10.7.07

MINUCA PROS AMIGOS

Estive, no final de semana que passou, na mais-que-aprazível cidade de Volta Redonda, para comemorar o aniversário da Mamaia, uma dentre as incontáveis tias da Dani, a quem adotei como minha faz tempo. Chegamos na sexta-feira tarde da noite, a festa seria no sábado à noitinha, e já na manhã do sábado acordei com uma obsessão etílica e resmungei de boca cheia:

- Preciso encontrar aquela cachaça...

- Qual? - respondeu-me o Comandante, meu legendário sogro.

- A Minuca. Andam dizendo por aí que é das melhores do Brasil...

O Comandante, hiperbólico como um senador romano, deu uma espécie de urro que fez tremer a cozinha. Sumiu pelo corredor e voltou com uma garrafa na mão. Era ela. A Minuca.

Afastei o pires com a xícara ainda cheia, dispensei o cafezinho, empurrei o pratinho com o sanduíche de presunto e queijo no pão francês e servi-me da cachaça, que estava fechada.

Um assombro.

Comandante com os olhos arregalados:

- Boa? Boa?

E eu, fazendo cena, de olhos fechados, cheirando o copo, disse:

- Quantas você tem?

- Uma.

- Vamos à Bananal!

E fomos.

Sem mais delongas, meus poucos mas fiéis leitores, estive na Chácara Santa Inês, em Bananal, e lá fomos atendidos por uma senhora simpaticíssima. Eis o resumo do diálogo:

- Bom dia.

- Bom dia.

- Eu gostaria de comprar umas garrafas de Minuca...

- Pois não... O senhor já conhece?

- Já.

- Qual?

- Tem mais de uma?

- É que temos a Minuca envelhecida em tonéis de jequitibá-rosa, de carvalho e de peroba-do-campo...

- Ah! Só conheço a do jequitibá...

Ela, gentilíssima, pediu licença e voltou com um pratinho com aipim frito.

Serviu-me das outras duas.

A de jequitibá, na minha modestíssima opinião, é infinitamente superior.

Ao que eu disse:

- Vou levar.

E ela me estendeu uma garrafa.

Eu ri.

- Quero treze, minha senhora... aliás... como a senhora se chama?

- Minuca!

cachaça Minuca

Descansam aqui em casa, então, onze - duas eu já dei de presente - garrafas do tesouro.

Sobrarão poucas.

Mas sobrarão.

Até porque eu já conheço o caminho do pecado.

Até.

6 comentários:

Rodrigo Nonno disse...

Precisamos do caminho das pedras, Edu.

Um forte abra�o,

Rodrigo Nonno

Anônimo disse...

Edu, meu camarada, talvez eu vá, nesse mês ainda, ao Espírito Santo matar a saudade de meus avós, visto que a faculdade onde estudo está de férias.

Caso eu vá, mesmo, trarei, quando retornar, umas garrafas de Floresta, uma excelente cachaça produzida em Burarama, distrito de Cachº de Itap. Trarei-as pra você e o Simas provarem. Beleza?

4rthur disse...

Não tem nada a ver com o assunto de hoje... é que eu acabei de passar pela banca e vi a tal bandeirinha na capa da Playboy, e comecei a lembrar da grande discussão travada na página do Bruno. Agora me responda: isso já não era de se esperar?

Anônimo disse...

Como disse o rodrigo. O caminho das pedras !!!!

Eduardo Goldenberg disse...

Rodrigo e Levi: não há mistérios, meus caros!

Fica em Bananal, cidadezinha paulista, próxima demais ao Rio de Janeiro.

Indo do Rio, pela Dutra - muitíssimo bem sinalizada - a entrada fica um pouco antes da entrada para Volta Redonda.

A cidadezinha é pequena e todo mundo sabe aonde fica a chácara.

Boa sorte!

Rodrigo Nonno disse...

Quando passar pela região, com toda certeza, irei procurar.

Rodrigo Nonno