9.10.09

HÁ UM ANO, NO BUTECO...

É como eu disse, há pouco, pro Felipinho Cereal, por telefone: o BUTECO recebeu, hoje, um email muito, mas muito bacana mesmo!!! A Olga, leitora fidelíssima e a quem eu não conheço (troço que dá ainda contornos mais bacanas a tudo), mandou-me a mensagem que reproduzo abaixo, devidamente autorizado a fazê-lo:

"Edu: você nem pode calcular como estou emocionada. Vim pro trabalho chorando pela rua. Essa série, esses encontros, hoje, pela manhã, mexeram com muitas coisas em mim.

Cumpri com muito prazer a tarefa de entregar a série impressa pro Zé, da Quitanda Abronhense e pro Tuninho, da Tinturaria Mascote.

Edu, precisava ver a carinha do Zé identificando a quitanda e a foto dele ao telefone. Expliquei a ele sobre a série e ele falou, com um entusiasmo incomum, diga-se, que você era seu freguês! Pra minha surpresa, ele pediu o endereço pra entrar no blog. Achei tão inusitado! E adorei! Recomendei que ele não deixasse de ler os comentários, tão bons quanto os textos.

Agora, Edu, na tinturaria foi emoção pura! O seu Antônio não estava. Entreguei pros irmãos Rosa e Tuninho, duas adoráveis criaturas. Em poucos minutos mergulhamos no passado, lembrando de histórias de quando éramos mais jovens e ficamos bestas por nos conhecermos há tanto tempo. A vida doida da gente faz com que esqueçamos desses detalhes tão importantes, e banalizamos, às vezes, o que é essencial. Foi boa pacas a conversa. Serei sempre grata a você por isso, Edu.

Eu e o Tuninho lembramos de quando o Zico morou na rua. Foi assim que ele se casou. Morou no nº 175, cobertura, você pode imaginar o que foi isso? Sempre educado e simples. Descia pra comprar jornal e cumprimentava todos os porteiros. Depois ficou difícil, as pessoas o interpelavam demais e ele teve que dar um tempo nas andanças matinais. Ficou pouco tempo, foi só uma passagem, mas inesquecível pros moradores.

Eu e a Rosa lembramos que a família do apresentador Silvio Santos (pais, irmã e sobrinhos) morava no nº 181, edifício Alcazar (o mais chique na época, com apartamentos enormes...). Nos anos 1970, a filha dele, Cíntia, uma criança como nós, veio passar uns dias com os avós. Brincava com a gente na rua. Lembramos que fechávamos a rua (você pode imaginar o que seria hoje fechar a Matoso?) pra brincar de queimado. Nossa! Quantas lembranças boas!

Edu, você lembra do casarão dos Peixoto de Castro? Onde ficam agora aqueles vários prédios? O casarão era um pequeno oásis em plena Matoso com a Santa Amélia. Tinha vários pássaros, cachorros e carros maravilhosos estacionados. Ficávamos espiando aqueles tão nobres moradores. Senti demais sua demolição...

Acho que me alonguei.

Beijos,

Olga

PS: Esqueci de dizer que no Madri ainda moram alguns familiares do Tim Maia (cunhada e filhas do irmão do Tim). Pessoas doces e muito queridas, mesmo."


O Felipinho Cereal, um sábio, me disse antes de sugerir uma cerveja, rápida, hoje, no comecinho da noite:

- Só esse email, e já valeria termos feito a série, né, Edu?

Seguramente, seguramente.

Até.

4 comentários:

Rodrigo Nonno disse...

Até eu, que não vivi nada disso por essa rua; Eu que somente, há uns quatro ou cinco anos, passo por um pedaço dela a bordo do 406, algumas vezes na semana; E que uma só vez na vida enconstei no balcão da encantadora Abronhense(onde pude escutar feitos de antigos heróis rubro-negros, junto com a orgulhosa pergunta de um senhor: "O Zico já esteve aqui, sabia ?"; Eu que nem sequer moro na Tijuca, me emocionei.

Parabéns, Olga, Edu e Felipe!

Inté.

Bezerra disse...

A querida Olga é a sensibilidade na sua mais singela e sensata acepção da palavra.

Olga disse...

Edu, que boa lembrança! Salvou a sexta-feira "sem caráter".

Reler agora este e-mail trouxe de volta todos aqueles bons sentimentos.

A série sobre a linda-feia rua do Matoso foi uma caso muito sério, mesmo.

Carlos Andreazza disse...

Sem dúvida - lembro-me bem - um grande momento.