22.10.10

TRALALÁ, QUE GENTE É ESSA?, TRALALÁ, QUE GENTE MÁ!

Vou desviar o foco hoje um bocado pra banda do candidato a vice-presidente de José Serra, esse playboy zona-sul, esse anti-carioca, esse anti-brasileiro, esse verdadeiro paspalho lançado no jogo da sucessão por César Maia, e que atende pelo nome de Índio da Costa. Prefiro chamá-lo apenas de Da Costa em respeito ao verdadeiros dono da terra Brasil, sugestão brilhante que foi dada, há meses, por Brizola Neto, um homem - faço questão de dizer - do qual o Brasil não pode prescindir.

Trata-se, o Da Costa, de um sujeito tão desprezível que nem mesmo a cúpula tucanalha o tolera: chegaram a pensar, antes mesmo do início da corrida do segundo turno, em substituí-lo por um nome menos risível, menos desprezível, menos insípido. Como não deu certo a idéia - afinal ninguém estava disposto a encarar a tarefa de ser vice de um sujeito como José Serra - é o que temos aí.

O que significa dizer que uma eventual vitória de José Serra - toc-toc-toc - representará o risco de termos Da Costa no comando do Brasil. Bastará uma bolinha de papel lançada na plataforma calva de José Serra. Já sabemos o roteiro: exames para apurar as conseqüências do lançamento do artefato, uma licença médica para repouso e o Da Costa assumirá a presidência do Brasil (toc-toc-toc).

Já se falou muito sobre as barbaridades cometidas por esse rapaz. Um projeto de Lei apresentado pelo dito cujo (imagem abaixo), por exemplo, evidentemente rejeitado, proibia o ato de esmolar no Rio de Janeiro. Vamos às pretensões do playboy: "Aquele que for apanhado esmolando, será recolhido a albergue ou centro de atendimento". Querem mais? "Aquele que doar esmola pagará multa a ser definida pelo Poder Executivo". O pobre do mendigo, na visão nazista do playboy, não receberia qualquer atendimento por parte do Poder Público. A lei redigida por Da Costa previa que o pedinte seria recolhido para um albergue. Já o bom-coração seria multado! Surreal, não? Para justificar seu projeto, Da Costa afirmou que a era preciso mão-firme do Poder Público, já que havia "famílias inteiras molestando os transeuntes com pedidos insistentes e até ameaçadores". Dizia mais, o playboy: considerava o ato de pedir esmola um "vício" e considerava que "tais indivíduos fazem desse ato sua profissão.". Vomitaram? Pois vamos em frente.


Assisti, nesta semana, no CCBB aqui no Rio de Janeiro, uma palestra do professor Luiz Antonio Simas e do grande mestre Loredano sobre o centenário de Noel Rosa e de Nássara (duvido que o playboy saiba quem são). Luiz Antonio Simas é um monstro quando tem a palavra. Historiador maiúsculo, brasileiro máximo, discorreu sobre a obra do poeta da Vila contextualizando a impressionante produção de Noel, o Rio de Janeiro da década de 20/30... foi quando falou sobre o processo de higienização implantado por Pereira Passos (e deixo, aqui, por razões óbvias, de fazê-lo). Fez menção às carrocinhas, o lastimável mecanismo do Poder Público de então para livrar as ruas da cidade dos cachorros abandonados que - na visão de Pereira Passos - deixavam o Rio de Janeiro com um "aspecto repugnante de certas cidades orientais".  


Foi quando me lembrei de outra iniciativa boçal de Da Costa (vejam a tramitação do inacreditável Projeto de Lei do dito cujo aqui). A imagem abaixo é do caput do Projeto de Lei, também de 1997 (vejam a produção lesgilativa do playboy...), de autoria do dito cujo.


O referido projeto pode ser lido na íntegra aqui. É de uma estupidez que assombra.

José Serra adora de valer da palavra "trololó", que ele deve achar tratar-se de um grande achado. Usa o "trololó" sempre que alguém o confronta. Sempre que alguém aponta o dedo em sua direção. Sempre que não tem o quê dizer. O que acontece quase sempre, convenhamos.

Fecho o texto com uma marchinha carioca que vai em homenagem ao Da Costa - o entusiasta das nada festejadas carrocinhas que recolhiam os cães das ruas - e a José Serra, o homem do "trololó". O recado é dado pelo Carequinha. Tralalá pra tucanalhada!




Até.

