30.11.09

DO DOSADOR

* não tenho a menor paciência para discutir política aqui no BUTECO. Terreno fértil para discussões sempre muito acaloradas, a política, quando discutida pela internet (valhacouto para covardes de plantão e anônimos cheios de falsa coragem) é extremamente cansativa, razão pela qual nunca (ou quase nunca) falo de política por aqui, salvo quando para defender, com veemência, o governo de Luís Inácio Lula da Silva, um grande estadista, ainda que digam o contrário por aí. Na sexta-feira, conversando com Leo Boechat, o assunto - política - veio à mesa e chegamos a conclusões que, sei, serão motivo de muita controvérsia. Mas quero dizer a vocês, meus poucos mas fiéis leitores, que muito me orgulha a posição que alcançamos diante do mundo, muito por conta do carisma e da competência do Lula e de seus homens de confiança no terreno da diplomacia, e refiro-me notadamente a Marco Aurélio Garcia e Celso Amorim. E que não entendi, sinceramente, a grita em torno da recente visita de Estado do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil. Os mesmos que espernearam por conta da visita esperneavam quando o governo brasileiro, comandado pelos porcos militares que nos subjugaram por mais de 25 anos, era recebido pelo mundo afora? Os Estados Unidos da América, que além de tudo financiaram e coordenaram muitas das ações do governo ditatorial brasileiro, deveria repelir qualquer aproximação com o Brasil por conta da vergonha que eram as torturas e os assassinatos aqui cometidos? A mesma falta de paciência eu tenho, agora, com relação a Honduras. Estou, sem parar muito pra pensar, com Lula: "Então, minha opinião é que o Brasil não tem que reconhecer (a eleição). O Brasil manterá a posição porque não é possível a gente aceitar um golpe, seja ele militar, seja ele disfarçado de civil, como foi o golpe de Honduras.";

* já li hoje diversas pessoas, na imprensa e mesmo na blogosfera, dizendo que o nível do Campeonato Brasileiro é baixíssimo, que o futebol jogado pelos clubes brasileiros é sonífero e medíocre, que isso, que aquilo, que aquil´outro, blá-blá-blá. Isso pouco importa. É o Campeonato que temos, são os clubes que temos com os jogadores que temos e o que importa é que no próximo final de semana conheceremos, todos, o campeão de 2009. Uma das coisas que sempre mais me importou, mesmo, no futebol, foi o componente da emoção. E emoção não tem nos faltado. Emoção que é, diga-se, diametralmente oposta à frieza dos números que a imprensa insiste em divulgar. Alguém realmente se interessa por saber quais (e se fia nas) possibilidades matemáticas vira-e-mexe divulgadas pelo matemático Tristão Garcia? O Flamengo tinha, há algumas semanas, 1% de chance de ser o campeão. O Fluminense, 99% de chance de ser rebaixado. Ou seja, uma besteira olímpica e extremamente irritante. Quando é que vão parar com isso?;

* conforme o esperado, a rodada de ontem foi teste para cardíaco, literalmente. Vamos a algumas palavras sobre ela. Em primeiro lugar, loas para Diego Souza, do Palmeiras. Seu gol já está inscrito na galeria dos mais impressionantes que já vi (vejam os gols aqui). Vencendo o Atlético Mineiro por 3 a 1, o Palmeiras ocupa hoje a terceira posição e tem, ainda, condições de sagrar-se campeão no domingo que vem, quando o país vai parar para ver e ouvir a eletrizante última rodada do Campeonato Brasileiro;

* o Goiás derrotou o São Paulo (que ocupa hoje a quarta colocação) por 4 a 2 pondo por terra, de vez, a papagaiada sobre a "mala branca" que teria recebido pra fazer jogo duro contra o Flamengo na semana passada (vejam aqui os gols da partida);

* o Fluminense, responsável pela mais impressionante campanha do Campeonato Brasileiro - é, de fato, emocionante a reação do tricolor das Laranjeiras! - goleou o Vitória por 4 a 0 (vejam aqui os gols da partida) e manteve mais-que-acesa a chama da esperança de fugir do rebaixamento. Mais que isso, contrariando minhas expectativas, demonstrou uma gigantesca capacidade de superação depois da derrota sofrida em Quito, na quarta-feira passada, fazendo com que seja possível sonhar com a conquista da inexpressiva Copa Sul-Americana na próxima quarta-feira no Maracanã. Precisando golear a LDU, duvido que alguém seja capaz de dizer, hoje, que o Fluminense não conquista a Copa. Teremos, todos, um belíssimo aperitivo na quarta-feira que antecede a rodada final do Campeonato Brasileiro;

* o Internacional venceu o Sport na Ilha do Retiro por 2 a 1 e chegou à vice-liderança, atrás do Flamengo, dependendo de um tropeço do rubro-negro que enfrentará seu histórico rival, o Grêmio, no Maracanã, pela última rodada. Fabrício Carpinejar escreveu interessantíssimo texto sobre os eventuais papéis que o Grêmio desempenhará no próximo domingo (leiam aqui). Eu, particularmente, não acredito que vá haver corpo mole por parte do tricolor gaúcho. A conferir;

* o Botafogo, perdendo pro Atlético Paranaense na Arena da Baixada entrou na área da degola (vejam aqui os gols da partida). Os dois clubes eram adversário diretos na luta contra o rebaixamento e fizeram um jogo desesperado. Pensei muito em Luiz Antonio Simas, que lá de São Paulo (na casa do homem da barba amazônica), sofria como sofrem todos os botafoguenses. Quero dizer aqui, de público, a ele, ao Marechal, ao Fernando Molica, ao Carlinhos do AL-FÁRÁBI, a todos os botafoguenses, que torcerei olimpicamente por uma vitória do Botafogo, contra o Palmeiras, no domingo que vem. Vai ser difícil, mas esse Campeonato Brasileiro de 2009 já mostrou que NADA (com a ênfase szegeriana) é impossível;

* vamos ao Flamengo. Protagonista de uma campanha heróica no segundo turno da competição, o Flamengo chegou ao topo da tabela depois de improváveis resultados nas últimas rodadas. Vencendo o Corinthians em Campinas (no estádio do Guarani, do meu mano Bruno Ribeiro, ele também na casa do homem da barba amazônica, ontem) por 2 a 0, e graças à derrota do São Paulo para o Goiás, o Flamengo está, agora, a uma vitória do título que persegue desde 1992, quando conquistou o pentacampeonato (vejam aqui os gols da partida, com absoluto destaque para o lançamento preciso de Toró para Zé Roberto que resultou no primeiro gol). Eu, escoladíssimo, ainda não comemoro nada, salvo a liderança por uma semana. Espero que o time tenha cabeça fria e que a torcida tome vergonha e apóie o Flamengo como sempre fez, preocupada com o jogo e com sua participação quase sempre decisiva. Nada de oba-oba durante a semana, nada de mosaico-viado, nada de gritos de guerra que nada tem com a tradição do maior clube do planeta. Lamento profundamente a ausência de Álvaro (um guerreiro suspenso pelo terceiro cartão amarelo) e torço pela franca recuperação de Adriano, que disputa uma batalha particular pela artilharia. Acho, mesmo, que o Flamengo deve ter muito os pés no chão. São muitos os exemplos (recentes) de frustrações retumbantes em pleno Maracanã em jogos extremamente decisivos. Todo cuidado é pouco. Está em jogo o hexacampeonato, do Flamengo e do Andrade, ele, na minha modestíssima opinião, o craque do Campeonato Brasileiro de 2009.

Até.

ESSA GENTE DA BARRA E DO LEBLON

Eu gosto muitíssimo de poder exibir aqui no balcão do BUTECO as podridões que o jornal O GLOBO publica, dentro de sua política perniciosa de destruir o Rio de Janeiro e de construir uma sociedade mais podre, mais consumista e cada vez mais separatista, tendo sempre a classe social como parâmetro para dizer o que é bom, o que presta e o que interessa.

Deixo hoje, exibido no balcão, diversos recortes da inacreditável matéria publicada no CADERNO ELA de sábado, 28 de novembro, intitulada BARRA SEM VERGONHA.

A matéria, que pode ser lida aqui, gira em torno da "disputa" entre moradores da Barra (que detestam ser chamados de "barrenses") e da zona sul, notadamente do Leblon.

Assinada por Carolina Isabel Novaes, é um nojo repugnante da primeira à última linha. Fala das "itgirls" - "meninas invejadas, lançadoras de moda" - e de outros tantos personagens absolutamente dispensáveis. O que dá - quero repetir - coerência a tudo o que digo aqui sobre essa parcela doentia da sociedade.







Até.

28.11.09

KEBABAQUICE

A coluneta GENTE BOA de O GLOBO, mantendo sua tradição de jabá, noticia hoje que o BELMONTE inaugurará, na outrora respeitável Lapa, uma kebaberia.

Um nojo.

Até.

27.11.09

DO DOSADOR

* estive ontem, e dessa vez com Marcelo Vidal (e com Felipinho novamente, que passava pela rua e nos viu), pelo segundo dia seguido (percebam a irresistibilidade da qualidade da pizza), no fabuloso DOM COSTA - conheçam o restaurante aqui. E quero lhes contar sobre os mistérios do lugar, conseqüência dos mistérios que cercam a rua do Matoso (perguntem ao Leo Boechat, que os tem conhecido mais amiúde, o que é a rua do Matoso). Lá chegamos e fomos recebidos pelo mâitre, seu Altamir, uma espécie de "grã-fina com narinas de cadáver" de casaca. Ou, como prefere o pequeno grande homem, um autêntico mordomo assassino de filme noir. Seu Altamir me fitava de longe. Fazendo do queixo quadrado uma quilha, fechava os olhos, franzia a testa, até que veio como uma flecha em direção à mesa:

- Foi você! Obrigado!

