Ontem, 20 de setembro, publiquei AS CAPAS DA REVISTA VEJA, fazendo um apanhado de diversas capas da revista mais conservadora (e golpista) da imprensa brasileira entre os anos de 1979 e o de 2006 (você pode ver e ler tudo aqui). Hoje cedo fui mais fundo. E encontrei verdadeiros tesouros que passo a dividir com vocês.
Essa, abaixo, já exibida ontem, é a capa da edição de 28 de março de 1979. A manchete anuncia enorme matéria sobre as greves do ABC e a intervenção do governo durante as tensas negociações que se arrastavam já há mais de 15 dias com paralisação dos trabalhadores, e que terminou por afastar o então presidente do sindicato dos metalúrgicos, o "Lula" - assim mesmo, entre aspas, forma que se verifica ao longo de vários anos como vocês verão com as futuras postagens aqui no blog. O post de hoje vai em homenagem a Enoch Batista, ferramenteiro do ABC, que concedeu entrevista à VEJA rigorosamente histórica por força de seu conteúdo, como vocês verão mais abaixo.
A matéria exibe, como troféu (a VEJA nunca escondeu a quem serve), fotografias (imediatamente abaixo) do "Lula" no momento efetivo da intervenção, "rezando constrangido" e "momentos antes de deixar a sala da presidência".Essa, abaixo, já exibida ontem, é a capa da edição de 28 de março de 1979. A manchete anuncia enorme matéria sobre as greves do ABC e a intervenção do governo durante as tensas negociações que se arrastavam já há mais de 15 dias com paralisação dos trabalhadores, e que terminou por afastar o então presidente do sindicato dos metalúrgicos, o "Lula" - assim mesmo, entre aspas, forma que se verifica ao longo de vários anos como vocês verão com as futuras postagens aqui no blog. O post de hoje vai em homenagem a Enoch Batista, ferramenteiro do ABC, que concedeu entrevista à VEJA rigorosamente histórica por força de seu conteúdo, como vocês verão mais abaixo.
A matéria traz, ainda, entrevista com "Lula" - que lida hoje, confesso, é profundamente emocionante. Na casa de parentes de sua mulher, a hoje primeira-dama Marisa, e diante do filho de 1 ano, em um "modesto sobrado em São Bernardo do Campo", Lula diz, no final da entrevista:
"Eu sei que hoje posso contar com o respeito dos oitenta mil trabalhadores de minha base que estiveram presentes às assembléias"
É emocionante também porque hoje, próximo do final de seu segundo mandato como presidente da República, Lula conta com o respeito de milhões de brasileiros que dão a ele a inédita marca de 80% de aprovação, com o respeito de dirigentes e da imprensa de todo o mundo - menos da VEJA, é claro.
Tão ou mais emocionante que a entrevista de Lula é a que concedeu à revista o ferramenteiro Enoch Batista. No primeiro trecho da entrevista, diz Enoch, sobre o movimento grevista daquele turbulento ano:
"Eu faço greve pelas minhas filhas, pelos meus netos, para que eles tenham um dia uma vida melhor que a minha"
Enoch - onde quer que esteja - seguramente está orgulhoso, não apenas de sua postura naquele longínquo 1979, mas também do seu companheiro de fábrica, Luiz Inácio Lula da Silva.
É muito comovente ler a última frase da entrevista, cujo trecho final encontra-se na imagem abaixo - devidamente destacada:
"O Lula continua sendo o meu presidente"
Até.
7 comentários:
Lula sempre foi uma figura fascinante. Suas antigas entrevistas, lidas hoje com o distanciamento histórico, dão sentido à sua trajetória e a tornam ainda mais iluminada.
Quem diria, não é companheiro Luís Inácio? Quem diria que nós chegaríamos tão longe?
Quanto à Veja, nada a acrescentar. A revista não faz jornalismo, apenas defende os seus interesses de classe.
A Veja, ao menos, serve para me mostrar semanalmente o tipo de jornalista e homem que não quero e não posso ser na vida.
Um dia, a Veja fechará as portas e será esquecida. Lula será lembrado para sempre e viverá na memória do povo brasileiro.
Edu, permita-me, sem puxa-saquismo (que não sou disso nem precisamos): você, mais uma vez, está prestando um serviço ao país.
Lembrar como essa corja sempre tratou o Brasil e o povo brasileiro não tem preço, meu amigo.
O presidente Lula tem mais que a aprovação, ele tem a admiração e o respeito de milhões e milhões de brasileiros. Porque merece. Ao contrário do que pensam certas elites, a população não é burra. As pessoas pensam, têm seus valores, estão observando, e isso vai muito além de Rio ou São Paulo ou O Globo ou Folha ou (argh) Veja. O Brasil é outro hoje. O Lula e um projeto (eis o fundamental), um projeto (a continuidade e o desenvolvimento de um projeto, repito) vai eleger a Dilma! Olha o que representa em isso termos de maturidade política da população!
Eu tenho muita honra de ser governado pelo presidente Lula e por tudo o que ele representa. Muita. Me emociono porque penso na minha filha de quase 5 anos que já tem um país melhor. Melhor não por mim ou por ela, que temos o suficiente. Mas para quem nunca teve e sempre foi alijado de qualquer processo de cidadania.
O Brasil, no que mais importa, mudou para muito, mas muito melhor pelas mãos de 9 dedos do operário Luiz Inácio, o nosso presidente Lula.
É isso, Edu! O resto, é bobagem de cães raivosos da direita que SEMPRE estupraram o país em seu único e exclusivo benefício. E essa gente não tolera o Lula porque é preconceituosa, é míope e é - com todo o seu "saber formal" -burra.
Um grande e emocionado abraço.
