1.4.08

O XIS DO PROBLEMA

Sonhei, na noite passada, que um grupo odiento de pessoas rigorosamente desconhecidas me cercava e me convencia (tentava me convencer, em nome da precisão que me acompanha), a todo o custo, a deixar a Tijuca para ir morar em Laranjeiras, Flamengo, Botafogo, Copacabana, Leme, Leblon, Lagoa, num desses bairros.

Acordei, transpirando e assustadíssimo, e fiquei feliz quando verifiquei, como uma besta, que tratava-se de pesadelo, apenas.

Olhei pro céu da Tijuca, belíssimo, e cantei pra dentro, a poucos metros do Estácio, o samba de Noel Rosa desenhado no firmamento.

vista da janela de casa, primeiro de abril de 2008, 6h42min, Tijuca
vista da janela de casa, primeiro de abril de 2008, 6h43min, Tijuca
vista da janela de casa, primeiro de abril de 2008, 6h43min, Tijuca

2 comentários:

Uncle Bob disse...

Prezado Edu,

A secretária aqui de casa vive citando trechos da Bíblia, tentando - em vão - salvar a minha já perdida alma.

Um deles eu já decorei.

"Não aprendais o caminho dos gentios, nem vos espanteis com os sinais dos céus, porque com eles os gentios se atemorizam"

Um forte abraço!

David da Silva disse...

Em 2002, presenciei algo semelhante. Creio-me ateu, mas sou shakespeareano (Hamlet, ato I, cena V – “Há mais mistérios...” etc. e tal). Cito aqui os nomes dos circunstantes, pra que não profanem esta epifania (!?!) sob o escárnio da suspeita. Fui enterrar meu amigo Edvar Alves de Figueiredo no Cemitério da Saudade, aqui em Taboão da Serra/SP. Na saída, captei o olhar verde esfuziante da Marcele (sobrinha do amigo) pregado no céu. Ela baixou rapidamente os olhos, e então eu ví: as nuvens pintaram uma cruz no azul infinito, exatamente sobre o portal do cemitério. Disse a ela que pena eu não estar com minha câmera. Ela devolveu: “Isto não é pra fotografar. É pra ficar impresso na nossa alma”.