5 comentários:

Blog do Pian disse...

Caro Edu,

Não morro de amores pelo Indio da Costa também. Reconheço nele seu apreço pela coisa púlica e até o tenho na conta de alguém qualificado, mas sua presença na composição da chapa de José Serra é um dos pontos que me fazem ter a certeza de não cravarei 45 nessa eleição. (Como já fiz por diversas vezes).

Mas vamos ao projeto pelo Buteco criticado: sou contra multar quem dá esmola ou serve refeições para os menos assistidos. Também acho isso um absurdo. Ainda mais em um país majoritariamente cristão como o nosso.

Porém, acho que nossa legislação é muito permissiva sim com relação ao indivíduo em situação de rua.

Quando tocamos nesse assunto é sempre grande o risco de se incorrer no erro da generalização apressada, mas eu também atestaria que a mendicância praticada por muitos moradores de rua é quase que profissional.

Sim, o indivíduo do qual estamos falando é objeto de uma vida com pouquissimas oportunidades, mas também é perigoso o discurso recorrente de vitimizá-lo e justificar socialmente todas suas transgressões.

Vou, provavelmente com menos talento que você, polemizar: tem muito VAGABUNDO na rua sim!

Gente oportunista que se faz valer da coação para ter o que quer.

Gente que explora menor e abusa da boa-fé de terceiros para sustentar sua vida desregrada na rua.

Isso sem falar no gravíssimo quadro de dependência química que acomete quase que a absoluta maioria das pessoas em situação de rua. Maconha, alcool, cola e esse diabo chamado crack - todos empecilhos fisiológicos para que esse indivíduo seja absorvido pela formalidade (ou mesmo informalidade) produtiva.

Você, meu amigo, pode me chamar também de playboy zona sul, ou mesmo de reacionáriozinho classe-média, mas eu também defendo uma maior restrição de liberdades (por mais feio que isso possa soar) em nossa Legislação.

O ECA, por exemplo, deveria ser revisto. Outra: não digo que o já obsoleto artigo da vadiagem deveria voltar, mas defendo sim uma discussão menos hipócrita, mais eficaz (e mesmo assim mais humana) para esse grande problema social que enfrentamos.

Desculpe se me alonguei demais - sei que você odeia quando faço isso - mas esse assunto é do meu interesse e sempre fico motivado a debatê-lo.

Um forte abraço do seu amigo da zona sul,

Rodrigo Pian

Amoral NAtto disse...

Pra aliviar, eu prefiro chamar o cara de Da Bosta!
É o que representa a 'produção' legislativa desse rapaz, que já havia alcançado o estrelato sendo denunciado por vereadora do P$DB (me foge o nome) por desvios na verba da Merenda, quando trabalhava junto ao César Maia. Rendeu-lhe até o apelido Cacique Merendinha, e Piraquê o Índio camarada, rouba a merenda da garotada!

André disse...

Edu,
Não tem nada a ver com o post, mas já viu essa do Cloaca News? http://cloacanews.blogspot.com/2010/10/tse-cria-urna-especial-para-eleitores.html
Abraço

AOS QUARENTA A MIL disse...

Pian,
as vezes concordo com você e hoje em especial divido alguns pensamentos. Existem sim, muitos aproveitadores na rua, porém recolhimento se faz com dejetos.

As pastas municipais de Assistência Social deveriam ser mais ouvidas e consequentemente terem mais verbas liberadas, projetos é o que não falta. Se pretendemos erradicar a miséria, este é o melhor caminho.

Por curiosidade, você pode informar como a prefeitura do Rio investe nestas pastas ?

Quanto ao Indio, é infeliz em sua tática de campanha, trabalha com inverdades na internet e anda com seguranças truculentos.

Abraço.

Blog do Pian disse...

Monica,

O Prefeito tem dado muita atenção para a Pasta da Assistência Social e, pelo que vejo, tal secretaria está cada vez mais com recursos.

Não digo que já chegamos no ideal, mas percebo que a estrutura deles está melhorando: mais educadores, mais viaturas e - na medida do possivel, ainda que aquém do desejado -os abrigos que já existem estão melhorando.

O problema é que, infelizmente, a pasta da Saúde ainda está muito distante do problema.

Na minha opinião, é impossível lidar com esse problema sem pensarmos primeiro na desintoxicação desse enorme contingente de indivíduos em situação de rua, especialmente os menores de idade.

Abs,

R.Pian