30.9.09

CELEUMA NA BLOGOSFERA

Recebi ainda há pouco, de um de meus poucos mas fiéis leitores, José Augusto Dias, uma notícia quente, quente! E eu, preciso do início ao fim, não apenas fui em busca de informações sobre a coisa (que já me fora sinalizada, ontem, por meu compadre Leo Boechat) como também a divido com vocês a partir de agora.

Vamos aos fatos.

Um blog, o RESENHA EM SEIS, dedicado a apresentar "resenhas de filmes, CDs, DVDs, livros, shows, botecos, restaurantes e programas de TV, sem enrolação e em seis linhas ou menos" (a apresentação é deles), sentou a borduna, no dia 20 de setembro de 2009, no BOTECO SÃO BENTO, quando publicou o texto BOTECO SÃO BENTO (O PIOR BAR DO SISTEMA SOLAR). Mantendo a promessa de mandar seus recados de forma curta e direta, publicaram:

"Depois da Faixa de Gaza e do Acre, este é o pior lugar do mundo para você ir com os amigos. Caro, petiscos sem graça e, principalmente, garçons ultra-power-mega chatos: você toma dois dedos do seu chopp, quente e azedo que nem xoxota nos tempos dos vikings, eles já colocam outro na mesa. E se você recusa, eles ainda ficam putos. Só tulipadas diárias no rabo para justificar tamanha simpatia no atendimento."

Grosserias e baixíssimo nível à parte - o que, a despeito da opinião de quem não me conhece, não faz exatamente meu estilo - o recado foi dado: os caras não gostam do bar, não gostam do serviço do bar e é isso, apenas e tão somente isso, que emerge do recado.

Eu, por exemplo, faço questão de dizer, NUNCA fui (com a ênfase szegeriana) e não gosto. Para mim, basta a apresentação feita no site do próprio bar (aqui):

"Bateu a nostalgia? O Boteco São Bento resgata o clima dos bares da cidade do começo do século. A casa virou point obrigatório dos descolados na feijoada de sábado e nas tardes de domingo."

Como eu também não suporto gente descolada, JAMAIS (com a mesmíssima ênfase) porei meus pés lá dentro. Vejam mais sobre mais uma mentira em forma de bar, aqui.

Eu digo, sem medo do erro, "mentira em forma de bar", pois essa praga já infesta a cidade do Rio de Janeiro há muito tempo. São inúmeros os bares, e deles já cansei de falar aqui no BUTECO, que se fingem de populares na forma e que não têm, no conteúdo, sequer a sombra do verdadeiro espírito do bom e velho buteco carioca. Feito o não tão curto intróito, vamos em frente.

A FOLHA DE SÃO PAULO noticia, hoje, que os proprietários do bar (investidores como os mesmos que destroem baluartes cariocas para erguerem monumentos ao mau gosto), enviaram uma notificação extrajudicial nesta terça-feira, dia 29, por conta da tal crítica publicada no blog (vejam a notícia da FOLHA, aqui); a notícia não deixa claro se a notificação foi endereçada ao GOOGLE (que mantém o blog no ar) ou aos donos do RESENHA EM SEIS (o que é, para o fim a que se propõe o que quero lhes dizer, desinfluente). Fato é que os empresários querem a imediata retirada da crítica do ar. Fizeram, na minha humílima opinião, uma tremenda besteira. Mais que uma besteira, agiram com a mesma truculência com que agiu um de seus gerentes (vejam, no final deste texto, um vídeo bastante elucidativo no que diz respeito ao modus operandi do bar, que não me parece exatamente descolado).

Vocês podem ler, na íntegra, a notificação aqui.

Da leitura de tudo isso, depreendo eu que, mais uma vez, a grande celeuma deve-se, mais que tudo, aos covardes que se valem do anonimato. Ao que tudo indica, membros dessa canalha covarde se valeram do manto obscuro do anonimato para, em nome do BOTECO SÃO BENTO, escrever diversos comentários no RESENHA EM SEIS, não autorizados pelos verdadeiros sócios da sociedade DINAMITE ITAIM CHOPERIA LTDA. - aliás, nome que vem bem a calhar diante da explosiva situação.

Basta que o dono (ou os donos) do RESENHA EM SEIS filtre os comentários anônimos.

Mas nada pode deles retirar o sagrado direito de emitirem sua opinião sobre o bar, sobre o chope do bar, sobre os preços do bar, sobre o atendimento do bar. Atendimento que, vejam vocês mesmos, não me parace nada cortês.


Na medida do possível, vou acompanhar o furdunço. E mantenho vocês informados.

Até.

PS1: o vídeo acima foi retirado do ar.

PS2: publicaram outro...

29.9.09

ENTREVISTA COM O HOMEM DE BEM

Simplesmente sensacional a sacada de meu querido mano Bruno Ribeiro que, atestando (desnecessariamente, diga-se) sua qualidade maiúscula de jornalista, publica hoje entrevista com essa eminência parda que infesta o Brasil. Leiam aqui.

CARURU, A RECEITA

ESTA RECEITA AGORA PODE SER LIDA AQUI.

28.9.09

PRECONCEITO EM ESTADO BRUTO

Eu mostrei (e provei - vício saudável da profissão que exerço) há semanas e durante semanas que o preconceito mais rasteiro e odioso era o que movia (e é o que move) o movimento (a repetição é de propósito) contrário à iniciativa da Secretaria Municipal de Habitação de construir, na Conde de Bonfim, um conjunto habitacional para 400 famílias. A idéia nobilíssima foi (e ainda é) repudiada pela mais classe média da Tijuca, relembrem lendo isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui e isso aqui.

Li, no domingo pela manhã, o texto (mal escrito, diga-se) intitulado VIOLÊNCIA INSTAURADA publicado no blog CITY TOUR DA DESORDEM URBANA mantido pelo grupelho GRUPO GRANDE TIJUCA.

O texto é um horror e um ignóbil manifesto preconceituoso. Não darei ao grupelho o prazer da promoção de sua iniciativa, e não indicarei, aqui, o link do mesmo, assinado por Leonardo, assim mesmo, sem sobrenome. No instante em que terminei de ler, postei lá um comentário pedindo o sobrenome do autor do texto, dizendo que escreveria sobre o que lera, preferindo fazê-lo sabendo a quem me referiria.

Não apenas o comentário foi excluído do texto como o nome "Leonardo" foi suprimido do final do texto. Qualquer semelhança com covardia não é, definitivamente, coincidência. Fiquem com apenas um trecho - um dentre tantos trechos nodoados pelo preconceito mais odioso - do manifesto:

"A preocupação do governo é pintar, colocar teleférico e WIFI para as favelas, mas esquecem que se temos hoje 1.000 favelas, temos pelo menos 5 mil bandidos."

Que tal?

Até.

PS: a notícia me chega de Campinas, enviada por esse grande brasileiro que é o Bruno Ribeiro, e a notícia me chega dando conta de um grande gesto que parte justamente da família de Ana Cristina Garrido, feita refém, na semana passada, por Sérgio Ferreira Pinto, um rapaz que acabou sendo morto pela polícia depois de uma bem sucedida ação que terminou por salvaguardar a vida da vítima do assaltante. O professor José Garrido, marido de Ana, em entrevista ao jornal EXTRA - link da matéria aqui - deu uma declaração que, seguramente, envergonhará o grupelho a que me refiro acima. Vamos a ela:

- A minha esposa foi vítima, dentro da nossa concepção. Mas aquele rapaz também foi vítima, ele foi levado à deliquência por conta do nosso modelo de sociedade. Acho que este rapaz é o resultado do desamor, de uma sociedade deturpada, equivocada, com políticos corruptos. O sustentáculo daquele garoto era a avó. Depois da morte dela a família se rompeu - disse ele, agradecendo o fato da mulher ainda estar viva.

Daqui, do balcão virtual do BUTECO, minha mais comovida homenagem a ele.

25.9.09

EGO DO BUTECO

O site EGO, excrescência cibernética hospedada nos domínios da GLOBO.COM (onde mais?) publicou ontem uma notícia (notícia?) envolvendo o cantor (cantor?) Felipe Dylon. O burlesco site conta que "Felipe Dylon radicalizou na mudança de visual". Provocando intenso interesse - é uma tremenda notícia! - diz ainda que "o cantor deixou de lado os cabelos curtos e lisos e adotou trancinhas rastafáris" (vejam aqui - e vale mesmo a pena ver, já que a adoção de trancinhas rastafáris por parte do rapaz foi (é) responsável por um impacto visual poucas vezes visto, incluindo o carnaval de rua!!!!!).

O EGO DO BUTECO, permanentemente interessado em gente infinitamente mais interessante que a gente exibida pelo tal site, também radicaliza expondo, hoje, uma celebridade que, tal e qual Dylon, radicalizou na mudança de visual.

Se "Dylon contou ao EGO que a mudança não é só no visual, mas também no estilo de vida" e disse ainda à reportagem do jocoso site a incrível, impactante e inesquecível frase "eu gosto do estilo de vida rasta e há muito tempo queria fazer isso. Eles não bebem álcool, por exemplo, e isso é legal. É um pacote, não dá para mudar só por fora", nosso famoso de hoje não fica atrás!

19/09/09 - 11h21min

Flagrado flanando pelo centro da cidade do Rio de Janeiro na manhã de sábado, Felipe Quintans posou para o EGO DO BUTECO mostrando que radicalizou na mudança de visual.


