6.11.09

MULHERES NO ESTÁDIO DE FUTEBOL

Pronto! Hoje, sim, volto ao tema que restringiu-se ao título do texto que publiquei ontem, aqui. Sentei-me ontem, cedíssimo, diante do computador com o firme propósito de falar sobre o assunto que foi engolido sabe-lá por quê. E decidi falar sobre ele depois da noite de segunda-feira, quando fechamos a noite, eu e mais um grupo de amigos (nesse exercício salubérrimo que nada tem a ver com preguiça como querem fazer crer os pobres-diabos que pululam por aí), no GALETO COLUMBIA, fabuloso bar na esquina da Afonso Pena com a Haddock Lobo e sua monstruosa calçada que invadiu a rua de forma comovente, e suas dezenas de mesas espalhadas do lado de fora, e seu gigantesco toldo (que naquela noite nos abrigou da chuva), e seu chope cremoso e sua comida fora-de-série, e uma quantidade absurda de barrigas indecentes, mulheres bonitas e crianças, sempre muitas crianças - cenário clássico na minha Tijuca, muito mais humana e mais bacana do que se possa imaginar.

O que eu estava dizendo?!

Ah, sim.

À certa altura da noite (foram mais de 50 chopes), eu disse com o bigode branco que o colarinho cria:

- A maciça presença das mulheres nos estádios contribui, e muito, para o fim do futebol.

Eu disse isso e fui ao banheiro, deixando a mesa em polvorosa.

Notem, meus poucos mas fiéis leitores, que não sou exatamente um polêmico. Dito isso, vamos esmiuçar o tema.

Eu sou do tempo em que o Maracanã era um templo de concreto onde se bebia cerveja de forma industrial. Lembro-me de chegar, diversas vezes, às 13h (ou até antes, como no caso da final entre Flamengo e Santos, no Campeonato Brasileiro de 1983, quando entrei no gigante às 11h45min da manhã!) para o jogo das 17h (não havia essa prostituição de horários comandada pelos gigolôs da TV, os jogos eram sempre às 17h) só pra ficar no bar ouvindo samba e bebericando devagar (eu, é claro, afinal eu tinha 14 anos...). Eu sou do tempo do cachorro-quente da Geneal, do vendedor de mate e de limão, do vendedor de bandeira disputando espaço entre bundas, pernas, barrigas e cabeças espremidas nas arquibancadas livres e sem cadeiras de plástico. Sou do tempo da geral, dos geraldinos, e sou do tempo em que aquilo era um Coliseu de bárbaros e seus radinhos de pilha que, diante da imagem da raríssima mulher apontando numa das entradas da arquibancada, gritavam num coro afinadíssimo:

- Piranha! Piranha! Piranha!

Era tudo um ritual plástico, apenas. Ninguém tocava na rara, na escassa, na bissexta, na ocasional torcedora. Ela, por sua vez, sorria e rebolava, dava acenos, jogava beijos, e tudo ficava por isso mesmo. Ela fazia o papel, digamos assim, das gostosas que desfilam pelo ringue, nas lutas de boxe, levantando a placa com o número do próximo round de cada luta. Era puro sarro, diversão garantida. Poucas mulheres - e acho que poderia contá-las nos dedos de uma única mão - não mereciam o coro: Dulce Rosalina Ponce de León e suas pulseiras do punho ao cotovelo, torcedora-símbolo do Vasco, Laura de Carvalho, rubro-negra de escol e Rute Araújo Rodrigues, do America (Botafogo e Fluminense, que eu me lembre, não tinham nada do gênero). E só.

O que se vê hoje?

Antes de hoje quero lhes contar um troço (foi quando comecei a me incomodar com a proliferação de mulheres nos estádios).

Antes de lhes contar o que quero, vamos ao que disse Nelson Rodrigues no fabuloso À SOMBRA DAS CHUTEIRAS IMORTAIS: CRÔNICAS DE FUTEBOL:

trecho do livro Á SOMBRA DAS CHUTEIRAS IMORTAIS: CRÔNICAS DE FUTEBOL, de Nelson Rodrigues

Nelson falava sobre o futebol de 1911, um ano antes de seu nascimento. Referia-se ele, por óbvio, às Dulces Rosalinas da época, às mulheres que "usavam umas ancas imensas e intransportáveis", em aguda oposição às famélicas, às saradas, às anoréxicas de hoje. Voltemos a mim.

