2.12.10

E SEGUEM DESTRUINDO O FUTEBOL...

Estava eu hoje, ao volante, em direção ao trabalho. Passava um pouco das 09h quando - rádio ligado na CBN - um sujeito cujo nome não pesquei (se alguém souber, por favor, ajude nos comentários), passou a tecer comentários - em um tom "hor-ro-ri-za-do" que já me deixou cabreiro - sobre a venda de ingressos para o jogo de domingo, do Fluminense. À certa altura, disse em tom de faniquito:

"O torcedor precisa ser tratado como um cliente pelos clubes!"

Eu quase bati com o carro de tão furioso.

Para delírio da Lucia Hippolito, que comandava o horário, o basbaque começou a ter um chilique em pleno ar:

"Cadê o Estatuto do Torcedor, Lucia?"

Uma outra locutora (ou repórter, sei lá), à moda das estagiárias das redações dos jornais de Nelson Rodrigues, emendou, animadíssima:

"Com tanta facilidade hoje, né, Lucia?, podendo haver venda de ingressos pela internet, como pode ainda acontecer tanto tumulto...?"

E eles todos gemiam "ohs" e "ahs", deslumbrados em cadeia com as próprias sentenças.

Vamos ao que tenho a lhes dizer.

Em meados do ano passado lancei, digamos, uma série chamada MULHERES NO ESTÁDIO DE FUTEBOL. Recebi maciço apoio de quem leu e entendeu e fui criticado por quem leu e não entendeu (aqui, aqui, aqui e aqui), e volto a explicar.

Não tenho nada contra mulher em estádio de futebol. Tenho tudo contra gente fresca em estádio de futebol, e vali-me de "mulheres" para dar corpo ao que quis, naquele momento, dizer a vocês. Não tenho nada contra - serei, talvez pela primeira vez, politicamente correto para ser bem compreendido - um homossexual no estádio de futebol. Tenho tudo contra bichas escandalosas em estádio de futebol. Ficou claro que estou a tratar de um estado de espírito? Vou em frente, então.

Fui levado ao Maracanã pela primeira vez - e quantas vezes já lhes disso isso aqui... - pelas mãos de meu pai, no colo pra ser mais preciso. Tinha eu poucos meses de vida quando o velho Isaac,cheio de justificável orgulho, foi levar seu primogênito para respirar, pela vez primeira, o ar quente que subia das arquibancadas de concreto numa manhã ensolarada. De lá pra cá, de 1969 pra cá, perdi a conta de quantos jogos assisti. Mais que jogos, de quantos dramas assisti (aqui, conto um pouco disso), de quantas derrotas eu sofri, de quantas vitórias eu comomerei, de quantos empates me frustraram. Perdi a conta de quantas filas enfrentei. De quantas porradas, todas involuntárias, levei, de quantas porradas dei em busca de um lugar pra sentar, de um ingresso pra comprar, não tendo sido raro entrar no maior do mundo sem ingresso, pulando muro, furando esquema de segurança - tudo em nome da paixão pelo Flamengo e pelo futebol.

Vem daí - desse currículo, dessa história, desse hábito - minha revolta contra esse processo babaca de higienização do futebol brasileiro.


Quem é a moça, e que autoridade tem para fazê-lo, que como uma espécie de Luciana Fróes do futebol (entenda isso, aqui) clama, pelo rádio, pela venda de ingressos pela internet? Quem é o sujeito que, cheio de tom-de-autoridade, determina que torcedor de futebol tem de ser tratado como cliente pelo clube que ama? Será que não já está de bom tamanho a quantidade de transformações feitas nos campos brasileiros (e nos clubes, e nos regulamentos etc), capazes de tão aguda deformação do futebol em estado bruto que nos deu (e ainda nos dá) tanta identidade?

Por que é que eu tenho que achar normal o vice-governador do estado do Rio de Janeiro dizer que as cadeiras do Maracanã reformado (adeus, arquibancadas...) serão azuis para que seja seguido o modelo europeu? Por que é que eu tenho que achar normal a nova norma que identifica um estádio como arena? Por que é que tudo - botequins, por exemplo... - tem de ser adequado ao gosto escroto e plástico da elite-de-merda que insiste em invadir um espaço que é do jeito que é há milênios?

