25.7.08

A IDADE DE FERNANDO JOSÉ SZEGERI

Recebi, ontem à noitinha, de uma leitora que me pediu para não ser identificada (no que será atendida), um email através do qual ela me pergunta, pareceu-me que sofregamente, qual a idade de Fernando José Szegeri (eu quase que escrevi Fernando Szegeri, apenas, e eu sei que eu tomaria um pito tremendo, eu sei que ele ralharia comigo em razão da falta de seu nome na íntegra, do qual ele muito se orgulha). Preferi respondê-la publicamente. E notem bem uma coisa (e note bem uma coisa, você, leitora curiosa): em março de 2006, quando escrevi o texto A XÊNIA E O SZEGERI (leiam aqui), revelei:

"Vejam bem uma coisa. Para mim, que o conheço já há uns 10 anos, o Szegeri nasceu da forma como é hoje.

Barbado. Peludo. Gordo. Já funcionário público e já sonhando com a aposentadoria. O Szegeri, para mim, foi contemporâneo do Borba Gato, o bandeirante paulista. Foi, conta a lenda (que repete-se até hoje), o que mais chorou quando enterrou o amigo, a quem chamava de Borbinha, em 1718. Em 9 de janeiro de 1822, foi Fernando José Szegeri quem deu uma força a D. Pedro I para que ele se mantivesse no Brasil contrariando as ordens das Cortes Portuguesas."


Vamos em frente.

Fernando José Szegeri não tem idade, como a saudade (essa foi sofrível, mas tenho o péssimo hábito, já tantas vezes revelado, de não corrigir o que escrevo). Fernando José Szegeri é um homem que, por exemplo, indagado sobre sua data de nascimento (pergunta normal e comuníssima), ri e apenas ri. Quando muito, diz cofiando a barba amazônica:

- Se eu contar você não acredita.

A barba amazônica, por exemplo, e a carapinha que cobre sua cabeça e emoldura as duas menores orelhas de que se tem notícia, são negras como as asas da graúna. Há quem jure que Fernando José Szegeri pinta a barba e pinta o cabelo. Eu, que o conheço há coisa de 12, 13 anos, sempre o vi com aquela moldura retinta - e não há um fio branco que seja dando pinta por ali. Indagado sobre isso, se pinta a barba, se pinta os cabelos, e indagado sobre o segredo que mantém a nível zero a presença de cabelos brancos, ele ri e apenas ri. Quando muito, diz alisando o lóbulo da orelha direita com o dedo mindinho da mão esquerda:

- Se eu contar você não acredita.

E vive, o meu irmão paulista, cercado por essa onda de mistério. Às vezes, e eu penso que para disfarçar, solta frases que soam falsas - como essa que cravou, certa vez, num de seus textos publicados em seu blog:

"Mas hoje, imobilizado no trânsito, sapatos encharcados, deu uma tremenda vontade de ouvir a voz da Xênia embaixo de um túnel de almofadas e esperar minha mãe trazer uma bandeja bem cheirosa com misto quente e nescau batido no leite."

Trata-se de uma redonda mentira.

Fernando José Szegeri - e não me convencem as juras de Cecília e José, que não têm NENHUMA foto do filho quando bebê - quando veio ao mundo, quando apareceu no Brasil, quando surgiu em São Paulo, já era comunista, já era funcionário público, já sonhava com a aposentadoria, camisolões e pantufas, já tinha a barba que ainda hoje ostenta, já cantava, já bebia, já sabia de cor e salteado toda a obra de Marx.

Essa a razão - ou uma delas - pela qual não posso, nem querendo, responder à pergunta de minha curiosa leitora.

Até.

9 comentários:

Anônimo disse...

Du , vai ver que seu irmão Szegeri é primo do FANTASMA , dono do CAPETO , marido da DIANA e líder dos PIGMEUS !!!

Eduardo Goldenberg disse...

Meus poucos mas fiéis leitores que estejam lendo esses comentários e especificamente este acima, de meu pai: é lindo perceber que, às 11h31min da manhã de uma sexta-feira, o que explica muito sobre mim, meu pai já está embriagado. Só isso explica a conclusão isaquiana.

Anônimo disse...

Eu adorava as tirinhas do Fantasma!!!!

Anônimo disse...

Du , se voce não sabe , o FANTASMA tem mais de 400 anos é o SENHOR dos justos e usa um anel de caveira no dedo da mão esquerda !!! Se voce quiser , eu compro um GIBI do FANTASMA e te dou de presente !!

Eduardo Goldenberg disse...

Isaac, meu velho pai: bem sei quem é o Fantasma, tantas as vezes que você tentou incutir em mim a paixão que, até hoje, você nutre pelo personagem. O que eu não entendi - e salve o seu Red Label de todas as manhãs! - foi o parentesco, por você sugerido, entre ele e o seu filho, o Szegeri. Ou seremos todos nós parentes do Fantasma? Dá-lhe Red Label! Beijo.

Unknown disse...

Querido: pergunte ao Szegeri quais são os gibis que superlotam o bidê do meu banheiro, pergunta! São os gibis do Fantasma, Edu! Mas somente os legítimos e originais, dos tempos da RGE! Foi com estes gibis que aprendi a ler. Minha eterna gratidão ao Fantasma!

Anônimo disse...

Du , meu filho , pergunte ao Bruno o porque da semelhança !! assim como o Szegeri , a origem do FANTASMA também é desconhecida...ninguem sabe a idade dele , ninguem sabe a origem dele , tem a orelha pequena se não a mascara não entrava e só tem uma diferença pois o FANTASMA tinha um cavalo branco de nome HERÓI e o Szegeri tem um cavalo de aço na garagem de nome desconhecido !!! rs..rs..rs..rs.

Eduardo Goldenberg disse...

Meu pai: façamos o seguinte... Quando marcarmos nossa visita à fábrica da Underberg, quando tomaremos um porre em homenagem à memória do avô do Szegeri numa birosca no Borel - eu, você e ele, Fernando Szegeri, a princípio! -, convidamos o Bruno, e então dedicaremos boa parte da tarde para falarmos do Fantasma. Beijo, meu velho.

Eugenia disse...

tem 40, leitora.