Felipe Quintans, 19 de setembro de 2009, na livraria Folha Seca, foto de paparazzo contratado

"Eu gosto do estilo de vida antigo e há muito tempo queria fazer isso, usar esse chapéu e a calça bem acima do umbigo, e isso é só o começo. Os antigos sempre beberam muito álcool, por exemplo, e isso é legal. É um pacote, não dá para mudar só por fora", disse Felipe à nossa reportagem. "O Felipinho vem sempre aqui aos sábados para beber sua cerveja. O problema é que, além de pedir Babylonia, tenta sempre pagar a conta com pesadas patacas que retira do bolso das calças!", brinca Rodrigo Ferrari, dono da livraria na qual flagramos Felipe Quintans.

24.9.09

HIPOCRISIA

Nem precisa muito para chegarmos à triste conclusão de que a hipocrisia, a mais sólida e explícita hipocrisia, as manifestações abjetas de beatice por parte de verdadeiras bestas que desonram a condição livre do homem, estão tomando conta do mundo, corroendo o mundo, derretendo o mundo, fundindo o mundo. Lendo, por exemplo, mais um magnífico texto de autoria de Luiz Antonio Simas, aqui - ele dá aulas de História como quem respira! -, verificamos que essa onda do politicamente correto, propulsionada por essa escumalha que bate no peito pra gritar "somos cidadãos de bem", "somos pagadores de impostos" e outros bichos, há de matar - e talvez mais brevemente do que desejamos todos - o homem. O homem sem humor (que é sempre a primeira vítima da postura supostamente elevada dessa gente) é o anti-homem. O homem sem humor é a máquina a seguir regras, regras de postura, regras de condura, e quando olharmos seremos todos iguais, desgraçadamente iguais numa noite sem lua e sem graça.

Vamos ao que tenho a lhes dizer hoje.

As sandálias havaianas (já falei sobre elas, aqui), que há tempos deixou de ser marca de pobre (lendo o texto acima você entenderá, minimamente, o que quero dizer com isso), lançou, dia desses, um comercial para a TV. Assista-o (o filme está imediatamente depois desse parágrafo) e continuamos a conversa.


Um comercial - convenhamos - bem humoradíssimo. Um comercial que mostra uma avó chocando a neta (que deixa de ficar chocada em questão de segundos!) por conta de um simples comentário feito depois de um rápido diálogo que começa quando o ator Cauã Reymond, no papel dele mesmo, entra no restaurante em que avó e neta almoçavam.

Tudo em ordem.

Comercial curtíssimo, texto bem humorado (não é demais repetir) - a avó que se mostra incomodada com o fato da neta ir ao restaurante de chinelos é a mesma que dá um susto na neta, segundos depois, com uma tirada hilariante -, uma atriz com cara de vovó no papel da avó, uma atriz lindíssima (com pés igualmente lindos) no papel na neta, e um ator que também abusa do direito de ser bonito no papel de alvo da conversa entre as duas. Algo de errado?

É evidente que não.

Errada, lamentável, reprovável e abjeta foi (e é) a postura da canalha que brande por aí a bandeira da moral e dos bons costumes. Vejam, agora, o filme abaixo. Continuo em seguida.


O que dizer diante disso? Não lhes parece sintomática a ameaça final "em minha casa todos são clientes, não compramos este produto em sexshop"????? Não lhes soa familiar e próxima da frase chavão "nós, cidadãos de bem que pagamos impostos..."?????

E o que dizer da desonesta, burra e rasa associação que tenta fazer, o autor do filme, ao sexo fora do casamento com a pedofilia?!

A empresa, que visa o lucro acima de tudo (e não vai, aqui, qualquer espécie de reprovação a isso, afinal é uma empresa capitalista), optou por uma inteligente, elegante e mais uma vez bem humorada saída.

Está no ar o filme abaixo. Com a mesma avó, ainda mais moderna - agora indicando, com um laptop no colo, o site da empresa que ainda mantém no ar o filme que só é polêmico na cabeça doente dos "cidadãos de bem".


Até.

PS: pelo que pude apurar, o movimento para retirar o comercial do ar começou - ou foi fomentado - aqui.

23.9.09

DECISÃO JUDICIAL - A CLAVA FORTE DA JUSTIÇA

Exemplar o acórdão da Décima Quinta Câmara Cível, Apelação Cível n° 2009.001.37947, tendo sido Relator o Exmo. Sr. Desembargador Sergio Lucio de Oliveira e Cruz, cujo trecho destaco:

"Curioso é que a pudica apelante, que se sentiu extremamente ofendida com a reportagem publicada pela apelada, nenhuma ação propôs contra o real causador do dano, seu ex-namorado, bastando, para isso constatar-se, consultar a Intranet deste Tribunal, onde se vê que a única ação por ela ajuizada em sua vida foi exatamente esta.

É óbvio, pois é quem tem dinheiro para pagar indenização.

Curioso, também, que essas ações sempre chegam ao Judiciário sob o pálio da gratuidade.

O que houve foi, portanto, mera narrativa jornalística, poder-dever da imprensa, constitucionalmente assegurado, em nenhum momento cometendo a apelada qualquer agravo moral à apelante.

Ainda que assim não fosse, não se poderia falar em ofensa moral à apelante, pois ela mesma vem divulgando os fatos, abrindo mão de sua privacidade, ao veicular um blog na Internet, onde fornece informações acerca deles, inclusive identificando-se e tornando pública a situação das fotos postas na rede.

Por tais razões, nega-se provimento ao recurso."


A decisão pode ser lida, na íntegra, aqui.

Até.

22.9.09

CONTRA OS COVARDES, UMA VITÓRIA

Extraído do site do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (aqui):

"A Telemar foi obrigada pela Justiça estadual a identificar usuários que enviaram mensagens eletrônicas ofendendo um cidadão. A decisão é da 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, que negou recurso da empresa de telefonia e manteve sentença da 16ª Vara Cível da capital.

Alexandre Gaze Filho vinha sendo alvo, desde 2007, de e-mails anônimos com mentiras e ofensas à sua pessoa. Através de buscas na Internet, ele descobriu os IP's (Internet Protocol) utilizados pelo agressor, que pertencem a usuários do provedor Velox, serviço também prestado pela ré.

Com o intuito de descobrir quem está por trás dos insultos, Alexandre entrou com uma ação na Justiça do Rio pedindo que a Telemar fornecesse a origem das mensagens, o que foi concedido, por unanimidade, pelos desembargadores da 13ª Câmara Cível.

De acordo com a relatora do processo, desembargadora Sirley Abreu Biondi, não se pode dar incentivo a pessoas que se utilizam da internet para agredir e denegrir a imagem de terceiros. "Não é cabível que mensagens agressivas, conturbadas, pornográficas, ofensivas não possam ser identificadas, como alegado pela ré, restando impune seus subscritores, sob o manto da impunidade esperada pela forma de atuação virtual", considerou."


Eis aí uma vitória contra a canalha que se esconde sob o manto covarde do anonimato. Aos que se valem do mesmíssimo expediente contra mim, e contra o BUTECO, seguramente uma má notícia.

Até.

O PROCESSO

Conforme lhes contei aqui, por conta da publicação desse texto aqui, eu fui processado, pela primeira vez, por conta do que escrevo aqui no BUTECO. Vou lhes contar como deu-se o troço com a precisão que me acompanha como sombra, do início ao fim.

Chego em casa um certo dia, do trabalho, e o porteiro, cheio de dedos, entrega-me uma correspondência. Abro e dou de cara com uma intimação para comparecer em determinada data perante um dos Juizados Especiais Criminais do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Eu figurava como réu do processo de número 2009.001.077847-7. A vítima? Fabrício Campos Longo da Silva. Nunca vi o sujeito na vida – quero frisar o que já havia dito por ocasião da publicação do texto JOTA PERNICIOSO (link acima). A princípio não liguei o nome à nada nem a ninguém capaz de me fazer sentir autor de crime algum. Mas uma rápida pesquisa me fez entender o imbróglio.

Lendo o texto a que me refiro o Sr. Longo da Silva sentiu-se – disse ele em suas razões - ofendido. Ele, que em seu blog (que passei a ler, esporadicamente, depois de receber a intimação) destila ódio e preconceito, sentiu-se ofendido. Sentindo-se ofendido, procurou um advogado e a Justiça. Nada mais justo, certo? Errado. Vamos aos fatos. Antes, porém, fiquem com algumas palavras escritas pelo próprio, colhidas que foram pela minha querida Mariane, de Campinas. Leiam e vejam quem é o preconceituoso (e concupiscente, atenção para o que vai sublinhado), e vejam como torcer os fatos é uma coisa relativamente simples:

Em 03 de julho de 2008:

“Pois é, fiquei um tempo sem postar, por preguiça, depressão, expectativas, filmes... Mas a minha felicidade pela vitória da LDU sobre o Fluminense me fez vir escrever. Afinal, se eu cobiço cada centavo que aquelas milhares de pessoas gastam para ir ao Maracanã, fico muito feliz que dessa vez essa turba tenha gastado o dinheiro à tôa. Vejam, eu sei que meus leitores vão me achar (ou vão perceber... vai que é verdade...) uma pessoa amarga, mas eu realmente não consigo ser tolerante, e passou a fase em que eu podia ser convencido de que só por ser gay tenho que ser liberal e não ter preconceitos... enfim, eu ODEIO futebol e principalmente o destaque que dão para ele. Acho um INSULTO que falem em Futebol nos jornais, como se isso fosse um assunto relevante, e que os jogos sejam exibidos na TV aberta. Enfim, muito falou-se sobre a nova lei contra bêbados que dirigem (e que eu adorei...), mas eu REALMENTE desejo uma lei que proiba a exibição e a menção de Futebol em público. Quer ver? Vai lá, ué... por que eu tenho que participar disso? Meu SONHO DOURADO é que o Brasil não se qualifique para alguma COPA. Queria muito ver o que povo ia fazer...

