21.8.07

O PRESENTE QUE O DIGÃO QUER

Semana que vem, mais precisamente - como tem de ser, sempre! - daqui a exatamente uma semana, completa 40 anos - a pompa redonda da idade pede o número por extenso, quarenta, quarenta, quarenta! - esse poço artesiano de doçura, Rodrigo Ferrari, o Rodrigo Folha Seca, o queridíssimo Digão. A data será devidamente comemorada em evento fechado para o qual fui, o que muito me honra, convidado. Mas não é sobre a festa, mais fechada que cabaço de Honório Gurgel, como diria o Aldir, o Blanc evidentemente, que eu quero lhes falar. Nem quero lhes falar sobre a festa pública, que fará tremer o centro da cidade, e que acontecerá no próximo sábado, 25 de agosto, a partir das 13h, em frente à livraria do meu coração, a Folha Seca. Quero lhes contar, isso sim, sobre o presente que me pediu o Digão. Aliás, anda pidão o quadragenário.

Rodrigo Ferrari, na livraria Folha Seca, em 18 de agosto de 2007

Domingo pela manhã, coisa de 8, 9 da matina, ligou-me o Simas:

- Feira?

- Evidente!

Bati o celular pro Felipinho Cereal:

- Feira?

- Feira!

Quando estava de saída, pisca na tela do meu celular o nome do Digão:

- Fala!

E ele, nitidamente bocejando:

- Vocês vão à feira, né? O Felipinho me disse...

Antes que eu respondesse, ele emendou:

- Me pega aqui?

Eu, que não sei dizer não aos amigos, achando aquilo um abuso olímpico - eu moro a poucos metros da feira e o malandro mora em Laranjeiras! - disse resignado:

- Tá. Desça em vinte minutos.

Ele, excedendo-se:

- Passa antes no Felipinho e venha com ele.

Estávamos eu e Felipinho Cereal, em vinte minutos, diante da portaria de seu prédio.

Depois de cinco minutos de espera - e nada me tira mais do sério do que esperar o carona - bati-lhe o celular:

- Tô fazendo a barba, imbecil. Espera! - disse ele, à moda szegeriana.

Notem que o Szegeri, que me espicaça e me tortura com requinte, anda fazendo escola.

Pois o Digão desceu, entrou no carro, tomamos o rumo da feira, lá encontramos com o Simas, com a Candinha, com o Fefê, depois tomamos a direção do glorioso Bar do Chico, juntou-se a nós o Cassio Loredano, e de lá seguimos para o Rio-Brasília, onde engrossaram a turbamalta o Claudão, a Ana Paula, a Joana e o Prata.

À certa altura, quando falava-se sobre a roda de samba do próximo sábado, alguém disse:

- Digão vai querer o quê de aniversário?

Não prestei a devida atenção à resposta - o troço não era comigo. Mas achei pertinente entrevistar o aniversariante:

- E aí, malandro? Queres o quê de mim? - fiz troça.

E ele, sério, os olhos já ligeiramente embaçados, cravando as mãos enormes no meu braço:

- Quero que você traga o Szegeri.

E repetiu, sequioso:

- Entendeu? Traga o Szegeri. Quero o Szegeri no meu aniversário, desde cedo...

Tentei replicar:

- Mas...

Ele, num corte:

- Não interessa. Você não me interessa. Sua opinião não me interessa. Quero o Szegeri, viu? O Szegeri!

Notem vocês o poder do meu amigo paulista e a obsessão do quase-quadragenário.

Até.

9 comentários:

Anônimo disse...

Edu, o que mais me impressionou foi essa foto do Digão posando com uma garrafa d'água no balcão da livraria. A foto foi tirada pela manhã??? Arthur Mitke

Eduardo Goldenberg disse...

Mitke, meu caro: a foto foi, sim, tirada pela manhã, mais precisamente às 11h51min, por mim, com a câmera digital do nosso Felipinho Cereal. Mas a garrafa que se vê sobre o balcão não é de água. Trata-se de álcool, já que nosso quase-quadragenário dava uma geral na capa de alguns livros. E matando sua curiosidade implícita...

Sim.

Já bebíamos, às 11h51min, eu, Simas, Simas, Digão e Felipinho Cereal!

Felipe Quintans disse...

Tomara que o Szegeri possa vir. Será a melhor tarde do ano na rua do Ouvidor. Queria estar presente...

bj, Felipinho

Eduardo Goldenberg disse...

Felipinho Cereal: todos nós queremos a presença do bom paulista. Mas vá por mim, que eu conheço bastante bem o Szegeri: quanto mais dissermos isso, menor a chance dele vir.

Anônimo disse...

Como sou novo no balcão, não vou fazer feio, e por isso prometo levar uma grande figura sábado, uma surpresa. A única coisa que posso adiantar é que ela estava domingo no estephanios degustando o gourjão e a pizza juntamente com os músicos da roda.

Forte abraço a todos!!!!!!!!

4rthur disse...

Ia viajar nesse fim de semana, mas agora estou torcendo que a coisa desande pra que eu possa dar um abraço nesse poço artesiano de doçura no sábado!

até lá, se deus quiser e o capiroto permitir.

Eduardo Goldenberg disse...

Gabriel: mas que mala, né, malandro?

Arthur: cancela a viagem, porra!!!!! O Capiroto confirmou presença faz tempo!

Anônimo disse...

Se o Szegeri vier, eu não vou.

Anônimo disse...

edu, trabalho numa empresa de arquitetura no centro, e almoço todo dia no antigamente. é dali que eu conheço o rodrigo e a sua (dele) fantástica livraria. e já soube, no restaurante, que a "efeméride" do sábado vai ser monumental... então é aniversário do cara!