25.10.07

O DEPOIMENTO DO ZÉ SERGIO

O texto À MODA DA TIJUCA, leia-o aqui, no qual eu conto como agi com duas sobrinhas amadas diante de uma babaquice olímpica imposta às meninas pelo colégio rendeu, até o momento, vinte e oito comentários. Nenhum tão significativo e tão no espírito da história que contei como o do meu queridíssimo José Sergio Rocha. Fala, :

"Tenho quase certeza de que sou um dos mais veteranos do grupo que está lhe dando os parabéns, com exceção do Isaac (porra, Isaac, é o animal do teu filho que te chama de mais velho, eu só estou chamando de veterano).

Por isso mesmo, estou ainda mais perplexo com essa porra toda que está acontecendo nos costumes. Por isso, não me surpreendem absurdos como este que foi comentado pelo Daniel A., aí mais pra cima.

Um dia, numa festinha de aniversário de criança, em Icaraí, há uns 10 anos, quase saí na porrada com a mãe e o babaca do padrinho de uma menina, por incentivarem a guria e os outros pivetes da festa a dançarem com a porra da garrafinha.

O próprio pai da menina, meu chapa, com quem eu tomava algumas na merda do plei, ficou sem fôlego quando viu a filha de uns cinco anos chegar fantasiada de Carla Peres, com shortinho cavado, bustiê, maquiadinha feito uma barbie. Quase teve um troço, mas não falou nada.

Eu é que não me aguentei e fiz um discurso contra aquela bosta.

Aí vieram o babaca do padrinho, a escrota da madrinha e a mais escrota de todas, a mãe, tentando me desqualificar, dizendo que eu estava velho e biritado. Porra, aí o tempo quase fechou. Chamei aqueles putos todos de idiotas, pedófilos enrustidos, o caralho a quatro.

Somente outro convidado da merda da festa, que o Edu conheceu por eu ter levado uma vez no Estephanio´s, é que entrou também na confusão. Saímos ou fomos convidados a sair, nem me lembro.

O meu outro chapa, pai da aniversariante, quase veio junto, mas a coisa estava feia demais. Quem mandou casar com uma imbecil daquelas e ainda por cima deixar que ela chamasse para padrinhos um casal de cuzões?

A "Pequena Miss Sunshine" lavou minha alma, mas isso foi dez anos depois. Puta que os pariu!"


Até.

4 comentários:

Anônimo disse...

Esse relato é estarrecedor. Estalinho em festa junina perto disso vira ritual católico.

Zé Sérgio, desculpa perguntar, mas e esse seu amigo, pai da menina? Continuou casado com a tal mocréia (desculpa mais uma vez, mas uma mãe que fantasia uma filha de 5 anos de idade de Carla Peres, pode, sim, ser classificada como mocréia) tiete do Tchan?

Saudações,


Daniel A.

Unknown disse...

Viva a Dinda!!!!

Anônimo disse...

Daniel, passaram um bom tempo casados. Não era bem meu amigo. Era um colega de faculdade. Muitos dessa época continuam amigos. O pai da barbie sumiu. A mocréia continua a mesma, só que mais velha. O padrinho às vezes tenta se aproximar para falar comigo. Deve até ter esquecido o incidente. Mas eu finjo que nem sei quem é. Espero que a menina, que nunca mais vi, não tenha puxado os pais. Abs,

juliana amaral disse...

Edu, querido. Durante uns 7 anos eu cantei em festas de casamento, formaturas e afins, tempo aliás que não traz nenhuma saudade, mas se tivesse teu talento para a crônica certamente poderia ter escrito um livro de barbaridades. Lendo o Zé Sérgio (saudade...), lembrei-me que uma vez cantei numa festa de formatura de uma pré-escola em que uma classe de umas 15 crianças de 4 anos dançou, sob os olhos marejados e gritinhos de êxtase dos pais e sob o comando de uma bucéfala (a professorinha) uma música country impredicável da dupla Leandro e Leonardo ("veste a calça saint-tropez que deixa o umbiguinho de fora..."), rebolando em seus shortinhos apertados e suas miniblusas. Eu quis morrer de nojo, vergonha, tristeza e desespero, não conseguia nem olhar.
Haja fé... o que ainda me faz crer que o mundo pode ter salvação é ver os nossos filhos e os que cuidam deles (como você): a alegria estampada no sorriso lindo da Iara com nome de sereia, as bochechas imensas da Rosinha com nome de flor, os olhos de jaboticaba da minha Luiza, que procura por São Jorge na lua cheia.