Em 11 de julho de 2008:

“Então, realmente, eu devia ter ficado quieto para evitar conflito... mas futebol? Cara, custava não passar na TV aberta? Olha que lindo seria, se o Zé Povinho ligasse sua TV e pudesse ver jogos o dia todo, sem encurtar a novela de ninguém, e eu assistindo a Paris no E!. Lindo. E o que eu não engulo mesmo é Futebol ser notícia. Aí, está a Fátima Bernardes, toda mulherzinha, falando toda séria de quando os policiais resolvem executar crianças, e quando o assunto acaba ela tem que mudar de câmera e dizer que é a final da taça sei lá o que, e que a esperança do Flamengo é um ex-pé-rapado, para sempre favelado, que em breve vai jogar na Europa. POUPE-ME.”

Em 13 de agosto de 2009:

“Pois é... nem bem eu reclamei do atraso no meu trabalho e ele aconteceu. Daqui a nove horas começo o meu primeiro dia como um trabalhador de verdade, e as coisas ainda terminaram melhor do que o esperado, e trabalharei num escritório aqui perto de casa, ao invés de perder o dia inteiro numa condução indo falar com pob... digo, com pessoas simples que são beneficiárias de esmo... programas de auxílio do governo e moram em fav... comunidades afastadas.”

Procurei, de imediato, meu amigo, meu colega, o brilhante advogado Andre Perecmanis (que concedeu entrevista para o BUTECO aqui), especialista em Direito Criminal. Eu, advogado, ainda que trabalhasse com Direito Criminal, não deixaria de procurá-lo. Em casa de ferreiro, espeto é de pau – creio firmemente nisso.

Andre explicou-me cuidadosamente os detalhes da coisa. E mandou-me ficar tranqüilíssimo – e devo dizer que JAMAIS (com a ênfase szegeriana) perdi a tranqüilidade. Em primeiro lugar porque não temo a Justiça. E em segundo lugar porque não ofendi ninguém. E desconfiei, na hora, dos verdadeiros objetivos da vítima (o que vim a confirmar mais tarde).

Teríamos, semanas depois, uma audiência de conciliação, prevista na lei que criou os Juizados Especiais, quando o conciliador (no caso foi uma conciliadora) proporia um acordo qualquer capaz de fazer cessar a sanha persecutória da vítima.

Chega o dia. Como sempre, estava eu no prédio do Tribunal de Justiça (é onde passo grande parte de meus dias). Encontrei-me com o Andre minutos antes e partimos para a sala de audiências, para onde fomos chamados sem nenhum atraso. Diante de nós, a vítima e seu advogado.

- Alguma proposta de acordo?

Eu, conforme o combinado (para evitar, como dizer?, que eu extrapolasse), mudo como um boneco. O Andre disse que não.

Daí a conciliadora dirigiu-se à vítima:

- Há algo que possa ser feito para encerrarmos por aqui?

A vítima e seu advogado passaram a cochichar.

A conciliadora seguiu dizendo:

- O senhor gostaria que ele retirasse o texto que o senhor alega conter a ofensa? O senhor gostaria que ele escrevesse alguma coisa, publicasse alguma coisa, o senhor gostaria que ele lhe pedisse desculpas, alguma coisa nesse sentido?

Seguiram cochichando, os dois.

Eis que ele ergue a cabeça.

- Eu quero catorze mil reais! Ele me ofendeu! Me prejudicou! Quero catorze mil reais para compensar os prejuízos materiais e morais que eu sofri!

Eu, mudo.

O Andre fez que não com a cabeça.

A conciliadora arqueou as sobrancelhas:

- Catorze mil reais?

E ele, fazendo do queixo uma quilha em minha direção:

- Quero! Quero! Quero catorze mil reais.

Deu-se por encerrada a audiência.

Lembrei-me, na hora, do que havia lido dias antes, no tal blog:

“Ai gente, será que agora que premiaram um viado assumidamente manipulador eu tenho chances de ganhar o BBB? Preciso tanto de uma grana... um milhão ia bem, héin.”

Foi prolatada sentença pondo por terra sua espúria pretensão. A queixa-crime foi rejeitada pela Juíza após parecer do Ministério Público nesse sentido, e não foi dessa vez que a vítima conseguiu a grana que queria.

Eis aí o que me assombra: ele – e ninguém além dele – diz, publicamente, que é “viado” (o termo, repito, foi usado por ele, e eu não tenho rigorosamente nada contra quem é "viado", pra valer-me do termo deselegante usado por ele mesmo). Ele – e ninguém além dele – diz que precisa muito, com sofreguidão, de muito dinheiro (também não tenho nada contra quem faz do dinheiro, religião).

Eu, que apenas repudiei, com veemência, a publicação em jornal de grande circulação de uma matéria que considerei pífia (pelas razões que lá expus), tive de assistir, lamentando profundamente ter verificado o fato, o sujeito fazendo da Justiça um trampolim para seus objetivos, em aguda oposição ao que deve ser o que é justo, na mais perfeita acepção da palavra.

Vejam lá, meus poucos mas fiéis leitores, o que é que vocês vão comentar. Eu, além de não me responsabilizar pelo que vocês dizem, e vão dizer, faço o alerta: dependendo do que vocês disserem, o Sr. Longo da Silva irá, novamente, ao Tribunal como quem vai ao caixa eletrônico dos bancos.

A ele, que seguramente lerá o que escrevo, meu abraço.

Eu devia, há tempos, a todos os meus poucos mas fiéis leitores, uma satisfação sobre o ocorrido.

Até.

21.9.09

FLAMENGO, SEMPRE FLAMENGO

Muitos de vocês talvez conheçam essa versão do hino do Flamengo na voz e no violão do rubro-negro João Bosco (entrevistado pelo BUTECO em 17 de janeiro de 2007, leiam aqui), com direito à gaitinha do também rubro-negro Ary Barroso no início da gravação.

Mas sinto-me obrigado a disponibilizá-la hoje, um dia depois de um domingo cem por cento vermelho e preto, com direito à exibição de gala de Adriano e Petkovic comandando o time na acachapante vitória contra o Coritiba no Maracanã por três a zero.

Não há trilha sonora mais perfeita pra hoje.


Saudações rubro-negras.

Até.

18.9.09

CARTA ABERTA AO PREFEITO EDUARDO PAES

Recebi, no começo do mês de setembro, convite do jornal O ESTADO DE SÃO PAULO. Uma repórter do caderno ALIÁS, responsável pela seção CARTA ABERTA, pediu-me (e pela terceira vez, eu já escrevera outras duas cartas noutras ocasiões) uma carta endereçada a quem eu quisesse (e eu quis me dirigir ao prefeito do Rio, Eduardo Paes) sobre o recente (e polêmico) recadastramento dos ambulantes das praias cariocas, promovido pela Prefeitura. Pelos termos do edital publicado regulamentando o recadastramento, a prática da cozinha à beira-mar passou a ser proibida. O que significa dizer que espetinhos, queijo coalho e camarão não poderão ser mais vendidos nas praias cariocas. O tal "choque de ordem" na orla carioca.

Topei na hora.

E escrevi a carta em menos de uma hora.

Não foi publicada (como eu, confesso, imaginava).

O argumento da repórter foi o seguinte, em apertada síntese: protestos na favela Heliópolis foram o assunto forte daquela semana em SP, o que obrigou o jornal a alterar a pauta da seção. Além disso - disse-me ela - sairia publicada, no mesmo dia, uma grande matéria sobre o funk, que retrata, de uma certa forma, o Rio de Janeiro (tudo dito pela repórter).

Fechou assim seu e-mail:

"Agora já sei que se o assunto é Rio, você é o carioca de plantão para consultar. Nos falamos em breve. Muito obrigada pelo texto."

Tá bom...