Eu quero enfrentar fila debaixo de sol quente pra comprar ingresso porque isso faz parte do ritual de imolação sagrado que o torcedor apaixonado cumpre com uma alegria que essa escória jamais vai compreender. Eu quero empurrar e ser empurrado pra entrar no estádio através de roletas de ferro, como as dos trens, porque ali prossegue o rito de exorcismo dos anjos e demônios que moram na alma do torcedor fanático. Eu quero encher a cara de cerveja nos bares dos anéis das arquibancadas a fim de aplacar a sede no mais amplo sentido da palavra sede. Eu quero sentar na arquibancada depois de ganhar um lugar no grito, na arquibancada de concreto, quente, ou mesmo ficar de pé ao lado dos irmãos-de-crença que vão gritar, vão xingar, vão chorar e vão vibrar durante os noventa minutos de bola rolando. Eu quero gritar "piranha" quando uma gostosa desembarcar na arquibancada. Eu quero mandar o juiz tomar no cu, chamá-lo de filhodaputa, roubando ou não roubando, que isso é um direito sagrado de todo torcedor, legitimado por anos e anos de batalhas heróicas que antecedem a assepsia do Estatuto do Torcedor a que o basbaque se referiu hoje cedo, pelo rádio. Eu quero meu rádio de pilha no ouvido. Eu quero, porra. E se eu quero, eu posso.

Ceder passivamente a modismos, modernidades e outros bichos nunca foi - e jamais será - do meu feitio. É pau na canalha, sempre. 

Até.

25 comentários:

Teo disse...

Para esses babacas, que se superam a cada dia que passa:
http://forzapalestra.blogspot.com/2009/02/estatuto-para-o-verdadeiro-torcedor.html

Rodrigo Barneschi disse...

Edu,

Venho escrevendo contra esse tal futebol moderno já há alguns anos (o Craudio e o Teo são outros guerreiros nessa batalha) e as manifestações são normalmente recebidas com tom de desaprovação por essa gentinha deslumbrada que enxerga o futebol não como uma manifestação legítima da cultura popular, mas sim como um entretenimento para uma meia dúzia de endinheirados.

Há uma agenda da destruição do futebol em curso e os ataques vêm de todos os lados, parecendo às vezes que estamos diante de uma batalha perdida.

As besteiras pronunciadas hoje cedo no rádio só poderiam vir mesmo de uma emissora que acoberta um crápula como Juca Kfouri, responsável por muitas das aberrações que acontecem no nosso futebol.

Tem um monte de filho da puta tentando destruir o futebol.

E eu me permito, para encerrar, deixar aqui o link de um post meu sobre esse assunto: Pobre futebol

AOS QUARENTA A MIL disse...

É, realmente fica difícil, pois , com tanta “politicagem correta” , perdemos o direito básico de viver o dia a dia “simples”. Se um viado for para o Maracanã e tomar uns “t(s)ocos” , ou se o coro gritar : “viado, viado, viado” a ONG “Arco Iris do sol Translumbrante” vai para a imprensa e acusa todo o estádio de homofobia.

Mulher que freqüenta o Maracanã, não é chamada de “piranha, piranha, piranha” de graça, quem assiste ao jogo, torce normalmente, não é histérica e não desfila pelada na arquibancada, não é esculachada no estádio. Caraca, é um ambiente de maioria masculina , se a mulher não tiver noção que tem que ser somente torcedora (nós existimos de fato) é melhor trocar o programa , sinceramente, já troquei vários ingressos do Botafogo, (caaaaaaaaaaaaro) por blusinhas novas, MAS EU SOU MULHERZINHA MESMO e com muito prazer!!!!

ACORDABAMBA disse...

Leio esse texto com imensa felicidade!!! Palavras definitivas contra essa escória que quer detonar com os rituais sagrados do verdadeiro torcedor!!!
Cordiais saudações "rubro-negras"!!!
Orlando Rey

Craudio disse...