Era 12 de julho de 1989. O Brasil enfrentaria, à noite, no Maracanã, a Argentina, pela Copa América. Eu comprara, semanas antes, meus ingressos para o jogo (fui com meu queridíssimo Marcelo Vidal). Para vocês terem uma idéia, enfrentamos um tumulto até então sem precedentes para entrar no estádio. Vidal, eu bem me lembro, chegou a ser atingido por um rolo de fumaça de gás lacrimogêneo depois de atravessarmos patas e mais patas de cavalos da polícia na entrada da UERJ (a do Belini estava ainda mais insuportável). No interior do estádio, quando comia solta a roubalheira quanto ao público pagante, exatas e precisas 100.135 pessoas. Pois bem... Entramos, subimos a rampa, entramos à direita e fomos sentar atrás do gol, e já não havia lugares disponíveis (quem é dessa época sabe do que estou falando).

Uma quantidade inacreditável de moças, divorciadas do cenário, gritava:

- Branco, cadê você?

- Bebeto, gostoso!

- Ricardo Gomes! Ricardo! Eu te amo.

Outra, mais deslocada:

- Caniggia! Quero você! Quero você!

Esses troços.

Estacamos diante de um bloco feminino, pedimos licença e sentamos.

- Ai, moço, não vê que não tá dando?

Acendi o cigarro.

A ninfeta do meu lado:

- Ui! Que horror! Apaga esse cigarro! - e ficou abanando o próprio rosto com carinha e boquinha de nojo.

Dissemos uma meia-dúzia de palavras impublicáveis, as mocinhas choraram e foram sabe-se lá pra onde. Lembro-me vivamente do Vidal recomendar às moças, candidamente, quando elas já se retiravam do nosso lugar, que fossem pra casa ver O SALVADOR DA PÁTRIA. Fecha o pano.

Hoje, nos estádios, há mulheres por todos os cantos (e quase nenhuma Dulce Rosalina).

É evidente que não me refiro, aqui, às Dulces Rosalinas de amanhã: Betinha, Lelê Peitos, Leonor Macedo, essas moças que discutem futebol de igual pra igual, que xingam como o mais impolido dos geraldinos (que não existem mais...), que lamentam o fim da cerveja nos estádios, que fazem o diabo por seus times.

Falo das moças festivas, se é que me faço entender, das moças sem ancas e sem celulite, das moças que não suam e que não fedem (o cê-cê é imprescindível para a grandeza do espetáculo).

Das que vão ao estádio com seus namorados (pitboys geralmente sem camisa, portando cordões de prata da grossura da coleira de um cão feroz), que acham brega o radinho de pilha, que dão graças a Deus pela ausência de bebida alcóolica, que adoram as cadeirinhas insuportáveis de plástico, que cantam esses detestáveis hits que as torcidas organizadas vêm dando de inventar, que fazem auto-retratos durante as partidas e os enviam, pelo celular, a fim de aparecerem no placar do estádio (pelo Brasil afora também tem isso?). Dessas moças que vão ao estádio como quem vai a uma festa rave.

As anti-torcedoras.

É a essas moças que me refiro.

Se você solta um palavrão cabeludo, daqueles que os estádios pedem (é preciso que haja um flanar permanente de palavrões no ar), elas te olham feio (e os maridos, as bestas que as carregam pro estádio, também), te repreendem, e é bem capaz de um pitboy te ameaçar como demonstração equivocada de carinho.

Essas mulheres nos estádios de futebol são um componente a mais dentro dessas estrutura que vem, aos poucos, acabando com o espetáculo. É como o cara que dá mais atenção ao limão do mictório do que ao limão da casa, sabem como?

Até.

25 comentários:

Leonor Macedo disse...

Caro Edu, lógico que no incío do seu texto senti vontade de voar no seu pescoço e te arrebentar com toda a fúria TPMística que me é cabida. Mas depois fui me lembrando de todas as vezes que ouvi as corinthianas no estádio chorando pelo Tupãzinho, Neto e Fabinho, e tive de concordar.

No Corinthians, a histeria feminina voltou com tudo e deixaria o mestre Nelson Rodrigues feliz da vida. Bastou o Gordo encostar na bola para a mulherada gritar como se estivesse vendo um show dos Menudos. Confesso que a histeria acaba me irritando um pouco e já mandei calar a boca uma dúzia de histéricas só na última partida.