Eis a carta não publicada pelo jornal. A razão pela qual não saiu, franca e sinceramente, é o que menos interessa. Pela minha pouquíssima experiência, tenho todos os motivos para acreditar que a razão foi outra. Foi a veemência, a objetividade (e a ausência de rodeios), a indignação sem disfarce (tão utilizado pelos covardes), presentes - me perdoem o que pode parecer falta de modéstia - em tudo o que escrevo e falo (por que, então, me pedem esses troços?). Vamos à carta:

"Prefeito Eduardo Paes: estudei contigo (permita-me a intimidade, sou carioca da gema) e de certa forma gosto de saber que há um contemporâneo meu na prefeitura da cidade que amo. Dirijo-me a ti para pedir, para implorar (conjugue o verbo que mais te sensibiliza), um troço bem simples. Já dobraste teu joelho à FIFA, impondo restrições absurdas ao torcedor que frequenta o Maracanã enquanto os poderosos enchem a cara nos camarotes, por exemplo. Já dobraste teu joelho à LIESA, lançando uma licitação cuja vencedora todos sabemos qual será (a própria LIESA, por óbvio, que tu não serás bobo de contrariar os interesses dos capitães de lá). Soube há pouco, estarrecido, que dobrarás agora teu joelho (a quem, meu Deus, a quem?) estuprando uma das mais bacanas formas de viver o Rio de Janeiro: na praia, lata de cerveja na mão (ainda se pode beber na praia...), mar à frente, mas sem o queijo coalho de todo final de semana, sem o camarão no espeto, tudo isso em nome de uma higiene e de uma uniformização que nos desumaniza a todos. Teu choque de ordem, colega, é abjeto – permita-me te dizer. Os soldados da prefeitura partem, covardes, pra cima dos mais fracos, como sempre – tu te lembras de discussões nossas no Pilotis da PUC sobre isso? –, nossos mais caros e comezinhos hábitos ficam proibidos e a bandalheira que nos revolta a todos, em todas as esferas e em todas as direções, continua sendo feita por aqueles que não sofrem sequer espectro de choque eis que desconhecem qualquer ordem que deles não parta. Até mesmo porque, não é, Prefeito, quem vai ter coragem de enfrentá-los? O PSOL no Buraco do Lume? Não me faça rir. É preciso agir em prol do interesse coletivo. E refiro-me à coletividade que te elegeu, não à coletividade que, ao menos aparentemente, te dá ordens. Fraternalmente."

Até.

17.9.09

DO DOSADOR

* o BUTECO DO EDU volta, a partir de hoje, a aceitar apenas comentários feitos por leitores identificados pelo sistema, devidamente logados com login e senha. Porcos covardes (é rigorosamente impressionante a ordenação que eles seguem, os covardes, valendo-se SEMPRE - com a ênfase szegeriana - do anonimato) voltaram a dar as fuças por aqui - com freqüência franciscana. Os bananas, os cagões, os fracalhões, as bestas ignavas, ignaras e maricas, os poltrões pusilânimes, todos terão direito de dizer o que pensam se derem as caras. Sob o manto podre e fétido do anonimato, jamais. Não é a primeira vez que digo isso, já que acabo sempre voltando a permitir comentários anônimos a pedidos de amigos sem nenhuma intimidade com o sistema BLOGGER, como o glorioso Marcão, de SP. De hoje em diante, NUNCA MAIS (com a mesmíssima ênfase);

* poucas coisas foram mais repugnantes, recentemente, do que ver José Sarney, essa excrescência em forma de senador (minúsculo de propósito), defendendo a liberdade absoluta de opinião no terreno livre da internet. Quando foi acossado, merecida e corajosamente, por uma blogueira do Amapá, Alcinéa Cavalcante (leiam seu blog aqui), o coronel do Maranhão (que precisou refugiar-se ainda que de mentira no Amapá para eleger-se Senador da República) foi à Justiça, obteve inexplicáveis êxitos e cobra, hoje, mais de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) da jornalista amapaense. Um nojo. Mas que guarda absoluta coerência com a vida daquele que foi, de longe, o pior presidente do Brasil;

* torço para que seja a exata expressão da verdade o que diz uma nota publicada hoje n´O GLOBO, que a Secretaria Municipal de Habitação pretende construir, no terreno onde hoje se encontra o esqueleto do hospital Quarto Centenário, em Santa Teresa, um conjunto habitacional para 40 famílias. A exemplo do que disse, digo e continuarei dizendo com relação à construção também de um conjunto habitacional para 400 famílias na Tijuca, a iniciativa de Jorge Bittar conta com meu mais absoluto apoio - que não tem peso algum, diga-se de passagem, além da satisfação pessoal que me dá dizer isso, assim, de público;

* fui convidado - o que muito me honrou - a escrever para o portal da Copa do Mundo de 2014, site oficial do Ministério do Turismo (aqui). Em breve, em brevíssimo, encaminho para a curadoria do portal o meu texto. E assim que for publicado - se for, se for... - aviso a vocês, meus poucos mas fiéis leitores;

* sábado fui flanar pelo Centro com meu irmãozinho Marcelo Vidal, a Lenda. Andando, andando, andando, fui (fomos) catando amigos pelo caminho até que parei na mais-que-gloriosa rua do Ouvidor. Fomos ao balcão da FOLHA SECA - por quê o espanto?, ouço daqui os "ohs" e "ahs" - e lá vivi um momento que me fez lembrar justamente a decisão que tomei hoje, de não mais permitir a covardia e a sordidez sob o capuz podre do anonimato. Do lado de dentro da livraria avistei um conhecido do lado de fora. Aproveitei o ensejo, tomei do cigarro e fui à mesa, ter com ele. Estendi-lhe a mão - e ele a dele. Apresentou-me os dois que o acompanhavam. Tornei à livraria. Porta de vidro, espelho. Li os lábios que se moviam às minhas costas - justo do cara com quem fui falar: "Isso é um merda!" - e mais que os lábios, vi o dedo indicador, o mesmo que os covardes usam para acusações feitas à socapa, em minha direção. Eis aí o retrato da covardia. Aos merdas eu jamais estendi ou estenderei minhas mãos, por mais sujas que elas estejam.

Até.

16.9.09

ORAÇÃO À CERVEJA

chopeira do PAULISTINHA, foto de Eduardo Goldenberg, 12 de setembro de 2009Bendita sois vós, bebida fermentada,
feita da cevada, do lúpulo e doutros cereais.

Rogai por nós, proteja-nos gelada,
vós que sois sagrada, vós que sois eterna,
vós que sois capaz
de amenizar os prantos,
de harmonizar o canto,
de confortar meus ais.

Bendita sois vós e, em vosso nome, reunidos,
evocamos vossa presença que conduzirá
o bate-papo de todo dia,
antítese do profano,
cerimônia da alegria,
que nenhum de nós, nós vos juramos,
por motivo leviano, abandonará.

Santa bebida, conservai, por excelência,
vosso manto, o colarinho branco,
que conserva vossa essência,
e admirai o carinho que todos nós vos rendemos
e todos nós prometemos vos adorar como a mais ninguém.

Já que sois vós quem nos anima as noites,
já que sois vós quem embala os amores,
já que sois vós quem sempre nos socorre.

Rogai por nós, os bebedores,
agora e na hora de um novo porre.

Amém!

15.9.09

EGO DO BUTECO

O cada vez mais inacreditável site EGO - a quantidade de pessoas tratadas como "celebridades" e como "famosos" de quem eu NUNCA (com a ênfase szegeriana) ouvi falar é impressionante!!!!! - noticia como furo que "Marjorie Estiano e Leonardo Miggiorin têm brecha na agenda e almoçam juntos", relatando, ainda que "os dois amigos comeram comida japonesa e colocaram o papo em dia" (vejam aqui). Impressionante, não?

Como o BUTECO DO EDU, desde que decidiu valer-se do mesmo expediente do EGO original e criar a série EGO DO BUTECO, lança suas lentes sobre gente muito mais interessante que as aduladas pelo site da GLOBO.COM, apresentamos hoje mais um furo de proporções gigantescas - quem acompanha o blog e lê, com atenção, seus comentários, sabe que o que vamos mostrar seria, no mínimo, inimaginável.

11/09/09 - 14h05min

Luiz Carlos Fraga e Rodrigo Pian têm brecha na agenda, almoçam juntos e fazem as pazes na Praça da Bandeira em agradável tarde de sexta-feira


Luiz Carlos Fraga e Rodrigo Pian no ACONCHEGO CARIOCA, foto de paparazzo contratado

Luiz Carlos Fraga e Rodrigo Pian conversam descontraidamente no Aconchego Carioca, na Praça da Bandeira e, entre garrafas de Heineken e bolinhos de feijoada, selam a paz.

Luiz Carlos Fraga, Rodrigo Pian e Kátia Barbosa no ACONCHEGO CARIOCA, foto de paparazzo contratado

Logo depois, uma das proprietárias da casa, Kátia Barbosa, junta-se aos dois para ouvir os elogios da dupla. "Esse bolinho de feijoada é para ser comido de joelhos, como tudo que é feito aqui!", disse Luiz Carlos Fraga. "É mesmo! Nunca comi nada igual!", disse brincando Rodrigo Pian lambendo os beiços com a costelinha servida com pastel de angu em seguida. Na foto, Luiz Carlos Fraga elogia, veementemente, a cozinha de Kátia, sob o olhar atento de Pian. "Ah, o Fraguinha é suspeito...", gargalhou Kátia.

14.9.09

AUTOBOL

Por conta desse texto aqui, de 2005, a repórter Lorena Dillon, do GLOBO ESPORTE, chegou até mim e a meu pai, responsável direto pela inoculação de várias de minhas paixões. Marcou uma entrevista conosco, na casa de papai, e a matéria sobre autobol foi ao ar ontem.

Até.

12.9.09

CENAS TIJUCANAS

No JB de hoje...

crônica publicada no JB de 12 de setembro de 2009

Até.

11.9.09

O LEBLON, SEMPRE O LEBLON

(ou "E SEGUE O GLOBO EM SUA TRAJETÓRIA PERNICIOSA")

Estréia, na segunda-feira, a nova novela de Manoel Carlos, o Papai Noel do Leblon (e das construtoras e imobiliárias do bairro, na zona sul da cidade). Para o Maneco só há o Leblon, nada mais que o Leblon, nada além do Leblon em São Sebastião do Rio de Janeiro, infinitamente maior, em todos os sentidos possíveis e imaginários, que o bairro mais caro da cidade.

