15.7.10

DO DOSADOR

* Estive ontem à noite, para Flamengo e Botafogo, no RIO-BRASÍLIA, buteco encravado na rua Almirante Gavião, na Tijuca (onde mais?), renascido das cinzas graças ao Jorge, que à moda de Moisés, devolveu ao povo a terra prometida surrupiada pela sanha dos ex-donos que abriram uma lanchonete ao lado. O buteco, reaberto oficialmente no sábado, vai aos poucos ganhando a cara do novo dono sem qualquer espécie de belmontização. Na companhia de dois amigos, vi a conta ser cobrada: inacreditáveis R$ 37,50 por 8 garrafas de Brahma, meia porção de carne assada, 5 salgados, três sardinhas (foto abaixo) e 2 caldinhos de feijão.

sardinhas do RIO-BRASÍLIA

Já disse e repito: não torço, em absoluto, pelo insucesso dos ex-donos. Mas foi engraçado ver um deles, na calçada, com cara de pároco diante da igreja vazia, observando a pequena multidão que se espremia naquele canto sagrado da rua;

* foi importante, sob todos os aspectos, a vitória do Flamengo sobre o Botafogo ontem à noite no Maracanã. Sob o impacto do crime que envolve o ex-goleiro Bruno, explorado de forma suja por grande parte da imprensa que tentou, de forma intolerável, unir o goleiro, o crime, o clube e a torcida no mesmo balaio, o time portou-se bem - aquém do que se espera de quem almeja o título mas além das minhas expectativas - e conquistou mais 3 pontos importantíssimos. Agora é torcer por mais uma vitória no domingo, fora de casa;

* sábado acaba, oficialmente, o festival COMIDA DI BUTECO 2010 aqui no Rio de Janeiro. Com ingressos vendidos a proibitivos R$ 50,00 (só a entrada), o festival que escorregou na maionese promete que "lá dentro todos os petiscos custarão R$ 10, o chope da Brahma custa R$ 5, o copo de 400ml, e na promoção chamada combo, 4 chopes custam, R$16". Mais furada que isso, impossível;

* ouvi ontem, de um de meus psiquiatras-de-bolso, a seguinte frase, e tecia ele comentários ao texto que fiz publicar ontem mesmo, aqui:

- A pior raça que há é a tijucana. O cara sai pelo mundo e fica com saudade da Tijuca?! Inadmissível!

A Tijuca, disse o bardo Aldir Blanc, não é um estado de espírito, é um estado de sítio. Ou compreende-se a grandeza disso, dessa frase, ou não há condições, mesmo, de se entender o Felipinho.

Até.

8 comentários:

Bigode disse...

Porra, com R$ 37,50 toma-se 6 Skol (4,50 cada)e sobra pra comer uns quatro salgados frios nas malditas lanchonetes que fervilham em SP. Boteco de verdade é sempre caro ou longe.
Prazer em conhecer, voltarei sempre.

Juliano disse...

Pior que os preços abusivos e o chope em copo de plástico é o comercial do evento veiculado na TV. Fala algo como "venha conhecer a GATRONOMIA DE RAIZ(?!)". Que porra é essa?
Abraço.

Jeferson Ferreira disse...

Belo texto! Escrita leve, e sem pedantismos/bairrismos a enferrujar o texto.
Tô com vontade de conhecer a Tijuca...

RAPHA OLIVEIRA ! disse...

Quero é saber do rali de frutos do mar e a receita da paella !!!

Um forte abraço

Raphael

Marcelo disse...

Juliano,
Gastronomia de raiz é cenoura, nabo e mandioca. Se é que me faço entender.
Abraço do Coelho

Vitor Castro disse...

Edu, 37,50 pra cada um que estava no bar?

BARES assim estão cada vez mais raros no Rio. Com esses preços ultimamente, só lá pros lados de Valença e Volta Redonda. Muito boa notícia!

abs.

Marcos Hilton Chaves disse...

Genial, Edu...
Te "conheci" através do blogo do mestre Simas.
Parabéns pelo sucesso!
Grande abraço.

Daniel Banho disse...

Realmente, furada olímpica esse final do Comida di Buteco.
Além da entrada caríssima e do esquema "festa junina" (enfrentar fila pra comprar tíquete do que quiser consumir), o chopp prometido de 400ml era, na verdade, de 300ml, sem direito a "combo" nenhum. Mal tirado e em copo de plástico pra arrematar (detalhe: a menina que tirava perguntava "com ou sem colarinho?").
O petisco de 10 reais era em pratinho individual (depois de 4 choppes não tinha mais dinheiro pra experimentar).
A roda do Samba do Trabalhador cantando só as melhores, mas a acústica (ou o próprio som, não sei)do lugar era horrível. Resultado: tirando o Gabriel que tem uma voz naturalmente alta, mal se ouviam os cantores.
Pouquíssimos banheiros (contei 4 pra cada "sexo"), o que causava grandes filas até nos masculinos.
Ainda que tenha sido o local escolhido por um amigo pra comemorar seu aniversário, não consegui ficar até o final. Nem vi a Roberta Sá.
Fiasco total. E não duvido que vai ter gente hoje exaltando o evento.

Abraços