O problema maior é que os gritinhos também vem da garganta de muitos meninos, descaracterizando a nossa torcida. Gritinhos pra jogador vêm só dos lados do Morumbi.

Beijos e salvei o texto delicioso. Obrigada pela menção e pelo reconhecimento.

Leonor

Beatriz Fontes disse...

Eu já acho que esse tipo de gente estraga tudo, nem precisa ser futebol. Essa histeria da celebridade, do lindo, da moda, é irritante em qualquer circunstância. E nem precisa ser mulherzinha, não. Aliás, isso que você descreveu é a mulherzinha, não é a mulher. Mulher é outra coisa, pô! Mas tem esse tipo machinho, pitqualquercoisa, que faz com que a mulherzinha-paty se prolifere. Ambos me irritam. E, como disse, nem tem nada a ver com o futebol...

Daniel A. de Andrade disse...

Belo texto.

Também estive nesse Brasil e Argentina. O tal do Brown deve procurar o Romário até hoje.

Aliás, fui, ainda, aos jogos contra Paraguai e Uruguai. Tinha quatorze e jamais me esquecerei dos antigos concretos, hoje adormecidos por debaixo dessas cadeiras "padrão Fifa". Quem conheceu aquele Maracanã, não esquece. E sente saudade.

Salve as mulheres, Edu. Leigas ou entendidas, saradas ou femininas: fonte de grande inspiração, nem que seja somente - e já não seria somente - para um texto quase polêmico.

Grande abraço,

Daniel

Eduardo Goldenberg disse...

Leonor: é uma tremenda honra recebê-la aqui no balcão! E não há o que agradecer, francamente. Um grande beijo.

Bia Fontes: tem, sim, a ver com o futebol. Estou falando de futebol e da presença dessas mulheres no futebol. Logo... Um abraço!

Daniel: verdade, malandro. Aquele Maracanã deixou muita saudade mesmo. Quanto às mulheres, é evidente, salve! Afinal, como disse o Aldir em samba inspirado, "sem elas a gente não vive". Forte abraço.

Marcelo disse...

Ainda pode gritar "Porra, caralho, vai toma no cú, quem manda nessa porra é a torcida do urubu", no Maracanã?
Se ainda gritam isso, há esperança!
Abraço
Coelho

Eduardo Goldenberg disse...

Em completo desuso, Coelho... A torcida tem preferido outros cânticos menos rubro-negros... Beijo pra você! Saudade!

fausto josé de macedo disse...

Caro Edú me lembrou um samba: agoniza mas não morre, alguém sempre te socorre, antes do suspiro derradeiro. Podia ser falado do futebol nosso maneiro e brejeiro. mas o Texto fala da minha filha Leonor Macedo que me segui nas letras jornalisticas de forma mais brilhante que eu. Um abraço e quando puder leio mais um comentário que você já faz parte dos meus favoritos. Bom dia amigão.

Cazé disse...

Assisti, certa vez a uma cena impagável: fui assistir a um FlaXFlu com um amigo, só pelo prazer de ver o que se anunciava um grande espetáculo, pois sou botafoguense. Acompanhando o amigo - rubro-negro roxo! - sentamo-nos no meio da inflamada galera do Fla e notei, em meio à turba inflamada, um casalzinho tricolor, devidamente trajado com as cores do Flu, tentando atravessar para chegar a um lugar neutro, aquele vácuo entre as duas torcidas. A patricinha, de repente, manda essa, na frente de um grupo mais exaltado: -"Benhê, vamos ter que passar no meio dessa gente fedorenta?". Foi o que bastou: formou-se em torno deles uma roda que, quando se desfez, mostrou o resultado da ofensa: a moça de calcinha e sutiã e o cara de cueca, atônitos e chamando uns PMs que estavam perto. Essa guria - garanto! - deve ter aprendido uma lição.

Eduardo Goldenberg disse...

Eta, Fausto: prazer receber você aqui! Espero vê-lo mais vezes debruçado no balcão dando seus pitacos. Obrigadíssimo pela preferência, um fraterno abraço!

Cazé: sensacional! Abraço.

israel vieira disse...