E a revista RIO SHOW, de O GLOBO de hoje, faz sua parte para fomentar esse sentimento asqueroso que é injetado, como droga, nas veias do povo carioca (há, evidentemente, os que são imunes a isso tudo).

Em matéria assinada por Jefferson Lessa e Lívia Breves (ele, reincidente), a revista - vão tomando nota das barbaridades!!!!! - sugere que "tem sempre alguém tomando o café da manhã no Leblon". Senhores, confesso-me estupefato. Onde mais, não é mesmo?, alguém pode tomar café da manhã na cidade? Hein?! A dupla de repórteres (e como O GLOBO anda bem nesse quesito!) diz, na abertura da matéria (péssima, como de hábito), que no Leblon "dá para ir andando de um breakfast para o outro". Que maravilha, não?

capa da revista RIO SHOW de O GLOBO de 11 de setembro de 2009

Daí começa o festival de jabá.

A dupla sugere o LE BRONX (vão tomando nota dos preços, dos preços!!!!!) e seu "suco de abacaxi com lichia e manjericão" por R$ 6,30!!!!! Sugere também o FOCACCIA e seu café da manhã batizado de New York, que serve bagel de cream cheese e salmão defumado, ovos mexidos e uma taça de prosecco por R$ 32,00!!!!! Com R$ 32,00 você almoça na zona norte com fartura. Pigarreio e volto. Os dois sugerem também o VANILLA CAFÉ, marca paulista que chegou ao Leblon para "sorte dos cariocas" (?????). Por R$ 49,00 serve café da manhã para duas pessoas com pão de queijo, café, frutas, iogurte, bolo e pães variados. Demais, não? Acabou? Não! Não! Não! Tem mais jabá.

Eles indicam ainda o DELI 43 - PAVELKA (que nome, que nome, que nome!). No TALHO CAPIXABA eles sugerem uma xícara de café orgânico por R$ 3,10! Acabou? Não! Tem mais - muito mais! - jabá.

Indicam o ALESSANDRO & FREDERICO onde moradores "batem ponto com suas bicicletas e cachorrinhos no varandão". Entrevistando (pausa para golfada) uma frequentadora, nos contam que a publicitária Beatriz Sant´anna "gaba-se (...) deliciando-se com o Café Bianco". Grande informação! Grande!

Lembrei-me de Gabriel Mascarenhas (entendam aqui o por quê). Vamos em frente.

Contam-nos, os repórteres, que no SANTA SATISFAÇÃO o "espaço fica lotado de pessoas querendo um pão quentinho e otras cositas más para começar bem o dia.".

Sobre a próxima dica, prefiro pôr a imagem. Se eu fosse transcrever o diálogo entre dois bacanas que foram entrevistados pela dupla de repórteres eu, franca e sinceramente, quebraria o teclado, tamanho o nojo. Vamos lá.

publicado na revista RIO SHOW de O GLOBO de 11 de setembro de 2009

Tal diálogo, altamente dignificante, deu-se entre um "editor de vídeos" e um "videomaker". Não são a mesma coisa, pô? Que tal, hein?

Acabou?!

Nããããão! Jabá forte, jabá forte!

Citam o GARCIA E RODRIGUES, onde o café da manhã sai a R$ 38,00 por pessoa "com direito a repetir". O ARMAZÉM DO CAFÉ, com "ótimo blend".

E fecham a matéria (?????) recomendando uma padaria!

A RIO LISBOA, onde o café da manhã custa R$ 20,00. Eu disse - agora por extenso - vinte reais: sanduíche, média, suco de laranja, pão com geléia, mamãe* e ovos mexidos.

Esses caras, esse jornal, só podem estar de sacanagem.

Tomei um senhor café da manhã hoje, na Tijuca (vocês sabiam que na Tijuca também se toma café da manhã?! Surpreendente, não?) - café preto coado no saco, fresco e sem frescura, um pão abarrotado de manteiga e uma garrafa de água com gás por R$ 3,50. E acho, franca e sinceramente, que só um otário, mas muuuuuito otário mesmo, acredita nessa papagaiada toda que a RIO SHOW (e que a nova novela da GLOBO fomentará) propaga.

Até.

*mantido o "mamãe" (erro meu de digitação, o correto, evidentemente, é "mamão"!) para que faça sentido o comentário bem-humorado do Rodrigo!

10.9.09

O JORNALISMO EM O GLOBO

Dei, na semana passada, depois de receber telefonema do repórter Gabriel Mascarenhas, entrevista para o jornal de bairro O GLOBO TIJUCA, como lhes contei aqui (ainda bem que mantenho minha postura de precisão do início ao fim). A entrevista sairia hoje, dentro de uma ampla matéria sobre o assunto envolvendo o destino do terreno onde se encontra, hoje, o esqueleto do supermercado Carrefour (entenda o imbróglio lendo isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui e isso aqui.

Fui duro - como sou por natureza - e respondi pacientemente às perguntas feitas pelo repórter durante - o quê?! - uns dez, quinze minutos. O mesmo Gabriel ainda me telefonou, minutos depois, para perguntar meu endereço - que dei sem titubear. Confesso, porém, escolado que sou, que estava ansioso para ler a matéria. Segundo nossa conversa, eu era um dos poucos (ou o único) que defendia (e ainda defendo!), com veemência, a iniciativa da Secretaria Municipal de Habitação. Estava ansioso, portanto, para ver qual o tom da matéria, para ver o que sairia, do que eu disse, publicado - preocupação, convenhamos, mais que natural, ainda mais em sede de O GLOBO (que nunca me enganou).

Eis que deparo-me, hoje pela manhã, com uma matéria estranhíssima com o seguinte título: "ALTERNATIVAS AO CARREFOUR - MORADORES DA INDIANA PREFEREM SER REASSENTADOS EM TERRENOS MAIS PRÓXIMOS DE SUA ATUAL RESIDÊNCIA". A imagem está abaixo.

matéria publicada no jornal O GLOBO TIJUCA de 10 de setembro de 2009

NENHUMA (com a ênfase szegeriana) linha dedicada aos "moradores", apenas uma menção ao "líder comunitário" da Indiana que, segundo a matéria, é contra a construção de um conjunto habitacional no terreno do Carrefour. Nem sombra de meu nome (e a questão passa longe da desprezível vaidade). Menção à revolta dos moradores da Usina com a idéia lançada pela Prefeitura. E uma frase final que me deixou com a pulga ainda mais atrás da orelha: "Procurado pelo GLOBO TIJUCA, o secretário Jorge Bittar preferiu não se pronunciar".

Hoje, cedo, mandei e-mail para o repórter:

"Gabriel: pensei que fosse sair hoje a matéria, e o que falamos na semana passada, hoje no Globo Tijuca. Deu chabu? Abraço."

A resposta, seca:

"Olá Eduardo, entrou um anúncio de última hora e, por isso, a matéria diminuiu sensivelmente. Teremos outras oportunidades. Tendo sugestões de pauta, nos mande. Mais uma vez, obrigado."

Mandei, de voleio:

"Que maravilha. O anúncio (o lucro) é mais importante que a informação."

E a resposta do repórter, que (para mim) diz tudo:

"Boa tarde"

O GLOBO, assim, mostra a serviço de quem está.

Nada mudou, não?

É evidente - é preciso falar claro para que não fique fresta para má interpretação - que o repórter não é exatamente (ou diretamente) o responsável pela decisão de minguar a matéria e fazê-la tendenciosa. Mas a elegância da resposta e o passado do jornal não me deixam muitas dúvidas sobre o que está por trás de tudo isso.

Não por acaso, também, a pífia matéria do GLOBO TIJUCA é festejada no blog dos membros do (tirem as crianças da sala, pausa para a golfada) GRUPO GRANDE TIJUCA (aqui).

Até.

ps: como bem lembrado pela Olga, leitora e amiga desse blog (leiam seu comentário neste texto), o (ao que tudo indica e aponta) parcialíssimo repórter, Gabriel Mascarenhas, exatamente uma página depois da pífia matéria sobre o assunto Carrefour, dá de ocupar duas páginas com outra (igualmente pífia) intitulada "CARIMBADOS PELA VIOLÊNCIA - TIROS DEIXAM MARCAS EM PRÉDIOS DE VILA ISABEL, RIO COMPRIDO E ESTÁCIO", não diminuída (o termo foi usado por ele em seu e-mail) por anúncio do mesmíssimo tamanho do que foi publicado (assim, de repente, como ele quis me fazer crer...) abaixo da matéria sobre o terreno do Carrefour. Nesta segunda matéria (repito, tão ruim quanto a primeira), decidiu-se por ocupar duas páginas. Alguma informação relevante? Não. Apenas plantação de terror, medo, pânico e desespero. Presta, assim, o jornal O GLOBO, o que não chega a ser nenhuma novidade, um desserviço à região e à cidade como um todo. Não percam de vista este importante dado: Gabriel Mascarenhas assina as duas matérias!

