18.4.07

FALTA DE ÉTICA É ISSO

Desde o dia 25 de janeiro de 2007 que o jota (minúsculo e sem negrito, de propósito) não fazia de sua coluneta outdoor (a que preço?) para os bares-de-merda que, como câncer, se espalham pela cidade. Mas antes de mostrar a vocês a última do empregado de O GLOBO, que irá à FLIP coordenar uma oficina de crônica (com licença, vou vomitar, entenda aqui o por quê), quero expôr - é sempre um prazer - mais uma vez, o modus operandi desse homúnculo, que nesse específico episódio age como um rato sinalizando para os urubus o surgimento da carniça. Acompanhem e vejam se não é um nojo a aguda ausência de ética do indigitado.

Há exatamente uma semana, no dia 11 de abril de 2007, o jota praticamente deu, em destaque absoluto (90% do espaço da coluna, eu diria), voz a um desabafo (justo, friso) do ator Eduardo Moscovis, cujos trechos principais transcrevo abaixo:

destaque da coluna ´Gente Boa´, de O GLOBO, de 11 de abril de 2007

"Esse é um documento-desabafo, um pedido de ajuda, uma denúncia e/ou simplesmente um relato. Não quero parecer egoísta nem alheio a nossa crítica realidade, por isso peço que sejam tolerantes se acharem que o que me angustia é pouco ou de menor relevância diante de tantas barbaridades, injustiças e impunidades. Necessito compartilhar esse momento publicamente. Aliás, é sobre esse termo e suas várias interpretações que gostaria de discutir: o que é ser público? Aparecer em milhões de aparelhos de TV me torna pessoa reconhecida publicamente, mas o que isso quer dizer exatamente? Que devo acatar qualquer tipo de abordagem, educada ou não, a qualquer momento? Como devo agir quando percebo estar na mira de celulares com câmeras de altíssimo alcance e refinamento tecnológico? ´Tu não é público? Paga esse preço´, costumo ouvir. (...) Mas as revistas especializadas (nisso?) oferecem um cachê (ou seria uma recompensa?) caso você, ´mortal comum´, ao se deparar com um desses que são públicos (e são cada vez mais), bata uma foto. Essas revistas estimulam um comportamento furtivo, invasivo e desrespeitoso, incitando os leitores a serem um "paparazzi" também. Como distinguir quem é o fã? (...) Há pouco mais de um mês fui interceptado pelo meu vizinho dos fundos. Ele me contou ter sido abordado por fotógrafos, que lhe ofereceram dinheiro para deixar que fotografassem o quarto das minhas filhas e do bebê que vai nascer. (...) Devo ainda fechar as cortinas, ficar enclausurado porque pode ser que haja em algum apartamento próximo alguém empenhado em expor minha família? Dentro da minha casa? Podem me fotografar com minhas filhas em qualquer lugar sem autorização? Podem mostrar o rosto delas? Mesmo menores? EU sou a "celebridade" e não elas!!! (...) Já que eu não tenho direito ao pacato ir e vir, que elas tenham. Que haja uma proteção para isso e que respeitem os cidadãos que por algum motivo trabalham na TV, cinema, teatro, mas que não optaram/compactuam dessa maluquice sem limite que virou as nossas (de todos nós) vidas. Aproveito para agradecer aos vizinhos que me alertaram e peço aos outros que não cedam a esse assédio desqualificado e desonroso. EDUARDO MOSCOVIS ou apenas Du."

E o que faz hoje, meus poucos mas fiéis leitores, esse homúnculo? Como age, uma semana depois, em relação a Eduardo Moscovis e ao episódio em questão? Sinaliza, como um rato - quero repetir de propósito a imagem - aos urubus que alimentam a tal indústria alvo da queixa do ator o nascimento de sua filha, de madrugada, faltando com a ética, com o respeito, com a coerência, num ato de descompostura que, fosse o jornal um troço sério, acarretaria um pito público ou até mesmo a demissão, tamanho o grau da nojeira do gesto rasteiro.

Agora vamos ao trigésimo quarto atentado desse mesmo homúnculo contra a mais cara tradição carioca, o buteco.

Desde 25 de janeiro de 2007 (mudança de estratégia por parte das assessorias de impresa desses bares-de-merda?) que o jota não citava um único lixo desses.

Hoje - timidamente, é verdade - anuncia (a que preço? - não custa repetir) a inauguração de mais uma filial do Botequim Informal, no Rio Design, na Barra (com licença, vou vomitar mais uma vez).

Aproveitando o gancho - que deve sempre render mais... - anuncia a inauguração de uma champanharia na Rua do Mercado, no Centro da cidade. Pelo nome - The Line - deve ser uma merda sem precedentes.

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Até.

7 comentários:

Anônimo disse...

Por essas e outras foi que eu disse ontem que sua coerência comove o leitor. Esse Joaquim Ferreira dos Santos deveria ter vergonha de fazer o que faz.

Beatriz Fontes disse...

Poxa, vá lá que ele noticiasse o nascimento, mas precisava dar o endereço? Precisava?

Anônimo disse...

Já falei contigo, Edu, na semana passada, como defino o jota: um dejeto sub-humano. E ponto.

Diogo Lyra disse...

Pra mim isso é coisa da própria assessoria de imprensa do Eduardo Moskovis. Se eles reclamam que o assédio é intenso e desumano, isto se dá em virtude de um fato muito simples: hoje em dia, com a tecnologia digital, é preferível pagar 200 merréis prum qualquer que clicou uma celebridade na rua do que 2.000 pra própria celebridade posar pra foto com ar de surpresa (como rolava antigamente). Mas isso não quer dizer que jornalistas - como o cujo em questão - constituem outra raça de merda e tão vendidos quanto as celebridades e os donos de seus jornais!

obs: Edu, nem dá trela pra malucos como aquele do blog do Arthur, certamente deve ser um adolescente que alterna entre punheta e aporrinhação alheia!!!!!

Eduardo Goldenberg disse...

Diogo: coisa do Du Moscovis não, malandro! Eu - confesso - quando li a carta procurei uma amiga que trabalha numa dessas revistas-de-merda que vivem disso em busca de um indício de incoerência, sabe?, de contradição. E ela foi taxativa: o cara ODEIA com todas as forças essas publicações odiosas que transormam qualquer neo-babaca numa celebridade.

Abração.

Luiz Antonio Simas disse...

Edu, vou te dizer uma coisa: - desprezo esse du moscovis. há um trecho ridículo dessa carta que ele escreveu, em que cita o Leblon como um bairro especial de pessoas especiais. começou bem e terminou escrevendo merda. esses atores dependem da mídia para aumento de cachês. se ele, de fato, quer romper com essa babaquice toda, faça como a lídia brondi, abandone a profissão. seria, inclusive, um enorme benefício às artes dramaticas do Brasil.
quanto ao jota, é o merda de sempre, já não surpreende mais.
beijo

Eduardo Goldenberg disse...

E eis o trecho final da carta-desabafo de Eduardo Moscovis ao qual se refere o grande Simas:

"Que nós consigamos nos manter à parte disso tudo, preservando a essência natural dos moradores desse bairro. Somos especiais por morarmos num lugar tão maravilhoso."

Faltam-me as palavras para comentar essa pérola final, repetindo, somos especiais por morarmos num lugar tão maravilhoso, e ele não se refere, meus caros, ao Rio de Janeiro, mas sim ao Leblon, cenário preferido da Rede Globo de Televisão, bairro onde há mais pose do que gente.

Como disse o Simas, começou bem e acabou falando merda.