E estendeu o texto A MELHOR PIZZA DO RIO DE JANEIRO (aqui), impresso, em minha direção. Tomei um susto. E o Felipinho disse:

- Quem lhe deu isso, seu Altamir?

E ele, soturníssimo e fazendo cara de mistério:

- O pessoal do escritório... Lá de cima..., do escritório... - e deu de apontar para as escadas, esfregando as mãos.

O serviço esteve fabuloso como sempre, o ambiente agradabilíssimo a menos de 25 graus (ar-condicionado tinindo!), seu Pereira nos atendendo com maestria, as pizzas (aliche e portuguesa) campeãs e encerramos a noite embasbacados com o depoimento do seu Altamir sobre o Leblon, impublicável;

* a rodada desse final de semana, uma vez mais, promete. O Flamengo, que vacilou contra o Goiás dentro de casa, encara o Corinthians em Campinas de olho na partida entre o São Paulo e o mesmíssimo Goiás que - dizem - recebeu um milhão de reais do atual campeão brasileiro para fazer jogo duro contra o Flamengo no Maracanã. Na extrema ponta da tabela, fugindo do rebaixamento, Botafogo e Atlético Paranaense se enfrentam, o que significa dizer que uma vitória do Fluminense contra o Vitória no Maracanã tira o tricolor das Laranjeiras da zona do rebaixamento. Mais uma rodada, como se vê, de tirar o fôlego. Minhas apostas (feitas sob a égide da emoção), apontam para um empate do São Paulo, vitória do Flamengo (e seremos líderes), vitória do Botafogo e empate do Fluminense, prejudicadíssimo por conta da trágica derrota por 5 a 1 contra a LDU na última quarta-feira;

* vamos à derrota do Fluminense. Quero dizer, de pronto, que sou radicalmente contra a proibição de jogos nas mais elevadas altitudes. Futebol é futebol, há muito dinheiro envolvido, há intensas possibilidades de um calendário mais organizado e menos sacrificante e, conseqüentemente, chances de uma preparação mais profissional por parte dos times que vão enfrentar adversários adaptados às condições desfavoráveis causadas pela altitude. No ano passado, o Fluminense perdeu de 4 a 2 da mesma LDU, tendo chegado a Quito dois dias antes da partida. Especialistas alertam, constantemente, sobre a imperiosa necessidade de uma adaptação efetiva: ou o time chega pelo menos 10 dias antes da partida ou chega, no máximo, 24 horas antes da realização do jogo. O que fez o Fluminense? Repetiu o mesmo erro, chegando a Quito dois antes da partida. Não conseguiu repetir o placar: tomou uma piaba de 5 a 1, o que torna praticamente impossível a conquista do título na quarta-feira que vem no Maracanã. Mas a história mostra que não se duvida de nada no futebol, ainda mais se levarmos em conta a sempre possível intervenção do Sobrenatural de Almeida;

* soube ontem que Luiz Antonio Simas e Rodrigo Ferrari, dois grandes e fundamentais cariocas, ganharam de presente dois choros (um pra cada um, é evidente) de autoria de Maurício Carrilho. Mais que um presente para os dois, um presente para quem ama a cidade do Rio de Janeiro e sua gente. Daqui, do BUTECO, ergo o copo em homenagem a essa belíssima iniciativa de Maurício Carrilho, belíssima! Anseio por ouvir os choros;

* e amanhã, sábado, o caderno IDÉIAS, do JB, trará texto de Rodrigo Ferrari sobre Paula Brito e mais uma aventura na Tijuca, de minha autoria, da série CENAS TIJUCANAS, com ilustração do craque Paulo Stocker.

Até.

26.11.09

GUIA RIO BOTEQUIM

Cheguei há pouco da rua (a canícula continua, firme e forte). Parei, saindo do almoço, na FOLHA SECA, pra beber um café. Pedi o café. E antes mesmo de receber a xícara, estendeu-me, Rodrigo Ferrari, com um sorriso cínico no rosto, um exemplar recém-saído do forno do GUIA RIO BOTEQUIM, última edição, de Guilherme Studart. Com o passar dos dias tecerei mais comentários. De pronto quero dizer a vocês o seguinte: a capa é feia, o interior é feio, a diagramação é de mau gosto (espero ansioso pela avaliação de Leo Boechat e Marcus Handofsky) e, pelo pouco que vi (folheei rapidamente), nada ali presta. Edição bilíngue (pra quê?!, pra quê?!), patrocínio e propaganda da Brahma (o que é inadmissível para um guia que se pretende sério e conseqüentemente isento), uns carimbos indicando quais os bares que servem Bohemia (igualmente inadmissível) e verdadeiras mentiras incluídas entre os eleitos pelo lorde, flâneur e connaisseur Guiherme Studart (entendam isso, aqui). O que vocês me dizem do finado BAR DA DONA MARIA entre os indicados? E da indicação do OTTO, um restaurante (bar?, botequim?... NUNCA!). Está nas livrarias, então, o mais que nunca vade-mécum de otário, prefaciado (alô, Andreazza!) pelo prefeito Eduardo Paes. Tudo em casa.

Até.

DOIS MESES DE GOOGLE ANALYTICS

Desde que li as detalhadíssimas estatísticas de visitação no blog da Vanessa Dantas - aqui -, no dia 25 de setembro de 2009 - prato cheio para um obsessivo como eu -, passei a fazer parte dos blogs controlados pelo inacreditável GOOGLE ANALYITCS, sistema que disponibiliza uma quantidade absurda de informações que podem ser, muitas vezes, úteis para quem tem um blog.

Logo, ontem, 25 de novembro, amealhei as estatísticas de dois meses de visitação ao BUTECO DO EDU, e passo a dividi-las com vocês, num exercício não apenas de registro mas também de curiosidade e de certa vaidade.

Vale dizer, antes, que tenho hoje três controladores de visitas ao BUTECO e que variam pouquíssimo com relação aos números que apresentam. O SITEMETER desde 18 de janeiro de 2005, o EXTREME TRACKING desde 02 de fevereiro de 2006 e, agora, o GOOGLE ANALYTICS desde 25 de setembro de 2009 (repito, o mais completo e detalhado).

Foram 25.878 visitas em dois meses (12.527 visitantes absolutos - ou únicos - e 36.705 exibições de página).

Essas 25.878 visitas vieram de 66 países diferentes. A predominância absoluta, é claro, é do Brasil, com 93,57% das visitas, seguido de Portugal (2,18%), Estados Unidos (1,78%), Japão (0,36%), Reino Unido (0,22%), Dinamarca (0,20%), França (0,16%), Espanha (0,14%), Canadá e Angola (com 0,13% cada).

Essas mesmas 25.878 visitas vieram de 680 cidades diferentes. A predominância absoluta, é claro também, é do Rio de Janeiro, com 46,11% das visitas, seguido de São Paulo (14,97%), Campinas (3,84%), Belo Horizonte (2,39%), Salvador (2,15%), Brasília (1,92%), Curitiba (1,72%), Niterói (1,56%), Vitória (1,47%) e Nova Iguaçu (1,09%).

Entre as cidades do exterior, Lisboa (15a. mais visitada) sai na frente com 0,74% das visitas, seguida do Porto (28a. mais visitada com 0,31%), Nova York (30a. com 0,29%), Viseu (39a. com 0,20%) e Copenhagen (40a. com 0,18%).

54,67% são leitores fiéis!, e 45,33% são novos visitantes.

Bacana é ver que 19,24% do universo de visitas chegam aqui digitando www.butecodoedu.blogspot.com, direto, sem necessidade de qualquer link dirigido para o BUTECO.

40,61% de todas visitas chegam aqui clicando em links de diversos sites (em sua maioria, blogs). Vamos aos números.

14,01% vem do BOTEQUIM DO BRUNO, do meu mano Bruno Ribeiro, de Campinas, o que explica bem a forte visitação que vem de lá. 11,77% vem por conta de busca de imagens no GOOGLE, dirigidas pra cá, 10,17% por conta do TWITTER, 9,47% ainda chegam por conta do HISTÓRIAS DO BRASIL (blog desativado do Simas) e 7,57% do HISTÓRIAS BRASILEIRAS (seu novo blog), o que faz com que meu irmão Luiz Antonio Simas seja o maior propagador de visitas ao BUTECO. Ainda temos 5,33% graças ao SAMBA, BOEMIA E VAGABUNDOS do Eduardo Carvalho, 2,83% através do ANGANHGUERA do Favela, 2,34% através do FACEBOOK, 1,73% por conta do BOEMIA E NOSTALGIA do Felipinho e 1,67% do PENTIMENTO, do Marcelo Moutinho.

40,15% das visitas chegam por conta de pesquisas feitas nos diversos mecanismos disponibilizados na grande rede. As palavras e expressões mais procuradas e consequentemente que mais renderam visitas foram as seguintes: a mais procurada (o que pode denotar que neguinho ouve falar do BUTECO e sai procurando por aí para chegar aqui) foi "BUTECO DO EDU" (com pequenas variações como "BOTECO DO EDU", "BUTECODOEDU", "BUTECO EDU") com 24,90% das pesquisas, seguida de "RECEITA DE RABADA" (e suas variações) com 13,39%.

O dia mais visitado foi 07 de outubro de 2009, com 1.001 visitas (sendo 536 visitantes absolutos) - e graças à torcida do Palmeiras, verdade seja dita, em especial os membros da organizada ACADÊMICOS DA SAVÓIA, basta ler os textos do dia 07 de outubro e a prova está lá.

Era isso, apenas.

Feito o registro, encerro.

Até.

A MELHOR PIZZA DO RIO DE JANEIRO

Já ouço daqui as gargalhadas de deboche oriundas da parcela de meus leitores (poucos, mas fiéis) que me vê como um hiperbólico contumaz. Pouco me importo. Não vou deixar de dar a dica.

