disse a pé - em direção ao Capela, onde Dani nos encontraria depois do desfile. Lá bebemos enquanto esperávamos minha menina, que chegou lindíssima - notem o quanto ando apaixonado! - e propôs:

- Ah... Vamos comer galeto no Columbia?

Fomos. Fomos e fechamos a noite na gloriosa Tijuca.

A segunda-feira anunciou-se tranqüila. Afinal de contas havíamos marcado com papai e mamãe uma espécie de revival emotivo... Reproduzindo evento e cenário da minha infância, os dois abririam - como de fato abriram - os salões do apartamento no Alto da Boa Vista para um reduzido e seleto grupo de amigos para comer, beber, jogar conversa fora e assistir, na íntegra, o desfile das Escolas de Samba pela TV, incluindo G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro, escola de mamãe e minha também! Pois lá ficamos eu e Dani, papai e mamãe, Rodrigo Folha Seca com Joana e Miguel Folha Seca, Fefê, Simas com Candida, Manguaça com Fernanda, Flavinho com Betinha. Foi uma puta noite, divertidíssima, duas garrafas de Red Label foram embora, dezenas de latas de Brahma, mamãe fez comida para 4.500 componentes de uma escola de samba, e de lá saímos já de manhã.

Saímos, mas não pra casa!

Fomos tomar banho de cachoeira pra recuperar as energias, que ninguém é de ferro, e à tardinha fomos homenagear Aldir Blanc, enredo do bloco Muvuca do São Carlos, no Estácio. Encontramos, de novo, uma pá de amigos, assistimos emocionados um Ceceu Rico, pai do Aldir, emocionadíssimo, acenando da janela de seu apartamento, na Maia Lacerda, e de lá fomos tomar um chope, que ninguém é de ferro, eu, Dani, Mari Blanc, Eloá e Zé Reinaldo. Estávamos ainda bebendo quando toca meu celular:

- O Rio-Brasília está fechado... Estou bebendo num buteco aqui perto... Vem pra cá...

Era um combalido Borgonovi. Tomamos o rumo da espelunca, eu, Dani e Mello Menezes, e arrastamos o malandro pra um uísque em nossa casa. Expulsei o Borgonovi, com a educação que só a Tijuca dá, pouco antes das duas da manhã.

Daí dirão vocês:

- Acabou?

E eu respondo daqui, altíssimo:

- Não!

Na Quarta-Feira de Cinzas a Sônia, minha mui amada Manguassônia, promoveu a cada vez mais produzida e caprichada Feijoada da Apuração! O apartamento estava decorado, havia Engov em quantidade industrial, dezenas de tira-gostos de comover, teve o auxílio luxuoso de uma torta de morango e uma mousse de chocolate preparadas pelas mãos da Joana, doceira de mão cheia, e uma quantidade de confete e serpentina capaz de fazer a mais competente faxineira pedir demissão no dia seguinte!

Eu, que não perco o espetáculo que é ver a Sônia cozinhando, cheguei lá um pouco antes das onze da manhã. E de novo reunidos estávamos todos, entre amigos, com muita bebida, com muita comida, com muita tensão no momento da apuração, e eu confesso que fiquei triste vendo o Simas chorar com o rebaixamento de seu querido G.R.E.S. Império Serrano.

Como triste fiquei, depois, vendo minha comadre, Mariana Blanc, também chorando, envolvida que estava, até a raiz dos cabelos, com o carnaval da G.R.E.S. Estácio de Sá, também rebaixada. Fomos até sua casa, na Muda, pra dar um beijo no Marquinho Presidente, que fazia aniversário. Mas lá ficamos pouco tempo! Afinal, o Flamengo faria sua segunda partida pela Libertadores!

E no Estephanio´s, mais festa.

O encontro com os amigos, a vitória do Flamengo, e a certeza, no fim da noite, de que o Carnaval foi inesquecível.

O Carnaval cumpriu, como se vê, sua função redentora.

Até.

3 comentários:

Anônimo disse...

A caminhada da Sapucaí ao Capela é um clássico que deve ser religiosamente obedecido. Cumpri a tradição, após desfilar pelo meu Império querido ("imperiano de fé não cansa", Edu!)

4rthur disse...

Porra, eu não me endireito: todo carnaval é a mesma coisa: me estrago na sexta à noite, perco a hora no dia seguinte e só chego depois de tudo acabado no sábado à tarde. Terceiro ano seguido...

Queria ter encontrado você e a Sorriso no domingo, sabia que vcs estariam no Boitatá - que, aliás, na minha modesta opinião, vem se mostrando um dos melhores momentos do carnaval, pela sábia idéia de realizar um grande baile na ampla praça 15, onde tem sol e sombra ao gosto do freguês. Mas infelizmente, ou eu não vi vocês ou o casal estava muito bem fantasiado!

Unknown disse...

Fala Edu!!! Aqui é Janir. Não sei se o Simas comentou, mas comecei com um blog no site do DIA. Espero sua aprovação, indicação e sugestão!!!Além disso, prepare-se para figurar lá em breve...Aí vai o link: http://odia.terra.com.br/blog/janir_junior/index.asp
abs