5.8.09

PRA LEO BOECHAT

Acabo de chegar da casa de Aldir Blanc (na Tijuca), onde estive com Leo Boechat, o nosso Bemoreira, e onde desfrutamos da companhia de João Bosco. Foi assim... Depois de muito papo e de duas garrafas de uísque, uma de Chivas (levada pelo João) e uma de Dewar´s 12 (levada por mim, presente do Caio Ramos pro Aldir e que eu guardava há mais de ano esperando o encontro certo pra entrega da encomenda - entenda aqui o por quê do presente), João no vilão, Aldir acompanhando, e eu com a intenção precípua de oferecer ao Leo uma noite tão bonita e significativa quanto foi a noite no VILARINO, quando ele - com a anuência da Renata - deu-me a Helena como afilhada.

Ouvimos um João em plena forma - e cantando como nunca. A cantoria (se a memória me trair, Boechat, ajude-me!) começou com ILUSÃO À TOA, de Johnny Alf, depois LÍGIA, de Tom Jobim. Seguiu-se com uma inacreditável interpretação de TUDO SE TRANSFORMOU, do Paulinho da Viola. Ouvimos, ainda, de Bosco & Blanc, SONHO DE CARAMUJO (Boechat chorava e guinchava feito a Helena com fome) - ouçam aqui -, NAVALHA - ouçam aqui -, NAÇÃO, MENTIRAS DE VERDADE e DESNORTES, um (já) clássico em parceria com seu filho, Francisco Bosco. Seguramente uma ou outra me escapa nesse momento, mas não é a coisa mais importante diante do que quero lhes contar - que foi uma grande noite, que foi um grande momento, que vivemos ali, como numa corda-bamba, eu e Leo, o tremendo dilema entre o amigo diante do amigo e o fã diante do ídolo.

A conversa foi grande (como a noite), e relembramos a entrevista que fizemos com o João em 2007 (aqui), ouvimos histórias hilariantes contadas pelos dois e vividas durante as inúmeras viagens pelo Brasil afora quando Aldir acompanhava João nas turnês, falamos de futebol, de política, sobre as mulheres ("que sem elas a gente não vive", apud Aldir), música evidentemente, e quando partimos, pouco depois da meia-noite, aquilo tudo parecia não caber nas cinco horas vividas dentro do bunker blanquiano.

Prova - desnecessária, diga-se - de que os dois são bruxos.

Lembrei-me demais do que lhes contei aqui, em 2006.

Quando amigos se encontram começam a cantar a paixão, são línguas de fogo, promessas e jogo, são vícios do coração. São horas perdidas que o relógio não marca.

Até.

ps1: não lhes escrevi ontem (o BUTECO é de uma pontualidade implacável!) justo por conta da tensão (do Leo Boechat, que me contaminou, vejam aqui) e da expectativa que se desenhou desde o final de domingo, quando o João começou a tecer a noite de terça-feira.

ps2: nesse próximo domingo, ou no outro (esqueci de perguntar!), sai na revista de domingo (JB ou O GLOBO?, também esqueci de perguntar...), a entrevista feita ontem com Aldir, João e Francisco Bosco!

ps3: o BUTECO DO EDU também está no TWITTER, aqui.

17 comentários:

Blog do Ernestão disse...

Sem puxar o saco, mas você é um privilegiado !

Com certeza deve ter sido uma noite memorável.

Abraço

Ernesto

Eduardo Goldenberg disse...

Como assim "sem puxar o saco" se ele chega a doer lendo uma frase dessas?

Rabugice minha, como disse o Pian, só pra manter a casa em ordem.

Aquele abraço.

Bezerra disse...

Salve os mestres Bosco & Blanc, camará!

PS: Imperdível foi o João Bosco na TV Cultura, no último domingo. Na verdade, uma reexibição da participação do grande Bosco no programa 'Ponto de Encontro', gravado - se não me falha - em 1978.

Marcelo Moutinho disse...

Grande noite, hein, Edu! Só não entendi a menção à entrevista. Vocês entrevistaram o trio?

Eduardo Goldenberg disse...

Não, Moutinho! É que após a entrevista do jornalista com o trio, começamos o - digamos - papo mais informal. Foi quando veio à tona a entrevista que fizemos com o João em 2007! Forte abraço.

jean boechat disse...

inefável. é tudo o que eu posso dizer.

Eduardo Goldenberg disse...

Foi mesmo, Jean, foi mesmo. E seu primo, repetindo o mantra, dizia aos prantos:

- Você tem que trazer o Jean aqui, você tem que trazer o Jean aqui...

Abraço.

Daniel A. de Andrade disse...

Que beleza de noite deve ter sido.

Abraço,

Daniel

Carlos Andreazza disse...

Se eu estivesse presente, grande Edu, pediria ao João que cantasse "Heróis da Liberdade" - cuja melhor interpretação é dele.

Grande momento!

leo boechat disse...

Realmente, fico imensamente grato ao Edu por essa. Ainda estou digerindo o emocionante encontro.

Eduardo Goldenberg disse...

Boechat: mas eu não havia prometido há tempos, malandro?! E gratidão por gratidão - sejamos francos - você está com mais de um corpo de vantagem! Abraço.

Cesar Nascimento disse...

Morri de inveja mais uma vez. Por que você não sorteia entre seus leitores uma vaga para uma outra visita dessas? Quero muito ir e conhecer os dois.

Eduardo Goldenberg disse...

Cesar Nascimento: custei a lhe responder porque li e reli várias vezes essa besteira inacreditável que você escreveu antes de lhe responder. Depois, temi que você fosse o mesmo que durante anos freqüentou esse balcão dizendo coisas absolutamente (igualmente) inacreditáveis, com esse mesmo nome. Me poupe, rapaz, e nas duas hipóteses: sendo você ou não o tal cara a quem me refiro, não repita ignomínias como essa aqui. Francamente.

Bezerra disse...

Talvez o Cesar Nascimento não passe de um fake, um perfil falso.

caíque disse...

pô edu... que barato deve ter sido! papo de não esquecer nunca mais.
tô no twitter contigo, camarada.
abração.
caíque

Rodrigo Pian disse...

Grandes companhias!

FELIPE DRUMOND disse...

Edu, que privilégio você teve! Faço idéia da maravilha que deve ter sido essa noite.
Agora, além disso, uma diversão à parte foi a sua resposta ao Cesar Nascimento. Sensacional!
Abraços.