9.5.07

DO DOSADOR

Quando o tempo é escasso - como hoje - preciso que as coisas sejam ditas todas quase que ao mesmo, em conta-gotas, como se servidas com o auxílio luxuoso de um dosador.

* falar sobre a comemoração pública de meu aniversário (houve a privada, familiar, fechadíssima) ficou, em função das finais do Campeonato Carioca, pra depois. As fotos estão todas aqui, e não há muito, mesmo, o que falar. Apenas que, como sempre acontece, eu fiquei com a sensação, que é realíssima e mais forte a cada ano, de que vi muita gente e não falei com ninguém. Mas é preciso dizer uns troços, ainda que rapidamente. Ganhei de presente da Marluci o que encarei como uma espécie de patuá, e acabou dando certo! A camisa 14 do Paulo Sérgio, a maior promessa e a maior aposta do Flamengo, com apenas 17 anos de idade. Egressa do Maracanã, depois do eletrizante 2 a 2, assim que recebi a camisa decidi que a guardaria para sempre, até que se torne uma relíquia. Eis a minha aposta privada, particular, fechadíssima. Foi comovente ver duas pessoas, dois meninos (se comparados comigo, uma múmia), saindo no tapa pra decidir quem pagaria minha conta e de Dani. Não lhes direi os nomes, que vaidade é coisa de viado (sempre que puder repetirei isso, já que o Simas provocou em mim o desejo da campanha cívica e politicamente incorreta, leiam aqui). Falei em camisa de time de futebol, falei em Simas e preciso dizer que ganhei, do meu amigo querido, a camisa do Íbis, o pior time do mundo, que eu vesti, orgulhoso, durante toda a noite. Ah, sim. E pra terminar o capítulo sobre meu aniversário. Deve ser a crise econômica, mas foi o ano em que ganhei menos presentes. Mas o que ganhei de promessa de presente não no gibi: "o pre-sen-ti-nho vem de-pois..." (por que as pessoas que dizem isso separam tão nitidamente as sílabas das palavras da frase feita?), "puxa esqueci sua lembrancinha...", essas merdas. Lembro que pra uma pessoa (não digo o sexo nem a porrada), hexacampeã em mãos-abanando, eu disse:

- Porra... se tu for deixar pra me entregar os presentinhos que vêm depois desde 2002 tu tá fodida...

Ela (a pessoa) sorriu amarelo; e não me dirigiu mais a palavra durante toda a noite. Ser sincero é foda!


* no dia primeiro de maio o Fefê, meu irmão siamês, que faz anos hoje, decidiu receber em sua casa - que ele divide com o Victinho - a trupe Szegeri: Fernando, Stefânia, Iara, Rosa e Cecília. A belezura que é o Rio de Janeiro e o modus operandi de seus moradores do Túnel Rebouças pra cá fez com que o petit comité se transformasse numa festa de proporções bíblicas. Eu sempre digo que depois do advento do celular tornou-se impossível calcular as coisas mais simples do mundo, como a quantidade de pessoas que vai almoçar na sua casa. Os celulares tocavam e a casa foi enchendo... Betinha, Flavinho, Alex Justo, Márcia Frantz, Guerreira, Marcy, Mariana Blanc, Marquinho Presidente, papai, mamãe, e a noite acabou se transformando numa festa de despedida - ou, como prefiro, de até breve! - do meu mano paulista. Fizemos, nós dois, a feira pela manhã, bebemos com o Simas num buteco que descobrimos há pouco numa ruazinha escondida da Tijuca, e fizemos, juntos, a bóia enfezada que sustentou a macacada durante a gloriosa tarde do feriado.


* na véspera, o grande Nézio recebeu em sua casa os Inimigos do Batente para uma feijoada e um churrasco. Como na casa do Fefê, o troço cresceu e no final da noite fomos brindados pela presença do Wilson Moreira, que cantou acompanhado pelo violão endiabrado do Prata, convocado por mim pelo celular, às pressas! E salve a zona norte!


