29.6.10

DO DOSADOR

* Cheguei ontem de São Paulo depois de momentos tensos no aeroporto de Congonhas. Meu vôo estava marcado para às 9h50min mas por conta do mau tempo no Rio de Janeiro acabei saindo de lá somente às 11h30min, ainda a tempo, graças aos deuses, de ver o jogo do Brasil, 3 a 0 sobre o Chile. Falarei sobre São Paulo no correr do tempo, mas adianto a vocês que foi - tanto Campinas quanto São Paulo - uma senhora estada, da manhã do dia 23 até a manhã de ontem;

* vamos aos meus pitacos sobre a atuação de ontem. O goleiro Júlio César ainda não foi - e ainda bem! - exigido à vera até o momento. Ontem, então, trabalhou muito pouco. Com a pontaria permanentemente equivocada dos chilenos, não teve trabalho algum. Acho que abusou demais dos chutões pra frente em detrimento de saídas de bola mais cadenciadas. Mas, evidentemente, não comprometeu. O lateral Maicon foi muito pouco à frente por conta do posicionamento da equipe chilena. Foi bem na marcação, falhou em alguns cruzamentos e não errou tantas cobranças de escanteio como nos jogos anteriores. Lúcio foi um monstro e sofreu um pênalti não marcado em dividida com Contreras. Não entendi, sinceramente, a não marcação da falta. Não se pode dizer que o zagueiro fez fita, pois o salto que deu - quero crer - foi muito mais para se defender de uma contusão do que cena propriamente dita. Seguro como sempre. E o melhor em campo, ao lado de Juan. O zagueiro rubro-negro mandou na defesa, ganhou praticamente todas as bolas e na bola, sempre. Ainda foi coroada com o primeiro gol do Brasil, de cabeça, quando saltou mais que todos com precisão no cabeceio, praticamente uma escorada na bola. Excelente atuação! Michel Bastos, limitado como de costume, fez sua melhor partida ontem. Correu pra burro e não teve muito trabalho na marcação. Vê-se, pois, que fez sua melhor partida porque errou pouco. Outro que atuou melhor do que em todos os jogos até então foi Gilberto Silva. Esteve bem na marcação e jogou duro, mais do que o necessário. Mas não é mais tempo de brinquedo. O que justifica sua atuação. Lamento bastante o cartão amarelo de Ramires, que teria assumido o posto no time titular na vaga de Felipe Melo. Foi outro que correu muito, marcou e foi marcado e que deu um pouco mais de luz ao meio-campo brasileiro. Acho que perdemos muito com sua suspensão e que sentiremos sua falta no jogo contra a Holanda. Daniel Alves pouco armou, como de se esperar de alguém com sua função. Movimentou-se bastante, entretanto, e não chegou a comprometer. Kaká continua devendo uma atuação à altura das expectativas. Uma vez mais, num único lance, foi fundamental, servindo de bandeja a Luís Fabiano. Errou passes demais e tomou outro amarelo, bobo. Foi substituído por Kleberson que foi lançado mais à frente do que está acostumado a jogar. Durante o tempo em que jogou, não criou nada, mais por conta de seu posicionamento. Robinho foi inexplicavelmente eleito o melhor em campo pela FIFA. Esteve bem mal até marcar o gol, mais um contra os chilenos. Quando deu de cair mais pela esquerda viveu seus melhores momentos em campo. E participou, ao lado de Kaká, da jogada que rendeu o gol de Luís Fabiano. Gilberto? Isso deixa para lá. Luís Fabiano marcou uma vez mais no mundial. Um golaço, diga-se. Driblou o goleiro, tocou pra dentro e correu pro abraço. É torcer pra manter o faro aguçado contra os holandeses. Nilmar, coitado, entrou e sofreu com a já sabida falta de criatividade do meio-campo canarinho. Eu queria que alguém me explicassse porque jogamos com quatro (quatro!!!!!) volantes se vencíamos bem a partida, de forma convincente, com amplo domínio do jogo. Coisas do Dunga. Mas estamos nas quartas, e é isso o que importa;

* não compreendo, também, o chororô da imprensa brasileira. Pombas! Ganhamos de 3 a zero, jogamos bem, passamos para as quartas-de-final e me parece pouco crível que haja ainda alguém esperando uma atuação de gala do escrete. Temos a melhor defesa, um matador na frente, dois homens que têm lampejos capazes de resolver um jogo e se temos uma meiúca limitada é com essa meiúca limitada que temos que contar. Acabou-se, de vez - o que parecia já ter acontecido - a minha paciência com esses nunca-satisfeitos;

* Alemanha e Argentina farão um jogaço, como jogaço será o Brasil e Holanda. No bolão - e dane-se o bolão! - pus a Holanda derrubando o Brasil. Não creio nisso, sinceramente. Faremos, tenho certeza, mais um jogo-teste-para-cardíaco. E aposto, de leve, na seleção alemã. Continuo achando uma teta a defesa argentina. E acho que a Alemanha, que vem de um portentoso 4 a 1 contra a Inglaterra, vai mamar nas tetas dos hermanos. A conferir;

* pra encerrar (e voltarei ao assunto). O troço que mais me comoveu durante a estada em São Paulo foi ter ido à sede do Anhangüera, ver o samba dos Inimigos do Batente com Gisa Nogueira e Didu Nogueira, homenageando os 10 anos de morte do grande João Nogueira. Tudo foi emocionante, tudo. Mas nada foi mais emocionante do que estar com meu mano Arthur Tirone, o Favela, naquele que é seu reduto máximo. Os olhos que brilhavam, a voz que teimava em sair gaguejante, os braços atônitos que tudo mostravam e para tudo apontavam, nada disso sairá da minha memória.

Até.

4 comentários:

Felipe Quintans disse...

O Anhangüera é realmente espatacular, que clube. Mas bom mesmo é estar lá com o Favela, comandante o pedaço.

Luiz Antonio Simas disse...

Nosso camarada Cereal teclou de porre?

Eduardo Goldenberg disse...

Possivelmente, né? Com a vitória da sua Espanha... Faça uma idéia!

AOS QUARENTA A MIL disse...

Felipe, totalmente solidaria , compartilho...
Toda vez que tento fazer comentários nas tardes de sábado ou domingo... Tico não conversa com Teco !!!!
Só fico esperando o perdão depois !!!!
Bjs queridos!