Quem tem muito a comemorar, além de mim, é claro, que moro a 500m do portentoso restaurante que acaba de inaugurar, é a Olga (que mora ainda mais perto!) e o Felipinho (mais perto ainda!!!).

Dom Costa, rua do Matoso 265

Estive lá ontem e quero lhes dar o testemunho: é, de longe (mas muito de longe!), a melhor pizza da cidade. Esqueçam as afrescalhadas pizzarias que cobram valores absurdos por pizzas grifadas. Esqueçam as filiais cariocas das redes paulistas que invadem, sobretudo, a zona sul da cidade. Esqueçam.

Na rua do Matoso (na gloriosa rua do Matoso!), número 265, está, e há poucos dias, o restaurante DOM COSTA.

Lá estive justamente com o Felipinho que, eufórico, festejava:

- Olha o mâitre, que elegância, parece um daqueles mordomos assassinos de filme noir!

- Olha o tamanho da adega, Edu!

- Banheiro de primeira!

E enquanto chorava comemorando a conquista de seu America, comia de olhos fechados a pizza que, repito, vale o despencar de vocês todos, de onde quer que seja.

Comemos muitíssimo bem, bebemos uma quantidade considerável de Heineken estupidamente gelada e pagamos - tomem nota, tomem nota! - R$ 60,00.

Preço que você paga para estacionar seu carro nas tais pizzarias grã-finas que pululam por aí.

Até.

P.S.: sempre acho desnecessário fazer prova de minha precisão. Mas como vocês merecem minha consideração e empenho máximo, publico foto que acabo de receber, às 12h15min, enviada pelo Felipinho, exibindo monstruosa fila na porta do DOM COSTA, agora mesmo, na hora do almoço. Salve a rua do Matoso!

fila no DOM COSTA, 26 de novembro de 2009

25.11.09

A LOURA DO ELEVADOR

Cheguei há pouco da rua. Não sei a temperatura exata, mas posso dizer, sem medo do erro, que a sensação térmica é de 40 graus pra cima. O bafo que vem do asfalto, a visão de homens e mulheres com discos escuros debaixo dos braços, testas que pingam como lágrimas dos olhos das carpideiras - tudo piora a tal sensação térmica. Mas não é, meus poucos mas fiéis leitores, sobre o calor senegalês que sufoca o Rio de Janeiro que quero lhes falar. Não. É sobre uma loura com quem cruzei no elevador quando saía em direção ao Tribunal. Saí do elevador com o lenço na boca à moda de um dique impedindo a explosão da gargalhada que só me foi possível na Erasmo Braga. Chamei meu irmão Fernando Szegeri pelo rádio e fui efusivo:

- Acabei de ver nascer uma personagem!

Pausa.

Fernando José Szegeri, o homem da barba amazônica, para assombro de quem o conhece, está, desde a manhã de hoje, fazendo das suas no TWITTER. E se até o Moacyr Luz fez o patético apelo diante dos jornais (vejam aqui) para angariar seguidores (no momento a partida está MARIA RITA 68.164 X 527 MOACYR LUZ), por que não posso eu fazer o mesmo por aqui em prol do meu amigo? Sigam Fernando Szegeri pelo TWITTER! AQUI! AQUI! AQUI! Dito isso, vamos em frente.

Deu-se o seguinte.

Saí de minha sala de paletó, gravata, pasta na mão e chamei o elevador. Embarquei. Dois homens já estavam em seu interior. O bicho parou no sexto andar. Foi quando entrou a loura do elevador. De tailleur, uma pasta grifada nas mãos, foi efusiva:

- Boa tarde, gente!

O coro respondeu.

Foi quando a loura do elevador (como uma autêntica piadista de elevador, entendam isso aqui), mirando seus olhos nos meus (embora eu não pudesse ver seus olhos, ela usava uns óculos escuros imensos), disse abanando-se vigorosamente com sua pasta:

- Horrível ir pra rua com um calor desses, né?! - e deu de guinchar sozinha, batendo o saltinho do scarpin no piso de granito.

Eu, simpaticíssimo, disse:

- É.

E ela, agora mostrando os dentes, enormes como os dentes de uma coelha do Maurício de Souza, e fazendo movimentos, impossíveis de descrever, com o cabelo:

- Pra gente que sai do escritório fresquinho, né?! - deu saltitos.

Eu, já a um passo de saltarmos todos, tentando ser mais simpático ainda:

- É... minha sala está feito a Sibéria...

Foi quando nasceu a personagem. A loura do elevador, levando a mão à boca - numa máscara de espanto e dó absoluta - disse franzindo a testa:

- Seu ar-condicionado quebrou?! Que horror!

Saltamos.

E eu ouvi, já na portaria, o último guincho da gênia:

- Sibéria foi ó-ti-mo! Boa sorte, doutor! - e deu de gargalhar, como uma parva.

Até.

EGO DO BUTECO

O inconcebível, inacreditável e insuperável (pelo que guarda de imbecilidades) site EGO, excrescência cibernética hospedada nos domínios da GLOBO.COM (onde mais?, onde mais?) publicou hoje uma notícia (notícia?) envolvendo a ... (não sei o que ela faz...) Isis Valverde. O tal site conta que "Isis Valverde exibe tatuagem em evento de moda". É ou não é uma tremenda e bombástica notícia? (vejam aqui).

O EGO DO BUTECO, mantendo seu compromisso de lançar luzes sobre gente (e tatuagens) infinitamente mais interessante que a gente exibida pelo tal site, também mostra, hoje, uma celebridade que, tal e qual Isis Valverde, também exibiu sua tatuagem em um evento foda (e não de moda).

26/04/09 - 12h46min

Flagrado conversando com convidados da festa de 40 anos de um de seus grandes amigos, em abril deste ano, Luiz Antonio Simas exibe a tatuagem que retrata um dos heróis da revolução cubana.


Luiz Antonio Simas entre amigos, 26 de abril de 2009, foto de paparazzo contratadoLuiz Antonio Simas entre amigos, 26 de abril de 2009, foto de paparazzo contratado

"Eu acho o Simas um charme, sabe? Carequinha linda, olhos claros, atarracadinho, e com esse gostoso tatuado na batata da perna, ai...", suspirou uma das garçonetes que trabalhava durante a festa, enquanto brincava com a esposa do professor.

DO DOSADOR

* O Fluminense enfrenta a LDU hoje à noite pela primeira partida da final da insignificante Copa Sul-Americana, em Quito. A Copa, diga-se, deixa de ser insignificante apenas para o Fluminense que tentará, na quarta-feira que vem, no jogo da volta, vingar-se de decepção aguda que sofreu no ano passado, quando perdeu o jogo final, da Libertadores, para a mesmíssima LDU no Maracanã (será uma vingança minúscula, eis que a Libertadores é a Libertadores). E já que falei em insignificância, posso apostar que a torcida tricolor, essa torcida historicamente dada a afetações, montará um patético mosaico para superar (sem êxito, digo desde já) a papagaiada armada pela torcida do Flamengo no domingo passado, no jogo contra o Goiás - vejam aqui;

* falei em insignificância e quero lhes contar sobre dois comentários extremamente significativos feitos no texto O BAR DO CHICO ACABOU, aqui. Um deles feito pelo Angelo, mais-que-freqüentador do bar e meu colega de colégio. Ele mora na Pardal Mallet e era daqueles que podia ser encontrado todos os dias bebendo sua mofada na calçada. O outro, feito pelo Cesar Tartaglia, que chegou a dar nome a um dos pratos do buteco e que também não esconde sua profunda decepção. Vamos a eles:

"NÃO EXISTE MAIS CERVEJA GELADA NO CHICO!!! EM DIA E EM HORÁRIO NENHUM!!!"

"Edu, logo que o Chico inaugurou o puxadinho, o Felipinho me mandou um e-mail, triste da vida. Tomo a liberdade de reproduzir aqui a minha resposta pra ele: "Havia um tempo não ia ao Chico, e resolvi ir almoçar lá dois dias depois de ele ter inaugurado o troço. Levei um susto, claro - mas de certa forma já esperava algo do gênero. Infelizmente, ele optou por alanchonetar o puxadinho. Mas mesmo nao tendo gostado do que vi, pensei lá com meus botões: "Bem, pelo menos a cerveja e a comida nao devem ter mudado". Ledo ivo engano, como diria o Jaguar: quando um daqueles borboletas veio me atender, de um jeito completamente diferente como o faziam o Antonio, o Chicão, o Cildo, aqueles nossos garçons, eu pedi uma mofada. Ele ficou me olhando com uma cara assustada - certamente jamais servira uma cerveja mofada, como aquelas que a gente só bebia no Chico. Expliquei o que era, e ele me volta com uma Brahma lisa. Só de olhar vi que cerveja mofada havia virado coisa do passado. Dei um crédito de confiança, pedi outra - com a ressalva de que o Cabeça, que estava no balcão, sabia como eu gosto da cerveja. Necas, veio do mesmo jeito, pouco gelada, nada que lembrasse nossas garrafas congeladas. Resolvi conferir a comida. Pedi o cardápio, e vi que já nao sou mais nome de prato. "Fazer o quê?", pensei. Pedi a minha carne de sol, meia porção - que antes vinha numa quantidade que dava pra três. Vieram umas tiras grossas, sem graça, um montinho de nada de carne. Desisti, comentei com quem estava comigo que eu estava desiludido e que havia acabado de perder meu buteco. Voltei lá uns dias depois, dando mais um crédito - "Eles estao enrolados com o serviço novo", concedi. Por via das dúvidas, me sentei na calçada da Afonso Pena, de frente apenas pros azulejos coloridos e pras fotos que fariam a alegria do Ego do Buteco do nosso Edu (será que elas ainda estão lá?), tirando o puxadinho da minha visão. Pedi novamente uma mofada e nada. Desisti. Acabei a Brahma e fui embora. Eu gosto do Chico, é um cara bacana, e torço pra que ele se dê bem na vida. Mas meu buteco, sinceramente, acho que nao existe mais. Felipe, isso é triste pra nós, que sabemos o quanto um buteco de responsa é importante pra temperar amizades, ou pra dar vida a uma esquina, um bairro. No caso do Chico, eu particularmente sinto uma pontada no coração porque era ali que, todo fim de semana, eu me sentava com meu irmao pra tomar nossa cerveja. Depois que ele morreu, eu passei a ir menos por lá, mas mesmo assim sempre que ia me sentava na mesma mesa onde nós dois, eventualmente com filhos, namoradas etc, costumávamos tomar nossa mofada e comer nossa carne de sol, nossa moela e botar o papo em dia. Agora nem essa lembrança do meu irmão eu posso mais guardar. Uma pena"."