9.9.09

O MODUS OPERANDI DOS PRECONCEITUOSOS

Nada como a vida, que segue seu curso, e nada como a capacidade de ver com olhos de ver e ouvir com ouvidos de ouvir para que saibamos, aos poucos, quem é quem. O BUTECO DO EDU, que está no TWITTER, aqui, valendo-se de uma prerrogativa que o sistema disponibiliza, foi "seguir" (o termo é horroroso mas é a tradução literal de "follow") o grupelho que se denomina GRUPO GRANDE TIJUCA no próprio TWITTER, aqui.

Eu venho mostrando (e provando) há semanas quem é quem nessa polêmica causada pela iniciativa da Secretaria Municipal de Habitação de construir, na Conde de Bonfim, um conjunto habitacional para 400 famílias. A idéia, nobilíssima, é repudiada pela mais rasteira classe média da Tijuca, vejam isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui e isso aqui.

E o que aconteceu quando cliquei no botão FOLLOW para acompanhar as barbaridades que exalam daquele grupelho? Vejam vocês, clicando na imagem.

Isso mesmo! Eles bloquearam o acesso do BUTECO DO EDU. Expediente baixo do qual também se valem os mesmíssimos covardes que vêm assacando ameaças contra mim.

Não passarão. Nem me calarão.

Até.

A OUSADIA DO GRUPELHO

Dei de cara, agora cedo, fazendo busca sobre o assunto que envolve a polêmica causada pela nobilíssima iniciativa da Secretaria Municipal de Habitação de construir, na Conde de Bonfim, mais precisamente na Usina, um conjunto habitacional para 400 famílias, idéia repudiada pela mais rasteira classe média da Tijuca, com um texto (mal escrito) que termina com uma frase-ameaça que diz muito sobre a intenção e a postura dessa gente. Entenda a bulha lendo (com calma e olhos de ver) isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui e isso aqui.

O texto (assinado por um grupelho que se denomina GRUPO GRANDE TIJUCA - eles têm CNPJ?, identidade?, quem são? - são os anônimos covardes de sempre...), que pode ser lido na íntegra aqui, termina com a seguinte pérola (dirigida, pelo que se deduz da péssima redação, ao Secretário Municipal de Habitação, Jorge Bittar, que conta com meu mais rigoroso e vigoroso apoio):

"Não ousem continuar com esta idéia.

Grupo Grande Tijuca"


Eu leio GRUPO GRANDE TIJUCA e me vem à mente KU KLUX KLAN e outros tantos grupelhos que se valem do expediente fascista para propagação de suas idéias.

Se ousarem, o que fará o tal grupelho?

Não passarão.

Até.

8.9.09

EGO DO BUTECO

O inconcedível, inacreditável, insuperável site EGO, nos regozija mostrando que "estilosa, Nicole Kidman troca beijo com o marido durante partida de tênis" (vejam aqui).

Como o BUTECO detesta tênis e foca suas lentes sobre gente muito mais interessante disposta a atividades infinitamente mais salutares, trazemos hoje, para vocês, um picante flagrante na noite carioca na véspera do feriado de 07 de setembro.

07/09/09 - 01h43min

O professor Luiz Antonio Simas, distraído, recebe beijo na careca dado pelo técnico de informática Felipe Quintans durante roda de samba na Gamboa


Luiz Antonio Simas e Felipe Quintans, 06 de setembro de 2009, foto de paparazzo contratado

Clicamos um beijo entre amigos durante roda de samba no Trapiche Gamboa na madrugada de domingo para segunda. Ligeiramente calibrado depois de muita cerveja, Felipe Quintans, já quase às duas da manhã, tascou beijoca na cabeça de Luiz Antonio Simas, que, distraído, conversava com sua esposa. "Vai dizer que essa careca do professor não é fofa?", brincou Felipe Quintans para surpresa de sua namorada, Érika, que a tudo assistia.

5.9.09

INVERSÃO DE VALORES

(ou "A SALVARGUARDA DE QUEM NÃO TEM ESCRÚPULOS")

Acabo de comprar (e ler, e já me arrependi de fazê-lo) o jornal O GLOBO, ninho de gente desqualificada e preconceituosa que lá não estaria se aquilo fosse um jornal sério.

Li (e a reação foi uma mistura de nojo e ódio) a coluna de João Ximenes Braga, no caderno ELA (repugnante), editado por Ana Cristina Reis, que plagiou (sem jamais dignar-se a uma mísera explicação) matéria inteira publicada no jornal americano NEW YORK TIMES (como provei aqui).

Na coluna de hoje (mal escrita como de hábito, chega a dar dó), o colunista conta (vejam que assunto palpitante!!!) sobre seu conflito acerca da eleição (babquíssima, diga-se de passagem) do "melhor destino gay gobal", e lamenta ter votado em Montreal pois "o Rio ainda tem muito o que fazer pra merecer esse título em particular". Um nojo, como se vê. Daqui, peço aos deuses que nos regem que JAMAIS (com a ênfase szegeriana) permitam que o Rio venha a merecer esse título degradante.

O colunista fala, às escâncaras, que não gosta de pobre ("na falta de termo mais politicamente incorreto") - vejam a imagem abaixo.

coluna publicada no caderno ELA de O GLOBO de 05 de setembro de 2009

Mais à frente diz que ao chegar na praia, no trecho em frente à rua Farme de Amoedo, na quarta-feira passada, pensou, em vez de "opa, cheguei na praia gay", "opa, cheguei na praia de pobre".

"E qual o problema de pobre na praia?" - ele continua.

Vamos ao que diz o colunista: "Fora ser difícil de repetir rápido três vezes, nenhum, a surpresa está em a Farme parecer tão pouco gay.".

Eis aí a inversão de valores e a covardia abjeta de João Ximenes Braga: encastelado na redação (árida de jornalistas de verdade), cospe na cara da gente ao manifestar sua avesão por gente pobre.

Por força de uma legislação de merda que tolhe o que é considerado politicamente incorreto apenas no que tange às chamadas minorias organizadas, ele pode escrever, num jornal de imensa circulação, barbaridades como essa, inoculando o ódio e incentivando o preconceito.

Eu, por muito menos, quando emiti minha opinião sobre uma nota publicada na coluna GENTE BOA, de O GLOBO, fui processado pelo protagonista da tal nota (essa que exponho aqui) que foi à Justiça apenas em busca de dinheiro (para comprar mais bonecas, pelo que deduzi). O autor da ação, outro que em seu inacreditável blog (que acompanhei durante certo tempo para ver se ele teria coragem de contar para seu público-leitor a fragorosa derrocada de sua iniciativa) manifesta seu ódio pelos pobres, não levou um centavo furado e sua denúncia foi rejeitada, mas é triste perceber a insuportável mania de perseguição dessas minorias que por um lado desfilam por aí expondo seus orgulhos e depois buscam a Justiça dizendo-se, oh!, moralmente abaladas.

Se eu dissesse aqui o que penso, a fundo, sobre gente como este colunista de O GLOBO, seria crucificado e, quiçá, processado novamente. Ele, sob o manto da covardia, escreve o que escreve e é saudado - muito provavelmente - por seus colegas de areia e de balcão de casa de sucos, que também odeiam os pobres.

Ele é reincidente. Leiam aqui e aqui.

O que o faz ficar, ainda, no Brasil?

E como - como, meu Deus? - pode um jornal empregar (e publicar) um cara desses, sendo que somos um país com uma imensa maioria pobre?

Tirem vocês as suas conclusões.

Até.

INTERPRETANDO UM COMENTÁRIO

Segue sem arrefecer a polêmica causada pela nobilíssima iniciativa da Secretaria Municipal de Habitação de construir, na Conde de Bonfim, mais precisamente na Usina, onde há um imenso terreno outrora ocupado por um hipermercado (hoje abandonado), um conjunto habitacional para 400 famílias. A bulha causada pela classe média tijucana (generais de pijama, síndicos da região, pensionistas de cabelo azul, histéricas incuráveis, alcaguetes empedernidos etc) não cessa. Basta ler (com calma e olhos de ver) isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui e isso aqui.

Nessa manhã de sábado quero transcrever um comentário deixado no blog de Cesar Tartaglia - vejam aqui - de autoria de Gustavo de Brito Colombo (não o conheço, que fique claro).

E quero transcrever o comentário porque acho fundamental expôr, o mais possível, a cara do preconceito mais rasteiro e quase sempre (mais ainda nesse caso específico) mal disfarçado. Ainda que, mais à frente, a Secretaria Municipal de Habitação engavete a idéia, tudo isso terá servido para uma visão mais clara do jogo "quem é quem" na sociedade.

Em negrito, o comentário a que me refiro. Em vermelho, o que fui pensando enquanto lia (com ânsia de vômito) o troço:

"Existe sim muito preconceito dos moradores da Tijuca que protestaram, mas parte dessa reação digamos... "acalorada" é porque essa ação será desastrosa para o bairro. Em pouco tempo se tornará outra favela e degradará a Conde de Bonfim como ocorreu com a Rua São Miguel. Deve-se urbanizar a favela e não favelizar o asfalto."

Alguém, finalmente, assume o preconceito às claras. Qual a lógica (e por que a certeza do leitor?) que leva o leitor a afirmar que um conjunto habitacional se tornará outra favela? O que há de comum entre o conjunto habitacional (planejado, com saneamento básico, infraestrutura etc) e a favela (jamais urbanizada) da rua São Miguel? Desde quando um conjunto habitacional faveliza o asfalto? Quanta incongruência...

