8.6.07

ANHANGÜERA É RESISTÊNCIA

É rigorosamente sem pudor que eu dou nome a este post, copiando descaradamente o gênio da raça, meu irmão Fernando Szegeri, que na quarta-feira passada apresentou a todos o blog dessa grande figura que é Arthur Tirone, o Favela, freqüentador assíduo do balcão do BUTECO, soldado da linha de frente.

Como eu não tenho capacidade de dizer nada sobre nenhum assunto depois do Szegeri, trancrevo trecho do texto do meu mano paulista, recomendando intensamente que você dedique um tempo para ler as fabulosas histórias que nos conta o Favela, um sujeito que devota à Barra Funda, seu futebol de várzea, suas histórias, seus butecos e seus personagens, o mesmo amor que eu devoto à Tijuca e à zona norte da minha cidade, onde fico, sempre, à vontade:

"Hoje, especialmente, faço este breve intróito para recomendar vivamente a leitura de um estreante, que independentemente de ser um grande companheiro no samba, nas noites e na vida, tem vivência, memória, verve e animus narrandi - as quatro qualidades suficientes e necessárias - de um grande contador de histórias: Arthur Favela Tirone, figura habitual nesta e noutras plagas virtuais já citadas. No seu Anhangüera vêm sendo pintadas a doçura e a vileza desta Cidade que se agigantou, com suas cores tão naturais quanto algo desbotadas de poluição e antigüidade, com sua gente verdadeira, sua malandragem meio-bruta, meio-caipira, bem longe dos estereótipos e paradigmas importados que os seus usurpadores teimam em querer enfiar-lhe goela abaixo. Porque essa é a nossa verdade mestiça de guaianás acaboclados e negros oprimidos! Ali estão presentes o butiquim vagabundo, o futebol de várzea, as rodas de samba, a barafunda destas ruas de inigualável sotaque!

E vamos em frente, que as trincheiras estão cavadas e nós temos soldados destemidos e munição pesada, ainda que o inimigo seja mais numeroso e tão desleal. Porque a resistência também está plantada nesta Terra da Garoa. Tem nome de diabo velho e mora na Barra Funda!"


Vocês podem ler o texto do Szegeri, na íntegra, aqui.

E conhecer o imperdível ANHANGÜERA, um espaço que - a definição é do próprio malandro - se destina às fantasias e exageros das velhas histórias e ao cotidiano de anônimos, jogadores, brigões, loucos, vadios, bêbados, onde o grande Favela despeja do futebol à cachaça, passando pelo samba e devaneios pessoais, aqui!

Até.

Um comentário:

Anônimo disse...

Opa! Que beleza, Edu!!!
Sinceramente, tive tamanha emoção de ler isso aqui... Comparável à que senti quando li a do Szegeri.
Obrigado mano! Obrigado.
Beijo!