Tristíssimo, como se vê;

* falei em insignificância e quero dividir um troço com vocês. Conheço alguns fundamentalistas do PSOL que deixaram de falar comigo (notem como são democratas) por conta de minhas críticas ao comportamento do partideco que é e à musa de todos eles, Heloísa Helena. Quando ainda me dirigiam a palavra, diziam depois das sessões de lobotomia na rua do Rosário: "A Heloísa Helena está muito na frente da Dilma nas pesquisas! Espere pra ver!". Eu apenas ria - como uma hiena. E não é que acabo de saber que começaram as conversas entre o PV (do Zequinha Sarney) e o PSOL? E não é que acabo de saber que o PSOL, e conseqüentemente HH, irá apoiar a candidatura da Marina Silva? Diante disso, o que disse a vereadora de Maceió? Tirem as crianças da sala: "Não vamos nos render à medíocre matemática eleitoralista". Ah, não?! Então por que não sai candidata sozinha e toma uma surra como merecem os histéricos que berram sozinhos no Buraco do Lume às sextas-feiras? Como eu não tenho o menor talento para análises políticas mais aprofundadas, alguém me explica esse circo?;

* antes que alguém me acuse por excesso de ingenuidade, quero dizer que não tenho a menor esperança de receber qualquer resposta dos editores do cada vez mais podre jornal O GLOBO (como lhes contei aqui). Arrogantes como sempre, jamais se dignaram a explicar o plágio escancarado cometido por uma de suas empregadas, também editora de um dos cadernos do jornal. Talvez, quem sabe, eu consiga contato com Roberto Marinho numa sessão de espiritismo, de mesa branca, como diria meu mano Luiz Antonio Simas. Ele, que sempre esteve do lado errado segundo minha visão de mundo, pelo menos respeitava, ainda que minimamente (por mais que os mais radicais teimem em dizer que não), o jornalismo e o jornalista - e conseqüentemente o leitor de seu jornal. Hoje, ainda nas mãos da família Marinho, O GLOBO é um manancial de mediocridade. A opção preferencial das ORGANIZAÇÕES GLOBO é pela mediocridade. É a maneira mais fácil de ganhar dinheiro, jogando com a acomodação cultural e com a falta de apetite dos leitores e dos telespectadores para contestar essa lixo todo que de lá emerge. Estimular, implicita ou explicitamente, o ódio social, a discriminação, as manifestações que vemos tanto em reportagens quanto nas novelas ou nos programas de TV, é - estou seguro disso - opção muito bem pensada. E disso decorrem os absurdos que vemos, disso decorre a lástima que são os comentários dos leitores sobre assuntos como política, violência, favelas, direitos humanos, disso decorre essa degeneração generalizada do que seja a vida em sociedade. O lance, muitíssimo bem pensado, não é demais repetir, extremamente pernicioso, é pisar no pobre, incensar o bairro Leblon, massacrar a zona norte (ou, o que é a mesma coisa, fazê-la aparecer na mídia apenas como uma região folclórica a ser eventualmente visitada), disso decorrem coisas que podem parecer menores mas que fazem parte da mesma lavagem cerebral, da mesma lobotomia, como o incentivo às grifes de supostos botequins, o oba-oba com supostos gênios da música e até mesmo os altos elogios a figuras medíocres do futebol e de outras áreas. Dentro da estrutura atual do jornal, não vejo a quem reclamar com mínima esperança de obter uma satisfação. Seria o mesmo, disse-me um amigo dia desses, que procurar Robespierre e reclamar com ele do Terror na Revolução Francesa. O alto escalão das ORGANIZAÇÕES GLOBO é um covil de oportunistas. Os editores, por conseqüência, são seus cordeiros, e todos, deles, endeusados, estão ganhando muito bem e ficando cada vez mais milionários com essa opção pela mediocridade. Razão pela qual não paro de bater (sem qualquer sinal de ingenuidade, reitero). Bater, talvez, surta algum efeito. Nem que seja apenas no meu público leitor.

Até.

O MODUS OPERANDI EM O GLOBO

"O Globo acolhe opiniões sobre todos os temas. Reserva-se, no entanto, o direito de rejeitar textos com acusações sem provas, preconceitos de qualquer ordem, que promovam a violência ou que estejam em desacordo com as leis brasileiras. Os conteúdos publicados não expressam a opinião dO Globo."

É ou não um nojo?

Até.

24.11.09

NORMAS DO GLOBO ON LINE

O GLOBO ON LINE publicou ainda há pouco, às 15h25min, texto do leitor Marcio Alves intitulado "FAVELA CRESCE SILENCIOSAMENTE NO LARGO DA USINA" (aqui). Manso, o leitor joga o jogo que meu mano Fernando Szegeri pescou há anos: a bandeira verde escamoteia, em inúmeras situações, uma verdadeira ojeriza aos sem-teto, aos sem-terra, ao sem-nada. Vamos ao texto do leitor:

"A favela Dr. Catrambi, no largo da Usina (Tijuca), na subida do Alto da Boa Vista, tem crescido a cada dia. Ali é uma área verde, ligada à Floresta da Tijuca e de proteção ambiental. Mesmo assim, a favela cresce silenciosamente. Por sorte, ainda não temos problemas de tráfico de drogas. São moradores humildes, honestos, como a maioria dos moradores de favela. Não sou contra esses moradores. Eles são as maiores vítimas disso tudo. Afinal, a culpa da pobreza não é dos pobres! Mas tenho medo que esta favela se torne alvo de traficantes, assim como o Morro da Formiga e o Borel, próximos ao local. Será que só aí que os governos estadual e municipal vão tomar providências, agindo com patrulhas de choque policial? Não seria melhor a prevenção, evitando o crescimento deste local e dando uma vida digna a essas pessoas? E meu IPTU vai continuar o mesmo também? Quantas contradições e omissões!"

Valendo-se do mesmo expediente covarde e sujo do qual se vale (com a leniência do jornal) o sujeito que assina Frank_Bullitt (e que é, obrigatoriamente, assinante do jornal), outro covarde, também contumaz comentador do GLOBO ON LINE (e sempre carregando nas tintas do ódio e do preconceito) que assina DSmith comentou às 17h56min (os grifos são meus, os insultos são dele):

"Apelido: DSmith - 24/11/2009 - 17:56
Pode até não ter tráfico (ainda) no catrambi; agora, dizer que só tem gente honesta já é exagero. O que mais tem no catrambi é ladrão! Vários assaltos e saidinhas de banco são realizados por motoqueiros do catrambi no alto da boa vista e conde de bonfim. O filho do lídio de toledo foi baleado por uma gangue do catrambi no início do alto da boa vista. Recentemente a polícia prendeu no catrambi um sujeito que fazia saidinha de banco do largo da segunda-feira e matou um senhor que reagiu à abordagem... E não se engane, pois estes bandidos interagem com o borel e formiga livremente! Enfim, se vc não tem nada contra e acha que os favelados são vítimas, leve-os para construir seus barracos no seu quintal, pq o destino dessa e de todas as outras favelas da tijuca deveria ser o CHÃO, e seus moradores tinham que ser removidos pra bem longe, já que invadiram ilegalmente uma área de proteção ambiental."


Pateticamente, lê-se no GLOBO ON LINE:

"Normas para publicação:
O Globo Online reserva-se o direito de não publicar acusações insultuosas, mensagens com palavrões e comentários por ele considerados em desacordo com os temas tratados nesta página."


Diante da enxurrada abjeta de comentários do mesmo nível, temos que o jornal não considera tais comentários insultosos. Ou considera e seria, a equipe responsável pela triagem dos comentários, extremamente inoperante e incompetente? Ou, pior, conivente com esta prática?

Mais. Vejam uma das normas para utilização do sistema GLOBO ON LINE (os grifos são meus, a violação das normas parte deles):

"3.4. O USUÁRIO não poderá utilizar o serviço para propagar conteúdos que:

(a) violem a lei, a moral, os bons costumes, a propriedade intelectual, os direitos à honra, à vida privada, à imagem, à intimidade pessoal e familiar;
(b) estimulem a prática de condutas ilícitas ou contrárias à moral e aos bons costumes;
(c) incitem a prática de atos discriminatórios, seja em razão de sexo, raça, religião, crenças, idade ou qualquer outra condição;
(d) coloquem à disposição ou possibilitem o acesso a mensagens, produtos ou serviços ilícitos, violentos, pornográficos, degradantes;
(e) induzam ou possam induzir a um estado inaceitável de ansiedade ou temor;
(f) induzam ou incitem práticas perigosas, de risco ou nocivas para a saúde e para o equilíbrio psíquico;
(g) sejam falsos, ambíguos, inexatos, exagerados ou extemporâneos, de forma que possam induzir a erro sobre seu objeto ou sobre as intenções ou propósitos dos USUÁRIOS;
(h) violem o sigilo das comunicações;
(i) constituam publicidade ilícita, enganosa ou desleal, em geral, que configurem concorrência desleal;
(j) veiculem, incitem ou estimulem a pedofilia;
(k) incorporem vírus, ou outros elementos físicos ou eletrônicos que possam danificar ou impedir o normal funcionamento da rede, do sistema ou dos equipamentos informáticos (hardware e software) de terceiros ou que possam danificar os documentos eletrônicos e arquivos armazenados nestes equipamentos informáticos."