"Aquelas famílias merecem ser removidas sim, e também não acho que deveria ser para locais distantes como Santa Cruz ou Sepetiba. Acredito que deveria ser feito na própria Tijuca, mas de modo mais planejado. Essa ação só acabará de vez com a região da Usina. O ideal seria construir uma Faetec nesse prédio beneficiando outras comunidades ao redor assim como outros moradores da Tijuca."

Onde se lê "(...) deveria ser feito na própria Tijuca, mas de modo mais planejado." leia-se "deveria ser feito na própria Tijuca mas bem longe da minha casa". Por que - o leitor se perde... - um conjunto habitacional haveria de acabar de vez com a região da Usina? Pensaria da mesma forma se ali fosse lançado um condomínio de casas de luxo? Ele propõe uma escola técnica naquele local? Teria sido, ele próprio, um entusiasta do projeto dos CIEPS? Evidente que não. E eu afirmo: eles propõe escolas, centros culturais, vilas olímpicas etc apenas como alternativas em desespero contra a construção de moradia digna para gente capaz de - como foi que ele disse mesmo? - "favelizar o asfalto". Esses caras nem sabem o que é o cheiro do asfalto, o cheiro das ruas, das feiras livres, dos botequins. Eles gostam mesmo é do granito, dos corredores e das escadas rolantes, dos hortifrutis e das praças de alimentação do ambiente doentio dos shopping-centers.

Até.

4.9.09

MAIS SOBRE O CARREFOUR

Continua a ferver a polêmica envolvendo a mais-que-louvável iniciativa da Secretaria Municipal de Habitação, dirigida por Jorge Bittar, de construir, na Conde de Bonfim, onde há um imenso terreno outrora ocupado por um grande supermercado e hoje rigorosamente abandonado, um conjunto habitacional para 400 famílias. A grita da classe média rancorosa e covarde não cessa (agora dei de receber e-mails de leitoras histéricas tecendo ameaças que não me fazem sequer piscar os olhos). Basta ler isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui e isso aqui.

Volto ao tema apenas para lançar luzes sobre as boas novas trazidas por Rodrigo Pian que, malgrado nosso agudo distanciamento ideológico, digamos assim, tem demonstrado extremo espírito público no exercício de suas funções. Mais que isso, um imenso apreço por este blog.

Vamos ao comentário do Pian:

"Goldenberg, estive hoje na Secretaria de Habitação conversando com o mui prestativo Subsecretário Pierre Batista. Debatemos uma série de questões referentes ao meu espectro de atuação, a área da IV Região Administrativa, e, logicamente, dialogamos a respeito da questão Indiana. Pano rápido: não me faço nem um pouco necessário no que tange a levar sua palavra escrita ao Secretário Bittar. O primeiro ponto de minha conversa com o Sr. Pierre foi justamente seu blog, lido por boa parte das lideranças da SMH, incluindo - evidentemente - o próprio Bittar. Volto. A posição da SMH parece se manter. São favoráveis sim ao complexo haitacional para as 400 famílias. Porém, querem fazer a cousa toda com o devido planejamento. Colocar abaixo aquela estrutura imensa do hipermercado, retirar os consequentes entulhos e edificar algo de grande porte são atividades que exigem custos grandiosos. Todo o estudo e planejamento se faz necessário, palavras do Subsecretário. Mais do que certo! O que posso adiantar é que a SMH está recheada de pessoas mais do que experientes no quesito habitação. Digo isso sem nenhum medo de errar. Quanto a um ou outro morador se recusar a ser deslocado, isso é mais do que natural. Porém, pode ter certeza que essa posição não reflete, de maneira nenhuma, o sentimento da grande maioria de quem passa por esse tipo de situação. Já com relação aos comentários por você exibidos, não tenho muito o que falar. Cada um tem a sua posição e o poder público sabe que agradar a todos de maneira absoluta é exercício irracional e impossível! Continuemos a bebericar nesse balcão de diálogo inestimável! R.Pian"

Até.

DO DOSADOR

* recebi, há pouco, curiosíssimo e-mail. A bem da verdade, recebi um convite. Desses inconcebíveis. Já escrevi, à certa altura (não localizei o texto mas vou fazê-lo - ver "ps" no final deste texto), sobre esses convites que são nada mais, nada menos, do que uma campanha mal disfarçada de arrecadação de mantimentos. Termina assim, o tal e-mail: "Tragam comida e bebida!!". Que tal?

* cheguei há pouco do CAFÉ GAÚCHO, no Buraco do Lume, onde fui beber um café com meu dileto amigo Luiz Carlos Fraga, que às sextas-feiras a gente, podendo, não perde o debate político do PSOL (eles não fazem comício) para três, quatro, cinco pessoas. Hoje, surpreendentemente (um dia de baixa), além de notarmos a ausência de todos os parlamentares do partido, havia apenas duas pessoas (eu disse duas!). Dois guardas municipais. E o que fizeram os homens da lei? Fizeram o palestrante calar-se e arrancaram a faixa que serve de cenário para o espetáculo. Um bêbado ao nosso lado, vendo a cena, o sorridente sol que simboliza o PSOL no chão, gritou:

- The house is down!

Buraco do Lume, 04 de setembro de 2009

Até.

ps: a leitora assídua deste blog, Olga Belém, numa atitude de imenso carinho, localizou pra mim os dois textos a que me referi. Aqui e aqui. Obrigado, Olga!

ELES PENSAM ASSIM

Continua fervendo a polêmica sobre a iniciativa da Secretaria Municipal de Habitação de construir, na rua Conde de Bonfim, onde há um imenso terreno outrora ocupado por um grande supermercado e hoje rigorosamente abandonado, um conjunto habitacional para 400 famílias. A grita da classe média rancorosa e covarde não cessa. Basta ler isso aqui, isso aqui, isso aqui, isso aqui e isso aqui.

Ontem à noite fui procurado, por telefone, pelo jornalista Gabriel Mascarenhas, de O GLOBO, responsável pelo blog BAIRROS.COM, do jornal O GLOBO, seção GRANDE TIJUCA (vejam aqui). Como antes do telefonema eu recebi um e-mail do Gabriel, fui atrás de informações sobre seu trabalho. Pareceu-me - eu disse pareceu-me - que o blog GRANDE TIJUCA é pautado pelo inacreditável CITY TOUR DA DESORDEM URBANA (vejam aqui), mantido por um grupo que se intitula, assim mesmo, com maiúsuculas, "Grupo Grande Tijuca", ou "GGT" (adoram siglas, adoram siglas...).

Mesmo assim concedi a entrevista.

Não sei se será, nem onde será, publicada (se no jornal de bairro ou no blog). Curioso mesmo, durante a conversa, foi quando o Gabriel me disse:

- E se eu te disser que entrevistei moradores da favela Indiana que me disseram que não querem ser removidos, quer dizer, transferidos, para o terreno do Carrefour?

Eu respondi:

- Não muda nada minha posição. Eu não sou exatamente a favor da construção de um conjunto habitacional para os moradores da favela Indiana. Eu sou a favor da construção de um conjunto habitacional para 400 famílias e rigorosamente contra a grita fascista de quem é contra a iniciativa por conta de um odioso e rancoroso preconceito. Aposto, Gabriel, que se a Prefeitura construir o conjunto e abrir inscrições para entrega das chaves, em menos de 24 horas não haverá uma única vaga disponível.

Vamos ver se a entrevista sai, como sai e aonde sai.

O Gabriel, 27 anos, pareceu-me disposto, mesmo, a ouvir uma opinião agudamente oposta à opinião dos "homens de bem" que são contra o troço. "Homens de bem" - são como eles se intitulam - capazes de escrever o que se segue (comentário feito aqui). Os grifos são meus. O e-mail que aparece no final do comentário é do comentarista e parece não existir. Tirem as crianças da sala e leiam. É tudo muito triste.

"Totalmente apoiado o NÃO A REMOÇÃO DA FAVELA. Chega de favelas na cidade! Não adianta urbanizar, nem criar favela bairro, nem dar condições de moradia decente aos favelados, pois a "comunidade" (não se pode chamar de favela pois é preconceito!), não vai cuidar, principalmente porque estão acostumados a serem "coitadinhos" e protegidos pelo poder público. A verdade é que quanto mais se dá a eles mais eles querem e se acham no direito de invadir nossos espaços com uma pseudo cultura chamada funk, e outros comportamentos de péssimo gosto e típicos de um povo sem educação. E o pior, tudo isso com a conivência prostituida dos governo federal, estadual e municipal. Se querem remover favela, que as removam e as mandem para uma zona rural, de modo que se possa criar, pelo menos uma comunidade sustentável. Não ficaremos sem nossos porteiros, domésticas e faxineiras pois essa mão de obra não mora em favelas próximas e sim na baixada ou em comunidades distantes. Já não chega termos nossos imóveis desvalorizados, convivermos com a sujeira e desordem das kombis, bailes, e moto-taxis, etc, aspectos típicos da beira de uma favela. Por que o Bittar não leva o pessoal da favela para frente da casa dele!!!!

umberto_enrico@yahoo.com.br"


Que tal?

Sugiro ao Pian que faça chegar tal mensagem ao Bittar.

E outra coisa: o vereador Eliomar Coelho... será que teria algo a dizer sobre isso? Eu gostaria muitíssimo de saber.