Realmente é de foder, é de bater o carro, ter de escutar alguém que provavelmente acompanha o futebol no seu home theater surround querer vir cagar regras para os torcedores. Estão, de fato, querendo acabar com o último refúgio do povo. O futebol, deselitizado no começo do século XX, está novamente sob a mira dessa gentinha idiota e higienista.

Curioso é que são esses mesmos babacas que ficam focalizando na TV a festa que o torcedor de verdade faz. Chamam a gente de bandido, mas na verdade enchem as burras de grana vendendo nossa imagem e toda a atmosfera que só - e eu faço questão de ressaltar que SÓ - a arquibancada, a geral e o alambrado são capazes de criar.

Essa gentalha, no final das contas, é muito mais intolerante e radical que Barneschi, Teo, eu, você - assim somos considerados cada vez que nos manifestamos sobre o assunto - por não suportar nossa indiferença com relação a filas, chuva na cabeça e que tais. É inconcebível pra essa canalha que somente a paixão clubística é o que nos rege.

Pau neles!

Tande Biar disse...

E aquela saudável confusão para conseguir um lugar na mítica Figueira de Melo para assistir São Cristóvão x América?
Esses babacas nunca devem ter ido à Figueirinha...

Marcelo disse...

Sou a favor:
Da volta da geral.
Da venda de cerveja nos estádios.
Da eliminação de patrocínio no Manto Sagrado.
Do uso irrestrito de palavrões e provocações.
Da mijada na marquise.
Da obrigação de que cada time tenha ao menos um bigodudo!
E da proibição de jogadores com nomes pomposos tais como Diego Cavalieri, Fernando Henrique, Tiago Mota Lins e Silva e outros.

Abraço do Coelho

Marcelo disse...

Cliente?!?! E por acaso os clubes nos prestam que serviço? Na verdade, por vezes meu clube (Vascão da Gama, graças a Deus! :D)presta um desserviço quando perde para os adversários! Se eu fosse um cliente e o "serviço", ruim, eu teria direito a ter o dinheiro do ingresso de volta? Torcedor é apaixonado e futebol não é, para nós, um entretenimento como o Domingão do Faustão, que só dá atenção quem não tem porra nenhuma para fazer...
Abração, Eduardo.

João Medeiros disse...

Edu,

Sou só um soldado nessa guerra. Mas de arma na mão. Estamos na mesma trincheira, amigo. Tenho nojo desse projeto de futebol limpinho e asséptico que a elite tenta impor. Estive no Maracanã, na companhia de mais de 160 mil torcedores, na final de 1981 - o jogo do ladrilheiro. Cara, NENHUM ingresso foi vendido antecipadamente. Não obstante, 160 mil torcedores pagaram ingresso e assistiram o jogo. PRA QUE ESSA PORRA DE VENDA ANTECIPADA? Tenho saudades da inocência, do futebol com alma, do Maraca com cerveja mini-saia, servida no copão de plástico - lembra? - tenho saudade da paixão expressada em estado bruto, com o desfile de bandeiras antes dos jogos e da chuva de papel higiênico antes do time entrar em campo...Se é guerra, me apresento para a batalha, comandante.

Saudações vascaínas do leitor assíduo e amigo.

João Medeiros
Papo na Colina

Fabio disse...

É a modernização que garante a copa de 2014 no Brasil.

Craudio disse...

E é a Copa 2014 que garante o fim do futebol no Brasil. Essa sua modernização elitiza o esporte, prefere babacas de camarotes ao povo da geral. Esse conceito europeu de futebol permite que esses papos chatos de mala branca, preta, amarela, o diabo, fiquem rondando as últimas rodadas dos modorrentos campeonatos de pontos corridos.

É essa tão estimulada modernização que permite um ingresso de arquibancada custar R$50 ou mais, que infesta o futebol de mensagens de crente, que faz predominar a frescura.

Tal modernização, Fabio, valoriza mais o marketing que o amor ao clube. Vicia os torcedores a entenderem o futebol do jeito que quer a Globo e suas transmissões cada vez mais alienantes.

