14.1.10

TESOUROS DA TIJUCA - HUAN LIAN

Eu já lhes contei sobre ele aqui, no texto UM PASSEIO PELA TIJUCA - IV. Mas é que hoje cedo, remexendo papéis, me deparei com a conta abaixo digitalizada e tive vontade de voltar a falar sobre o HUAN LIAN, de longe - mas muito de longe, chega a dar até pena dos que torram milhares de reais no chinês do Eike Batista, na Lagoa - o melhor e mais tradicional restaurante chinês do Rio de Janeiro (se eu disser a verdade e escrever que é do Brasil meus detratores me chamarão de exagerado).

Mencionei um dos textos da série UM PASSEIO PELA TIJUCA e quero lhes dizer que fiquei felicíssimo quando recebi, anteontem, o seguinte e-mail de um de meus poucos mas fiéis leitores, esse de Pelotas, no Rio Grande do Sul, Renato Grassi. Ei-lo:

"Caro Edu, depois de me tornar leitor assíduo do cardápio desse buteco, gostaria de lhe agradecer pelos roteiros tijucanos que disponibilizaste para os fregueses. Vou visitar o Rio no final do mês e já adiantei à patroa e à filha que um dia, pelo menos, vai ser reservado a um dos roteiros sugeridos."

Nada mal para um tijucano - alô Felipinho, alô Simas, alô Olga! - perceber que tem gente que não se deixa levar pela arenga de gente como os membros do grupelho, que dizem amar a Tijuca (mas que só pisa e cospe no bairro), e se dispõe a conhecer, com olhos de ver e ouvidos de ouvir, o mais aprazível bairro da cidade. Feita a brevíssima digressão, vamos ao HUAN LIAN.

Na última vez em que lá estive foi na companhia dos Boechat, Jean e Leo. O primeiro, morador de São Paulo, e o segundo, morador da zona sul da cidade, estavam dispostos a conhecer o restaurante depois de meus comícios privados em prol da Tijuca e de seus tesouros.

Comemos - e tomara que ambos deixem aqui seus depoimentos - como reis. Nem posso lhes dizer que a conta é prova material de nosso banquete - não entendo nada do que foi lançado na nota pelo simpaticíssimo Lin, dono, chefe, manda-chuva do lugar - mas foi (para mim, mais um...) um almoço inesquecível.

Com fortíssima influência da cozinha de Cantão, a comida do HUAN LIAN é preparada com muitos condimentos, com óleo de ostra e vem quase sempre acompanhada de uma grande variedade de vegetais cozidos em altíssima temperatura (é sempre fabuloso ouvir o Lin contar sobre o modo de preparo dos pratos). Os ingredientes são carne de vaca, carne de porco, mariscos, vegetais, cogumelos e peixes de água doce.

No dia a que me refiro comemos ostras de entrada (fresquíssimas, chegadas de Santa Catarina pela manhã), comemos nirá, comemos rolinho primavera, comemos chow mein, comemos gioza, comemos wan tung, comemos carne de vaca, carne de porco, bebemos do saquê chinês (bebido em copos tradicionais), bebemos chope, fartamo-nos intensamente. A conta?

Inacreditáveis R$ 236,00 (duzentos e trinta e seis reais, repito por extenso para que não paire dúvidas... o valor que você paga em qualquer chinês mequetrefe espalhado por aí por um prato e um copo de qualquer bebida, somado ao valor da sobremesa, que também comemos lá!, e do manobrista).

O HUAN LIAN fica na rua Gonçalves Crespo, 450, na Tijuca, telefone 2293-2653. Funciona todos os dias, para almoço e para jantar. Tem estacionamento seguro e grátis, tem a simpatia do Lin, chinês radicado no Rio de Janeiro há mais de 30 anos - "sou calioca", ele costuma dizer! - e surpresas a cada dia em função das compras feitas pelo próprio Lin.

Nesse dia, lembro-me que o Jean abriu uns olhos imensos diante do cardápio. Eu, curioso:

- O que foi?!

- Tem sopa de barbatana de tubarão! - e fez uma cara de excitação que poucas vezes vi.

Chamei o Lin. Perguntei-lhe sobre o prato. Olhando em volta, disse baixinho:

- Babatana! Tubalão! Tubalão glande!

O prato - raríssimo!, raríssimo! - tem de ser encomendado, custa algo perto dos R$ 1.500,00 e serve - disse-me o Lin - mais de 10 pessoas.

A conferir.

Com vocês, a nota de despesas do almoço:

conta do restaurante HUAN LIAN, na TijucaAté.

6 comentários:

leo boechat disse...

Sem dúvida, o restaurante do Lin é espetacular. Você se esqueceu de mencionar que, tirando um casal em mesa ao lado, éramos os únicos não orientais no lotado salão.

Ainda voltaremos lá para encarar – quem sabe? – a "balbatana" ou mesmo aquela vitrine com patos e costelas pendurados.

jeanboechat disse...

Pato laqueado e a Sopa de Balbatana. Está nos planos de uma nova ida ao Lio de Janeilo de maneila mais organizada.

O negócio é o seguinte: São Paulo é leduto de chinês, japoneses e atualmente está sendo invadida pelos coleanos. Tem gente que acha que é tudo igual. Não é não. Muito pelo contlálio. Além disso, SP é um dos maioles centlos gastlonômicos do planeta. Tem de tudo aqui e pla todos os gostos. Pala os gostos dos Eikes e de quem tem bom gosto.

Pode palecer óbvio, mas os melholes lestaulantes típicos são aqueles onde os calas de verdade flequentam. Nisso, o lestaulante do Lin deixou clalo. Não é a toa que fica no centlo de cultula chinesa. Qualidade absurda. Ali tive uma das melholes lefeições dos últimos tempos.

Vale muito a visita. E me deu fome de novo.

Unknown disse...

Tem carne de cachorro? Chinês de verdade tem que ter carne de cachorro!

Eduardo Goldenberg disse...

Jean e Leo: marquemos nova expedição para brevíssimo! Abraço.

Bruno: se tem sopa de barbatana de tubarão... E mais não digo. Beijo.

leo boechat disse...

Bruno, vamos perguntar ao Lin se ele prepara um cão? Se tiver, você vai ter que vir comer!

Edu, me lembrei daquela mulher que você, alcoolizado, ENCHEU O SACO no finado Rio-Brasília, pedindo ao garçom iguarias caninas.

Reynaldo Carvalho disse...

Quem bebeu mate ??????????????