16.12.09

TULÍPIO, HUMOR DE BOTEQUIM

Recebi ontem, cheio de justificado orgulho, um SEDEX que me foi enviado por meus chapas de São Paulo, Eduardo Rodrigues e Paulo Stocker, criadores do genial TULÍPIO, ele que é, e não sou eu quem diz - é Aldir Blanc, autor do prefácio do livro cujo nome dá título a este texto -, "a melhor coisa que surgiu no humor desde os Chopinics". Dentro da caixa, o livro devidamente autografado (dedicatórias abaixo), dez exemplares da revistinha número 9 do TULÍPIO e uma camisa genial (vejam a camisa aqui), que pode, inclusive, ser comprada aqui.

O livro é genial como genial é o texto do Edu e o traço do Stocker. Cheio de sacadas geniais - geniais! - é diversão certa e uma grande pedida pra presente de Natal.

Dei de lê-lo ontem mesmo. O livro traz, além dos cartuns da dupla, textos de Fausto Wolff, Fernando Gonsales, Gepp & Maia, Glauco, Ignácio de Loyola Brandão, Jaguar, Luis Fernando Verissimo, Luiz Gê, Mario Prata, Moacyr Luz, Nani, Nei Lopes, Paulo Caruso, Sócrates, Zélio, Ziraldo e Xico Sá.

Um doce pra quem adivinhar de quem é o texto abaixo reproduzido, um dos textos que compõe o livro e escrito por um dos acima citados:

"O Brasil descobriu o valor de um botequim. Hoje, qualquer restaurante fino quer incluir no letreiro essa insígnia: Buteco. Os bares têm o mesmo formato das cadeiras estilo Bar Luiz, mesa com tampo de mármore encerada pra sugerir restaurada, mas feita há meia hora na marcenaria da esquina. Colocam uns jilós a preço de caviar numa tigela de balcão, abrem uma cristaleira com cachaças mineiras e ficam definitivamente ricos, achando que São Jorge é São Benedito. Me transformei num caçador de biroscas. Quanto mais pé-sujo, mais a boca saliva. De preferência com o dono na caixa, emburrado, de camisa encardida."

Não lhes parece, a crítica inicial, - pra mim, pareceu - uma crítica feroz a lixos como o BELMONTE, por exemplo? Como o BOTECO DA GARRAFA (não por acaso da mesma rede do BELMONTE), na Lavradio, esquina com a Mem de Sá? Como o ANTÔNIO´S (não por acaso da mesma rede do BELMONTE, na esquina oposta à esquina do BOTECO DA GARRAFA), cujo dono, quero crer, ficou "definitivamente rico"?

Adivinhem de quem é. Dica: os bares acima listados são, vez por outra, adulados pelo autor da pérola que, no final das contas, acaba como autor de uma das boas piadas (de mau gosto, nesse caso) do livro.

Até.

8 comentários:

Olga disse...

Edu, quando você for prefeito da Tijuca, dá pra me colocar como prefeitinha da Matoso?

O Joaquim de segunda-feira, o suburbano, que escreve bem, sobre coisas relevantes e, às vezes, até profundas, condiz com a citação. Mas o Joaquim de todos os dias, o "gente boa", a citação não soa bem.

Eduardo Goldenberg disse...

Tá frio, Olga. E eu desconfio que a ausência de comentários deva-se à certeza que todos têm com relação à autoria do troço. Beijo.

P.S.: jamais serei prefeito da Tijuca, isso é só mais um fruto da cabeça desses dois malucos!

Olga disse...

Edu, não tinha certeza nenhuma, mas como sou louca por doce, tentei.

Ia chutar o Moacyr, mas, se tô fria com o Joaquim, seria outra bola fora.

José Sergio Rocha disse...

Arlindo Cruz? Teresinha de Jesus? Manuel do Cuscuz?

Eduardo Goldenberg disse...

Na mosca, Olga, ele mesmo, o ferrenho defensor do BELMONTE e suas mesas com tampo de mármore encerada para sugerir restauração. Tens direito a escolher um doce na POPEYE - eu sei que você sabe onde é. Beijo.

Olga disse...

Ô, se sei...

Blog do Pian disse...

Mas o Antônio, dono da rede Belmonte, é daqueles nordestinos trabalhadores de camisa encardida, Goldenberg!

Até concordo que de buteco o Belmonte já não tem muito, mas o suor do cara está em cada filial.

É barriga-balcão o dia inteiro!

Um abraço,

R.Pian

Eduardo Goldenberg disse...

Boa, político. Tudo tem limite, Pian. Francamente. O BELMONTE, desde que destruído o buteco do Flamengo, de buteco NUNCA teve nada. E esse texto aí, do compadre do Antônio, é um (falso) petardo na grife. Ô, coerência.