No mais, digo que se você desfrutar dessa modernização na Copa 2014, será um dos poucos brasileiros a conseguir tal feito. Porque nós, meros mortais, estaremos na rua, bebendo, mijando e, no máximo, vendo a canarinho pela TV encostado no balcão de algum buteco. E depois iremos atrás de um campo de várzea, refúgio daqueles que ainda apreciam o futebol com alma.

Rodrigo Barneschi disse...

Fabio,

Você é um completo alienado. Tanto que, talvez sem querer, conseguiu em uma única frase reunir dois elementos que, juntos, explicam muito da destruição em curso no futebol brasileiro.

A modernização a que você se refere em tom deslumbrado interessa apenas a meia dúzia de dirigentes vagabundos, empreiteiras idem e alguns velhos caquéticos da Fifa. Não é o povo que vai se beneficiar dessa tal modernização. Pelo contrário: o povo é vítima disso tudo, uma vez que vai pagar a conta de tudo e ainda verá seus estádios perdendo a alma para a adequação ao tal Padrão Fifa.

Mais do que um alienado, você é um criminoso, pois cúmplice de toda essa corja que está gastando milhões (quase bilhão, em verdade) para destruir o Maracanã, o maior patrimônio do futebol brasileiro.

Fabio disse...

Craudio,

Em primeiro lugar essa modernização não é minha e sim da população que pede melhor infraestrutura nos estádios.

Em segundo, não sei se vou poder disfrutar de um jogo da copa de 2014 mas gostaria muito.

Terceiro: qual o problema das mensagens de crente? Porque colocou religião num assunto de futebol?

Fabio disse...

Forza Palestra,

Com todo o respeito, você exagerou bastante no seu comentário! O post é factual e não de julgamento.

Meu comentário não evidencia ser a favor ou contra a modernização. Apenas comentei que a Copa só acontece através dela.

Porém, a parte que me chama de alienado e criminoso, confesso que achei divertida.

Gersinho Rodrigues disse...

Fábio, prezado Fábio......

Quantas vezes você já foi a um jogo e sentou-se numa arquibancada? A arquibancada é a alma do futebol.

A tal modernidade, que você tanto quer, vai tirar dos estádios, aqueles que mais amam o futebol.

Não sei se você, como eu, conhece pessoas, principalmente do Nordeste, que deixam de comprar roupas e até comida, para economizar o dinheiro que usará para ver o seu time do coração jogar no fim de semana.

Te pergunto, o que a modernidade fará com esse torcedor? A tal modernidade limará esse cidadão dos estádios. Ou você acha que conforto, cadeiras estofadas (que pra mim é coisa de bixa) sairão por R$15? Elitizar o futebol, é ir contra os 120 anos deste esporte no País, que nasceu aqui para a elite, mas que conduzido, talvez por Deus, chegou as camadas mais pobres da sociedade.

O futebol é do povo. E a tal modernidade o tirará de seu verdadeiro dono.

Abraço!

Daniel Banho disse...

"Porque colocou religião num assunto de futebol?"

Acho que essa pergunta deve ser feita a Jorginho, Lúcio, Felipe Mello...

Vanessa Dantas disse...

Concordo com tudo.

Apenas uma ressalva: troque o "piranha" pelo "gostosa". Gostamos mais!

Beijo.

Craudio disse...

Fábio, melhorar a infraestrutura dos estádios não significa destruí-los. Se você é do Rio, sabe o que foi feito no Maracanã e a implosão dos setores populares. Aqui em SP, o Palestra Itália está sofrendo o mesmo e o Pacaembu provavelmente passará por isso. Sou corinthiano e veementemente contra os moldes que estão baseando a construção do estádio do Corinthians. Tudo porque essa tal modernização visa beneficiar tudo, menos o futebol e seu torcedor.

Sobre você desfrutar ou não da Copa, saiba que se você não tem muita grana ou algum esqueminha VIP, prepare-se para chupar o dedo.

Por fim, tua própria pergunta responde o meu problema com as mensagens de crente no futebol - e particularmente, acho os crentes o viés religioso da modernização.

Rodrigo Barneschi disse...