* na sexta-feira passada, 04 de maio, eu, Simas e Rodrigo Ferrari demos uma pequena entrevista para uns estudantes da PUC que estão fazendo um trabalho sobre butecos, e justo comprando a briga que eu compro aqui, há anos, contra esses bares-de-merda que invadem a cidade. Foi no segundo andar da livraria Folha Seca, e foi - confesso com a modéstia deixada de lado, que modéstia demais também é coisa de viado - absolutamente divertido. Seguramente a repercussão será mínima, ínfima, já que trata-se de um trabalho para a faculdade... Mas que foi muito bom ver que tem gente pensando como a gente e disposta a divulgar a coisa, foi. O astral na livraria estava, pra variar, perfeito - Cassio Loredano e Betinha regendo o furdunço - e vou tentar, em breve, pôr aqui umas imagens da entrevista na qual, é claro, destacou-se o monstruoso Luiz Antonio Simas, dando a mim e ao Rodrigo a perfeita dimensão de nossa importância: nenhuma.


* É evidente que por se tratar de um queridinho da TV Globo, a máquina produtora de cocô em série no Brasil desde que foi implantada no país por um nefasto e obscuro acordo - engraçado como vai ter gente que vai julgar esse discurso antigo, mas mais adequado que nunca em tempos de emburrecimento massificante - o Miguel Falabella será poupado por tudo e por todos. Ocorre que recentemente, num desses domingos em que a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro oferece, em suas salas, ingressos para o teatro a R$1,00 (um real), durante a apresentação do musical "Império", no Teatro Carlos Gomes, o afrescalhado ator esqueceu a fala de seu personagem. E dirigiu-se assim ao público:

"Mas também por R$ 1 eu não tenho a obrigação de decorar o texto".

E ainda acrescentou outra fala ao personagem:

"E quero baixar um decreto: nas noites de R$ 1, fica proibido o uso do banheiro. Ora, por R$ 1 ainda querem o quê? Vão fazer xixi na rua!"

O imbecil disse que tratou-se, apenas, de uma brincadeira.

Brincadeira de mau gosto, covarde e humilhante com o povo que vai ao teatro nesse dia não porque quer, mas porque é quando pode. Um comportamento arrogante que deveria merecer uma resposta à altura dada pela Prefeitura, que patrocina o musical, e um intenso repúdio por parte da impresa que bajula esses babacas.

Aliás... coisa de viado, isso que ele fez.


* Faz anos hoje, como já disse, o Fefê, meu irmão. Ergo, do balcão imaginário do buteco, meu copo à sua saúde pedindo a todos os deuses proteção a quem não pode - peço isso todos os dias - me faltar.

Até.

10 comentários:

∫nês disse...

Edu, que festão!!!

Acabei de ver as fotos do teu aniversário. Clindo!!!
Tantos sorrisos e peles morenas, música e cenário lindo... ah, o Trapiche Gamboa!!!

Que sítio especial, hein! Onde nos conhecemos e a teia começou.

Juro que, um dia, estarei aí para celebrar o teu aniversário e poder participar de uma celebração tão espectacular e genuina!

Ah, e não direi "o pre-sen-ti-nho vem depois" :)

Beijos,

Nês

Anônimo disse...

Na boa, você tem a vida que todo carioca pediu a Deus, mas só alguns receberam de presente! Parabéns atrasado!

Anônimo disse...

Meus modestos parabens ao teu irmao, Edu - e aos universitarios que te entrevistaram, na semana passada.

Luiz Antonio Simas disse...

O Ministério do vai dar merda avisa: - Vai dar merda.

4rthur disse...

...E quanto ao Fallaboiolla, que os mais sensíveis me perdoem pelo tom meio sexista, mas só não mando o loiro tomar no cu porque ele gosta.

Unknown disse...

Miguel Falabella é que nem balsa: só atraca de ré.

caíque disse...

edu, o tal do falabela é um babaca.
ponto com, ponto beérre.

Anônimo disse...

Edu, subestimei a sorte e achei que compraria passagem pela Ocean Air no próprio domingo, pois eu não deixaria de jogar minha sagrada pelada no Anhanguera... só tinha ponte aérea da Gol a módicos R$ 350,00. Aí me ferrei... Bem disse o Szegeri para mim na casa dele Domingo: "Favela, vacilação geral!"

E atenção pra substituição! Some um, vem outro. Que sina! Ter que aturar uns comentários desses é foda. E ainda o malandro desceu a lenha na Beatriz!! Brincadeira!

Abraço!

Beatriz Fontes disse...

O pior é que foi gratuito... :-(

Anônimo disse...

Edu, mande um beijo meu pro Fefê de feliz aniversário. Saudades de vocês.