Até.

ps: não deixem de ler o texto do Cesar Tartaglia e os comentários deixados pelos leitores (respondidos à altura pelo bardo tijucano!), aqui.

3.9.09

NO FRONT DO RIO: UMA GRANDE ADESÃO

A polêmica envolvendo o destino do terreno outrora ocupado por um supermercado na rua Conde de Bonfim, na Tijuca, que a Secretaria Municipal de Habitação pretende transformar em um conjunto habitacional para 400 famílias, o que está horrorizando fascistas preconceituosos que vêm lançando mão de histerismos em forma de protestos que beiram o patético (os argumentos são de fazer chorar), está muito longe de acabar, basta ler isso aqui, isso aqui, isso aqui e isso aqui.

Hoje, para minha profunda satisfação, vejo que o jornalista Cesar Tartaglia, carioca e tijucano de primeira, responsável pelo blog NO FRONT DO RIO, hospedado n´O GLOBO ON LINE (vejam a imagem abaixo), entra de cabeça na discussão expondo, de forma incontestável, a verdadeira motivação de quem é contra a iniciativa de Jorge Bittar.

"(...) achar que o Borel, ali ao lado - onde vivem milhares de famílias de cidadãos decentes subjugadas por uma ínfima minoria que explora o tráfico de drogas -, é exemplo de que pobres morando no asfalto contaminam a urbanidade apenas fecha qualquer possibilidade de se levar a sério as reações contra o conjunto residencial. Puro preconceito, que a verdadeira Tijuca, inclusiva, que abriga generosamente todos os que de fato amam o bairro, independentemente da renda per capita, rebarba."

Cliquem na imagem abaixo e leiam o texto na íntegra.

texto publicado em 03 de setembro de 2009 no blog NO FRONT DO RIO, de Cesar Tartaglia

Não passarão!

EGO DO BUTECO

O site EGO, essa excrescência fétida hospedada pelo GLOBO.COM, distrai seus leitores (quem são, meu Deus, quem são?) mostrando que ontem, 02 de setembro, Bruno de Luca, Dado Dolabella e Marcelo Serrado jantaram juntos em um restaurante no Leblon (onde mais, se para esse lixo só há o Leblon, nada mais que o Leblon?). O grupo, conta o EGO, optou pela culinária tailandesa (vejam aqui).

Como o BUTECO foca suas lentes em gente infinitamente mais interessante que frequenta o infinitamente mais aprazível bairro da Tijuca, expomos hoje, para delírio de vocês, flagrantes obtidos no último domingo, 30 de agosto.

30/08/09 - 15h30min

O artista plástico Leo Boechat, que optou pela culinária chinesa, acompanhado da esposa e da filha, almoça com o primo, Jean Boechat, pioneiro em comunicação em mídias interativas, em tarde tijucana


30 de agosto de 2009, foto de paparazzo contratado

Leo Boechat, com a pequena Helena no colo, brinca com um hashi, no que é acompanhado pela esposa, sob o olhar atento de seu primo, Jean Boechat.

30 de agosto de 2009, foto de paparazzo contratado

Leo Boechat deixa cair o hashi no colo e é repreendido pelo primo, Jean. Os três, e mais a pequena Helena, se deliciaram no incrível Primeira Pá, na Tijuca. "Eles encomendalam uma sopa da babatana de tubalão pala o mês de outublo!", disse excitado o proprietário, Lin.

30 de agosto de 2009, foto de paparazzo contratado

Após o almoço, Leo e Jean conversam e se divertem no Bar da Frente, degustando cervejas artesanais, na Barão de Iguatemi, ao lado do restaurante.

2.9.09

AINDA SOBRE O CARREFOUR

(ou "COMO OS COVARDES AGEM")

A polêmica está longe de acabar, basta ler isso aqui, isso aqui e isso aqui.

E hoje, atendendo a pedidos (e acatando conselhos) de três grandes amigos deste BUTECO, Bruno Ribeiro, Carlos Andreazza e Diego Moreira (em ordem alfabética para não ferir suscetibilidades), vou transcrever, na íntegra, dois comentários postados anonimamente (modus operandi recorrente da canalha covarde) aqui no blog.

Antes, porém, quero lhes chamar a atenção para um troço muito curioso, e lhes explico o por quê de fazer menção à coisa. Morreu, anteontem, Carlos Alberto Menezes Direito, Ministro do STF que foi, na década de 80, Secretário de Educação de Moreira Franco ("a única pessoa no mundo que (...) não tem serventia alguma" segundo Fausto Wolff, leiam aqui). Menezes Direito, de mãos dadas com o então Governador do Estado, foi fundamental para o desmonte dos CIEPS, obra-maior de Leonel de Moura Brizola. Atenção para frase dita, à época, pelo de cujus:

- Quando você privilegia os Cieps, está beneficiando uma parcela inferior a 5% da população em idade escolar no Rio.

Duvidam? Leiam aqui.

Vai daí que, reavivada a memória da triste atuação de Menezes Direito na condição de Secretário de Educação por conta da notícia de sua morte, fui xeretar, de novo, os comentários (lamentáveis, quase todos) feitos por gente que renega a condição de fascista e preconceituosa. Prestem atenção (comentários na íntegra, aqui):

"(...) na área em que está a favela deveria ser construída uma vila olímpica igual a da Mangueira, onde as crianças das comunidades possam ir se afastando da manipulação do tráfico."

"Conjunto habitacional nem pensar, tem destinações muito mais importantes e que beneficiariam muito mais pessoas, como um novo batalhão de polícia, uma vila olímpica e uma escola profissionalizante."

"Sou a favor de transformar este espaço numa vila olímpica para a comunidade."

"Apóio. Batalhão da PM ou um Centro Cultural."

"(...) ideal seria transformar o espaço numa espécie de FAETEC ou centro cultural (...)."

"(...) poderíamos construir um Centro Social que assistisse de perto as famílias da Indiana (...)".


Aposto, meus poucos mas fiéis leitores, aposto todas (com a ênfase szegeriana) as minhas fichas, que essa mesma gente era contra, radical, visceral e incondicionalmente contra o projeto dos CIEPS - que eles agora pleiteiam, nas entrelinhas, como alternativa à construção de um conjunto habitacional. Essa gente não tolera - nunca tolerou! - que seja dada a oportunidade de acesso ao que há de bom e de melhor a quem tem menos. Ouço, ainda, os discursos da época: "Um absurdo escola em tempo integral com ampla assistência médica para esse povo", "Um nojo a construção dos CIEPS perto das favelas e das comunidades carentes de beira de estrada!", "Isso nada mais é do que propaganda do Brizola", por aí.

A mim, não enganam.

Vamos, pois, transcrever os dois comentários anônimos que recebi sem qualquer correção, os erros pululam:

"O que na verdade eu vejo aqui é nada mais que pura hipocrisia. Hipocrisia sim dessa defensoria que você tem com essa implementação absurda da favela. Você muito provavelmente não mora naquela área.. e se morasse, não iria querer se sentir dentro do morro, dentro de uma nova cidade de Deus.. você gosta tanto do povo assim? esse povo que vive sustentado em homicidios, tráficos e etc? Ou vai la no morro só pra comprar seu baseadinho e depois entra no seu carrinho e vai seguro pra sua casa? eu tenho nojo sim.. nojo de quem assalta, nojo de quem estpra, nojo de quem mata em troca de algum dinheiro. NOJO e sempre vou ter. Vamos lembrar que favelização anda junto com criminalidade e violência.. é NOJO sim andar naquela área e se sentir acuada, com medo.. ou você anda por ali tranquilo? Pelo amor de Deus.. vamos descer dos seus carrinhos e acordar pra realidade. Não é passar a mão na cabeça de pessoas que não pagam impostos e fazem parte da grande porcentagem de violencia e arrumar CASINHAS pra eles que só em seus sonhos ficarão comportadinhas com familias fofas. Mais uma vez essa merda de governo dando soluções a curto prazo. Vai ser mais um pretexto para estar TUDO DOMINADO e ali, se tornar uma região INVIÁVEL de se passar. é muito fácil defender quando você vive num mundo de conto de fadas e acha que ali vai se tornar uma região melhor. Vamos cair na realidade seus burguesinhos defensores de po**a nenhuma!"

"Sou totalmente contra todos esses demagogos de primeira... que usam da influência da internet para ficarem debatendo se o carrefour vai virar ou não uma comunidade do Pac façam oque tem que ser feito, tirem os menos favorecidos da favela indiana e colequem na casa de vocês! Se a polícia entra na comunidade atirando é porque são mal treinados, se a Politica tenta acabar com as favelas não podém porque existe esse tal de abaixo assinado... então deixe como está... deixe os bandidos andarem que nem faroeste caboclo ou cangaceiros, Ou como vocês preferirem?. Vocês não querem que tirem os moradores da comunidade indiana e coloquem no carrefour, mas querem coloca-los em frente a Puc-Rio... muito sensato. ass: Alguém pela qual não faz nada para melhoria das comunidades do Rio de Janeiro, mas alguém também que não se mete quando querem fazer algo que melhore esse quadro caótico. Sonhos são gratuitos. Transformá-los em realidade tem um preço."

Desafio esses dois covardes, esses dois fascistas, a assumirem a autoria do que escreveram. Como sei que esse tipo de gente está sempre pela área checando o que escrevo, está feito o convite.

Até.