Fabio,
É o seguinte: não é a modernização que permite a Copa do Mundo, mas sim a porra da Copa do Mundo que exige a modernização. Consegue perceber isso?
O que acontece é exatamente o contrário do seu raciocínio torto e alienado, e isso não condiz com a cultura do futebol brasileiro e com o fato de ser esta a mais legítima manifestação popular no nosso país. Portanto, o tratamento que eu concedo aos entusiastas do futebol moderno costuma ser truculento mesmo. E é justo que seja assim, uma vez que eu não posso compactuar com quem defende o investimento (?) de quase um bilhão de reais para destruir o Maracanã.
A propósito: quantas vezes você colocou os pés em uma arquibancada?

Fabio disse...

Gersinho,

Você perguntou quantas vezes eu fui a um estádio e me sentei na arquibancada. Resposta: pelo menos 90% das vezes que fui a um estádio sentei na arquibancada. Em toda minha vida, chutando baixo, devo ter ido umas 60/70 vezes (sei que é pouco comparado com outros mas é representativo).
Essa modernidade não sou eu quem quer é a população, apesar de que não acharia ruim ir a um clássico, tipo Fla/Flu ou Cor/Pal e poder levar meu filho de 7 anos sem ter que ficar empurrando os outros ou tomando mijada na cabeça. Desse jeito só vou conseguir levar quando tiver 12 anos ou em cadeira VIP se o orçamento permitir.

Fabio disse...

Craudio,

Concordo com você em relação a modernização sem critérios. O que comentou com relação ao Maracanã e Palestra é fato!

Apenas não concordo com seu preconceito religioso. O fato de jogadores professarem sua fé cristã, deve ser encarado da mesma forma que o Corinthias elegeu São Jorge como seu padroeiro e o São Paulo elegeu o santo. Ou do jogador que reza uma Pai Nosso ou uma Ave Maria antes de começar o jogo. Ou que agradeçe a Deus pelo campeonato conquistado. Quantos torcedores ou jogadores já não fizeram promessas e subiram escadarias de igrejas católicas de joelhos para agradecer? Isso faz parte, inclusive, dessa memória saudosista do futebol.

Pára com isso rapaz!! O futebol não precisa dessa intolerância religiosa.

Fabio disse...

Forza Palestra,

Você comentou: "É o seguinte: não é a modernização que permite a Copa do Mundo, mas sim a porra da Copa do Mundo que exige a modernização. Consegue perceber isso?"

Agradeço muito você ter me explicado isso. Acho que não estava entendendo direito essa questão. Me desculpe pela ignorância.

Unknown disse...

Edu, vc é um romântico inveterado.
Mas penso que o futebol "moderno" (coloco aí jogador, $$$, cartola, $$$, tapetão, $$$, mercadão, empresário, $$$, violência)não mereça tanto.

Craudio disse...

Fábio, o sincretismo religioso acaba com todo esse papo de "Corinthians elegeu São Jorge" (até pq essa é uma visão errada do ocorrido, que não vem ao caso analisar). Tem gente que é do batuque e é devoto de São Jorge, e o Timão é a representação futebolística máxima desse troço.

No mais, quer intolerância maior que a dos evangélicos contra tudo que não lhes parece "direito"? Vimos aí na recente campanha presidencial todas as nojeiras plantadas por esses "servos do senhor" contra as demais religiões, contra os gays, contra as mulheres...

Os crentes são higienistas por meio da fé, querem implementar um mundo cheio de gente igual - conseqüentemente, gente sem cérebro. Assim como essa maldita modernidade quer transformar torcedores em clientes, nivelando todo mundo e ignorando características históricas que toda torcida tem.

Samia Helena disse...

Edu...
Tão bom qto seus textos..são os pitacos (nome adequadíssimo aos comentários)..é diversão garantida..mas claro com um puta toque pra gente refletir..e rir tbém... concordo com algumas coisas..discordo em muitas..mas é isso o que mais gosto..esse banho de democracia que seu blog dá..parabéns..ah e essa coisa de misturar futebol...religião e política dá discussões deliciosas..adorei!!!