8.3.08

PARA A BETINHA COM UMA FLOR

Hoje é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Um sujeito homem, como eu, sabe, desde o berço, que - como disse o poeta, magistralmente - sem elas a gente não vive, o que faz do dia 08 de março, franca e sinceramente, uma quase-besteira, eis que do primeiro de janeiro ao 31 de dezembro, durante as 24 horas do dia, sim, sim, sim!, o tempo é delas. Eu disse quase-besteira porque no fundo, no fundo, besteira não é. Se há - mesmo que com interesses comerciais - um dia dedicado, exclusivamente a elas, o troço mais lindo que pode haver no mundo, que façamos do dia, então, uma oportunidade para a devoção explícita, escancarada e despudoradamente apaixonada.

Em 2006 escrevi, no 08 de março, o texto MINHAS MULHERES, que pode ser lido aqui. Em 2007, mandei bala - literalmente, leiam e entendam o por quê - no texto DIA INTERNACIONAL DA MULHER, leiam aqui.

Hoje, neste 2008 que mal começou, escrevo PARA A BETINHA COM UMA FLOR, valendo-me dela, minha mais querida amiga, para homenagear todas as mulheres que me cercam, da minha saudosa e amada bisavó à minha Dani Sorriso Maracanã, a mulher que me ensinou a sorrir, da minha avó querida, do alto de seus oitenta e tantos anos, elegante como uma rainha, à minha mãe, partes daquilo que chamo Santíssima Trindade (entendam isso, aqui, lendo 6 DE MAIO), da Lina, a mulher que ensinou meu irmão a sorrir ainda mais bonito, às minhas garotas (em ordem alfabética, para não ferir suscetibilidades), Ana Clara, Dhaffiny, Iara e Milena, fora as que eu, em delírio, roubei pra mim, Maria Helena e Rosa, e suas mães, Magali, Lu, Railídia, Mariana e Stê.

Mas por que - perguntarão vocês, e daqui eu ouço a pergunta coletiva - a Betinha?

Não darei muitos detalhes - e nem me perguntem, pois não responderei - porque sou preciso do início ao fim, mas coscuvilheiro eu não sou.

Porque a Betinha deixará o Brasil por uns meses.

Deixará o Brasil por uns meses e - quero confessar, nesse princípio de derramada homenagem - justo por causa disso eu ando comovido com sua cada vez mais próxima viagem.

Sentirei, eis o fato que me magoa, aguda e intensa saudade dela, saudade que se antecipa nesse meu pobre coração incorrigível e cada vez mais propenso ao derretimento.

Sentirei saudade - e muita - porque a viagem é uma quase-morte. A dor maior que causa a partida definitiva - imagenzinha paupérrima para falar da morte -, a perda de alguém querido, é justo a certeza, que se abate sobre quem fica, de nunca mais tocar, beijar, abraçar, cheirar, farejar, apalpar, ver (!!!!!) a pessoa.

Serão nove meses - ou algo assim, um pouco mais, creio - sem a presença dela. Dirão os modernosos:

- Há o email!

- Há o SKYPE!

- Há o MSN!

- Há o telefone!

Mas não haverá Betinha, meus poucos mas fiéis leitores.

Não haverá a Betinha no Bar Brasil, não haverá a Betinha no Opus, não haverá a Betinha no Rio-Brasília, no Salete, no Adonis, não haverá a Betinha no Maracanã, não haverá a Betinha na roda de samba da rua do Ouvidor, não ecoará em meus ouvidos sua gargalhada, não haverá mais uma saideira pedida por ela, e eu, só de escrever esse troço, sinto o lado do peito que ela ocupa, vazio como no cortante samba do Cartola.

Betinha, 31 de dezembro de 2007

Uma mulher com quem falo praticamente todos os dias - todos, né, Betinha? -, seja por email, por telefone ou pessoalmente, uma mulher que tanto pode ser o mar tranqüilo como pode ser o mar bravio, uma mulher que passa da brisa à tempestade numa fração de segundos, uma mulher que cativa quem a conhece, uma mulher capaz de gestos como esse, leia UM JANTAR, O PRESENTE (aqui!), e por quem eu sou - nunca fiz segredo disso, que dirá agora! - apaixonado, na mais doce e bonita acepção da palavra.

Naquela ocasião, em 05 de março de 2006, escrevi, sobre Betinha e Flavinho, sobre o momento que então vivíamos, eu e Dani, o seguinte:

"A eles dois, a ela, Betinha, especialmente pelo gesto indizível, meu carinho, meu amor, meu muito obrigado, mesmo ciente de que não há agradecimento capaz de dimensionar o que a gente sente numa hora dessas."

Quero me valer quase que dessas mesmas palavras para dizer a ela que, a poucas semanas de sua viagem (sua quase-morte, pô!), não há palavras capazes de dimensionar o que eu sinto numa hora dessas.

Até.

9 comentários:

Uncle Bob disse...

Que belo texto Edu.

juponti disse...

Que inveja da Betina!!Em Tempo: Gostaria muito de , voltando à infância, pudéssemos nos encontrar mais frequentemente, inclusive, num final de semana em Areal, no velho e bom Malucha, Topa? Jurema Ponti.

Nelson Borges disse...

Sempre me emociono com filmes e até desenhos que falam sobre amizade. Lembrei agora da vez em que Tom e Jerry se uniram para derrotarem um novo cachorro que estava pintando no pedaço, já denunciando minha provável idade.
O fato é que acabo de me emocionar novamente.
Parabéns Edu!

Anônimo disse...

Você ganhou mais um leitor fiel. E vou espalhar seu blog para meus amigos de fé também. Muito bom Edu!

Anônimo disse...

Eu também já sinto muita saudade, mesmo ainda não tendo partido. Saudade de todos os lugares que você mencionou e de muitos outros. Mas a maior saudade é - e não há como ser diferente - dos amigos amados, dentre os quais você ocupa um lugar único e muitíssimo especial.
Ainda bem que em amizade não há débitos nem créditos, pois senão eu nunca teria como retribuir todo o seu carinho.
Te amo.

Tadea disse...

Edu,
Voce nao poderia ter escolhido uma pessoa mais especial e perfeita para representar a MULHER. A Betinha e isso tudo que voce falou e muito mais, e gargalhada, e energia, e vida. A unica coisa que me alegra e que, alguns desses meses que ela vai estar longe de voces ela estara perto de mim, e isso vai me fazer um bem danado!!!
Beijos com muito carinho, Tata'

Anônimo disse...

Belíssimo texto.

Anônimo disse...

Essa é a declaração de amor mais bonita que eu já li, feita por um amigo para uma amiga. Tocante de verdade. A Betinha está de parabéns por ter um amigo como o Eduardo e ele por saber expressar tão bem o amor que sente por ela.

Anônimo disse...

Que declaração! Uma homenagem muito bonita mesmo. Boa viagem, Betinha.