Pois é Eduardo,
Fui ao Maracanã na última vez no Flamengo e Atlético deste ano 3x1 para o Mengão, chovendo, num frio do cacete, e uma porrada de babacas de camisetas se exibindo para as "tchutchucas, patricinhas e afins etc. E a torcida, putz, não é mais a mesma. Eles aboliram aquele canto de Mengo e os três assovios depois. Agora, PQP, tu não entende mais nada...a Raça canta uma "hit", a Jovem outra e a Urubuzada outra e fica uma merda só.
abs,
Israel Vieira

Eduardo Goldenberg disse...

Tô contigo, Israel! Um abraço, saudações rubro-negras.

Vanessa Dantas disse...

Edu, meu caro, você só pode estar exagerando, ou será que no Rio é diferente? Fui ao Maracanã apenas duas vezes, portanto, não tenho propriedade alguma para falar.

Confesso que já fui muito mais ao estádio (Palestra Itália, Pacaembu e Morumbi) em outros tempos - 93/97 - e por ordem médica tive que parar, pois perdia a voz completamente, e considerando que sou professora... Recentemente, por diversos motivos (até de trabalho), felizmente retomei, porém, de forma moderada (principalmente com a voz), e não somente nos jogos do meu Verdão. O que acho bom, muito bom.

De qualquer forma, fico feliz em perceber que não me aplico a nenhum dos casos citados por você. E esse tipo de comportamento feminino, na minha lembrança, é mais comum quando assisto jogos em bar. Aliás, mulher corneteira me dá uma preguiiiiiça...

No mais, sempre achei um programaço ir ao estádio. E sua menina, a linda Dani sorriso-maracanã, já tinha comentado comigo que a Betinha é “A MULHER” para falar de futebol!

Beijão, querido!

Wander Costa disse...

Lembro que meu pai sempre tentava embarreirar a minha mãe dos jogos do Vasco.
Ele dizia: "Para que você vai? Sabe como é lá... sai porrada toda hora."
E, com ou sem ela, a gente parava, na volta, no pé sujo da esquina da Praça da Nações, em Bonsucesso, para comer uns espetos de porco e beber um monte de chope.

sds, Wander.

Daniel Banho disse...

O que acontece hoje é que muitas das pessoas que frequentam o Maraca (pós-elitização) não gostam do cenário, do ambiente, do clima, do mise en scène. É tudo muito "sujo", "desorganizado", "tumultuado".
Elas querem chegar no seu lugarzinho em cima da hora, pagar 4 reais pelo dogão de pão seco e salsicha lá de dentro, beber refrigerante a 3 reais, cantar a musiquinha que apareceu no Globo Esporte, pegar seu carrinho e voltar pra Barra.
Tudo muito higiênico e seguro.
São praticamente turistas dentro de sua própria cidade.

Eduardo Carvalho disse...

Goldenberg,
precisão cirúrgica na descrição. Há tempos não sou mais tão assíduo no Maraca, mas nas vezes mais recentes em que fui, senti algo me incomodando... ERA ISSO!!!!

E as ressalvas também são perfeitas. Por exemplo: num bar em Copa onde às vezes assisto a uns jogos, tem umas torcedoras, sei lá, do Inter, do São Paulo, do Grêmio, que gritam, xingam, bebem pra cacete, brigam com uns caras lá do bar e tal, aí sim...

Tô contigo e não abro!
Abraço.

Eduardo Goldenberg disse...

É isso aí, Edu! Um grande abraço!

Unknown disse...

O Maracanã sem as cadeiras de plástico era MUITO melhor! Às vezes assistíamos o jogo em pé ou sentados com os joelhos no queixo para que coubessem duas pessoas no espaço de uma. Agora é "cada macaco no seu galho" e o estádio corre o risco de virar um Vivo Rio. Torçamos para que esta reforma não venha a sepultar de vez o nosso Maraca. Mas não tenho muita esperança...
Obrigada pela menção! Depois de ler o texto, não só entendi como concordei com a sua afirmação. Mas confesso que saí do Columbia engasgada, apesar dos chopps... :)
Beijos!
Betinha

Craudio disse...

Edu, aí como cá tem uma molecadinha que vai ao jogo fazer caras e bocas para as câmeras de celular? Moleques e meninas que se comportam de forma andrógina nas arquibancadas? Simplesmente nojento.