Vão tomando nota do modus operandi da canalha.

Até.

P.S.: acabo de enviar e-mail pedindo explicação para os responsáveis (ainda que por omissão) pela publicação de comentários desse teor, todos indicados no EXPEDIENTE do jornal O GLOBO, a saber: para o diretor de redação e editor responsável, Rodolfo Fernandes; para a editora executiva, Sonia Soares; para a editora do caderno PAÍS, Andrea Machado; para a editora do caderno RIO, Cláudia Meneses; e para os editores do jornal na internet, Claudia Moretz-Sohn e Eduardo Diniz. Vamos ver se recebo alguma resposta.

O DESSERVIÇO QUE O GLOBO PRESTA

Sem querer tirar a razão da leitora Renata S. de Castro, mais uma que se vale do jornal O GLOBO ON LINE para fazer suas queixas - apenas no que diz respeito ao absurdo que é um carro estacionado diante da garagem de seu edifício -, prestem atenção a seu raciocínio (grifado):

Para a leitora BAR e CERVEJA são sinônimo de CONFUSÃO e DESRESPEITO, o que sequer merece qualquer comentário.

Comentário merece é a postura irresponsável do jornal (que publicando uma coisa dessas dá a entender que concorda com o raciocínio estrábico), que dá voz e vez aos delatores eletrônicos (fomentando, assim, mais e mais denúncias), manter publicados comentários do seguinte nível, feitos no blog BAIRROS.COM. Vamos a alguns deles:

"Apelido: mcm - 24/11/2009 - 11:23
Custaria muito arranhar e esvaziar os 4 penus do carro? Garanto que o prazer de ver o cara voltando compensaria o custo de uma noite de carro em estacionamento pago.

Nome: Jorge Antunes Ramalho - 23/11/2009 - 22:16
O certo seria você chamar a galera do seu prédio, quebrar o vidro do carro, abrir a porta, soltar o freio de mão e empurrar o carro pro MEIO DA RUA ou pra alguma porta de hospital, delegacia, algo do tipo, assim quem sabe apareceria alguma "otoridade" que rebocasse o trambolho. Ah, e no meio disso tudo, deviam ter furado algum pneu ou riscado todo o carro, pelo menos.

Apelido: Frank_Bullitt - 23/11/2009 - 20:30
Eu furaria os quatro pneus do carro do animal."


E mais irresponsável ainda - já descambando para o terreno da mais absoluta falta de ética - é permitir comentários anônimos, para o público leitor, eis que assinados por APELIDOS, fato que o sistema de comentários do O GLOBO ON LINE possibilita. Ou seja, o jornal sabe quem são os covardes que assinam comentários dessa estirpe.

Não é o próprio jornal que diz que "só serão levadas em conta cartas com nome completo, endereço e telefone para contato, mesmo quando enviadas por e-mail"?????

Esse Frank_Bullitt, por exemplo (um contumaz covarde capaz de dar sugestões como a que transcrevi, acima), assina, inclusive, com freqüência, não apenas comentários no O GLOBO ON LINE, mas também cartas no GLOBO TIJUCA, publicado às quintas-feiras.

Quem é o (ir)responsável editor do O GLOBO ON LINE? E do GLOBO TIJUCA?

Vão tomando nota - como tenho dito sistematicamente - do modus operandi dessa gente.

Até.

ZAMPONE, A RECEITA

ESTA RECEITA AGORA PODE SER LIDA AQUI.

TIJUCA, MINHA ALDEIA

23.11.09

DO DOSADOR

* sei que pode lhes soar como rabugeira minha, mas eu não me conformo com a papagaiada de mosaico no Maracanã. Vejam como é ridículo o não menos ridículo – arremedo de Galvão BuenoLuiz Carlos Júnior anunciando a entrada do time do Flamengo, ontem, pela TV: “Vem aí o mosaico, chegou a hora do mosaico rubro-negro!”. E depois, como uma criança histérica diante do puzzle novo, o grito: “Mais de noventa mil peças!”. Ridículo, vejam aqui. Essa síndrome de ursinho Misha (relembrem aqui), francamente, nada tem a ver com a torcida do Flamengo (ou, devo estar mais velho do que suponho..., com a velha torcida do Flamengo). Preocupar-se mais com o mosaico do que com o jogo (ou com a função precípua de toda torcida, qual seja incentivar o time sem parar) me parece tão lamentável quanto a preocupação maior com o limão do mictório em detrimento do limão da casa. Ontem ouvi uma única vez o tradicionalíssimo “Oh, meu Mengão! Eu gosto de você!”. Em compensação, guiado pelo placar eletrônico, a patuléia cantava uma versão tétrica de uma canção do não menos tétrico conjunto Mamonas Assassinas. Coerente, de certa forma. Assassinaram a alma da torcida rubro-negra;

* o Botafogo fez a sua parte e venceu o São Paulo. O Fluminense fez a sua parte e goleou o Sport na Ilha do Retiro. O Flamengo, diante de 89.999 peças – eu não fui peça em momento algum! – não fez a sua. Ao invés de cumprir o seu papel, ficou festejando o levantar dos papelões nas arquibancadas e nas cadeiras por um bando de deslumbrados e vaidosos mais preocupados com o mosaico do que com o jogo e o campeonato. Fez, isso sim, um papelão no Maracanã. Agora é torcer por outro improvável tropeço do São Paulo;

* sobre a babaquice dos torcedores... Digo, sempre, que a gozação saudável entre torcedores de times adversários é aceitável (embora eu não participe desse troço, prefiro exaltar as minhas conquistas, apenas). Desrespeito e falta de educação (que se confunde, as mais das vezes, com falta de caráter) são intoleráveis. Luiz Antonio Simas deu, ontem, mais uma lição do quanto é carioca e fundamental. Fomos, eu, ele, Candinha, Henrique, Leo Boechat e Marcelo Vidal assistir ao jogo do Botafogo contra o São Paulo em um bar na Tijuca, às cinco da tarde, perto do Maracanã. É evidente que o bar estava lotado de rubro-negros e apenas de rubro-negros (com exceção do Simas, botafoguense, e do Vidal, tricolor). Um clima de tremendo bom humor. A assistência, toda vestida com a camisa do Flamengo, cantava “Ô, ô, ô, vai pra cima deles, Fogo!”. Comemorou o primeiro gol do Botafogo efusivamente. O São Paulo empatou e depois virou para 2 a 1 (perderia o jogo, no final, por 3 a 2, como sabemos). E um babaca, azedando o ambiente (foi quando partimos dali), gritou com cara de poucos amigos: “Ô, parceiro, não dá pra contar com teu time, né, porra?!”. Um babaca. Ou não? O Botafogo – repito – fez a sua parte. O Flamengo, não. Lembrei-me do babaca no instante final do jogo do Flamengo;

* mudando o rumo da prosa... Tentando cumprir com a parte que me cabe nesse latifúndio, começo a escrever hoje para o mais completo site que há sobre a Tijuca. Tenho algumas críticas à condução do que ali se publica mas o sujeito que comanda a coisa, Ricardo Caetano, é um apaixonado pela Tijuca e um incomodado com o que falam, por aí, sobre o melhor bairro da cidade. Resolvi ceder, mais de um ano depois, ao convite que me foi feito por ele. Meu primeiro texto, disse-me o Ricardo, deve ser publicado ainda hoje, aqui.

Até.

22.11.09

O BAR DO CHICO ACABOU

Há poucos dias eu anunciei o troço aqui. Hoje, voltando da feira, decidi beber a primeira do dia no balcão, com o Chicão, pra ver se o processo de destruição do fabuloso bar da esquina de Afonso Pena com Pardal Mallet havia sido estancado. Pois repirem fundo, tirem as crianças da sala e atentem para o brevíssimo diálogo, assim que saltei do carro.

- Fala, Chicão! Uma mofada daquelas, meu velho!

Silêncio. Olhar cabisbaixo. E ele levantou a tampa do primeiro, do segundo, do terceiro freezer.

- Não tem mais mofada aqui, Edu.

O que conversamos em seguida eu prefiro deixar de publicar.

Mas eu assino, ao menos no que compete à minha jurisdição e competência, triste da vida, o atestado de óbito do BAR DO CHICO.

Até.

21.11.09

G.R.E.S. UNIDOS DE VILA ISABEL 2010

É preciso ser muito frio pra não se emocionar com essa jóia composta pelo gigante Martinho da Vila, uma vez mais compositor do hino que sua G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel levará para a avenida, em 2010.

Exponho hoje, no balcão do BUTECO, a gravação oficial da escola, e a dedico à Lu e ao Buba, meus compadres queridos, pais da Dhaffiny, minha afilhada, eles que têm raízes no Morro dos Macacos, terra de gente da melhor qualidade, responsáveis diretos também pela energia da nossa Vila Isabel.

Vai ser difícil, muito difícil, segurar a azul-e-branco no ano que vem. Muito difícil!


"Se um dia na orgia me chamassem
Com saudades perguntassem
Por onde anda Noel?
Com toda minha fé responderia
Vaga na noite e no dia
Vive na terra e no céu

Seu sambas muito curti
Com a cabeça ao léu
Sua presença senti
No ar de Vila Isabel
Com o sedutor não bebi
Nem fui com ele ao bordel
Mas sei que está presente
Com a gente nesse laurel

Veio ao planeta com os auspícios de um cometa
Naquele ano da Revolta da Chibata
A sua vida foi de notas musicais
Seus lindos sambas animavam carnavais
Brincava em blocos com boêmios e mulatas
Subia morros sem preconceito sociais

Foi um grande chororô
Quando o gênio descansou
Todo o samba lamentou ô ô ô
Que enorme dissabor
Foi-se o nosso professor
A Lindaura soluçou
E a dama do cabaré não dançou

Fez a passagem pro espaço sideral
Mas está vivo neste nosso carnaval
Também presentes Cartola
Aracy e os Tangarás
Lamartine, Ismael e outros mais
E a fantasia que se usa
Pra sambar com o menestrel

Tem a energia da nossa Vila Isabel"


Até.