Bacana o que disse o Eduardo Carvalho, logo acima. Uma das coisas que me causam mais engulhos é ler nos jornais e ouvir da boca de pessoas que se julgam donas da verdade, que o apoio estrondoso de Lula vem da "ignorância do povo" ou é fruto da "bolsa-esmola". No lugar onde moro, não conheço uma só pessoa que dependa do Bolsa Família e ainda assim o apoio ao governo é enorme.
A elite, ou seja lá que nome devemos dar ao grupo minoritário que nos considera "analfabetos funcionais", padece de miopia crônica e é incapaz de enxergar a realidade à sua frente. Só isso explica suas afirmações preconceituosas e ressentidas, como se fosse a sua classe a única capaz de determinar o que é bom ou ruim para o país, como se fosse a única capaz de analisar criticamente os fatos, como se fosse a única capaz de entender minimamente conceitos políticos e econômicos, como se fosse a única capaz de decidir para onde devemos seguir. Com Lula, essa ideia torta caiu por terra.
E, se querem saber a minha opinião sincera, direi que a ignorância não está com o povo, por apoiar o presidente Lula, mas com a elite, que não consegue pensar em termos de nação e continua presa aos seus valores arcaicos.
Duas pequenas odes ao preconceito, ao elitismo não-helênico, ao golpismo, à distorção dos fatos, à manipulação, à desfaçatez e à covardia - enfim, à babaquice pura e simples:
EDITORIAL DO ESTADÃO DO DIA 21/09:
"sem o menor pudor Lula alimenta no eleitorado de baixa renda e pouca instrução – seu público-alvo prioritário – o sentimento difuso de que quem tem dinheiro e/ou estudo está do “outro lado”, nas hostes inimigas. Mas a verdade é que o paladino dos desvalidos nutre hoje uma genuína ojeriza por uma, e apenas uma, categoria especial de elite: a intelectual, formada por pessoas que perdem tempo com leituras e que por isso se julgam no direito de avaliar criticamente o desempenho dos governantes. Por extensão, uma enorme ojeriza à imprensa"
TEXTO DO ARNALDO JABOR (ONDE ESTÃO SEUS FILMES, MEU GENIAL CINEASTA? - QUERO LER A CRÍTICA DA ÓIA SOBRE A SUA ÚLTIMA SUPERPRODUÇÃO GODDARD-SPIELBERGUIANA):
"Lula não é um político – é um fenômeno religioso. De fé. Como as igrejas que caem, matam os fiéis e os que sobram continuam acreditando. Com um povo de analfabetos manipuláveis, Lula está criando uma igreja para o PT dirigir, emparedando instituições democráticas e poderes moderadores.(…)A única oposição que teremos é o da imprensa livre, que será o inimigo principal dos soviéticos ascendentes. O Brasil está evoluindo em marcha à ré! Só nos resta a praga: malditos sejais, ó mentirosos e embusteiros! Que a peste negra vos cubra de feridas, que vossas línguas mentirosas se transformem em cobras peçonhentas que se enrosquem em vossos pescoços, e vos devorem a alma. Os soviéticos que sobem já avisaram que revistas e jornais são o inimigo deles.Por isso, “si vis pacem, para bellum”, colegas jornalistas. Se quisermos a paz, preparemo-nos para a guerra".
É essa gente, que despreza o povo e lhe tem verdadeira ojeriza (para usar um termo tão caro ao estadinho) que vem falar em democracia e liberdade de imprensa!!!!
As vozes do golpe de 64 ainda ecoam, mas hoje, felizmente, bem pouca gente lhes dá atenção...
Sobre o bolsa família, o ódio de classe da classe mérdia e a eleição da Dilma, vejam que ótimo artigo do Marcos Coimbra: http://osinimigosdejoseserra.blogspot.com/2010/09/e-uma-pena-que-imprensa-nunca-faca.html
Abraços,
André
O Eduardo aqui do Buteco , fez um comentário que resume muito bem este sentimento hipócrita, "muita gente não gosta de dividir o aeroporto com pobre".
Para mim , não passam de cães raivosos e quanto a desqualificar o pobre e tratá-lo como analfabeto, idiota e inocente, faziam o mesmo com o Lula, hoje em dia bem sucedido o tratam como marginal.
“Na coluna do Augusto Nunes da Veja, o rapaz expõe o email do filho da Erenice com os seguintes comentários: ” Só Lula, promovido pela intelectuália COMPANHEIRA, pode produzir desfile tão obsceno de frases sem pé nem cabeça”. Se Israel Guerra é mesmo estudante universitário, a faculdade que freqüenta precisa ser lacrada antes que recrutem outro lote de ANALFABETO funcionais”.
É assim o tempo inteiro, quando não se tem argumentos, tentam te desqualificar.
O caso da Erenice , é passível sim de acontecer como em qualquer meio corporativo, onde um funcionário com cargo de confiança , trafica, viola ou rouba em baixo do nariz do seu gestor e é afastado para averiguação, até que se prove o contrário.
Não temos que ter dedos para tocar neste assunto, se fez e se foi pego, responderá por isso, como disse o Lula, tem coisas que não se pode errar, daí a acatar a jogatina que fazem alguns veículos de comunicação no intuito claro de manipular informações e pior, jogar fora oito anos de trabalho e de avanços comprovados , assim como, ignorar a opinião de oitenta e dois por cento de brasileiros só por que um segmento da sociedade não se conforma, ou melhor, não engole a ascensão de Lula, acho meio complicado.
E pra mim o que é ainda mais bonito nisso tudo é que no primeiro dia de 2011, quando a companheira Dilma Rousseff subir a rampa do Planalto pra receber a faixa de presidenta do Brasil, eu vou poder repetir o companheiro Enoch e dizer com o peito estufado de orgulho: "O Lula continua sendo o meu presidente".
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