E aí eu me lembro do contraponto naquele vídeo do filho do Costinha, que é como todos nós aprendemos o futebol nos estádios.

Abraço!

Eduardo Goldenberg disse...

Betinha: não tem nada que agradecer. A menção (honrosa) é mais que justa e merecida. Beijo.

Japonês: tudo igualzinho aqui... Um nojo. Abraço.

Diego Jorge disse...

Ihhhh.. aqui em Curitiba é a mesma coisa. A Velha Baixada do Atlético foi o estádio que me fez amar o futebol. Tinham lugares que beiravam o misticismo naquele templo da minha infância: a curva da laranja, onde a galera ia com sacos de laranja pra acertar o bandeirinha; o barranco inclinadíssimo que dava acesso às arquibancadas e que ostentava lá em cima o símbolo do Furacão (quando chovia então, tinha que ter pé 4x4 pra conseguir ver o jogo); as curvas, onde os torcedores estendiam a mão pelo alambrado pra tentar dar pescotapa em quem ia cobrar o escanteio. Enfim, terra de ninguém! hahaha
O time era horrível que doía, mas a torcida cantava e pulava sem parar...

Hoje, o que temos? A Arena da Baixada: um estádio modelo, indicado pra Copa, ingressos a 40 reais, cadeirinhas, menininhas bonitinhas... mas perdemos o principal - a magia daquele estádio e a força daquela torcida. Essa mulecadinha que vai em jogo pra tirar foto e dar em cima das menininhas devia passar, obrigatoriamente, por uma aula de História das Torcidas antes de adentrar a um estádio de futebol. Ainda bem que existe o Youtube e eu posso ao menos relembrar aquele clima das antigas...

Andrea disse...

Edu, lugar de mulher é em casa.

Marina G disse...

A mulher que vc se refere no seu texto não deve mesmo ir ao estádio. Mas não conheço nenhuma delas.

Rafael disse...

Poderia comentar um bilhão de coisas. Não pense que sou superficial porque escolherei apenas uma faceta para comentar, mas você bem sabe que comentários em blog não podem ser do tamanho do texto que é comentado... Eu acho que ainda há pouca mulher nos estádios e uma parcial vitória do instinto antigo sobre o novo (se é que é instinto), pois não se poderia explicar tantas brigas fúteis entre torcedores do mesmo time... E começa do berço, né. Eu nunca briguei de verdade, como me "educaria" levando ferraduras de cavalo de puliça? As mulheres mais mulheres, hoje são essas das organizadas... As organizadas são um fenômeno, elas perderam o bonde da História, são o resquício daquele tempo mas um resquício maldito, porque eu sei que essas 100 mil pessoas no Maracanã não agiam exatamente como as organizadas de hoje torcem, que deveriam acabar. Enfim, outrora regresso ao blog.

Núbia Tavares disse...

Assim como a @subversiva, eu também ia te xingar, Edu. Aliás, apesar ed ler o seu blog sempre, nunca escrevo, porque tenho preguiça. Mas, precisava registrar aqui: teu texto é brilhante. Mulher que vai ao estádio para aparecer na Globo, caçar homem e tirar foto pra por no Orkut/Facebook é o fim. Não que eu não faça isso (aliás, praticamenteo só tenho fotos em estádios). A diferença é que eu gosto de futebol e não sou fresca. E tenho raiva de mulher fresca que aprece não entender o que é um jogo. Que me manda ficar quieta quanto eu solto um monte de palavrões.

Parabéns.
Núbia (da tropa palestrina)

Gersinho Rodrigues disse...

Engraçado, Edu. Você escreve tão bem que quando vai narrando eu me coloco no Maracanã vendo as cenas, ahahahah.
É muito legal que existam mulheres como a Leonor, a Núbia, que eu acompanho e sei que conhecem de futebol. Minha mulher, a linha Flávia, infelizmente é curintia, quando vai no estádio é de boquinha fechada. Ela mesmo diz: "amor, já que eu não entendo muito, é melhor ficar calada, né?" Eu respondo "sim sim, é melhor amor".
Quem dera o futebol e os estádios pudessem voltar a ser o que já foram um dia.
Pelo menos as bandeiras eu gostaria de ver de volta nos estádios paulistas. Bixisse sem tamanho tirar as bandeiras do campo.
Saudade, Edu. Fique com Deus.