20.11.09

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Tenham todos um bom feriado, um significativo feriado do Dia da Consciência Negra, e que possamos nos livrar aos poucos - se for esse o jeito, já que tão arraigados são os preconceitos que nos rodeiam... - dos grilhões que nos impedem um estado maior e mais pleno de felicidade. E que Ogum, que me rege, não me falte jamais.


Até.

19.11.09

DECISÕES JUDICIAIS

Ontem lhes contei, aqui, que fora concedida liminar nos autos do processo número 2009.001.319246-9, derrubando os efeitos da Lei 5.517 de 2009, que proíbe o fumo no Rio de Janeiro.

Hoje, atendendo a pedido da Procuradoria Geral do Estado - que apontou conduta pouco católica, digamos assim, do SINDICATO DE HOTEIS RESTAURANTES BARES E SIMILARES DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO -, o mesmo Juiz voltou atrás e revogou a liminar através do despacho abaixo reproduzido:

"Em primeiro lugar, não se justifica o teor da certidão de fls. 196. Cuida-se de diligências visando o cumprimento de decisão de caráter urgente e, entre a data na qual a ordem judicial foi proferida e a data da apresentação da petição de fls. 168, transcorreu tempo mais que suficiente para a realização das ditas diligências, repita-se, de caráter urgente. Fica assim, pois, registrada a advertência ao servidor processante, no sentido de que, doravante, deverá prestar mais atenção e dispensar mais cuidado no exercício das suas tarefas, sobretudo em relação às medidas urgentes. Que fatos desta natureza não se repitam. Outrossim, na sequência, é de se estranhar a distribuição desta ação para este Juízo no caso em que outra demanda, ajuizada entre as mesmas partes, ligada a esta pelo vínculo da acessoriedade, foi distribuída previamente para Juízo de Direito diverso, cujo fato, pelo que me parece, exige rigorosa apuração no âmbito da Corregedoria Geral da Justiça. Quanto aos requerimentos formulados pelo réu, em primeiro lugar, vale registrar que inexiste qualquer causa de extinção deste processo, sem resolução do mérito. Muito embora o autor tenha afirmado na petição inicial que esta ação cautelar é preparatória, fazendo crer na inexistência de ação principal já pendente, os documentos acostados pelo réu revelam, diferentemente, o prévio ajuizamento da ação principal, distribuída para o Juízo de Direito da Quarta Vara da Fazenda Pública, hipótese na qual impõe-se o deslocamento da competência deste Juízo de Direito em favor do r. Juízo acima mencionado. A incompetência deste Juízo é absoluta, pois derivada da violação ao critério funcional, determinante da competência dos órgãos judiciários e, por esta razão, tem incidência o disposto no art. 113, § 3º, do Código de Processo Civil, segundo o qual declarada a incompetência absoluta, somente os atos decisórios serão nulos, remetendo-se os autos ao juiz competente. Isto posto, decreto a nulidade da decisão proferida a fls.166vº/167v° dos presentes autos e determino a baixa na distribuição da ação e simultânea distribuição para o r. Juízo de Direito da Quarta Vara da Fazenda Pública desta Comarca de Capital. Intime-se, cumpra-se. Cumpra-se."

Volta, pois, a valer a malfadada Lei.

Até.

RESSIGNIFICANDO O OLHAR: A FAVELA EM BUSCA DE SEU LUGAR

Recomendo a todos - inclusive e principalmente aos fascistas responsáveis por um dos mais abjetos blogs a que tive acesso - a leitura do trabalho "RESSIGNIFICANDO O OLHAR: A FAVELA EM BUSCA DE SEU LUGAR", de Vitor Monteiro de Castro, apresentado no XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, em Curitiba, realizado entre os dias 4 e 7 de setembro de 2009. Dá-me uma tremenda esperança em meio a tanto lixo que emerge de nossa imprensa cada vez mais podre (o que sempre me pareceu impossível, quando eu era, digamos, mais inocente).

"As ideologias arbitrárias, para Gramsci, “não criam mais do que ‘movimentos’ individuais, polêmicas, etc.”, que podem ser representados hoje pelos dispositivos tecnológicos da mídia hegemônica, que influenciam de forma decisiva as dinâmicas e relações de poder do atual mundo globalizado. As instâncias modernas de mediações sócio-culturais, onde se dava a formação do sujeito (a escola, a igreja, a família, os partidos, os sindicatos), dividem cada vez mais esse espaço com os meios de comunicação. As mídias têm hoje um papel efetivo na educação, no jeito de cada um pensar e sentir a sociedade, de se perceber em sociedade. Porém, essa atuação dos meios de comunicação hegemônicos tende a se voltar para a manutenção da estrutura socioeconômica."

"No Brasil, contudo, e no caso específico da cidade do Rio de Janeiro, o saldo da atuação das mídias de ampla abrangência é danoso para as favelas e zonas de periferia, já que esses espaços são retratados pelo que não têm, pelos discursos da carência e da ausência, por um olhar de fora que, sem cerimônia, constrói uma representação estereotipada e simplificada, com ênfase quase total na violência e na criminalidade. Não há praticamente compromissos com a valorização do patrimônio cultural ou com fortalecimento de instâncias de identidade locais."

"Uma contraposição a essa visão de mundo empregada pelas mídias hegemônicas se coloca como fundamental para a difusão de idéias inovadoras que tenham condições de alterar o atual quadro de desigualdade social. Meios de comunicação que se identifiquem com o que Gramsci chamou de aparelhos privados de hegemonia, atuando na esfera da sociedade civil, com autonomia em relação ao Estado, são meios capazes de criar esses espaços de contraposição à lógica do capital, procurando ampliar sua ação de influência para toda a sociedade, mesmo sem serem dominantes. Vale ressaltar que esses novos meios devem se colocar claramente ao lado dos interesses das classes sociais subalternas."

"Os sistemas de informação atuais não foram organizados pensando na participação da sociedade em sua construção, mas voltados para o individualismo. O problema não está presente na falta de informações, mas justamente no oposto, na excessiva quantidade de informações jogadas diariamente sobre a violência nas grandes cidades. As soluções apresentadas se colocam sempre com a extinção do problema, encontrado por completo nas favelas e periferias, sem uma reflexão mais aprofundada do problema, que envolveria outras esferas e locais da cidade."

"Com um viés claramente voltado para a defesa dos interesses das classes e grupos de poder dominantes, a mídia influencia para que essa reinterpretação seja feita de acordo com os interesses dos grupos de poder. Essa ressignificação dos fatos pela mídia faz parte também de uma estratégia de coesão social. Um exemplo é a noção de periculosidade em relação às favelas do Rio de Janeiro. Na grande maioria das reportagens e matérias sobre as favelas, as chamadas sempre fazem questão de nomeá-las como “uma das favelas mais violentas do Rio”. Em uma pesquisa aleatória na ferramenta de buscas na internet Google, com a frase “uma das favelas mais perigosas do Rio”, encontramos 138 resultados. Para a frase de mesmo significado, “uma das favelas mais violentas do Rio”, foram encontrados 112 resultados. Essa introdução às notícias não significa necessariamente que a matéria ou reportagem que está sendo veiculada tenha o foco na violência. Mesmo quando a notícia é sobre algo positivo nas favelas, a noção de perigo – e de surpresa de algo positivo dentro de uma das favelas mais perigosas do Rio – é comum nas notícias. Essa delimitação geográfica do medo acarreta uma visão estereotipada dos espaços populares."

Lembrei-me muito de meu querido amigo e saudoso Fausto Wolff lendo a íntegra do trabalho, o que você pode fazer aqui.

Até.

18.11.09

PRECONCEITO EM ESTADO BRUTO

Os fascistas do GRUPO GRANDE TIJUCA (e vocês me perdoem a ladainha mas suportabilidade é um troço que não existe diante do que dizem os membros do grupelho) não cansam, são insuperáveis, demonstram cada vez mais quem são, quem representam, o que pretendem.

Atentem para o que acabaram de publicar neste fim de tarde de quarta-feira:

Tomaram nota?

Pra essa gente - a "população de bem" em sua visão estrábica - favelas são a tragédia da sociedade.

Pra essa gente os moradores das favela são invasores (e talvez por isso sejam tratados como vizinhos-entre-aspas, relembrem aqui).

Pra essa gente as favelas abrigam 90% da criminalidade da cidade.

Vou parar antes que eu vomite.

Até.

DECISÕES JUDICIAIS

O SINDICATO DE HOTEIS RESTAURANTES BARES E SIMILARES DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO ingressou, no dia 13 de novembro de 2009, com pedido liminar de número 2009.001.319246-9 em face do Estado do Rio de Janeiro e do Município do Rio de Janeiro, por conta da Lei 5.517 de 2009, que proíbe o fumo em quase todos os lugares (não vou me ater, aqui, ao absurdo que é esse troço). A ação foi distribuída para a 1ª Vara da Fazenda Pública.

