Semana que vem, mais precisamente - como tem de ser, sempre! - daqui a exatamente uma semana, completa 40 anos - a pompa redonda da idade pede o número por extenso, quarenta, quarenta, quarenta! - esse poço artesiano de doçura, Rodrigo Ferrari, o Rodrigo Folha Seca, o queridíssimo Digão. A data será devidamente comemorada em evento fechado para o qual fui, o que muito me honra, convidado. Mas não é sobre a festa, mais fechada que cabaço de Honório Gurgel, como diria o Aldir, o Blanc evidentemente, que eu quero lhes falar. Nem quero lhes falar sobre a festa pública, que fará tremer o centro da cidade, e que acontecerá no próximo sábado, 25 de agosto, a partir das 13h, em frente à livraria do meu coração, a Folha Seca. Quero lhes contar, isso sim, sobre o presente que me pediu o Digão. Aliás, anda pidão o quadragenário.
Domingo pela manhã, coisa de 8, 9 da matina, ligou-me o Simas:
- Feira?
- Evidente!
Bati o celular pro Felipinho Cereal:
- Feira?
- Feira!
Quando estava de saída, pisca na tela do meu celular o nome do Digão:
- Fala!
E ele, nitidamente bocejando:
- Vocês vão à feira, né? O Felipinho me disse...
Antes que eu respondesse, ele emendou:
- Me pega aqui?
Eu, que não sei dizer não aos amigos, achando aquilo um abuso olímpico - eu moro a poucos metros da feira e o malandro mora em Laranjeiras! - disse resignado:
- Tá. Desça em vinte minutos.
Ele, excedendo-se:
- Passa antes no Felipinho e venha com ele.
Estávamos eu e Felipinho Cereal, em vinte minutos, diante da portaria de seu prédio.
Depois de cinco minutos de espera - e nada me tira mais do sério do que esperar o carona - bati-lhe o celular:
- Tô fazendo a barba, imbecil. Espera! - disse ele, à moda szegeriana.
Notem que o Szegeri, que me espicaça e me tortura com requinte, anda fazendo escola.
Pois o Digão desceu, entrou no carro, tomamos o rumo da feira, lá encontramos com o Simas, com a Candinha, com o Fefê, depois tomamos a direção do glorioso Bar do Chico, juntou-se a nós o Cassio Loredano, e de lá seguimos para o Rio-Brasília, onde engrossaram a turbamalta o Claudão, a Ana Paula, a Joana e o Prata.
À certa altura, quando falava-se sobre a roda de samba do próximo sábado, alguém disse:
- Digão vai querer o quê de aniversário?
Não prestei a devida atenção à resposta - o troço não era comigo. Mas achei pertinente entrevistar o aniversariante:
- E aí, malandro? Queres o quê de mim? - fiz troça.
E ele, sério, os olhos já ligeiramente embaçados, cravando as mãos enormes no meu braço:
- Quero que você traga o Szegeri.
E repetiu, sequioso:
- Entendeu? Traga o Szegeri. Quero o Szegeri no meu aniversário, desde cedo...
Tentei replicar:
- Mas...
Ele, num corte:
- Não interessa. Você não me interessa. Sua opinião não me interessa. Quero o Szegeri, viu? O Szegeri!
Notem vocês o poder do meu amigo paulista e a obsessão do quase-quadragenário.
Até.
9 comentários:
Edu, o que mais me impressionou foi essa foto do Digão posando com uma garrafa d'água no balcão da livraria. A foto foi tirada pela manhã??? Arthur Mitke
Mitke, meu caro: a foto foi, sim, tirada pela manhã, mais precisamente às 11h51min, por mim, com a câmera digital do nosso Felipinho Cereal. Mas a garrafa que se vê sobre o balcão não é de água. Trata-se de álcool, já que nosso quase-quadragenário dava uma geral na capa de alguns livros. E matando sua curiosidade implícita...
Sim.
Já bebíamos, às 11h51min, eu, Simas, Simas, Digão e Felipinho Cereal!
Tomara que o Szegeri possa vir. Será a melhor tarde do ano na rua do Ouvidor. Queria estar presente...
bj, Felipinho
Felipinho Cereal: todos nós queremos a presença do bom paulista. Mas vá por mim, que eu conheço bastante bem o Szegeri: quanto mais dissermos isso, menor a chance dele vir.
Como sou novo no balcão, não vou fazer feio, e por isso prometo levar uma grande figura sábado, uma surpresa. A única coisa que posso adiantar é que ela estava domingo no estephanios degustando o gourjão e a pizza juntamente com os músicos da roda.
Forte abraço a todos!!!!!!!!
Ia viajar nesse fim de semana, mas agora estou torcendo que a coisa desande pra que eu possa dar um abraço nesse poço artesiano de doçura no sábado!
até lá, se deus quiser e o capiroto permitir.
Gabriel: mas que mala, né, malandro?
Arthur: cancela a viagem, porra!!!!! O Capiroto confirmou presença faz tempo!
Se o Szegeri vier, eu não vou.
edu, trabalho numa empresa de arquitetura no centro, e almoço todo dia no antigamente. é dali que eu conheço o rodrigo e a sua (dele) fantástica livraria. e já soube, no restaurante, que a "efeméride" do sábado vai ser monumental... então é aniversário do cara!
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