29.3.10

UMA PEÇA DE COLECIONADOR

Meus poucos mas fiéis leitores... Como se pode facilmente perceber, afinal são 17h e não escrevi um "a" no BUTECO, estou assoberbadíssimo (como há muito não ficava). Interrompo, entretanto, o que me assoberba, para fazer um anúncio um pouco inusitado mas efetivamente incrível (e imperdível, quem me dera ter espaço pra coisa...)! Não preciso repetir o que penso sobre esse gênio da raça que nasceu Aldir Blanc - o maior compositor brasileiro entre vivos e mortos, o orixá vivo que me rege. “Aldir Blanc é compositor carioca, é poeta da vida, do amor, da cidade. É aquele que sabe como ninguém retratar o fato e o sonho. Traduz a malícia, a graça e a malandragem. Se sabe de ginga, sabe de samba no pé. Estamos falando do ourives do palavreado, estamos falando de poesia verdadeira. Todo mundo é carioca, mas Aldir Blanc é carioca mesmo. É Dorival Caymmi que está falando aqui” e isso, gravado em seu CD 50 ANOS, já diz tudo. Dito isso, feito o intróito puxa-saco sem qualquer pudor, vamos em frente. O fato é que - e não é sonho! - Aldir está se desfazendo da mesa de sinuca, tamanho oficial, que mantém, há anos, na ampla sala de seu bunker, na Muda (Tijuca, evidentemente). Pediu-me que anunciasse aqui, neste balcão, o tesouro: a mesa, em mais-que-perfeito estado, a taqueira sem os tacos (os tacos viraram espada nas mãos dos netos...) e dois jogos de bolas (também em perfeito estado), um da sinuca brasileira e outro da sinuca americana. Tem mais, tem mais! O felizardo, se quiser, leva a mesa com uma dedicatória do compositor sobre o pano verde (a idéia, genial, é dele). Franca e sinceramente? Imperdível (repito que lamento profundamente me faltar espaço para tê-la para mim...). Vocês já imaginaram o orgulho do cara que pudesse dizer, hoje, que tem a mesa de sinuca na qual jogava Noel Rosa? Ou o piano que foi do Tom Jobim? Ou a cadeira de balanço do velho Caymmi? Pensem nisso. O sistema será de leilão... O lance começa - depois de pesquisas de mercado - com R$ 4.000,00 (quatro mil reais). E vale lembrar que caberá ao feliz adquirente os custos com a retirada da mesa, desmontagem e montagem da colossal lembrança. Dê seu lance através deste e-mail aqui. Sou, eu sei, tido por muitos de vocês como um exagerado. Mas essa mesa, caríssimos, não tem preço.

Até.

2 comentários:

Mafuá do HPA disse...

Eduardo

Nutro a mesma admiração pelo Aldir, um que resiste bravamente dentre desse mar de mediocridade que acabou por se transformar o Brasil. Tudo o que vem de Aldir é maravilhoso. Que riqueza deve ser a de ter essa peça de museu em nossa casa. No meu caso alguns impedimentos homéricos e definitivos. Primeiro a distância, de Bauru ao Rio são 760 km (fui aí de carro semana passada e registrei), depois as condições de transporte e por fim o maior impeditivo, a grana que me falta no momento. Se tivesse, daria um altíssimo lance (saberia valorizar a peça) e se conseguisse o intento, exigiria (quem sou eu para exigir algo de Aldir, mas...) que além do autógrafo, pudesse dar um forte e emocionado abraço no antigo dono. E daria carta branca para que ele viesse usá-la quando achasse mais conveniente, sem estipular data, horário e condição outra. Fico na vontade, uma pena.

Henrique Perazzi de Aquino - Bauru SP (www.mafuadohpa.blogspot.com)

M.M. disse...

Se eu pudesse, e se meu dinheiro desse.....Salve o Ourives do palavreado !