Ontem, 24 horas antes de a lei entrar em vigor, o Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito Luiz Henrique Oliveira Marques concedeu a liminar pleiteada nos seguintes termos:

"A competência para legislar sobre a matéria em discussão é concorrente, atribuída à União, aos Estados e ao Distrito Federal, consoante as disposições do art. 24 da Constituição Federal, caso em que compete à União legislar sobre normas gerais. Pelas disposições do art. 2, da Lei n. 9.294/1996, é proibido o uso de cigarros, etc... ou de qualquer outro produto fumígero, em recinto coletivo, privado ou público, salvo em área destinada exclusivamente a esse fim, devidamente isolada e com arejamento conveniente. No exercício da competência concorrente, com o propósito de legislar amiúde sobre tal matéria, não pode o Estado membro estabelecer regra proibitiva mais severa, ignorando por completo a ressalva fixada por lei federal, ao meu sentir. No que tange ao outro ponto em discussão, em torno do exercício de atividade fiscalizadora, delegada aos proprietários dos estabelecimentos comerciais, não vislumbro a ilegalidade apontada pelo demandante. Ocorre que, suspensa a proibição, não se justifica a fiscalização nos termos impostos. Assim, sob juízo de cognição meramente sumário, ponderados os interesses em conflito na hipótese vertente, parece-me recomendável, por ora, afastar a proibição estabelecida nos moldes fixados pela Lei Estadual n. 5.517/09, no âmbito dos estabelecimentos vinculados ao demandante, a título de antecipação dos efeitos da tutela definitiva, ou melhor, a título de tutela cautelar, liminarmente deferida; conforme requerimentos formulados nas alíneas a, b e c. Intime-se para cumprimento da presente decisão, sob pena de pagamento de multa fixada em um mil reais por violação, na forma do art. 461, parágrafo 4, do CPC. Cite-se, na forma da lei."

Fumantes, comemorai - enquanto há tempo.

Seguramente o Estado e o Município vão recorrer ao Tribunal de Justiça e tudo é possível.

Até lá, cigarro e isqueiro em um bolso, cópia da decisão judicial na outra, e vamos que vamos!

Até.

TRATAMENTO ACÚSTICO NA LINHA VERMELHA

Eu mesmo ouvi hoje pela manhã uma entrevista com o prefeito Eduardo Paes - ninguém me contou. Nela, o alcaide contou que iniciará, em brevíssimo, obras de recuperação do asfalto da Linha Vermelha, reformulação de sua sinalização e - sentem, sentem, tirem as crianças da sala! - uma obra de tratamento acústico para proteger as comunidades que margeiam a via expressa do intenso barulho dos carros que vão e vêm. O muro que vem aí, para tirar as favelas da visão do turista que chega e do turista que vai, ganhou uma das mais espetaculares desculpas esfarrapadas que jamais ouvi. Praticamente inacreditável.

Até.

AS ORDENS DO GRUPELHO

Vejam vocês que eu sou um sujeito que sente imenso prazer em verificar, dia após dia, que minhas convicções ganham, constantemente, mais e mais fundamento e dão ainda mais cores de coerência ao que expresso aqui, no balcão virtual do BUTECO.

Tenho dito, repetidas vezes, que o grupelho que se denomina GRUPO GRANDE TIJUCA, e que se apresenta, sem qualquer respaldo fático ou mesmo jurídico, como composto por "líderes comunitários", é, na forma e no conteúdo, fascista do alto da cabeça à sola surrada dos sapatos. Vejam se não. No comentário abaixo, mais um deixado no BUTECO pela Sra. Karina Lopes no texto CADA UM TEM O DOMINGO QUE MERECE (aqui), a mesma declara o seguinte (vejam na imagem abaixo):

"Vamos seguir a ordem, ignorar."

Ou seja - e não é preciso ser brilhante para chegar a essa conclusão -, o grupelho, em suas reuniões, dá ORDENS (com a ênfase szegeriana) a seus membros (e pelo ORKUT, pelo menos, verificamos que eles são, até o momento, vinte e sete, vejam aqui).

Pausa: impossível não fazer a blague. No mesmíssimo ORKUT, a comunidade do PSOL na Tijuca tem NOVE (eu disse NOVE) membros - vejam aqui. Nem às sextas-feiras, no Buraco do Lume, o partido consegue tanta audiência. Pigarreio e sigo em frente.

A Sra. Karina Lopes, a imagem abaixo prova o que digo (advogados costumam ser implacáveis na colheita de material probatório), faz parte do grupelho.

O mesmo grupelho do qual faz parte a sra. Samila Soares (vejam aqui), que quando quer se referir a um lugar sujo, abandonado, tudo o que a remete à bagunça, fala: África.

Uma pena que meus vizinhos sejam tão preconceituosos e beligerantes.

Até.

17.11.09

A EDUCAÇÃO DOS MEMBROS DO GRUPELHO

Eu escrevi "a educação dos membros do grupelho" mas poderia escrever "os sentimentos dos membros do grupelho", "os desejos dos membros do grupelho" - esses troços. Uma vez mais confirmando sua verdadeira faceta - que tentam, seus membros, sem êxito, esconder - dei de cara ainda há pouco com comentário pouco edificante da lavra de Samila Soares - de novo.

A imagem é pequena, mas um clique mostrará a vocês o desejo dessa gente que, uma vez mais (já tantas vezes lhes mostrei o método aqui no balcão...), vale-se da covardia para não dar nome ao alvo de seus ódios. O comentário foi deixado nesse blog, do jornal O GLOBO, que nada mais é que curral do grupelho e de outros tantos similares (vejam aqui, e notem que o grupelho praticamente pauta o jornalão).

publicado no blog dos bairros do jornal O GLOBO ONLINE

Triste, para dizer o mínimo.

De bom, mesmo, apenas o que fica da análise, ainda que perfunctória, disso tudo: ela é, essa agremiação insignificante, o que há de pior.

Leonel Brizola daria a essa senhora uma resposta tão genial quanto a que deu à repórter que tentou intimidá-lo durante uma entrevista:


Até.

P.S.: a propósito... A citada Samila Soares, com quem já troquei e-mails (todos em 25 de agosto de 2009, eu os tenho guardados), costuma se referir a "tudo que (...)" a "remete à bagunça", como África, Índia ou Madureira. Que tal?

ANDRADE... WE CAN!!!!!

imagem colhida no TWITPIC

JOSÉ SZEGERI

Eu já havia falado do caboclo aqui, e hoje cumpro o mesmíssimo roteiro.

Fui a São Paulo no final de semana que passou dentre outras coisas para abraçar, pessoalmente, o pai de meu irmão Fernando Szegeri, um pouco meu pai também por conta dessas torções que fazemos no Tempo, completando 70 anos (e setenta anos não são setenta dias).

José Szegeri, 15 de novembro de 2009

José Szegeri, são-paulino espada (espécie praticamente em extinção), promoveu um churrasco preparado por ele mesmo, em Ifé, que é como Luiz Antonio Simas, que entende do riscado, chama a casa de meu irmão.

O , que consome uma quantidade inimaginável de vodka por dia (sempre misturada com Coca-Cola), apenas durante o churrasco - eu vi!, eu vi!, eu vi! - derrubou uma garrafa e meia de uma tridestilada cujo nome vou omitir para não chocá-los. Mas não é exatamente sobre o que quero lhes contar hoje, mas sobre uma das maiores gafes que já presenciei em toda minha vida.

Estávamos lá, à certa altura, em torno da mesa, eu, o homem da barba amazônica, José Szegeri, meu queridíssimo Favela e sua amada, Milena Favela.

Falávamos sobre - o quê?! - a velhice, essa inevitável senhora que nos abraça a todos que atravessamos os anos.

Deu-se a conversa:

- Ah, minha avó é um de meus orgulhos! Oitenta e tantos anos e, ó, inteiraça! Saindo todas as noites, uma beleza! - eu disse.

E todos contavam sobre seus orgulhos e sobre seus velhos de estimação.

Até que a Milena, finíssima, coçando a cabeça com os dentes de um garfo depois de levá-lo à boca com um naco de picanha, disse:

- Ih!

O Favela - e eu tive ali a certeza de que viria coisa boa:

- O que foi, Milena?!

Ela espetou outro pedaço da carne, coçou o pavilhão auricular com o cabo do mesmo talher e disse:

- Sabe o fulano? - dirigindo-se ao companheiro.

- O que é que tem?

- Tá que tá. - foi sucinta.

- Por que? - Favela franzindo a testa prevendo o pior.

- Ah, amor... - e o "amor" na boca da Milena tem mais erres que o "amor" do caipira mais caipira das Minas Gerais.

E prosseguiu:

- Pé na cova, né Arthur? Setenta anos, pô! Acabado!

O Favela, à moda dos vulcões Tirone, entrou em erupção e jorrou a dose de Canarinha que bebia, tomado pelo susto diante da gafe olímpica.

O , elegante como um quatrocentão, de olhos fechados (e com uma lágrima de mágoa a lhe correr dos olhos), deu mais um gole de seu drinque favorito, o último antes de partir, tristíssimo, depois de comemorar, entre amigos, sua sétima década.

Até.

16.11.09

DA SÉRIE "TSC"

publicado no blog TELINHA, do jornal EXTRA, hospedado no site do jornal O GLOBO, http://extra.globo.com/blogs/telinha/posts/2009/11/16/turma-da-monica-tem-seu-primeiro-personagem-gay-241756.aspAté.

O FILHO BASTARDO E MÁSCARAS CAÍDAS

Texto retirado do site A PROVÍNCIA, de autoria de Cecílio Elias Netto:

"Não fossem, os nossos tempos, de permissividade quase total e de laxismo moral, a chamada grande imprensa – jornalões e revistas semanais – deveria estar sentindo-se traída por Fernando Henrique Cardoso. Pois, por quase duas décadas, essa imprensa silenciou, coniventemente, a respeito da existência de um filho bastardo do homem que se tornaria presidente da República, cercado por aura de respeito e de honorabilidade. Fernando Henrique – e jornalistas mais bem informados sabiam disso – fora amante da jornalista Mirim Dutra, jornalista da TV Globo, que dele engravidara.

A revista “Caros Amigos”, com Fernando Henrique já na presidência, revelou, em extensa reportagem, manobras e ajustes feitos para poupar e preservar a imagem do príncipe tucano, preservado como vestal da moralidade pública brasileira. Divulgou detalhes da manutenção do filho e da amante na Espanha, o acerto para um amigo assumir a paternidade da criança, coisas escabrosas que jornalões e revistas não divulgaram. De minha parte, de meu cantinho de imprensa pequenino, cansei-me de fazer cobranças de tal silêncio.

Agora, ao se divulgar que Fernando Henrique decidiu, 18 anos depois, assumir à paternidade do filho bastardo, jornalistas apressam-se a relembrar fatos. Reportando-se ao Blog do Noblat, revelam que encontros de Fernando Henrique com Miriam Dutra aconteciam no apartamento do então Senador José Serra, em Brasília. E, tendo levado um soco no estômago, a tal grande imprensa, que se manteve silenciosa e conivente, busca encontrar desculpas e justificativas. Mas não há como justificar o silêncio sepulcral em torno de amores de Fernando Henrique, quanto tanto escândalo e denuncismo se fez diante de situações assemelhadas, com filhos fora do casamento de Lula, de Collor, de Pelé, de Renan Calheiros, entre outros. Em torno de Fernando Henrique, mais do que uma barreira de silêncio construiu-se uma cortina de ferro. A revelação pública desse segredo de Polichinelo tira a máscara de falsos Catões e vestais da vida brasileira.

O filho bastardo de Fernando Henrique Cardoso não pode, porém, levar o país ao grave risco de se discutir conflitantes temas da moral política e de possíveis ou reais diferenciações entre vida privada e vida pública. Serão, se acontecerem, debates estéreis e intermináveis, pois argumentos lógicos existirão nas mais diversas concepções. Ou seria até oportuno acontecesse, ainda inútil. Das entranhas da seriedade humana, no entanto, sabe-se que a vida pública, se dissociada da vida privada, será apenas máscara. Pois, se não condizerem com convicções pessoais, os atos públicos não terão sentido. Ora, ninguém pode ser decente fora de casa se não for decente dentro dela. E vice-versa.

Por outro lado, o relativismo laxista e mercantilista, prevalência do material sobre o espiritual transformaram o mundo num espaço onde vida privada e vida pública de tal modo se confundiram que não mais se consegue diferenciar uma da outra. A noção de vida privada foi diluída tanto pelas chamadas “esquerdas” – que ambicionam maior estatização da vida das pessoas – como pela direita neoliberal que tornou a vida privada simples questão de mercado. Essa direita compacta, unida e conservantista faz questão, no entanto, de tornar quase intocáveis o espaço e a diferença entre privado e público. O privado passa a ter direito ao público, mas o público não pode sequer arranhar o privado.

No entanto, o caráter das pessoas é indivisível, sendo, inexoravelmente, o mesmo, tanto na sua vida privada quanto na pública, pois caráter é como a água que embebe a esponja por inteiro. A privacidade das pessoas é inviolável, mas a vida privada delas é absorvida pela vida pública quando elas aceitam tornarem-se personagens públicas, especialmente se com mandatos populares.

Não é, em meu entender, essa a discussão que a máscara caída de Fernando Henrique suscita ou deveria suscitar. Afinal de contas, Fernando Henrique sempre se orgulhou de ser um homem racional, “um cartesiano”, como ele gostar de afirmar-se. E, em política, homens racionais seguem a filosofia de Maquiavel, do Cardeal Mazarino, de Richelieu, entre outros. Aliás, apenas para lembrar, Maquiavel havia dito ao Príncipe e Fernando Henrique sempre entendeu:

“Como é louvável um príncipe que mantém a sua palavra e vive com integridade! Assim mesmo, a experiência dos nossos tempos mostra que os príncipes, que não mantêm a sua palavra, tiveram muito sucesso em seus governos, e foram capazes, pela astúcia, de confundir as mentes das pessoas. Esses príncipes, que não honraram suas palavras, tiveram em última análise mais sucesso do que os príncipes que fizeram da lealdade o fundamento do seu poder.” “Por isso, um governante prudente não deve manter sua palavra, quando fazê-lo for contra o seu interesse, e, quando as razões que o fizeram comprometê-la não mais existirem. Se os homens fossem bons, este preceito seria errado e condenável, mas, como eles são maus e não honrarão as suas palavras com você, você também não está obrigado a manter a sua para com eles.”

Fernando Henrique construiu a própria carreira política a partir dessa noção maquiavélica de política. Tornada pública a existência do filho bastardo, a discussão não deve ser a respeito da moralidade pessoal e familiar de Fernando Henrique, um homem pragmático que vê a ética muito mais como uma questão de resultados do que de consciência. A discussão é outra e mais dramática: o que é, hoje, a imprensa brasileira, a partir dos jornalões e revistas semanais? Até que ponto, ela manipula a informação, deturpando-a, selecionando-a, tentando, com a má informação, formar uma consciência coletiva errônea? Essa imprensa não teve um mínimo de pejo ou de escrúpulo para questionar a diferença entre vida pública e vida privada, quando se tratou de Lula, de Sarney, de Collor, de Renan Callheiros. Mas se cobriu de falsos escrúpulos e pudores evitando informar que, na verdade, Fernando Henrique Cardoso é um político qualquer. A grande questão: deveria ser silêncio para todos ou exposição de todos igualmente?

O filho bastardo de Fernando Henrique – colocando o ex-presidente no mesmo nível de Renan Calheiros – teve o poder de desmascarar a grande imprensa brasileira. E, talvez, mais essa farsa política possa trazer pelo menos um benefício: o de permitir que jornalões, com as máscaras no chão, reencontrem o caminho perdido. Afinal de contas, convenhamos: ultrapassou o limite do suportável constatar que, quando se trata de Fernando Henrique e do tucanato, essa imprensa lhes confere indulgências plenárias prévias e antecipadas. E, quando se trata de Lula e petezada, estes são condenados a priori, sem culpa formada, sem direito a defesa.

É – como se dizia antes – d´escrachar!"


Até.

13.11.09

DO DOSADOR

* faz anos hoje, 70 precisamente (e setenta anos não são setenta dias, diria minha bisavó), José Szegeri, pai de meu irmão siamês, Fernando José Szegeri, este pai de Francisco José Szegeri, neto do aniversariante (e eu escrevendo isso lembro-me das sábias palavras de Luiz Antonio Simas, "a função do filho é honrar o pai - como a função do pai é honrar o avô") - e sobre ele já escrevi aqui, em 12 de abril de 2005. A ele, com quem já falei hoje pela manhã, ergo o copo daqui, de trás do balcão virtual do BUTECO. No domingo, se assim os deuses permitirem, brindarei com o velho , pessoalmente, no terreiro de seu filho, irmão meu, em Ifé (leia aqui mais um relato do meu mano Simas);

* antes que alguém grite (vai que alguém me viu...), faço a confissão: estive ontem à noite na recém-inaugurada cervejaria DEVASSA, na Tijuca, mais precisamente na rua Mariz e Barros. Se de certa forma rompi meus preconceitos e fui a um bar-almofadinha, também reforcei minhas convicções. Saí de lá com a certeza de que, ainda que eu faça pequenas concessões à coisa, a casa não faz nem cócegas nas espeluncas que de fato me comovem. O serviço esteve péssimo (como é mais fácil levantar o dedo pro caboclo do balcão, a um palmo de distância...), o que comi estava lamentável (uma porção com quatro, miseravelmente quatro costelinhas de porco engorduradas demais e com cebolas tristemente murchas), o chope estava apenas razoável e não pude beber o chope ruivo, meu preferido da marca, em falta. Uma conta de quase cem reais... não compensa mesmo. Mas é bacana, como disse o Simas, ver a esculhambação que a Tijuca impôs à marca;

* e por em bar-almofadinha, dei de cara ontem, fazendo umas pesquisas no GOOGLE, com um texto sobre um jantar preparado pela ex-cozinheira de FHC, Roberta Sudbrack. Falando com meu fraterníssimo Luiz Carlos Fraga, que entende do riscado, fiquei sabendo que sua cozinha não é lá essas coisas (embora seja, a moça, simpaticíssima, disse-me ele). Mas quando neguinho quer puxar o saco, já viu... Que tal a frase "ainda mais depois desse movimento misericordioso: brigadeirinhos feitos na hora, deitados em delicadas colheres. Cara, pára o mundo que eu quero descer."????? Um simples brigadeiro, que qualquer um prepara, faz o bajulador (vejam aqui), que tem um blog só para expôr suas "food experiences" (está lá, vejam vocês mesmos...) descrever um jantar como quem descreve sei-lá-o-quê. Brigadeiro deitado em delicada colher, francamente, é a.. Isso deixa para lá. Daí, todo mundo embarca na marola. Fiquem com essa declaração: "Roberta Sudbrack, ontem tomei um vinho com um amigo fã seu. Ele disse que o seu leitão é a síntese do nirvana. Uma mordida que vale o infinito." (aqui). Tá bom, então;

* hoje, sexta-feira, 13, torcerei à noite pela vitória do Vasco, que com a vitória conquistará o título de campeão da série B do Campeonato Brasileiro. Meus queridíssimos (em ordem alfabética para não ferir suscetibilidades) Aldir Blanc, Arnaldo Rebelo, Fernando Goldenberg, Isaac Goldenberg, Mariana Blanc, Mauro Rebelo, Milena Blanc (uma de minhas amadas afilhadas), meu velho e saudoso avô Oizer Goldenberg, tantos outros, merecem essa alegria. E o Campeonato Brasileiro de 2010 será infinitamente mais interessante com a presença do Vasco na elite do futebol;

* no mais, é isso. Embarco para São Paulo amanhã cedo. Havendo tempo, deixo textos programados para o sábado e para o domingo. Não havendo tempo, até segunda-feira.

Até.